segunda-feira, 22 de junho de 2009

Pecado e Salvação

PECADO, A TRANSGRESSÃO DA LEI DIVINA
Deusimar Barbosa
Texto básico: 1 Jo 3.4

INTRODUÇÃO

A Bíblia Sagrada declara que o pecado é um fato incontestável. O pecado é um vírus que atingiu toda a raça Humana. É uma chaga universal. É um tormento coletivo.
O pecado é uma realidade que leva o homem a prática do mal e como conseqüência gera opressão, a luta, a guerra, o sofrimento e pro fim a morte.
Somente Cristo pode libertar o homem de seus funestos efeitos.
Ao estudarmos a doutrina do pecado na Bíblia ajuda-nos a compreendermos melhor a doutrina Bíblica do homem, da salvação e do sacrifício expiatório de Cristo no Calvário.
Para um melhor vislumbre da doutrina bíblica do pecado estudaremos: a origem, natureza e conseqüência.

I - O QUE É O PECADO

(1) É errar o alvo (Is 30.21). É o desvio de rumo como o arqueiro que atira suas flechas e erra o alvo. O homem que despreza a Palavra de Deus, ele trilha a senda da rebelião, errando assim o alvo que lhe propusera o Criador: servi-Lo na beleza de sua santidade; (2) É a transgressão deliberada e voluntária das leis estabelecidas por Deus (1 Jo 3.4). Infringir, violar, quebrar a lei, passar dos limites. Todo e qualquer mandamento divino deve ser obedecido, pois desobedecê-lo significa transgredi-Lo. (3) É iniqüidade. Toda iniqüidade é uma ofensa, e uma injustiça contra Deus (1 Jo 3.4; 5.17; Is 61.8). (4) É impiedade (Rm 1.18; 2 Tm 2.16). Impiedade é o mesmo que falta de reverência. (5) É a falta de integridade. É alguém que se desvia do seu caminho original – erra o caminho. (6) É uma revolta, uma insubordinação à autoridade legítima de Deus, ou rompimento de um pacto ou aliança. (7) É a fuga culposa da lei. (8) É desobediência a Palavra de Deus (Gn 3.1-21; Rm 5.12, 19; Ef 2.2; Tt 1.6.3.3). (9) É dúvida (Rm 14.23). Duvidar da Palavra de Deus constitui-se pecado, assim como, rejeitar o Salvador e negar suas promessas (cf. Jo 16.9). (10) É dívida (Mt 6.12). (11) É queda (Sl 56.13). (12) É imundícia ou contaminação (Is 6.5). (13) É injustiça (Rm 6.13). (14) É derrota. (15) É profanação (16) É malícia.

II – QUAL A ORIGEM DO PECADO

1 - Quem é a fonte do mal. Deus é o Criador de todas as coisas. Entretanto não é responsável pela manifestação do pecado (J[ó 34.10; Dt 32.4). Constitui-se um atentado e blasfêmia contra Deus atribui-lhe a autoria do pecado. Na verdade, o pecado é um ato livre das criaturas angelicais e humanas dotadas de livre-arbítrio por Deus, uma vez que elas são seres morais, dotadas da capacidade de perceber e escolher o certo e o errado (Dt 30.19). O homem é um agente moral livre para decidir o que fazer da sua vida.

2 - A origem do pecado no universo na esfera espiritual no mundo angelical. Segundo o pastor Elienai Cabral: “O pecado originou-se nas regiões celestiais quando o diabo, querubim que servia na presença de Deus, encheu-se de arrogância e desejou usurpar o Trono do Criador (Is 14.13, 14). Por sua livre vontade escolheu o caminho do pecado, o que motivou sua destituição das suas funções celestiais, condenação, e execração eterna”.

2.1 - A queda de Lúcifer resultou de sua própria escolha. Deus estabeleceu a sua soberana vontade para ser obedecida e apreciada por seus anjos. Entretanto, a vontade divina não seria obedecida por força, mas livremente. É por esse princípio bíblico que podemos entender a causa da queda de Lúcifer. A Escritura de Isaias 14 é tipológica. A profecia fala do rei Nabucodonosor, um outro rei ilustrado à semelhança de Thubal, rei de Tiro. O que precedeu a queda de Lúcifer foi a sua ilusão e engano acerca do seu próprio poder nas hostes angelicais. Imaginando-se superior a todos os demais anjos criados, pretendeu tomar o lugar do Criador. Cinco, afirmativas descritas em Isaías 14.13 revelam as pretensões de Lúcifer:

2.1.1 - “Eu subirei ao céu”– uma tentativa de estar acima de toda a criação e do próprio deus Altíssimo.

