quinta-feira, 4 de junho de 2009

Deusimar Barbosa







AÇÃO
PENTECOSTAL
NA IGREJA








Uma perspectiva das verdades pentecostais na Igreja nos dias atuais
Deusimar Barbosa







AÇÃO
PENTECOSTAL
NA IGREJA



















DEDICATÓRIA
À minha esposa Francidalva, a mulher que Deus me deu para completar a nossa vida. 











AGRADECIMENTOS

À Deus que “pela graça de Deus, sou o que sou”.
Pelo apoio e estima do Pr. Presidente da IEADELP – Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Lago da Pedra – MA, Raimundo Francisco dos Santos, Pr. Vice-Presidente Francisco de Assis Gonçalves e Pr. Auxiliar Magno de Jesus.


SUMÁRIO

Dedicatória 3
Agradecimentos 4
Introdução 5
1. A Salvação, o grande milagre de Deus 6
2. O Batismo no Espírito Santo para a Igreja 113
3. As Operações Divinas na Igreja 129
4. Os Dons Assistenciais ou Vocacionais para a Igreja 130
5. Os Dons Espirituais para a Igreja 134
6. Os Dons Ministeriais para a Igreja 162
7. A Cura Divina na Igreja 178
8. O Fruto do Espírito Santo na Igreja 190
9. Os Frutos do Espírito Santo na Igreja 202
10. O Avivamento Pentecostal para a Igreja 209
Referências Bibliográficas 231


INTRODUÇÃO


Estudaremos neste livro um dos assuntos mais ricos contido nas Escrituras, e que são mais desprezados pelos crentes em pleno século XXI.
Servem como base cristã no conhecimento e no desenvolvimento da igreja de Cristo, na busca de um melhor entendimento das coisas espirituais de Deus, segundo a luz das Sagradas Escrituras.
Estes assuntos fazem parte das verdades pentecostais que são incontestáveis reveladas na Santa Escritura. Todas elas foram prometidas e cumpridas cabalmente, e evidenciaram nas vidas de todos aqueles que crêem nas promessas de Deus, a todos experimentaram e experimentam estas poderosas manifestações de Deus em suas vidas, que os levam a realizar grandes obras para a glória e louvor de Deus, produzindo grandes efeitos eficazes na salvação dos pecadores e no crescimento do Reino de Deus.
Estas doutrinas fazem uma verdadeira transformação em nossa sociedade corrupta, atinge grandes fenômenos morais e espirituais na vida da Igreja, e também a sociedade.
Precisamos de profundas experiências com Deus com relação a estes assuntos, a ser vivido na prática de cada um dos crentes.

1
A SALVAÇÃO, O GRANDE MILAGRE DE DEUS

A palavra salvação vem do original grego soteria em Rm 1.16, significa salvação. Ele encerra, na revelação divina, os sentidos de livramento, libertação, segurança, preservação, cura, saúde, vigor, descanso.
O Pastor Claudionor C. Andrade em seu livro “Dicionário Teológico”, responde acerca da salvação: “Salvamento, libertação de um perigo iminente. Livramento do que aceita a Cristo do poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à plena comunhão com Deus.
A salvação é obtida pela graça; é um dom gratuito e imerecido que o pecador recebe mediante a fé que empenha no sacrifício de Jesus Cristo (Ef. 2.8-11)”.
Salvação é uma milagrosa transformação espiritual que tem lugar na alma e na vida da pessoa que, pela fé, recebe Jesus Cristo como seu Salvador pessoas, reconhecendo que Ele morreu em seu lugar (EF. 2.8,9;2 Co 5.17; Jo 1.12; 3.5).
A salvação não é obra humana, pois ela provém de Deus e é ação infinita do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A Trindade propôs salvar o homem por meio de uma obra aparentemente graça e pobre, mas de valor incalculável, pois custou o sangue precioso de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (1 Co 1.21-24).
Salvação não significa apenas livramento da condenação do inferno. Não! Ela abraça todos os atos e processos redentores e transformadores da parte de Deus para com o homem e a terra, através de Jesus Cristo. Para o crente, a salvação começa com a regeneração da alma, continua com a redenção do corpo e prossegue com a glorificação do próprio crente um dia na presença de Deus.
A razão porque muitos crentes levam uma vida comprometida com o mundo (Rm 12.2; 1 Jo 2.15-17), descuidada e negligente, sem amor para com Deus, sem dedicação e sem ideal, sem busca contínua da face do Senhor é pelo fato de terem uma visão atrofiada do que é a real salvação.
A salvação é uma necessidade cruciante, porque todos os homens sem Deus estão perdidos, por serem pecadores por natureza e por livre escolha, mas quando o pecado estava no seu auge e quando todo mundo deu as costas para Deus, Ele veio em socorro do homem perdido. O Calvário foi à alta resposta do soberano Deus à necessidade de salvação do homem arruinado pelo pecado. A salvação é, pois tudo o que Deus fez e faz para levar uma raça de perdidos pecadores à comunhão com um Deus santo.
A salvação é um plano oriundo da graça de Deus.



I. A NECESSIDADE DO MILAGRE DA SALVAÇÃO

A Bíblia Sagrada está repleta de inúmeros textos sagrados que abordam a necessidade de que o homem tem do milagre da salvação. O apóstolo João foi muito direito, sucinto e claro ao expressar-se da seguinte forma: “Todo o mundo está no Maligno” (1 Jo 5.19).
Por que todo mundo está no maligno?

1. Porque o Pecado Está em Todos os Homens

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Desde a queda dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, todos os homens têm nascido debaixo do pecado, o monarca Davi responde com precisão, “eis que em iniqüidade fui formado e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51. 5. Ver Rm 5.12), sem exceção; pois todos pecaram. Quando o apóstolo Paulo se achava preso dois anos em sua casa em Roma, por causa do evangelho, escreveu acerca do grande problema do pecado (At 28.27-30).

2. Porque o Efeito do Pecado é Imediato

Este terrível mal, o pecado, lançou toda a raça humana na desgraça. Alguns procuram, por processos racionais, tirar o pecado do homem, mas o seu esforço é vão, pois a presença e os efeitos do pecado estão em toda a parte: nos cemitérios, nas penitenciárias, nos hospitais, nos lares enlutados etc. Não há quem escape desse terrível veneno: o rico, o pobre, o sábio, o ignorante, o doutor, o analfabeto, o forte, o fraco, todos estão destinados a morrer, pois esta é a lei da conseqüência do pecado: “a alma que pecar, essa morrerá.” (Ez 18.4).

3. Porque as Conseqüências do Pecado São Espirituais

As Sagradas Escrituras revelam que o pecado é um cancro na alma humana, pecado no original significa “errar o alvo”, faz o homem errar o alvo da vontade de Deus quando transgride a lei de Deus. O pecado impede de perdoar (Mt 6.14,15) e, conseqüentemente, de receber o perdão de Deus. O pecado é transgressão contra Deus (Sl 32.1:1 Tm 2.14). Pecado é uma extremidade em extremo, uma iniqüidade (Sl 32.1). Por causa do pecado, era imprescindível uma redenção divina para a humanidade culpada – o milagre da salvação.


II. AS RIQUEZAS DO MILAGRE DA SALVAÇÃO EM CRISTO JESUS

A salvação conforme está nas Sagradas Escrituras é de uma riqueza incalculável, inconcebível e inesgotável. Pode-se notar pelas palavras usadas para o plano completo da salvação: justificação, redenção, graça, propiciação, perdão, santificação e glorificação.
Vejamos as riquezas da salvação na vida do crente salvo:

1. O Crente Tem Uma Grande Mudança

No seu íntimo, o salvo é uma pessoa transformada (2 Co 5.17). Não se trata de uma prática social, nem uma autodisciplina, nem uma obediência a um código de ética, pois jamais alguém foi salvo por isso. Sabemos que a ação social é uma coisa boa e fundamental para as pessoas carentes. Mas ela não salva ninguém de seus pecados (Ef 2.8,9), porque a salvação é um mistério que foi proclamado por nosso Senhor Jesus Cristo (Lc 4.18, 19; At 10.38).

2. O Real Significado da Salvação na Vida do Crente

Podemos dizer que o real significado da salvação do crente é: uma ressurreição – apóstolo Paulo contemplou este mundo como um grande cemitério espiritual e em todos os túmulos (de gente aparentemente viva – para o mundo, mas mortos espirituais – para Deus) “mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1). Então Paulo diz que Deus nos ressuscitou juntamente com Cristo (Ef 2.6).
Uma libertação das trevas, “Para lhes abrires os olhos e das trevas os converteres à luz e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados e sorte entre os santificados pela fé em mim”. (At 26.18). “Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13), pois vivíamos uma vida indigna de pecados (Rm 3.9-18). Uma aproximação de Deus (Ef 2.13). Isso é maravilhoso, pois nos tornamos assim participantes da vida de Deus (2 Pe 1.4).

III. AS BENÇÃOS DO MILAGRE DA SALVAÇÃO

A salvação transforma o pecador perdido num herdeiro do céu. Não é preciso argumentar muito para expor as bênçãos e o milagre da salvação, desde que se tenha uma idéia dessa diferença.




1. Uma Ousada Confiança no Milagre da Salvação

A ousadia do salvo é justificada pela certeza de ter adquirido direitos pela salvação em todos os seus aspectos. “tendo pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemos-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé” (Hb 10.19-22). A ousadia é baseada no sangue de Cristo Jesus e não nos méritos humanos.

2. Efeitos do Milagre da Salvação

O homem é salvo da pena do pecado (Lc 7.14; 1 Co 1.18; Ef 2.5-8), ficando seguro para sempre. O homem vai sendo salvo dos costumes e do domínio do pecado (Rm 6.14; Fp 1.19). O homem será salvo do corpo do pecado (Rm 13.11; 1Jo 3.2).
No Antigo Testamento, salvação referia-se a perigo de guerra ou de terrível enfermidade (Sl 86.2). Mas no Novo Testamento, a salvação da alma é uma revelação de Deus em Cristo (Ef 3.3,4).

3. O Mistério Milagroso da Salvação Revelado

O apóstolo Pedro escreveu sobre o mistério da salvação já prestes para se revelar no último tempo, “que mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para a salvação já prestes para se revelar no último tempo”, (1 Pe 1.5). Aqui significa a salvação no futuro, a onde nós obteremos a nossa herança no céu (1 Pe 1.4), e a salvação da alma (1 Pe 1.9). A própria palavra salvação é um mistério. Vem da palavra “Soteria”, do grego, e significa saúde, segurança e livramento do perigo da condenação eterna.
E nela está incluído o plano da redenção em Cristo Jesus.