2.1.2 - “Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu Trono” - uma outra tentativa de estar, também acima de todos os demais anjos criados.

2.1.3 - “No monte da congregação me assentarei” – O monte da congregação refere-se ao lugar do trono de Deus onde ele queria assentar-se.

2.1.4 - “Subirei acima das mais altas nuvens“ – mais uma vez, Lúcifer revela sua intenção presunçosa de superioridade.

2.1.5 - “Serei semelhante ao altíssimo” – Aqui estava a mais grave das pretensões de Lúcifer. Ele queria colocar-se em posição unilateral em relação ao Criador.

2.2 - A queda de Lúcifer foi inevitável e conseqüente. Sua avidez irrefreada de querer ser igual a Deus, aguçou o interesse de grande número de anjos que resolveu acompanhá-lo. Por esse ato pecaminoso contra o seu Criador, Lúcifer foi destituído de suas funções celestiais e condenado a execração eterna. Mas ele continua como instigador do pecado no mundo (Rm 7.14).

3 - A origem do pecado na raça humana na esfera terrestre. O pecado de Adão afetou mais do que ele próprio (Rm 5.12-21; 1 Co 15.21, 22). Esta transgressão de Adão é chamado de pecado original. Esse pecado do primeiro homem, Adão, passou a fazer parte da natureza humana. O pecado de Adão fê-lo culpado, e sua culpa foi automaticamente imputada a toda a sua descendência (Rm 5.12-19; Ef 2.3; 1 Co 15.22).

4 - O tentador, a tentação e a queda do homem. A doutrina da queda do homem é precedida pela tentação, ou seja, por sua provação. A tentação dominada, conduziu à queda fatal e a ruína integral da raça humana.

4.1 - Satanás, o agente tentador (Jo 8.44; 10.10). O agente tentador, isto é, seu instrumento na tentação foi à serpente (Gn 3.1; 2 Co 11.3; Ap 12.9; 20.2). Satanás usou três vias na tentação para instigar em nossos pais ao pecado: a concupiscência dos olhos, concupiscência da carne e soberba da vida (1 Jo 2.16). Eva vendo que o fruto da árvore era bom para comer - concupiscência da carne; agradável aos olhos – concupiscência dos olhos; e desejável para dor entendimento – soberba da vida, o tomou o comeu e ainda ofereceu ao seu marido (Gn 3.6). A tentação não é pecado, mas ceder à tentação torna se pecado, pois é transgressão da Lei divina. O texto de Genesis 3.6 fala do desejo de alimentar (Mt 4.4), o desejo de possuir o que é belo (Mt 4.8, 9) e o desejo de ser sábio e importante. Ressaltamos que a tentação não é pecado. Ela conduz ao pecado quando a pessoa é atraída e enganada por sua própria concupiscência (Tg 1.14).

III – AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO

O pecado teve suas várias conseqüências, vejamos:

1 - As conseqüências do pecado no homem (Gn 3.17-19). Aqui as conseqüências do pecado do homem é de três dimensões interior, exterior e social.

1.1 - Na dimensão interior. O pecado afetou a vida interior do homem – a vida psíquica e espiritual como na alma e espírito.

1.2 - Na dimensão exterior. O pecado afetou a vida física, ou seja, o corpo.

1.3 - Na dimensão social. Deus colocou o homem no Éden para que o lavrasse, o homem não pode considerar o trabalho como se fora uma maldição. Mesmo antes do pecado o trabalho era uma bênção de Deus (Gn 2.15). Devido ao pecado, porém, torna-se-lhe-ia ao trabalho mui penoso (Gn 3.17-19).

1.4 - Todos somos herdeiros da corrupção moral e espiritual de Adão. Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. (Rm 5.12, 17).

1.5 - E conseqüentemente o pecado de Adão gerou a morte física, espiritual e eterna. (Gn 2.17; Ef 2.1; Rm 6.23; Ap 21.8).

2 - A conseqüência do pecado na mulher. Por causa de sua desobediência, a mulher muito sofreria em sua mais sublime missão: dar à luz filhos (Gn 3.16). Em conseqüência do pecado as dores de parto na mulher aumentaram.

3 - A conseqüência do pecado na terra como bem na natureza (Gn 3.17; Rm 8.20-22).

4 - A conseqüência do pecado levou o homem a separar da comunhão com Deus (Gn 3.23; Is 59.2).

5 - Outras conseqüências do pecado – nudez, vergonha, medo, discórdia e expulsão (Gn 3.7-10,12, 13, 22-24).

IV – O PECADO É UNIVERSAL COMO TAMBÉM A GRAÇA SALVADORA EM CRISTO JESUS É UNIVERSAL

1 - Os gentios. O apóstolo dos gentios enfoca a universalidade do pecado no mundo greco-romano, garantindo que a mais brilhante civilização da história era, na verdade, uma abominação contra o Todo-Poderoso (Rm 1.23-27).

2 - Os Judeus. O apóstolo Paulo fala da apostasia do povo Judeu, mostrando estarem eles tão comprometidos com o pecado quanto os gentios (Rm 2.17-23).

3 - Todos pecaram (Rm 3.23). Não há nação, por mais adiantada, ou por mais atrasada, que não possua uma clara noção do pecado. O pecado atingiu a grandes e pequenos, sábios e ignorantes, brancos e negros, ricos e pobres, da criança ao idoso etc., todos pecaram.

4 - A graça salvadora em Cristo é também universal (Rm 5.18, 20; Tt 2.11).

V - Como é o Homem Escravizado Pelo Pecado

1 - Não glorifica a Deus (Rm 1.21). O pecado faz com que o homem recuse de glorificar a Deus. Tal homem faz de si o ser próprio Deus (Gn 3.5; Ez 28.2). O homem sem Deus exalta e cultua o seu próprio ego (o eu). Ele só pensa em si e tudo faz por atender as suas próprias concupiscências. É egoísta e resulta na oposição consciente e aberta contra o próprio Deus. O egoísmo humano é sinônimo de rebeldia. É uma atitude semelhante à de Satanás (Ez 28.2, 15-18). Todo pecado procede do egoísmo como meu bem-estar, minha reputação, o que eu quero, meu direito, meu poder, eu, minha, meu...

2 - Não dá graças a Deus (Rm 1.21). Ser grato a Deus é reconhecer que tudo provém dEle (Tg 1.17; Sl 34.1). É uma atitude de confiança nAquele que nos supre todas as necessidades (Sl 103). Quando não damos graças a Deus, depreciamos e rejeitamos a providencia de Deus em nossa vida. Paulo disse: “Em tudo daí graças porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Ts 5.18).

3 - Rejeita a sabedoria (Rm 1.22). Não há verdadeira sabedoria fora de Deus (Sl 111.10; Pv 2.6). A filosofia deste mundo leva a perversão moral (Cl 2.8). Quem rejeita a Deus está longe dEle e vive em trevas com a mente escravizada pelo pecado sem qualquer vislumbre de luz (Jo 3.19, 20). Desprezar a Deus e a sua Lei é coisa de néscio (Sl 14.1). Pois os valores espirituais procedentes de Deus, acham-se fora da percepção meramente humana; não há qualquer esperança no homem natural apropriar-se da verdade divina (Sl 14.2, 3; Rm 3.11-18).

IV – QUAL É O REMÉDIO PARA O PECADO

Somente em Deus pode a criatura humana encontrar uma solução para o doloroso problema do pecado.

1 - O sacrifício de Cristo no Calvário. Apesar do império do pecado, curvar-se ele ante o sacrifício do Calvário. O antídoto eficaz contra o pecado é o sangue de Cristo derramado na cruz do Calvário (Hb 9.26; 10.12).

2 - A misericórdia de Deus. Esta é a chance principal conforme se expressou Davi (Sl 51.1). As misericórdias divinas são infinitas (Lm 3.22). E ser renova a cada dia (Lm 3.23).

3 - A lavagem espiritual (Sl 51.2a, 7b). Esta é a lavagem da recuperação de que fala o apóstolo Paulo (Tt 3.5). É nascer do Espírito Santo, de que falou Jesus (Jo 3.3, 5).

4 - A purificação pelo sangue do Cordeiro (Jo 1.29). Sem derramamento de sangue não há remissão (perdão) de pecados (Hb 9.22). Todo pecado necessita ser purificado (Sl 51.2b, 7). O preço do resgate do pecador é o sangue de Cristo (1 Pe 1.18, 19). Ver ainda 1 Jo 1.7.