IV. AS RIQUEZAS DO MILAGRE DA GRAÇA DIVINA

São várias as facetas do ministério milagroso da salvação (Ef 3.8-10). A salvação é tal qual um diamante com várias facetas, a saber:


1. O Milagre da Graça Divina (Jo 1.11-17; Rm 5.15-21; Tt 2.11; Hb 4.6)

A graça divina é a bondosa e imerecida disposição de Deus para com todos resultante do seu incalculável infinito amor.
A graça divina é um dos seus mais conhecidos, amados e maravilhosos atributos. Trata-se do favor pessoal de Deus dispensado ao homem, gerando prazer e felicidade e bênçãos no coração daquele que o recebe. A graça divina é a resposta de Deus a toda a miséria e necessidade humana. A graça divina é o imerecido favor da Divindade, e vem tornar-se calorosamente benfazeja para com a humanidade.

2. Deus e o Milagre da Graça

Uma revelação característica de Deus é a que o representa como “Deus de toda graça” (1 Pe 5.10). Somente tal graça divina total poderia apagar os negros efeitos do pecado. “Deus de toda a graça”, significa que a graça divina é inesgotável. Esta é a grande mensagem milagrosa de esperança para todos.

3. O Fiel Propósito do Milagre da Graça Divina

O principal propósito da graça de Deus personificada em Jesus Cristo é salvar o homem (Ef 2.8,9; Tt 2.11-13). O homem sem Deus está morto espiritual em seus pecados. “Estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo – pela graça sois salvo” (Ef 2.5). Ora um morto não pode ajudar em nada na sua própria ressurreição.

4. Deus é Doador da Milagrosa Graça

É simplesmente maravilhoso saber, entender e experimentar o fato de que Deus pode e quer repartir sua graça. O monarca Davi afirma: “O senhor dá graça e glória” (Sl 84.11).
A milagrosa graça divina é oferecida por Deus a cada nação, a cada família, a cada pessoa. A negrura do pecado e a maldição que ele acarreta, somente podem ser desfeitas com a doação de tão maravilhosa graça (Tt 2.11).

5. O Trono de Deus é Um Trono de Graça Milagroso

“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.16). A palavra graça aparece no texto das Escrituras Sagradas cerca de 166 vezes. A palavra graça do original hebraico é “hessed”, e do grego “charis”, significa favor imerecido concedido por Deus para o homem.
Com a redenção das nossas almas por Jesus, mediante o seu sangue, quando Ele, como nosso substituto consumou a nossa salvação, o que era antes um trono de juízo, passou a ser um trono de graça.

6. Necessitamos da Milagrosa Graça Divina Para Servirmos a Deus

“Pelo que, tendo recebido um Reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverência e piedade” (Hb 12.28). Como cristãos devemos usar com sabedoria a graça divina recebida de Deus. Não a desperdicemos nem a esqueçamos.
Que a graça de Deus em nós não seja vã, “...vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão” (2 Co 6.1). É possível o cristão receber a graça divina e experimentar a salvação de Deus. Mas há crentes que perdem a graça por causa do descuido de sua vida cristão, vivem no pecado, apostatam da fé cristã, o evangelho de poder, e voltam a se perderem nesse mundo. Todos os crentes que recebem a graça divina devem ser ensinados pelos seus lideres eclesiásticos a luz da Bíblia a não recebê-la em vão.
Na época da Lei, a obediência era exigida, mas, na da graça, é esperada, segundo a Lei de Cristo, que é a lei do amor (1 Co 9.21). Quem mais O ama mais dedicadamente O segue e O serve (Jo 14.15, 21,23).
A graça de Deus leva o homem primeiramente a renunciar à impiedade e prazeres mundanos e viver sábia, justa e piamente (Tt 2.11, 12).

7. Jesus Cristo e o Milagre da Graça Divina

É inteiramente impossível dissociar o Senhor e Salvador Jesus Cristo da graça divina. A milagrosa graça divina veio por intermédio de Jesus Cristo.
“Porque a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”.
“Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos” (Jo 1.17; Rm 5.15). A humanidade experimentou a graça divina em todas as épocas antes de Jesus Cristo, mas não em plenitude. O mesmo se deu em relação à Lei. A humanidade recebeu a lei de Deus antes de Moisés, mas a plenitude veio por ele. (Êx 20.1-17).
O Senhor Jesus Cristo veio a este mundo para manifestar a graça salvadora de Deus, em toda a sua plenitude. Em virtude dessa graça, abriu-se um novo e vivo caminho para Deus (Tt 2.11; Hb 10.19,20).



8. Jesus Cristo Veio ao Mundo Cheio da Milagrosa Graça Divina

“E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). A plenitude de graça divina do Senhor e Salvador Jesus Cristo e, talvez, a mais notável característica que o credencia a ser o nosso Redentor, pois pela graça sois salvos (Ef 2.5,8).

9. A Milagrosa Graça Divina é Concedida Por Jesus cristo

“E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça” (Jo 1.16). A mensagem do Diabo no tocante ao homem é “pele por pele” (Jo 2.4). Mas a mensagem de Cristo é “graça por graça”. Isto fala de doação permanente de uma graça divina inesgotável que o Senhor Jesus Cristo assegura com firmeza aos seus remidos.
Vejamos a graça divina na vida do Senhor Jesus Cristo, segundo o apóstolo Paulo (1 Tm. 3.16):
O grande ministério da piedade e da encarnação de Jesus é um mistério da graça de Deus. (Mt 1.18-25; Lc 1.35; Jo 1.14; Hb 2.14,15).
A vida terrena do Salvador e ministério foi uma dádiva da graça de Deus (Mt 4.23; 9.35; Lc 4.16-19; At 10.38).
O Salvador foi visto dos anjos em toda a sua vida, desde o nascimento á ascensão por causa da graça de Deus (Mt 1.20; 4.11; 28. 2,3,5,6,7; At 1.10,11).
O sacrifício do Calvário, com todas as suas dimensões universais foi um sacrifício por graça de Deus (Mt 27.32-56; Lc 23.33-48; Jo 19.17-37; 1 Co 5.18-21; Ef 2.12-16; Fp 2.5-11; Cl 1.13,14,20-22; 2. 14,15; 1 Tm 3.16).
A ressurreição triunfante de Jesus Cristo no terceiro dia (1 Co 15.3), foi a vitória da graça de Deus sobre o pecado, a morte e o diabo (Hb 2.14,15).
A volta do Senhor Jesus Cristo será a manifestação final da graça do Senhor que disse: “não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros” (Jo 14.18. Ver Tt 2.13).


V. A NATUREZA DO MILAGRE DA GRAÇA DIVINA

A mente humana não está definitivamente capacitada e adestrada para compreender a infinitude da graça divina, em todas as múltiplas dimensões. Ela é a mais profunda que o imenso mar e mais alta que os altos céus.
Vejamos a imensa natureza da graça divina:


1. A Graça Divina é Abundante

“E os apóstolos davam, com grane poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça” (At 4.33). A grandeza da graça divina é a própria grandeza de Deus.
Por ser abundante ela envolve todo o mundo. Por ser abundante ela alcança todas as épocas. Por ser abundante ela anula todas as reações. Por ser abundante ela se torna o veículo eficaz para envolver toda a humanidade, predispondo-a a tornar-se merecedora da redenção divina e facultando-lhe a oportunidade de escapar à justa e inevitável condenação.

2. A Graça Divina é Suficiente

“E disse-me: a minha graça te basta, por que o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo” (2 Co 1.9). A graça aqui se refere à essência do caráter de Deus e demonstra assim que tipo de natureza possui o mesmo Deus. Graça divina é a resposta de Deus à necessidade do homem. Posto que a sua necessidade é altamente vasta e profundamente abrangente, Deus sentiu a importância de estender a Sua mão ao homem oferecendo-lhe uma graça suficiente.
Assim sendo, o Senhor tranqüilizou a Paulo, afirmando-lhe: a minha graça é suficiente, a minha graça é bastante.

3. A Graça Divina é Rica

“Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus” (Ef 2.7). Deus manifestou sua graça a todos os homens, posto que houvessem sido todos encerrados debaixo do pecado. Portanto, trata-se de uma graça infinitamente rica. Por isso, Paulo menciona as “riquezas” da graça de Deus.

4. A Graça Divina é Soberana

“Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 5.21). Por longo tempo o pecado reinou soberanamente no coração do homem. Mas agora, assim “como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna”.


VI. AS OPERAÇÕES MILAGROSAS DA GRAÇA DIVINA

Independente do aspecto teológico, as operações da graça de Deus devem ser sentidas, provadas e experimentadas na vida de qualquer criatura.

1. Somos Justificados Pela Graça Divina

“Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24). Dinheiro algum deste mundo, o dólar e o euro as maiores moeda do mundo não seriam capaz de pagar a nossa redenção, (SI 49. 7,8), pois era excessiva a nossa culpa e demasiada a nossa dívida e intolerável a nossa transgressão. Mesmo assim, o Senhor nos perdoou e justificou.

2. Por Que e Como Ele Faz?

Paulo nos afirma que é por Sua graça.
Essa justificação significa que Deus rasgou a cédula da dívida que havia contra nós, cravando-a na cruz do Calvário (Cl 2.14). Jesus Cristo anulou a nossa “nota promissória”, na qual os nossos débitos nos condenavam e agora acreditou em nossa conta o sacrifício expiatório do Seu bem-amado Filho Jesus.

3. Somos Salvo Pela Graça Divina

“Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvo), porque pela graça sois alvo, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.5,8). A graça se manifesta admiravelmente em nossa vida através da salvação que Deus nos proporciona.
A superabundante e divinal graça é experimentada através da provisão feita pelo Redentor para os que anteriormente se encontravam debaixo da Lei.


4. Somos Perdoados Pela Graça Divina

“Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça” (Ef 1.7).




VII. OS CRISTÃOS E A GRAÇA DIVINA

Somos o povo mais bem privilegiado no mundo, porque estamos em alta escala espiritual acima dos pecadores sem Deus, Paulo diz: “... o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1.3). A maior posição do mundo político-econômico é o cargo da presidência dos Estados Unidos da América, mas os crentes em Cristo estão acima, porque é elevado na esfera espiritual, “as bênçãos espirituais” e “nos lugares celestiais em Cristo”, tudo pela graça salvadora de Cristo Jesus.
Além dessa posição privilegiada existem duas posições dos crentes pela graça divina, herdeiros da graça e estamos debaixo da graça, mas os crentes não devem se conformar somente com essas posições espirituais, mas buscarem a crescer, fortalecer e triunfar pela graça de Deus.