5 - Confissão, abandono e perdão (Pv 28.13; 1 Jo 1.9 e Sl 51). Deus não reforma o homem. Ele o transforma. O homem perdoado e salvo tem um novo coração e anda em novidade de vida (Rm 6.4; 2 Co 5.17). O perdão do pecado deve vir acompanhado de reconhecimento que é pecador, e fazer a verdadeira confissão e em seguida o abandono do pecado.


CONCLUSÃO

O pecado terá fim quando o diabo for lançado no lago de fogo (Ap 20.10). O diabo é a essência de todo pecado. Findando este, o pecado será banido de uma vez por toda. Aleluia! Glória a Deus!


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Lições Bíblicas - As Verdades Centrais da Fé Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 4º Trimestre de 2006.

CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas – Doutrinas Bíblicas: edificando sobre o fundamento de Cristo e dos apóstolos. Rio de Janeiro: CPAD, 1º Trimestre de 2001.

_____________. Lições Bíblicas – Anjos: uma perspectiva bíblica e atual. Rio de Janeiro: CPAD, 1º trimestre de 1997.

_____________. Lições Bíblicas – Gênesis: o princípio de todas as coisas. Rio de Janeiro: CPAD, 4º Trimestre de 1995.

LIRA, Eliezer. Lições Bíblicas – Salvação e justificação: os pilares da vida cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 1 Trimestre de 2006.

GOMES, Geziel Nunes. Lições Bíblicas – Maturidade Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 1º Trimestre de 1985.

_____________________. Lições Bíblicas – Maturidade Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 3º Trimestre de 1986.


A SALVAÇÃO, O MAIOR MILAGRE DIVINO NA
REDENÇÃO DA HUMANIDADE
Texto bíblico básico

“Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados pelo Senhor, por isso que Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade”.
2 Tessalonicenses 2.13

INTRODUÇÃO

A salvação é o maior milagre de Deus para a vida da humanidade sucumbida no pecado. A salvação fala-nos a respeito do plano divino para restauração do pecador e livrá-lo da condenação eterna. Jesus Cristo é o único caminho para a salvação do perdido (Jo 14.6; At 4.12).
A salvação é o maior bem precioso divino que os homens podem receber pela fé em Cristo. Ela é a principal experiência espiritual na vida do crente em Cristo. O tema central da Bíblia Sagrada é a doutrina da salvação em Cristo, o nosso Redentor. Os cristãos da atualidade devem conhecer a salvação e aprofundar-se bem nela e comunicar o plano da salvação aqueles que ainda não entregaram as suas vidas a Cristo para que venham ao pleno conhecimento da verdade e sejam salvos do pecado, da morte e do inferno.
O plano da salvação é o eterno projeto de Deus em resgatar os pobres pecadores da condenação eterna.
Neste estudo doutrinário, observaremos o que as Escrituras ensina sobre a doutrina da salvação. Tema este que vai de Gênesis ao Apocalipse.

I - O QUE É A SALVAÇÃO

A palavra salvação vem do hebraico Yeshû’ãh (גאולה), que significa “salvação, “livramento”. Esta palavra aparece 78 vezes referindo os atos de Deus em ajudar (Gn 49.18). O termo é usado como referência à salvação de Deus (Dt 32.15; 1 Sm 12.1).
O significa “livras” do pecado está em Ezequiel 37.23. O substantivo teshû’ãh significa “salvação”, “libertação”, “vitória” (Jz 15.18; 1 Sm 11.13; 2 Sm 19.2; Is 45.17). Aparece cerca de 34 vezes. O substantivo yesha significa aquilo que Deus fará em benefício do homem (2 Sm 22.3), ou aquilo que foi feito por Ele para o homem (2 Sm 22.36), ocorre 36 vezes. O substantivo môshã’ôt significa “atos salvadores” (Sl 68.20).
Do grego sõteria denota “libertação, preservação, salvação”. É o livramento espiritual e eterno concedido imediatamente por Deus aos que aceitam as condições estabelecidas por Ele referentes ao arrependimento e fé no Senhor Jesus, somente em quem será obtido (At 4.12), e sob confissão dEle como Senhor (Rm 10.10). É a atual experiência do poder do Deus em livrar da escravidão do pecado (Fp 2.12; 1 Pe 1.9).
A salvação é um ato da soberania e vontade divina que mediante Jesus Cristo fez a reconciliação do homem com Deus (2 Co 5.18,19). É uma demonstração do imenso amor de Deus em prol do homem condenado a morte pelo pecado (Rm 3.10,11,23). É um ato da infinita misericórdia divina, pois é oferecida graciosamente através da fé (Ef2.8,9).
A salvação é a libertação do pecado, da morte e do Diabo. É o livramento do poder do pecado, da morte e do Diabo. A salvação mediante a Pessoa do Salvador, restitui o velho homem afastado de Deus à plena comunhão com Deus. A salvação é inclusiva e não seletiva, pois Deus contempla a toda a humanidade caída no pecado (Rm 3.23; 5.12,17,18). A salvação abrange todos os atos e processos redentores em Cristo, como a justificação pela fé em Cristo (Rm 5.1), a redenção - resgate em Cristo (Ef 1.7), a graça - favor imerecido (Ef2.8), propiciação dos pecados (Rm 3.25), imputação, perdão, adoção, santificação e glorificação no futuro.
1) É a libertação de um perigo iminente.
2) É o livramento do poder da morte eterna e da maldição do pecado (Hb 2.14).
3) É a contemplação divina a toda humanidade, visto que todos pecaram, precisam encarecidamente serem resgatados por Jesus Cristo (Rm 5.12, 17, 18; Gl 4.4, 5; Is 43.27).

II - POR QUE NECESSITAMOS DA SALVAÇÃO

Porque todos estão no maligno (1 Jo 5.19). Porque o pecado está em todos os homens (Rm 3.23; 5.12; SI51.4). Porque o efeito do pecado é imediato na vida do pecador. Porque as conseqüências do pecado são espirituais (Mt 6.14,15; SI 32.1; 1 Tm 2.14). A salvação procede de Deus e não do homem, pois o homem está caído em pecado e só Deus pode restaurar-lo desta terrível situação. O homem está enfermo espiritual (Is 1.6). Todos estão debaixo da maldição do pecado (Rm 3.11-18).
Porque a humanidade está corrompida pelo pecado (Gn 6.5, 11,12). Porque o pecado conduz o homem a morte física, espiritual e persistindo no pecado leva a morte eterna (Rm 6.23; Tg 1.15). Porque o homem vive com o sentimento do medo (Gn 3.8-10). Por que todos pecaram (Rm 3.23; Sl 5.15; At 28.29, 30), porque o pecado lançou toda raça humana na desgraça (1 Jo 5.19; Ez 18.4), por causa das conseqüências do pecado; a terra amaldiçoada – desequilíbrio ambiental (fauna e flora) (Gn 3.17, 18; Rm 8.22), morte física, espiritual e eterna (Gn 3.19; Ex 12.7; Ef 2.1; Ap 20.6, 14), doenças e enfermidades (Gn 3.16-19) e separação de Deus (Is 59.2).

III - PORQUE FOI PROVIDENCIADA A SALVAÇÃO

1) Por causa do pecador do homem (Rm 3.11-18; 3.23).
2) Por causa da graça de Deus (Tt 2.11).

IV - A TRINDADE E A SALVAÇÃO
Deus Pai e Deus Filho elege, predestina e chama o homem (Ef 1.4,5,18;Rm 8.28-30; Fp 2.15,16; 2 Ts 1.11; Hb 3.1; 2 Pe 1.10).Entretanto, cabe ao homem responder de acordo com seu livre- arbítrio a vocação divina para a sua própria salvação como : recebendo( Jo 1.12), crendo (Jo 3.18), indo ao encontro do Salvador (Jo 6.37), invocando (Rm 10.13). O pecador precisa converter, arrepender de seus pecados e crê no Filho de Deus - o Salvador.
O Deus Espírito Santo, a sua obra inicial é convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). A salvação foi concebida por Deus Pai, consumada por Deus Filho e oferecida ao cristão através do Deus Espírito Santo.