1. Somos Herdeiros da Graça Divina

“... como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida...” (1 Pe 3.7). Isto significa que Deus nos fez legalmente participantes dessa herança da graça que Ele manifestou ao mundo através de Seu Filho Jesus Cristo. Portanto, a graça é nossa.

2. Estamos Debaixo da Graça Divina

“... pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm 6.14). Isto quer dizer que o peso da condenação e o jugo da lei não mais pesam sobre a nossa vida. Agora estamos debaixo da benção maravilhosa da graça de Deus, nosso Senhor.

3. Devemos Crescer na Graça Divina

“antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”(2 Pe 3.18). Significa dizer que o caminho da graça é progressivo. Hoje podemos experimentar a graça em maior porção que ontem. Amanhã, mais que hoje. E assim nunca cessaremos de ver multiplicado por sobre nosso viver a exuberante graça do Senhor.

4. Devemos Ser Fortes na Graça Divina

“Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus” (2 Tm 2.1). Uma grande queixa do povo de Deus ao redor do mundo configura-se em que vive em estado de permanente fraqueza espiritual. Isto simplesmente não precisa acontecer. A graça nos fortalece. Timóteo foi aconselhado a fortificar-se na graça. Devemos triunfar pela graça divina.
“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo” (2 Co 12.9). Na jornada da vida cristã, normal, e na lida do ministério, as dificuldades e adversidades espirituais são vencidas pela graça de Deus.
Quando o apóstolo Paulo se voltou para Deus a fim de dar solução aos seus problemas, a resposta amorosa foi “a minha graça te basta”.
A graça de Deus é a provisão da salvação para o homem por intermédio da pessoa bendita de Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador.

VIII. O MILGARE DA ELEIÇÃO DIVINA

Estudaremos a partir de agora um dos assuntos mais palpitantes e controvertidos e interessantes de todas as Escrituras Sagradas.
Existem dois conceitos principais sobre a doutrina da eleição, que passaremos a estudar: o conceito dos que acreditam no destino absoluto do homem e dos que acreditam do destino relativo.
Os que defendem o princípio do destino absoluto não deixam margem para a participação do homem. Mas os que crêem no destino relativo admitem que o homem tenha a oportunidade de escolha do seu próprio futuro, como veremos neste estudo.
Grandes teólogos de ambos as partes usam palavras do Livro Santo – a Bíblia Sagrada – mostrando seus pontos de vista. Mas o que é mesmo necessário é que a revelação da doutrina esteja na Escritura Sagrada para que ela seja baseada não só em determinados textos isolados, como também seja apoiada pelo contexto sagrado.

1. Os Escolhidos do Senhor São Contemplados por Deus

A eleição divina está na presciência de Deus (Rm 8.29,30; Gl 1.3-5).
Deus elegeu homens no Antigo Testamento para realizar a sua obra (Ver 1 Sm 13.14; Is 45.4; 49.1).
A eleição é para quem crer em Cristo Jesus (Jo 3.16-18). A eleição divina, salva o pior pecador (1 Tm 1.13-15).
Formos eleitos por Deus antes da fundação do mundo (Ef 1.4).
Chamamos atenção dos leitores para que acompanhe a profundidade dos textos da carta de Ef. 1.3-10; 2 Co 5-11; 2 Pe 1-2; e sua exegese, reconhecendo por isso a veracidade do ponto de vista defendido por nossa Igreja, sempre zelosa na defesa das verdades bíblicas.



2. O Milagre da Eleição no Plano Divino

“Por amor de meu servo Jacó e de Israel, meu eleito, eu a ti te chamarei pelo teu nome; pus-te o teu sobrenome, ainda que não me conhecesses”.
“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade”, (Is 45.4; Ef 1.4). A palavra eleição do original grego é “eklegoe” que significa à escolha feira por Deus, em Cristo Jesus, elegem um povo para si mesmo, é Deus se identificando o seu real e profundo amor para o homem.
É importante saber que existe um plano eterno estabelecido por Deus para salvar o pecador. A esse plano é que chamamos eleição. Entretanto, eleição divina não é um termo criado pelos teólogos, cientistas evolucionistas e antropólogos para servir como instrumento didático, metodológico e pedagógico, não! Mas está expresso na Escritura Sagrada (Rm 9.11; 11.5, 28; 1 Ts 1.4; 2 Pe 1.10).
Eleição é escolha divina. Jesus Cristo disse: “Não me escolhestes vós (os homens) a mim (Cristo), mas eu (Cristo) vos escolhi a vós (os homens), e vos nomeei, para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça” (Jo 15.16). Portanto, a escolha ou eleição divina que Jesus Cristo faz tem um propósito definido. Não só os obreiros, mas todos os eleitos são por Cristo Jesus enviados para dar frutos que permaneçam.

3. A Eleição Divina é Segundo a Presciência de
Deus (Is 45.4; Ef 1.3,4; 1 Pe 1,2)

O leitor lendo os textos sagrados encontra dois aspectos diferentes da eleição divina.

a) Eleição coletiva

“Por amor de meu servo Jacó e de Israel, meu eleito, eu a ti te chamarei pelo teu nome; pus-te o teu sobrenome, ainda que não me conhecesses”. (Is 45.4). Aqui significa que Israel foi à nação eleita por Deus, para que através dela nascesse o Salvador, Jesus Cristo, nosso Senhor.
Aqui vemos também que a eleição de Israel foi um ponto de partida para a provisão da salvação para os homens em geral (judeus e gentios). Deus fez um juramento a Abraão e cumpriu a sua palavra (Dt 4.37). A Igreja foi escolhida antes de existir (Ef. 1.4; 3.1-11).




b) Eleição individual

“Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo...” (1 Pe 1.2). O termo eleição tem suscitado certas dúvidas nas escolas teológicas arminiana e calvinista. Os que seguem o ensinamento de João Calvino e os que adotam os princípios defendidos por Jacó Arminio.
Calvino enfatiza que a soberania de Deus predestinou o homem incondicionalmente para ser salvo (ou para ser perdido). Para ele, “Deus é o responsável”. Quando um caso na Bíblia é mencionado sob o ponto de vista da profecia, Deus sabe o que vai acontecer (é a Sua presciência), mas isto não influi como um propósito determinante do fato, como ele deverá acontecer. Em outras palavras, Deus não determina que tal fato aconteça desta ou daquela maneira, mas sabe de antemão o que vai acontecer, quando e como vai ser o acontecimento. Deus falou do rei Josias antes dele nascer (1 Rs 13.2,3 comparar com 2 Rs 23.17-19).

c) Homens que foram escolhidos antes de nascer

As Escrituras Sagradas dão conta de homens que foram escolhidos antes de nascer, a saber:
Davi é um exemplo de escolha de Deus, “Porém, agora, não subsistirá o teu reino; já tem buscado o SENHOR para si um homem segundo o seu coração e já lhe tem ordenado o SENHOR que seja chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou” (1 Sm 13.14). Saul foi rejeitado no ano 1.063 a.C., enquanto que Davi só veio a nascer no ano 1.055 a.C., ou seja, oito anos depois. É que Deus já conhecia o coração de Davi antes dele nascer.
Isaías também afirmou que fora escolhido desde o ventre materno “... O SENHOR me chamou desde o ventre, desde as estranhas de minha mãe, fez menção do meu nome” (Is 49.1).
Jeremias “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e antes que saísse da madre, te santifiquei e ás nações te dei por profeta” (Jr 1.5). Deus já tinha determinado a vida do profeta Jeremias antes de nascer, do mesmo modo Deus também tem plano para cada um de nós.
Paulo diz: “aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça” (Gl 1.4,5). Aqui Deus separa e chama Paulo para o apostolado, e já havia determinado antes de nascer para ser uma grande testemunha aos gentios, assim todos nós como crentes fomos separados por Deus desse mundo mau para vivermos em comunhão com Deus, e pregar o evangelho diante deste mundo. Destes, a Bíblia fala. Mas, quando outros podem afirmar com a mesma segurança inspirada pelo Espírito de Deus ter sido igualmente escolhidos! Aleluia!

4. A Eleição Divina Baseia-se no Amor de Deus

Nenhuma outra razão existe para a eleição senão unicamente o infinito amor de Deus, “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). “Porque Deus amou (amor agape) o mundo (os homens) de tal maneira” – eis a razão. Mas podemos ver aqui a incoerência e a ousadia de se admitir que Deus pudesse predestinar alguém para a eterna perdição, pois tal raciocínio é incompatível como o amor de Deus “de tal maneira”, expressão esta que determina amor além do que pode ser definido (Jo 3.16).

5. A Eleição Divina na Fé em Jesus Cristo (2 Co 5.11; 2 Pe 1.1)

Já vimos que Deus escolheu o homem segundo a Sua presciência. Essa escolha é para abençoar-nos através de Jesus Cristo. Deus deu ao homem o direito de livre escolha. Eis um assunto de suma importância ao estudarmos o assunto “eleição” divina segunda a fé. A conclusão é: crer no Senhor como Salvador (Rm 5.6-11).

6. A Salvação Prevista em Cristo Jesus

“o qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós”; (1 P 1.20).
Ora, se Deus é onisciente, é lógico que sabe de todas as coisas do passado, presente e futuro. A presciência está fundamentada na onisciência e previsão da salvação em Cristo Jesus é, por isto, evidente (1 Pe 1.20). Jesus Cristo é o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8), isto é, o efeito redentor da obra de Cristo na cruz do Calvário é extensivo a toda a espécie humana em todos os tempos. Isto significa que salvação só há em Jesus Cristo (Jo 14.6), não só agora, mas em todos os séculos.

7. O Desejo de Deus é que Todos os Homens Sejam Salvos

“que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4). Aqui significa dois aspectos da vontade de Deus para o homem ser salvo em Cristo:
Perfeita vontade é que deseja “que todos os homens se salvem” (1 Tm 24).
Vontade permissiva, Deus tolera e permite aqueles que experimentaram o gozo da salvação, e são apóstatas da fé, e rejeitaram a preciosidade da salvação em Cristo.
Nem todos aceitam o plano de Deus. Então, pela presciência, Deus sabe o que vai acontecer a cada uma de suas criaturas, pois o Espírito Santo não desrespeita a vontade do pecador, nem para o bem nem para o mal. Ele quer que todos sejam salvos. Faz tudo para dar aos homens a oportunidade de salvação, mas não força a decisão de ninguém. Vejamos o caso de Saulo de Tarso não foi uma violência, mas, sabendo da sinceridade de seu coração, deu-lhe uma oportunidade especial, já que nenhum pregador poderia falar-lhe do evangelho (At 9.3-6).