V - OS TRÊS ASPECTOS OU PROCESSO DA SALVAÇÃO

O primeiro aspecto da salvação é a santificação - esta implica que o crente deve viver separado do pecado, do mal, do mundo e dedicar a Deus e ao serviço cristão (Lv 20.26; Êx 19.5,6).
O segundo aspecto da salvação é a justificação - esta tem caráter exterior, ou seja: é o ato de transformação ou mudança de estado do pecador perante o tribunal divino, operado por Deus (Rm 3.25; 5.9; Ef 2.13; 1 Pe 1.4,5; Rm 8.30; 5.18).
O terceiro aspecto da salvação é a regeneração – esta é a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria uma nova natureza interior no homem como novo nascimento (Jo 3.3), nova criatura (2 Co 5.17; Gl 6.15; Ef 2.1), renovação (Tt 3.5; CI3.10) e ressurreição espiritual (Ef 2.5,6).


VI - A TRINDADE NA OBRA DA SALVAÇÃO
1) Deus Pai planejou a salvação (Ef 1.4, 5, 18; 2.8-10; Rm 8.28-30).
2) Deus Filho executou a salvação (Fp 2.15, 16; 2 Ts 1.11; Hb 3.1; 2 Pe 1.10; Jo 19.30).
3) Deus Espírito Santo opera a salvação na vida do pecador (Jo 16.8-11).

VII - A AÇÃO DA SALVAÇÃO
1) Deus-Pai e Deus-Filho, elege, predestina e chama o pecador (Ef 1.4, 5, 18; 2.8-410; Rm 8.28-30; Fp 2.15, 16; 2 Ts 1.11; Hb 3.1; 2 Pe 1.10).
2) O homem é necessário que converta, arrepende dos pecados e crer em Cristo (Is 45.22; 1 Ts 1.9; Is 55.7; Lc 15.18, 20, 21; Sl 51.3, 4; Lc 15.28; Sl 51.8; 2 Co 7.10; Sl 51.9-12; Pv 28.13; At 16.31; Jo 1.12; 3.16; 6.37; Rm 10.13).
3) O Espírito Santo é quem convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11).

VIII - O TRÍPLICE TEMPO DA SALVAÇÃO E SEUS ESTÁGIOS
1) No passado a graça de Deus se manifestou trazendo salvação a todos os homens (Tt 2.11).
2) No presente estamos salvos, vamos sendo salvos. É um ato, um processo em andamento na qual somos educados na Palavra de Deus (Tt 2.12). A salvação no presente como um ato fala que fomos perdoados, justificados, reconciliados, adotados, santificados, regenerados, etc.
Também a salvação no presente é um processo que está em andamento pois esse processo salvivico está em desenvolvimento na vida do cristão conforme o caráter de Cristo (Gl 5.122, 23; Rm 6.19, 22; 1 Co 3.1; 2 Co 7.1; 1 Ts 4.3, 4, 7; 2 Ts 2.13; Hb 5.11; 10.14; 12.14; 1 Pe 1.2; 2.2).
3) No futuro aguardamos a bendita esperança da nossa salvação como consumação na Segunda Vinda de Cristo (Tt 2.13; 1 Pe 1.5; Hb 2.5; 4.9-11; 9.28; 10.36-38; 11.16; 1 Jo 3.2). A salvação no futuro que seremos salvos da ira futura, ou seja, da Grande Tribulação (1 Ts 1.10).
Disse o pastor Zacarias de Aguiar Severa: “A salvação aplicada na experiência do individuo, desde o seu príncipio até a sua consumação no além, apresenta três aspectos. Nesta perspectiva, a salvação pode ser considerada como um ato, um processo em andamento, e uma consumação. Desta forma, o cristão é alguém que está salvo, vai sendo salvo e será salvo no futuro (...) a salvação se realiza por um ato, um processo de desenvolvimento e uma consumação.
A salvação no presente é como possessão, e no futuro, como herança espiritual. Assim ponderou o dr. Russel P. Shedd sobre os três tempos da salvação: “Quanto ao passado o homem pode ser salvo das PENALIDADES de seu pecado (Rm 5.9); quanto ao presente, salvo do PODER do pecado (Rm 5.10; 1 Co 1.18); no futuro, liberto da própria PRESENÇA do pecado (Rm 13.15; Hb 9.28)”.

IX - OS SÍMBOLOS DA SALVAÇÃO (Is 59.17; 2 Sm 22.36; Is 12.3; 61.10; Sl 95.1; Dt 32.4, 15, 18)

Símbolo representa verdades fundamentais à realidade espiritual. Símbolo é algo concreto ou visível que representa ou sugere o invisível. Por exemplo, na Bíblia, o Leão é o símbolo de força e realeza, a água simboliza a Palavra de Deus, o fogo, vento, e o óleo simbolizam o Espírito Santo. O que constitui um símbolo bíblico é a semelhança existente símbolo bíblico é a semelhança existente entre ele e a coisa por ele representada. Vejamos os símbolos da salvação:
1) A salvação como capacete (Is 59.17; Ef 6.17). O capacete era parte integrante da armadura do soldado antigo (1 Sm 17.5; 2 Cr 26.14). A cabeça é uma parte do corpo humano muito importante, e por isso, precisa de cuidado. No trânsito, menores riscos de vidas são para os que usam capacetes. O capacete fala da proteção. Somos esperança a ter por capacete a convocados a ter por capacete a esperança de salvação (1 Ts 5.8). A salvação é pessoal (1 Sm 17.38, 39). A salvação é uma arma de defesa (Ef 6.17).
2) A salvação como escudo (1 Sm 22.36; Ef 6.16). Nas Sagradas Escrituras a palavra escudo aparece 68 vezes. Existe pelo menos dois tipos de escudo na Bíblia Sagrada; primeiro, o escudo pequeno, redondo ou oval (1 Sm 17.7, 41; 1 Rs 10.16; Pv 6.11; 2 Cr 9.15). O escudo tem sua dupla função, a saber:
a) Defende. O escudo sempre se destacou como notável arma de defesa. O soldado, ao manejar o escudo, podia livrar-se das fechas e dos dardos inflamados (cheio de fogo) do inimigo. Assim, nós devemos defender a nossa fé (1 Pe 3.15; Fp 1.16; Jd 3).
b) Proteger. O escudo sempre se destinou à proteção do corpo do soldado em combate. Antes de ir ao combate o soldado passava uma boa parte do tempo se aperfeiçoando no adestramento do uso das armas. Ele era levando a praticar exercícios com o escudo manejando-o de um lado para o outro a fim de se tornar hábil no uso dos mesmos. O escudo servia para proteger o lado do coração do soldado.
3) A salvação como fontes (Is 12.3; Jo 4.14; Ap 21.16). A fonte da salvação é inesgotável para os sedentos espirituais. Se na vida material uma fonte de água é tão importante e até mesmo imprescindível muito mais o será a fonte de salvação para a vida espiritual da humanidade. A Bíblia nos apresenta a salvação como uma variedade de fontes, pois os seus efeitos são abundantes, gloriosos e multiformes. Vejamos:
a) Salvação como fonte de alegria (Sl 51.12);
b) Salvação como fonte de vida (Jo 5.24; 10.10; 11.25; 14.6).
c) Salvação como fonte de paz (Is 48.22; Rm 15.33; 16.20; Sl 29.11; Ef 2.17; Cl 1.20; Rm 3.17; Jo 14.27);
d) Salvação como fonte de vitória. A vitória que emerge de nossa salvação se origina na vitória de Cristo. A vitória de Jesus Cristo foi provida primeiramente para nós e em seguida se concretizou em nós.