8. Deus Revela o Mistério da Salvação aos que Crêem em Cristo

O apóstolo Paulo é quem falou sobre a revelação dos mistérios de Deus aos crentes: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” (1 Co 2.9). E no versículo 10 ele diz: “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito”. O Espírito Santo, portanto, esclarece ou revela as sublimidades ocultas no eterno plano de Deus. Mas só os crentes que têm o Espírito Santo podem alcançar tamanha benção.

9. Deus não Faz Acepção para Aqueles que Crêem em Cristo

“E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção das pessoas” (At 10.34). Deus não tem preferência por nação, raça ou porque a pessoa é elevada status social, econômico e político, pobre, rico, cor, não! Mas o que Deus aceita é o arrependimento, o abandono das práticas do pecado, creia em Cristo Jesus como Senhor e Salvador, que teme, obedeçam e vivem a prática genuína da Palavra.
Todos são aceitos por Cristo, já que Ele morreu por todos e quer salvar a todos (Dt 10.17; At 10.34; Rm 2.11; Tg 2.1).
Os presbiterianos, batistas e as igrejas reformadas adotaram a tese de Calvino; os metodistas, episcopais e luteranos, porém, acompanham a opinião de Armínio. Não convém confundir presciência com predestinação. Na predestinação, Deus escolhe e determina; na presciência Deus sabe de antemão o que vai acontecer. Deus é sabedor se determinada pessoa vai aceitar a Cristo ou não. E isto, em relação a todas as pessoas. E Ele apela: “Escolhe, pois, a vida, para que vivas...” (Dt 30.19). Crendo e aceitando o seu plano, Deus jamais rejeita o pecador.



10. A eleição divina na riqueza da graça (Ef 1.5-7)

Graça no grego é charis que significa favor imerecido, é dom ou dádiva de Deus ao homem. Quando se oferece algo de graça, a pessoa que o recebe nada terá que pagar, mesmo que o valor do objeto seja muito elevado. Pois assim é a graça de Deus: o valor de sua dádiva e inestimável, pois é o sangue de seu Filho Jesus, derramado na cruz. Mas Deus não exige nada a não ser a fé.

11. Deus de Bênçãos

Deus nos tem destinados todas as bênçãos nos lugares celestiais em Cristo. Esta verdade está registrada na Palavra de Deus e todos podem recebê-la pela fé em Cristo Jesus.
A eleição divina é uma benção concedida por Deus a quem aceita Cristo como Senhor e Salvador (Rm 10.9,10). Todas as conseqüências da salvação apresentam-se como bênçãos adicionais. Para conceder tais bênçãos é que Deus manifestou a sua graça (Tt 2.11-13).
Não é por ser eleito por Deus que o homem vai para o inferno, e sim por rejeitar a Cristo. Logo, as bênçãos de Deus não são negadas, exceto aos que rejeitarem o Filho de Deus. Não são dadas a quem rejeitar a Cristo, porque são destinados especialmente aos que crêem no evangelho. Deus é Deus de bênçãos, mas o homemé é ímpio e rejeita suas bênçãos, amando mais o mundo e suas concupiscências (2 Tm 3.2-7; Tg 4.4; Jo 2.15-17).
O apóstolo do amor, João escreveu: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele” (1 Jo 3.2). Aqui significa é que nossa semelhança com Deus foi prejudicada pelo efeito do pecado. O homem foi criado à imagem de Deus (Gn 1.26), mas, ao pecar, essa semelhança ficou danificada e continua cada vez mais estragada, à proporção que o pecado se multiplica sobre a face da terra. Mas, ao encontrarmos o Senhor na sua glória, seremos semelhantes a Ele. Aleluia! Aquela semelhança inicial ser-nos-á restaurada.

12. A Graça Divina Salvadora não Tem Limite

Foi o apóstolo Paulo quem falou mais claro sobre a salvação, o perdão divino e a graça superabundante de Deus. Paulo fora perseguidor da Igreja (At 9.1,2). Embora o fizesse por excesso de zelo segundo o farisaísmo, ele reconhecia-se o maior de todos os pecadores (1 Tm 1.15). Não sabemos de alguém mais pecador do que Paulo, mas se houver ainda para esse existe salvação, porque a graça de Cristo pode salvar o maior de todos os pecadores que n’Ele crer.

IX. O MILAGRE DA REDENÇÃO EM CRISTO

A palavra redenção provém da original grego “apolutrósis” que significa a compra de um escravo para dar-lhe a liberdade. O milagre da redenção em Cristo é a compra do pecador que é por sua vez escravo do pecado (Jo 8.34), o preço do resgate do pecador foi o sangue de Cristo Jesus (1 Pe 1.18,19).
A redenção é o plano de Deus para a libertação do homem. Embora já estivesse no plano de Deus desde a queda do homem, a redenção era, contudo, desconhecida. O ser humano decaído do seu estado original não podia entender ou mesmo imaginar um plano assim, de infinita graça e misericórdia da parte do Criador, ultrajado pelo pecado cometido pelo homem, de todas as criaturas a mais privilegiada, feita à imagem e semelhança do Criador (Gn 1.26), enquanto tudo o mais fora criado mediante a Palavra de Deus (Hb 11.3).
Não obstante o desconhecimento da redenção por parte do homem perdido estava ela planejada desde o princípio, isto é, que o Filho de Deus viria para executar a obra da cruz (1 Pe 1.20).
A redenção é o maior acontecimento da história da humanidade, pois, conquanto os demais apenas marcassem uma época e exerceu influência noutros acontecimentos terrenos, a redenção tem efeito e alcance que ultrapassam os limites do tempo, e penetram na eternidade.
O plano divino da redenção humana compreende uma sucessão de atos misericordiosos de Deus alcançando todos os homens.
Através desses atos divinos, a miserável criatura pode ser transformada e atingir um plano espiritual elevado, tomando posse da salvação e da vida eterna, pela fé em Cristo Jesus, o nosso Redentor. A nossa redenção foi planejada por Deus, mediante o sacrifício do seu Filho Jesus antes da fundação do mundo (Ap 13.8)

1. A Provisão da Redenção em Cristo

A provisão da redenção da alma humana deu-se através do derramamento do sangue de Cristo. Foi o meio que Deus encontrou para redimir a alma humana da condenação do pecado e da perdição eterna.



2. A Necessidade do Sacrifício de Cristo

O decreto divino era: “sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22); “Portanto é o sangue que fará expiação pela alma” (Lv 17.11). Então, como já estava no plano divino, o sangue de Jesus foi derramado para pagar o preço da redenção. O sacrifício era necessário porque não havia outro meio pelo qual o pecador pudesse achar graça diante de Deus, estando irremediavelmente separado do Criador pelo pecado que passou a todos os homens (Rm 5.12). Uma medida se fazia urgente, e nenhum outro podia providenciá-la senão o próprio Deus.

3. Deus, o Provedor da Redenção em Cristo

Deus mesmo proveu tudo por sua abundante graça, através da obra de Jesus Cristo, livrando-nos da morte eterna (Ef 2.5). Hoje podemos contar, pelo efeito da redenção, o hino da vitória. Graças a Deus, pela sua providência, livrando todo aquele que de bom grado aceita essa provisão, que é o sangue do Cordeiro de Deus derramado em nosso lugar, no Calvário, há acerca de 2.000 anos.
Não existe na história outro acontecimento tão rico de significação para o ser humano como o da cruz do Calvário. Nem mesmo a obra da criação no Gênesis se reveste de tão extraordinário mistério e nada se iguala em demonstração do infinito amor de Deus.

4. A Importância do Amor de Deus

O apóstolo Paulo escreveu em Romanos 5.7,8: “Poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”, Necessitamos “cingir os lombos” do entendimento, isto é, ter a mente constantemente preparada para entender o que Deus fez por nós, dando-nos vida e amor (2 Pe 1.3).
Ninguém até hoje soube descrever o amor de Deus demonstrado na obra da redenção. Nem mesmo alguém até hoje conseguiu interpretar as Escrituras quando elas falam desse amor. Por exemplo: Quem pode sugerir a medida do amor de Deus que se acha em João 3.16? Ou pelo menos dizer o que o Senhor Jesus estava afirmando ao apresentar as medidas desse amor com as palavras “de tal maneira”. O que realmente ocorre é que não há mente humana capaz de esgotar o assunto, nem recursos lingüísticos para se falar cabalmente do amor de Deus!



5. O Anúncio da Promessa da Redenção em Cristo (Sl 130.7; Is 53.4-8)

A redenção foi anunciada com base no infinito amor de Deus (Jo 3.16). Se dependesse de uma iniciativa do homem, a redenção jamais seria concretizada. Mas foi Deus quem tomou a iniciativa e tal se tornou possível, Aleluia! Diz a Bíblia: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito”. Por esta razão, esta é a maior proclamação para a humanidade: a vinda do Redentor (Gn 3.15).
Vivemos em época muito avançada em termos de comunicação. A imprensa falada e escrita vai caminhando a passos gigantes em seu progresso. O mundo gasta grandes fortunas diariamente para nos oferecer uma informação via satélite, microondas, telex, teletipo, internet e outros modernos meios. Repórteres vasculham o planeta em busca de “furos de reportagem”. Porém, jamais uma notícia será mais importante do que esta: A semente da mulher esmagará a cabeça da serpente. E depois, o cumprimento dessas quando Jesus disse: “está consumado” (Jo 19.30). Significa no original, Jesus o nosso Redentor dizendo para o Pai: está pago a dívida que os homens tinham contra o Senhor. (Cl 2.14). Foi um mistério nos tempos antigos (Ef 3.1-6).
O mistério de Deus não foi conhecido nos tempos antigos. Foi grande esse mistério oculto aos homens em outros tempos, mas revelado agora aos santos (Cl 1.26). Isto quer dizer que a redenção em Cristo estava no plano divino desde os tempos antigos, e que foi cumprido no tempo o oportuno: a plenitude dos tempos, “mas, vindo à plenitude dos tempos...” (Gl 4.4).
Embora só haja quase 2.000 anos a crucificação de Jesus tornasse eficaz a redenção aos pecadores, o fato é que o plano divino ali executado estava já estabelecido desde a função do mundo. E isto, por falar à nossa maneira, pois na verdade já existia antes. Paulo escreveu: “Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos (Tt 1.2). Isto é, antes da criação do mundo, quando os tempos começaram a ser contados (Gn 1.5).