4) A salvação como vestes (Is 61.10; Sl 132.16; 149.4; 2 Cr 6.41). O pecador está desnudo diante do Senhor (Gn 3.10). Sua nudez é total, ou seja, é física, social, moral, ética e espiritual (cf. Êx 3.6; Is 47.3; Ap 3.17, 18; 16.15).
5) A salvação como rocha (Sl 95.1; Dt 32.4, 15, 18, 30; Ef 2.20, 21; 1 Sm 2.2; Rm 9.33; 1 Pe 2.6, 7; Sl 40.2). Jesus Cristo é a rocha sobre a qual a Igreja está edificada. A rocha fala de segurança da nossa salvação. Isto significa que a nossa salvação não se corrompe, “salvação” oferecida por muitos homens com a morte, e juntamente com eles aquilo que tentaram eternizar. Porém, Cristo é a rocha eterna, inabalável.
6) A salvação como cálice (Sl 116.13). A salvação é algo que pode ser desfrutado, algo transbordante que preenche todos os vazios, todas as necessidades espirituais do homem.
7) A salvação como muros (Is 26.1; 60.18). Os muros falam de proteção. Na antiguidade, quando os meios de defesas eram poucos, usualmente ao se construir uma cidade, a mesma era cercada com uma forte muralha que servia de proteção, de amparo, de defesa contra ladrões ou ataques de inimigos que por ventura se aproximassem. Assim o cristo em Cristo está protegido pela muralha da salvação.
8) A salvação como âncora (1 Jo 5.11-13; Tt 1.2; 3.7; Jo 6.47, 68). Isto fala de firmeza, segurança, convicção da salvação do crente em Cristo. Estamos fazendo uma grande viajem ao mar desta vida, e o nosso porto seguro é a eternidade. O piloto ou capitão deste navio é Jesus Cristo, o Nosso Senhor. E a âncora representa nossa salvação. A âncora ancorada representa que estamos seguro da nossa salvação em Cristo. Se sairmos do navio, ou e da direção do capitão Jesus Cristo não poderemos ser salvos (At 27.31).
A Bíblia apresenta quatro tipos de âncoras do crente em Cristo (At 27.29). Vejamos:
a) A âncora da oração (Jr 33.3; Jo 14.13, 14; 16.23; 1 Jo 3.22; 5.14, 15);
b) A âncora da fé (1 Tm 1.19; 2 Tm 1.12; 4.7; Jd 3; Hb 11.1);
c) A âncora da esperança (Hb 6.18, 19; Tt 2.13; Sl 33.18, 19; 40.1; 146.3, 5; Jr 17.7; Rm 5.3-5; 8.24, 25; 14.13; Sl 22.4; 1 Pe 1.3; Cl 1.27; 1 Tm 1.1; Sl 119.49, 74, 81, 114, 147; 130.5; Rm 15.4; Sl 33.16, 17; 147.10, 11; Sl 20.7; Mt 6.19-21; Lc 12.13-21; 1 Tm 6.17; Sl 42.1-5; 71.1-5; 13, 14; Jr 17.17; Rm 8.18-25; Sl 16.9, 10; 2 Pe 3.13; 2 Co 5.1-5; o 14.2; 1 Ts 4.13-18; Fp 3.20, 21; 1 Jo 3.2, 3; 1 Pe 3.15).
d) A âncora da salvação (1 Jo 5.11-13; Tt 1.2; 3.7; Jo 6.47, 68).

X - AS RIQUEZAS DA SALVAÇÃO

1) Grande mudança espiritual (2 Co 5.17).
2) Ressurreição espiritual (Ef 2.1, 6).
3) Libertação das trevas (At 26.18).
4) Aproximação de Deus (Ef 2.13; 2 Pe 1.4).

XI - AS BÊNÇÃOS DA SALVAÇÃO

1) A ousada confiança (Hb 10.19-22).
2) O mistério revelado (1 Pe 1.5).

XII - OS EFEITOS DA SALVAÇÃO

1) Livre da pena do pecado (Lc 7.15; 1 Co 1.18; Ef 2.5-8).
2) Livre dos costumes e do domínio do pecado (Rm 6.14; Fp 1.19).
3) No futuro seremos salvos do corpo do pecado (Rm 13.11; 1 Jo 3.2; Fp 3.21).

CONCLUSÃO

A âncora do crente é a certeza da sua Salvação em Cristo Jesus. Meu querido leitor aceite a Cristo pela fé na obra expiatória do Filho de Deus realizado e consumado na Cruz do Calvário para nossa redenção e remissão de nossos pecados. Aceitar à Cristo como Salvador é para a sua salvação, e aceitá-lo como Senhor é para uma entrega total de sua vida dedicado a Ele e que Cristo será a partir de então o senhorio de sua vida, e que você será seu servo.
O plano da salvação teve início com Deus na eternidade anunciada no Éden após a queda do homem (Gn 3.15), efetuada por Cristo no Calvário (Jo 19.30) e operada pelo Espírito Santo (Jo 16.8- 11).
Senhor que permaneçamos fiéis na Palavra, conservando a nossa salvação até aquele Dia perfeito em que alcançaremos a perfeição e a glorificação - a salvação futura, ou seja, a salvação completa em Cristo Jesus (Rm 8.23; Lc 21.28; Ef 1.14; 2 Co 5.2,4,5; 1 Jo 3.2; Ef 4.30).


REFERÊNCIA

Este artigo foi extraído do livro ainda não editado de:
BARBOSA, Deusimar. Manancial das Doutrinas Bíblicas. Edição do Autor. Lago da Pedra – MA, 2009.

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