6. A Esperança dos Homens no Passado

“Oh! Se de Sião já viesse a salvação (redenção) de Israel” (Sl 53.6). Aqui denota a ansiedade do povo de Israel por uma redenção que só poderia vir de Sião, isto é, providenciada por Deus (o monte Sião, onde está edificada a cidade de Jerusalém, é figura da Jerusalém celestial, o céu, segundo a carta aos Hebreus 12.22; Ap 14.1). Os homens do passado morreram na esperança do Redentor (Sl 19.14). O patriarca já exclamou: “Eu sei que o meu Redentor vive, e por fim se levantará sobre a terra” (Jo 19.25). Tal esperança, portanto, manifestava-se como uma certeza absoluta. Era a esperança de alcançar a redenção por meio do Messias.
Podemos imaginar a felicidade dos filhos de Israel, que viviam sob a bandeira de uma esperança messiânica, em contraste com as nações gentias: “Sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo” (Ef 2.12).
Temos de dar glória a Jesus, porque sendo nós gentios, fomos também alcançados por sua infinita graça.

7. O Pecado Fora do Plano de Deus

Quando Deus criou o homem o pôs no jardim do Éden, sem pecado (Gn 1.26, 27; 2.7). Entretanto, Satanás conseguiu enganar Eva, ocasionando sua queda, e com ela arrastando Adão (Gn 3.1-6) e toda a humanidade (Rm 5.12). Porém, embora Deus estivesse sabendo que tais fatos iriam acontecer, tendo até mesmo estabelecido o plano de redenção antes da fundação do mundo (Ap 13.8), a verdade é que o pecado nunca foi planejado por Deus.

8. A Redenção em Cristo Anunciada

Logo após a queda do homem, Deus prometeu a semente da mulher (Jesus Cristo), para derrotar a semente da serpente (Gn 3.15). Moisés profetizou a respeito de um profeta semelhante a ele, isto é, um profeta libertador dos escolhidos de Deus (Dt 18.15). E daí em diante, muitos profetas falaram d’Ele: “Dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu sangue” (At 10.43).
É importante notarmos que a anunciação imediata do plano divino da redenção do pecador indica duas coisas:
Que Deus tem uma sabedoria infinita, apresentando para um problema tão grave uma solução tão rápida.
Que Deus já estava com o plano preparado e não precisou traçá-lo para dar a solução para o problema. Uma desta verdade seria suficiente para nos explicar o caso. Mas, a verdade é que ambas as afirmações são verdadeiras.

9. Por que a Necessidade da Redenção da Raça Humana

Existem alguns fatores que determinaram a necessidade moral e espiritual da redenção da raça humana.



a) Por causa da queda do homem

As Escrituras apontam no seu terceiro capítulo do livro de Gênesis a triste história da queda de nossos primeiros pais, com a qual surgiu um estado de decadência, de perversão que privou o homem da presença gloriosa de Deus e arruinou nele a sua imagem com a qual fora criado originalmente. A partir daí, já o primeiro filho de Adão fora criado a sua imagem e não à imagem de Deus (Gn 4.3). A queda foi à conseqüência natural do pecado. Pecado é mais do que crime; mais do que simples imoralidade.

b) Porque o homem não pode redimir-se a si mesmo

Há neste mundo pecadores que desejam mudar de vida e para isso se esforçam em vão praticando boas obras o máximo que podem, procurando ter boa moral e também uma religião, não sabendo eles que o pecador não pode ajudar na sua salvação. Tudo o que ele fizer nesse sentido é em vão. Há outro tipo de pecador espiritual, conforme diz Judas v. 10 “como bruto, sem razão”, isto é, como animais irracionais.
O homem querer se redimir de seus pecados é incapacidade crônica, a Bíblia declara que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). Aqui significa a universalidade do pecado. E o pior é que além de ser um ato, o pecado é também um estado (Rm 6.6) em que predominam seu poder maléfico como princípio gerador da revelação contra Deus. O pecador querendo se redimir de seus pecados é anular a obra do Calvário.
Somente Deus tem condição plena de esquadrinhar o coração humano, o qual é inerentemente enganoso e perverso (Jr 17.9, 10). No tempo do profeta Miquéias já se fazia a seguinte indagação: “Com quem me apresentarei perante o Senhor, e me inclinarei ante o Deus altíssimo e virei perante Ele com holocaustos? Com bezerro de um ano”.

c) Porque o homem está debaixo da lei

A Sagrada Escritura afirma categoricamente que “todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Sl 14.3; Ver também Gn 6.5; Is 5.6; Rm 3. 9, 19; Ef 4.17-19).

10. A Natureza da Redenção em Cristo

Redenção, como estamos abordando, é no original um termo técnico preciso, significando o ato de libertar o escravo mediante o justo resgate exigido e pago. Não era apenas pagar o preço e manter o escravo para si. Era resgatar e libertar. É isso o que Jesus fez no Calvário, mas que entra em vigor quando o pecador vem a Ele, reconhecendo suas misérias, sua escravidão e aceitando-o como seu Redentor.

a) É eterna

“E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna” (Hb 9.15). É eterna porque foi concedida por Deus desde tempos imemoriais (1 Pe 1.18-20). É eterna porque sua validade nunca terá fim.

b) É graciosa

“sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que já em Cristo Jesus” (Rm 3.24). Todo o preço foi integralmente satisfeito por Jesus Cristo. Deste modo Ele se institui em nosso perfeito Redentor, o qual foi morto, ressuscitou e vive para todo o sempre (Ap 1.5, 18).

c) É real

“no qual temos a redenção” (Cl 1.14). Trata-se de uma redenção efetiva, experimental e pessoal. Quem a possui sabe que a possui porque ela é sentida e vivida, graças a Deus.


d) É caríssima

“pois a redenção da sua alma é caríssima” (Sl 49.8). As riquezas deste mundo nunca serão suficientes para resgatar o pecador, e nem tão pouco ninguém pode pagar o preço para resgatar a alma humana de condenação do pecado e eterna, somente a pessoa bendita de Jesus Cristo que foi o sacrifício na cruz do Calvário.
Eliú falou a Jó a respeito da grandeza do resgate “... Não sejas levado pela tua suficiência, nem te desvie a grandeza do resgate” (Jó 36.18). O Dr. Russell P. Shedd comenta da seguinte maneira: “‘Resgate’ heb. kôpher, propiciação, conciliação, satisfação, cobertura, resgate. O preço ou sacrifício que “cobre” o pecado. Eliú está chamando o sofrimento de Jó de preço a ser pago por causa dos seus pecados; contudo, só Cristo fez a propriciação suficiente, e o valor da mesma não pode ser pago em dinheiro (1 Pe 1.18). Nenhum esforço humano vale coisa alguma para obter esta propriciação, v. 19”.
Quanto mais incalculável é a grandeza do resgate efetuada pelo Cordeiro de Deus!

e) É fruto da promessa de Deus

“E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Aqui é a primeira profecia da promessa de Deus para redimir a raça humana de seus pecados. É a vitória de Deus e da humanidade contra o Diabo. (Rm 16.20).
Ao longo da Bíblia Sagrada encontramos promessas e profecias assegurando a redenção da alma humana, vejamos apenas algumas profecias: Deus, o primeiro profeta a profetizar a promessa redentora da raça humana (Gn 3.15); Moisés (Dt 18.15); o salmista Davi (Sl 132.11); o profeta messiânico Isaías (Is 9.6); o profeta Jeremias (Jr 33.14, 15).

11. O Preço da Redenção em Cristo (At 20.28)

“Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Co 6.20).
Não foi com ouro ou prata, mas com sangue de Jesus que Deus nos resgatou (1 Pe 1.18). O outro e a prata são, desde a antiguidade, usados para pagamento de uma transação. Eram usados como moeda corrente. Também o ouro era símbolo da divindade; e prata, de valor menor, fala-nos da redenção (Lv 5.15; 27.3).
O preço estipulado em prata para a redenção não passava de um símbolo. Jesus, que pagou o preço de nossa redenção, foi vendido pelo traidor por trinta moedas de prata (Mt 26.14-16). O Profeta Zacarias havia profetizado dizendo: “E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata. O Senhor, pois, me disse: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata e as arrojei ao oleiro na casa do Senhor” (Zc 11. 12, 13).

a) Jesus Cristo

“Porque o filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45).
A palavra “resgate” aqui significa que Cristo pagou o preço para o pecador obter a liberdade. O Senhor Jesus Cristo pagou o preço líquido e total da nossa redenção, que foi o seu sangue, isto é, sua vida entregue por nós na cruz do Calvário (Mt 20. 28; 26.28).
Somente Cristo tinha condições de realizar a nossa redenção, pois veio a este mundo sem pecado, assumiu a responsabilidade e sofreu o juízo resultante de nossos pecados (2 Co 5.21). Ele é a nossa propiciação (1 Jo 2.2).
b) O precioso sangue de Cristo

“... mas com o precioso sangue de Cristo” (1 Pe 1.18)
O valor da redenção foi superior ao do ouro ou da prata, como vimos acima, e superior ao sangue de Abel (Hb 12.24). Quem, pois, poderia calcular o valor desse sangue? Ele é capaz de comprar almas cujo valor individual excede o valor do mundo inteiro (Mt 16.26).
Nos hospitais, o sangue humano é tido em alto preço, porque, com ele, vidas podem ser salvas. Cinco ou mais doadores cedem do seu sangue para salvar uma vida. Mas, graças a Deus, o sangue de Jesus, vertido na cruz do Calvário, é oferecido de graça e sozinho tem poder para salvar todo o que n’Ele crer.
Um evangelho sem a doutrina da redenção não é um evangelho verdadeiro. O sangue redentor de Cristo é fator único de nossa redenção, por isso o Diabo odeia e teme. Quando Satanás afirma e insinua que o homem pode ser salvo por suas boas obras, por uma reforma pessoal, por uma religião, por orações, etc., ele está tentando neutralizar a doutrina e a eficácia da redenção através do sangue de Cristo.

c) Fomos comprados por alto preço

“Fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Co 6.20). De todas as tribos da terra foram compradas pessoas sem o valor do sangue de Cristo (1 Jo 2.2; AP 5.9). Realmente, era necessário grande valor para efetuar tão grande resgate.

12. Os Efeitos da Redenção em Cristo

A redenção que o Senhor Jesus nos propicia através de seu sacrifício, conduz-nos à posição de absoluta liberdade espiritual. Seus efeitos são vários e maravilhosos.

a) Somos redimidos do jugo da lei

A redenção nos livra da lei do pecado e da morte (Rm 8.1-3). Cristo nos transfere de uma posição de servidão, posto que estamos debaixo do jugo da lei, e nos transporta para “o Reino do Filho do Seu amor” (Cl 1.13), que quer dizer, para o centro da comunhão diuturna com Deus.
O preço da nossa liberdade é pelo sangue de Cristo, sendo nós purificados de todo o pecado pelo sangue de Jesus, dessa forma temos liberdade de chegar com confiança ao “trono da graça”, (Hb 4.16), isto é, na presença de Deus, sem ter de nos escondermos dele como fez Adão quando se viu naquela difícil situação de pecado diante do Criador (Gn 3.8-10).

b) Somos redimidos da vã maneira de viver

“sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fortes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas como o preciosos sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1.18, 19).
A nossa vida anterior era uma vida louca, insensata, desordenada e infrutífera, mas agora produzimos frutos digno de arrependimento (Mt 3.8).

c) Somos redimidos do pecado

“Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado...” (Rm 8.2). “lei do pecado” é que dominar o pecador que faz dele um escravo do pecado (Jô 8.34; Rm 7.14), levando a miséria, por isso Paulo diz: “miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”
O pecado triunfa sobre o pecador, vende-o ao pecado como seu escravo (Rm 7.14). Paulo pergunta: “...Quem me livrará...” Ele mesmo responde: “por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 7.24, 25). Cristo é o único que pode libertar o pecador “da lei do pecado” (Rm 8.2).

d) Somos redimidos da morte

“Porque a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus, me livrou da lei... da morte” (Rm 8.2). “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão” (Hb 2.14, 15).
Aqui o autor da carta aos Hebreus declara que Jesus Cristo em sua morte aniquilou aquele que tinha o império da morte, Satanás (v. 14). Além disso, livrou a todos aqueles que viviam para sempre sujeitos à servidão (v, 15). Portanto, a Sua morte foi uma morte redentora, isto é, Ele morreu lugar (Is 53. 5, 10; Rm 3. 24, 25; 2 Co 5.21). Cristo é o único que pode nos libertar “da lei... da morte” (Rm 8.2). E também para livrar-nos do terrível temor da morte (Ap 1.18), e prometeu-nos a vida eterna (Jo 5.24; 17.3; Ap 21-22).


13. Como Obter a Redenção

Se Deus tomasse todas as providências para salvar o pecador e depois estabelecer um meio difícil para aplicar sua obra salvadora, o pecador continuaria perdido. Vejamos três aspectos para o pecador obter a redenção, a saber:

a) Crer em Jesus Cristo

Obtém-se a redenção crendo que Deus ressuscitou a Jesus dentre os mortos e aceitando-O como Senhor e Salvador (Rm 10. 9, 10). A redenção foi efetuada por meio do sangue de Cristo, como foi visto, mas é preciso crer n’Ele para que a salvação tenha lugar imediatamente em nossa alma. Eis o único ato que o homem precisa cumprir para ser salvo (Jo 6.29).

b) Através da manifestação da graça de Deus

“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11).
Graça é o amor de Deus manifestado em favor de todos os pecadores desvalidos (Jo 1.14; Ef 2.8; Tt 2.11). O sangue de Cristo opera a justificação do pecador, tornando-o santo (Hb 9.14). A fé é dom de Deus e opera em nós para a salvação, aplicando a obra da redenção.

c) Através do Sangue de Jesus Cristo (ver o precioso sangue de Cristo)

O sangue de Cristo liberta totalmente o pecador. A libertação do pecador não foi efetuada por uma simples declaração de inocência do réu, mas porque sua culpa foi paga integralmente. Por seu sangue, Jesus comprou-nos e nos libertou da escravidão do pecado (Ap 5.9).
O cantor Sérgio Lopes em quem eu tanto admiro pela sua bela arte de compor e cantar hinos inspirados por Deus, que leva-nos a cruz do Calvário, diz na estrofe de seu hino intitulado “Libertação”:
“O sangue de Cristo liberta de todo pecado
A cruz do Calvário é o começo de nossa vitória”...





14. Áreas da Redenção

Nenhuma parte do nosso corpo deve estar imune aos benefícios efeitos da redenção. Todo o nosso ser está protegido pelo poder e virtude da salvação.

a) A redenção envolve o espírito humano

“Nas tuas mãos encomendo o meu espírito: tu me remiste, SENHOR Deus da verdade” (Sl 31.5).

b) A redenção envolve a alma

“pois a redenção da sua alma é caríssima, e seus recursos se esgotariam antes” (Sl 49.8).

c) A redenção envolve o corpo

“... mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23).

X. A PODEROSA FÉ SALVADORA

Para estudarmos a genuína fé salvadora, precisamos indiscutivelmente basear-nos na Palavra de Deus (Rm 3.22; 1 Tm 3.9; Hb 11. 1-7; 2 Pe 1.1; Jd v. 20).
A fé, que, segundo a Sagrada Escritura é uma das três virtudes básicas espirituais (1 Co 13.13). É também um segredo dado por Deus ao homem (1 tm 3.9), especialmente no ministério.
É pela fé que o homem trabalha e espera com paciência tudo de que necessita para o seu sustento. A fé cultivada torna-se uma força viva na vida do homem de Deus.
Tiago escreveu: “Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia” (Tg 5.7). Se o lavrador não acreditasse na colheita, jamais esperaria com paciência. Contudo, essa fé e esperança não se podem comparar com a fé salvadora. A terra pode produzir o seu fruto, mas uma praga ou mau tempo podem impedir o lavrador de ter uma boa colheita. E em alguns casos, nada colhe.
A fé salvadora é uma fé real, operosa, segundo Deus. É uma fé que faz com que uma pessoa tenha sua vida completamente mudada. A fé salvadora pode até levar à morte, como aconteceu a inúmeros cristãos na época da perseguição, e ainda acontece, mas é uma fé que conduz à vida eterna de gozo no céu, na presença de Deus.
Importante é que no Antigo Testamento só aparece a palavra fé uma vez, em Habacuque capítulo 2, mas ela estava em ação nos corações. Disto é prova a demonstração de fé dos santos do Antigo Testamento em Hebreus capítulo 11. É que a verdadeira fé é mais demonstrada do que declarada. A palavra fé aparece uma só vez; os homens de fé aparecem aos milhares no Antigo Testamento. Quem pode, por exemplo, deixar de mencionar aqui o homem de fé que foi Abraão?
Uma das mais importantes realidades do mundo espiritual é a realidade da fé.
As Escrituras expressamente afirmam que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6). Louvamos a Deus pelo privilégio que Ele nos concede de receber de Suas mãos a bendita dádiva da fé (Ef 2.8,9).
Fé é a confiança total em Deus firmada em sua Palavra, para a nossa salvação.

1. Definindo a Fé Salvadora

O apóstolo Paulo escrevendo na carta aos Romanos, afirma que a fé vem pelo ouvir “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17). Isto nos mostra o mecanismo inicial para obtenção da fé, e como podemos conduzir as pessoas a fé? – Pregando a Palavra de Deus. Quem é ouvinte da Palavra de Deus está no caminho certo para ter em si a fé salvadora.

a) O que não é fé

Muita gente cultiva alguma coisa e diz que tem fé. Mas é preciso avaliar a fé para saber se ela é verdadeira; se é fé salvadora. Crer em alguma coisa não é ter fé. Crer em Deus, como ação do intelecto e não uma atitude do coração, também não é ter fé. É preciso ter fé verdadeira no Deus verdadeiro. Muitos têm uma fé muito grande, mas num falso Deus. Essa fé não conduz a um resultado positivo, pois um Deus impotente nada fará. O nosso Deus é Deus verdadeiro (1 Ts 1.9). É o Deus que tudo pode para quem não há impossíveis (Mc 10.27; Lc 1.37).

b) O que é fé

Os dicionários apresentam diversos significados como: “crença, conjunto de dogmas, fidelidade, certeza” etc. Mas para os crentes o termo se reveste de uma significação muito mais profunda.
A palavra fé do original hebraico é “heemim”, do grego “pisteuô” (verbo), “pitis” (substantivo), “pistos” (adjetivo).
Biblicamente o autor da carta aos Hebreus, nos dá a resposta com precisão; “ a fé é o filme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem (Hb 11.1).
A fé é uma arma poderosa do Espírito para nossas batalhas espirituais (Ef 6.16).
A fé é o primeiro passo que leva o pecador alcançar a salvação, pois leva a crer no Senhor Jesus Cristo, para o perdão de seus pecados (At 16.31).
A fé um dom de Deus (Ef 2.8). A fé é o fundamento espiritual da vida do crente (Hb 11.1). O fundamento é a base, a estatura, o alicerce do prédio. Se não edificarmos nossas vidas sobre a fé, ela ruirá à menor tempestade. Nossa fé tanto é o fundamento para os fatos que já aconteceram como a morte e ressurreição de Jesus, bem como para os fatos futuros, como sua volta em glória e a nossa própria ressurreição.
A fé é o combustível da nossa vida espiritual (Hb 10.38). Assim como os milhões de veículos que trafegam nas ruas e estradas do mundo estão totalmente impedidos de se movimentarem caso falte o combustível, nenhum crente poderá avançar em sua carreira espiritual se lhe faltar à fé. O justo viverá da fé significa: o justo é movido à fé. A fé é o telescópio de Deus que permite ao crente ver o futuro e a eternidade. “Pela fé Isaque abençoou a Jacó e a Esaú, no tocante as coisas futuras” (Hb 11.20). “Não de hei dito que, se creres verás a glória de Deus” (Jo 11.40). A fé é um dom de Deus (Ef 2.8).

2. O Crescimento da Fé

O crescimento da fé na vida cristão significa um grande estímulo para todos os crentes, a informação bíblica de que nossa fé pode experimentar um crescimento espiritual. De maneira alguma precisamos ou devemos ficar entristecidos por ser ela hoje muito escassa, pois de repente o Senhor Jesus pode ajudar-nos a fazer enveredar pelo caminho de seu pleno desenvolvimento.
O apóstolo Paulo deu testemunho público e verdadeiro de que a fé possuída pelos amados irmãos na cidade de Tessalônica estava crescendo muito “Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus por vós, como é de razão, porque a vossa fé cresce multissimo” (2 Ts 1.3). Aqui significa que a fé do crente pode crescer, isto é, se a cultivá-la.
Convém lembrar a todos, recebemos de Deus a fé, mas ela deve ser cultivada, pois ela vem como uma semente. Mas, se tivermos fé como uma semente, grão de mostarda, poderemos transportar os montes (Mt 17.20). Segundo o dicionário Aurélio o grão de mostarda é, “de semente de mostardeira, que é erva da família das crucíferas (sinapis Alba), cujas folhas, comestíveis, têm sabor picante, e de cujas sementes se retira um pó amarelo, com que se preparam vários condimentos muito picantes”. Também segundo John Davis, em seu dicionário da Bíblia diz que: “a mostarda comum na Palestina é a sinapis nigra, ou mostarda negra. A árvore chega à altura de um homem a cavalo”. Na verdade, o grão de mostarda é uma hortaliça gigante, comparada às outras em uma horta, em relação ao tamanho do grão de mostarda, o evangelista Marcos diz que “... é a mais pequena de toda as sementes que há na terra” (Mc 4.31). O grão de mostarda é do tamanho da cabeça de um alfinete, esta semente, tão pequena, tem a grande potência, algo estupendo, maravilhoso, muito maior do que é aparente. O grão de mostarda cresce assustadoramente. Ora se a nossa fé for exercida em oração, glorificação a Deus, estudo da Palavra, alcançaremos ricas bênçãos de Deus, a partir dessa experiência, aquela pequena fé será aumentada, pela confiança de que bênçãos maiores poderão ser obtidas. E, cada vez que isso tornar a acontecer, a nossa fé crescerá. Buscar a Deus em oração inteiramente de oração (Jr 29.13), para somar diariamente experiências novas é o que chamamos cultivar a fé. E quem não cultivar a sua fé corre o grande perigo de esfriar e até cair da fé (Hb 10.38, 39).
Existem quatro ingredientes espirituais para o crescimento de nossa fé, a saber:

a) A oração

Em nenhuma passagem das Escrituras Sagradas somos exortados a orar pedindo a fé. Se não temos fé, como podemos orar? Todos os crentes têm fé, pois a receberam uma vez, ao tomarem sua decisão por Cristo (Jd v. 3). Devemos, no entanto, orar como fizeram os apóstolos: “... Acrescenta-nos a fé” (Lc 17.5). Usemos a pequena fé que temos para pedirmos muito mais ao Senhor. Com certeza Ele no-la dará.

b) A leitura e a meditação na Palavra de Deus

A leitura e a meditação na Bíblia fazem a fé do crente crescer, porque ela se relaciona diretamente com a Palavra de Deus (Rm 10.17). Quando mais a Palavra penetra em nossos ouvidos, tanto mais há fé em nosso coração. Quando lemos e meditamos uma grande maravilha operada por Deus, nas Escrituras Sagradas, nossa fé interior cresce e se prepara para apreciarmos uma maravilha igual. Nosso apego à Bíblia Sagrada fará nossa fé aumentar (Jo 20.31).

c) A glorificação a Deus

A glorificação a Deus faz a fé do crente crescer. As grandes batalhas da fé podem ser uma ocasião de grande triunfo para a Igreja de Cristo, se no meio da peleja louvarmos a Deus com singeleza de coração, de alma e inteira certeza de fé: Abraão foi fortificado na fé, dando glória a Deus “E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus” (Rm 4.20). Aqui no texto significa que quanto mais Abraão glorificava a Jeová, tanto mais crescia sua fé, permitindo-lhe acreditar piamente nas promessas grandiosas que Deus lhe estava destinando. O Senhor Jesus ensinou que podemos crer quando buscamos a glória que vem de Deus, “Como podeis vós crer, recebendo honra e não buscando a honra que vem só de Deus?” (Jo 5.44). Aqui significa que aqueles que buscam a glória dos outros e de si, é insultar a Deus, nega a Cristo e está inabilitado a obra da fé (Rm 2.29; 1Ts 2.6).

d) A utilização da fé

O crente utilizando a sua fé resultará em crescimento. Muitos crentes tem sua fé mirrada porque não a cultiva. É preciso desenvolver a fé que temos. Nossa vitória depende de utilizarmos as armas de Deus (Ef 6.16). Jesus Cristo dá mais a quem mais tem e para tê-la sempre é necessário sempre usar, como nos ensinar a parábola dos talentos (Mt 25.15, 29).
Vejamos algumas personagens da Bíblia que utilizarem a sua fé:
A fé autêntica da mulher sicro-fenícia, que se humilhou aos pés do Senhor Jesus respondendo confiante: “Até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores” (Mt 15.27). A fé autêntica daquela mulher estava demonstrada na sua afirmação de que para atender ao seu pedido (a libertação de sua filha) bastava “uma migalha” do poder de Jesus (Mt 15.22). A perseverança na fé autêntica leva a confiar em Deus, apesar das grandes circunstâncias, e persevera fiel a Deus, ainda que esteja sob o grande impacto da prova, e também ainda que pareça que Deus não nos responde e não se importa com os seus filhos. A duas coisas a observar aqui primeiro que Deus não está com seus ouvidos tampados para nos ouvir (IS 59.1), e segundo que se atentarmos para o pecado no nosso coração Deus não nos ouvirá (Sl 66.18).
A fé exercitada de Naamã. Ele estava leproso, creu na mensagem de que em Israel havia cura para ele; foi a Eliseu, mas ficou decepcionado por não receber do profeta uma atenção especial (2 Rs 5.11). Mas os seus servos disseram-lhe: “Meu pai, se o profeta te dissera alguma grande coisa, porventura não o faria? Quanto mais dizendo-te: Lava-te e ficarás purificado” (2 Rs 5.13). Ele, então, resolveu atender, e mergulhou sete vezes no rio Jordão e sua pele ficou como a de uma criança (2 Rs 5.14). O que aconteceu ali foi uma fé exercitada e ativada. Devemos exercitar a nossa fé e ativar a fé dos que a têm enfraquecida.
A grande fé do centurião de Cafarnaum. Era um homem de fé e humildade. Demonstrou sua fé quando disse a Jesus: “Dizia apenas uma palavra, e o meu criado sarará (Mt 8.8).

A fé é o firme fundamento daquilo que não se vê, mas se espera (Hb 11.1). É a base de todas as demais virtudes (2 Pe 1.5-7). Sem fé e impossível agradar a Deus (Hb 11.6).
Quando Jesus ouviu a declaração de fé do centurião, ficou maravilhado, e disse: “Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé” (Mt 8.10). Uma fé assim, que causou grande pacto e admiração ao Mestre Jesus é algo que merece a nossa meditação e prática cristã. Nós podemos alcançar uma fé assim: Uma grande fé com aconteceu com a mulher siro-fenícia que através de sua grande fé sua filha foi curada, “Ó mulher, grande é a tua fé” (Mt 15.28). Convém lembrar que o Senhor Jesus se alegra com os crentes que tem grande fé.

3. Por que a Fé é Preciosa

A palavra significa algo de grande preço, de alto valor, muito nobre. No mundo natural existem jóias preciosas, pedras preciosas, roupas preciosas, tesouros preciosos, porém coisa nenhuma terrena é comparável à preciosidade da “fé que é por Ele” (At 3.16).

a) Porque vem de Deus


A fé é força vital divina, criativa. Paulo afirmou: “Isto não vem de vós, é dom de Deus”. A fé é uma das três virtudes de cunho teológico, que se imana com a esperança e o amor. São as três virtudes que permanecem (1 Co 13.13). a fé baseia-se na Palavra de Deus e tem assento no coração do homem (Mc 11.23; Rm 10.10).
Nenhum cérebro humano ou laboratório de pesquisa pode produzir essa fé. Ela emana de Cristo. Ninguém pode criá-la a não ser Ele mesmo. Podemos observar nas Escrituras que um dos títulos de Jesus é “autor e consumador da fé” (Hb 12.2). Para que a fé seja produzida e enxertada em nós na parte do Senhor, precisamos estar em contato com a sua Palavra, posto que “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17). A fé é um fruto que brota como resultado da semeadura e da ação da Palavra de Deus, posto que “o semeador semeia a palavra" (Mt 13.19, 20; Mc 4.14).

b) Porque é espiritual

Os melhores bens terrestres de que se tem notícia nesta vida têm sua preciosidade apenas temporal, relativa e limitada. Nada que a este mundo pertence é eterno, mesmo os mais preciosos metais como prata ou ouro, tão cobiçados pela maioria dos homens e que a Bíblia denomina de “coisas corruptíveis” (1 Pe 1.18), não são verdadeiramente bens preciosos porque não são espirituais: não são tesouros celestiais. Todos os homens de fé são sempre apegados ás coisas espirituais (2 Co 4.18), porque a fé é algo profundamente espiritual. A fé bíblica, está sempre ligada às coisas do espírito. Por exemplo, a Bíblia afirma que Estêvão era um homem “cheio de fé e do Espírito Santo” (At 6.5).

4. Como Obter a Fé

Por Cristo Jesus (Hb 12.2; 1 Pe 1.21); Pela Palavra de Deus (Rm 10.8,17); Pelo Espírito Santo (Gl 5.5, 22); Pela oração (Lc 22.32); Pelo louvor a Deus (Rm 4.20); Pelo trabalho que executamos para o Senhor (1 Tm 3.13).

5. O Ministério da Fé

“Conservando o ministério da fé com a consciência pura” (1 Tm 3.9).
Aqui Paulo refere-se ao ministério da fé como algo de uma importância que deve ser preservado com uma pura consciência.
A palavra ministério é encontrada 27 vezes no texto bíblico, sendo 22 vezes na forma singular e 5 vezes no plural. Biblicamente, ministério significa em segredo privativo de Deus. Ele somente revela seus mistérios no tempo certo a pessoas pertencentes ao seu povo.

a) A fé dada uma vez

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd v. 3).

Aqui nos ensinar que somente uma vez nos é dada a fé: isto ocorre no ato da conversão. Daí para frente, o crente deve cultivar, alimentar, proteger e usar meios para que Deus a multiplique. Não tem apoio bíblico a orar pedindo fé, posto que já a temos. É licito, no entanto, rogar: “Senhor, aumenta-nos a fé” (Lc 17.5).
Se é necessário ouvir a Palavra de Deus para se alcançar a fé, é igualmente necessário continuar ouvindo a mesma Palavra para nutrição da fé. Não existe fé à parte da Palavra de Deus. Ela é chamada a “palavra da fé” (Rm 10.8).




b) O ministério da fé deve ser guardado

Não se deve fazer propaganda da fé que se tem como fazem os teólogos da prosperidade. Ela deve ser guardada. Os que alardeiam sua fé não procedem com sabedoria. Guardar a fé significa preservá-la para os momentos especiais em que ela terá de ser usada, para o bem comum.
O repositório no qual deve ser guardado o mistério da fé é uma pura consciência, “conservando o mistério da fé com a consciência pura” (1 Tm 3.9).

6. Os Três Aspectos da Fé

A genuína fé se manifesta em três aspectos, a saber:

a) Fé salvadora

“... sois salvos, por meio da fé...” (Ef 2.8).
É condição indispensável para o homem perdido, arrepender-se e confessar-se que é um pecador. Nesse exato momento a fé opera uma situação de aproximação do homem com seu Salvador, e então ele sente-se perdoado e crê de fato que isto aconteceu.
Esta fé deve acompanhar o crente por toda a sua vida. Ela é indispensável, pois a salvação não pára no momento em que a pessoa recebe o perdão. A salvação é um processo contínuo que se desenvolve na medida em que caminhamos rumo ao céu.
Vejamos o exemplo de Enoque. Ele foi um herói da fé tendo sido trasladado porque andou com Deus (Hb 11.5). Esse homem alcançou, pela fé, o máximo que alguém pode alcançar nesta vida: o “testemunho de que agradara a Deus”. A verdadeira fé é para salvação, porque implica numa mudança de atitude para viver de modo agradável a Deus. A fé bíblica é vista como dom, mas o é também no sentido de caráter. O mesmo texto em que a palavra original é traduzida fé na (ARC), é traduzida fidelidade na (ARA), compare nessas duas versões em Gálatas 5.22. Então, a fé salvadora é dom, mas implica também numa conseqüente fidelidade a Cristo.
O homem pode produzir grandes inventos (Ec 7.29), mas para a salvação de sua alma tem de recorrer e esperar unicamente em Deus, pela fé “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (IS 55.6). A fim de livrar-se dos perigos naturais, o homem cria muitos meios. Mas, para a salvação da alma, só Deus pode operar.
A poderosa fé salvadora envolve:
O conhecimento da Palavra de Deus
“Porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento” (1 Co 1.5).
O conhecimento é como que um ciclo que se processo na vida do cristão: a fé aumentada à medida que tomamos conhecimento da Palavra de Deus. Ao mesmo tempo, à medida que tal conhecimento cresce, sentimos mais desejo de conhecer as verdades divina.
O desejo de Deus é que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da Palavra (1 Tm 2.4), que cresça no conhecimento do nosso Senhor (2 Pe 3.18), é Ele quem dar o conhecimento da salvação (Lc 1.77).
A confiança em Cristo
“Porei nele a minha confiança”.
“E esta é a confiança que temos nele”. (Hb 2.13; 1 Jo 5.14).
A fé gera a confiança total e plena na pessoa de Jesus Cristo, o que implica em desejo de nos apropriarmos cada vez mais dele, dos seus exemplos, dos seus méritos.

b) Fé como o Fruto do Espírito

“Porque nós, pelo espírito da fé, ...”
Mas o fruto do Espírito é: .... fé, ...” (Gl 5.5, 22).
Os textos acima citados acerca da fé como fruto do Espírito Santo significa lealdade ou fidelidade contínua e perseverante a Deus. É esta fé que tem crescimento como o apóstolo Paulo diz: “... tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos abundantemente enriquecidos entre vós, conforme a nossa regra” (2 Co 10.15).
c) Fé como dom do Espírito

“e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé” (1 Co 12.9).
O apóstolo Paulo ensina que é esse tipo de fé que produz milagres, que opera maravilhas. Não se trata da fé salvifica e nem tão pouco da fé como fruto do Espírito. É esta fé que o Senhor Jesus sempre desejou para os seus discípulos (Mc 11.22), e também para os crentes atuais.

7. As Dimensões da Fé

Temos observados, pela a Bíblia Sagrada, que existem diferentes estágios ou dimensões na vida de fé dos servos de Deus. Naturalmente estamos excluindo a ausência de fé, que não é possível ocorrer na Igreja do Senhor. Vejamos as dimensões da fé:

a) Pequena fé

“...Homem de pequena fé, porque duvidaste?” (Mt 14.31).
A pequena fé faz com que os crentes estejam intranqüilos, inseguros, preocupados com o salário, emprego, comer e vestir, etc. muitas preocupações podem levar qualquer pessoa a perder o seu equilíbrio emocional e espiritual. A proporção que a nossa fé cresce, aprendemos a depender de Deus e a entender que se Ele é o nosso Pastor, nada nos faltará (Sl 23.1; Mt 6.30; Jo 10.11). Quando nossa fé é pouca somos incapazes de enfrentar as tempestades da vida. E até esquecemos “que Jesus está no barco” e Ele, somente Ele, é capaz de repreender as fortes ondas que não podemos controlar (Mt 8.26). Muitos milagres poderiam estar acontecendo diariamente e diuturnamente tão pequena fé. Tal condição, muitas vezes nos impede até de expulsar os demônios (Mt 17.20). crentes de pequena fé traduz a falta da total confiança em Deus.

b) Grande fé

“Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé”.
“... Ó mulher grande é a tua fé...” (Mt 10.8; 15.28).
Qualquer pessoa pode ter uma grande fé. O centurião a teve e mereceu uma palavra elogiosa de Jesus. Ele creu no milagre a distância! Quantas vezes não cremos em um, mesmo de perto! Quando temos uma grande fé as coisas acontecem como nós desejamos (Mt 15.28). Que Deus nos ajude, portanto, a termos aumentada a nossa fé! Como aconteceram com o centurião e a mulher sírio-fenícia.

c) Muita fé

É ser cheio de fé, transbordante. Quando essa fé aumenta, chega o dia em que todos reconhecemos que estamos cheios de fé. Assim aconteceu com Estêvão “... e elegeram Estêvão, homem cheio de fé...” (At 6.5). Não admira haja sido ele o primeiro mártir do cristianismo. Não nos espanta a maneira como foi morto. Ele era um homem cheio de fé. Outro homem mencionado na Bíblia como cheio de fé foi Barnabé. Sua história é um relato de heroísmo e de generosidade. Merece ser imitada. Tudo isto porque estava cheio de fé.

8. A Santidade da Fé

“Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé...” (Jd v. 20).
A Epístola de Judas mencionava duas vezes a pequena palavra fé. No v. 3 fala da batalha da fé, e no v. 20, da santidade da fé.


a) Fé é dada aos santos

“Amados, procurando eu escreve-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd v. 3).
A palavra “batalhar”, no original grego é “epagonizomai”, que significa “contender” ou “travar uma luta”. O crente deve defender a sua fé e a Palavra de Deus contra os hereges que negam a autoridade das Escrituras Sagradas.
Sendo a fé um dom de Deus, não pode ela ser repartida indiscriminadamente com os homens. Ela é parte do tesouro que é colocado no vaso de barro (2 Co. 4.7). O senhor Jesus é nos apresentado como “Autor e consumador da fé” (Hb 12.2). Não há meio termo nisso.

b) Fé é um elemento santificador

“Para lhes abrires os olhos e das trevas os convertereis à luz e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados e sorte entre os santificados pela fé em mim” (At 26.18).

O apóstolo Paulo mencionava, com palavras textuais do Senhor, a informação de que ele deveria pregar o Evangelho aos perdidos a fim de que eles tivessem os olhos abertos, fossem convertidos à luz, passassem do poder de Satanás para o poder de Deus, recebessem a remissão dos pecados, e, finalmente, alcançassem sorte entre os santificados pela fé nele, Jesus Cristo.
De tal maneira a fé está ligada á vida de santidade do cristão que ela, em Apocalipse 13.10, é chamada de “a fé dos santos” (ARC), “a fidelidade dos santos” (ARA).

c) A fé é santíssima

“Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, ...” (Jd v. 20).
Aqui o apóstolo Judas, irmão e servo de Cristo convidam os crentes do passado como do presente a defenderem e ensinar a fé contra os falsos mestres, “santíssima fé”, requer rigorosamente meditação na Escritura Sagrada para conhecer as verdades, os desígnios, os ensinos da Palavra de Deus (At 2.42; 20.27; 2 Tm 2.15; 3.16, 17; Hb 5.12).
A palavra, santo na Bíblia, significa separado ou sagrado. Se a nossa fé é descrita como santíssima, isto significa que ela é altamente sagrada.
Carecemos de ser cuidados, dirigentes, vigilantes e prudentes para não reduzirmos a fé a uma dimensão profana ou secular. Ela é santíssima.
Por ser santíssima ela é destinada aos eleitos de Deus (Tt 1.1).

9. Os Efeitos da Fé

Vejamos alguns efeitos da fé, a saber:

a) Entendimento

“Pela fé, entendemos” (Hb 11.3).
Nenhuma criatura humana foi testemunha ocular dos maravilhosos eventos ocorridos durante o magnífico período da criação, que está sucinta e formosamente descrito em Gênesis capítulos 1 e 2.
Tudo quanto dele sabemos, chegou-nos ao conhecimento através da revelação dada a Moisés. Para alcançarmos então um razoável entendimento de tão portentosos feitos, necessitamos de fé.

b) Salvação

“... pela graça sois salvos, por meio da fé...” (Ef 2.8).
As Escrituras é suficientemente clara quando afirma que a salvação é pela fé. Este é um princípio fundamental na teologia cristã e evangélica. Portanto, a fé é o ponto de partida do relacionamento do homem com Deus. Isto abate todo orgulho humano e exalta a supremacia de Deus.
Há crentes que por não andarem na presença de Deus, tornam-se com o tempo, crentes tradicionais, nominais, naturais, carnais, de fachada, querendo viver a vida cristã à base da razão, da rotina e da religiosidade. Os tais voam rente ao chão, pois que sem as asas da fé não se pode galgar o plano elevado da vida profunda com Deus.

c) Vitórias

“... e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5.4).
A Bíblia fala de Davi, antes de sentar-se no trono experimentou três grandes vitórias: contra um leão, um urso e um gigante (1 Sm 17.34 – 37).
Na simbologia bíblica, o gigante Golias é um símbolo da carne, o leão um símbolo de Satanás e o urso um símbolo do mundo. (cf 1 Sm 17.34-37; Gl 2-20; 1 Jo 5.4; 1 Pe 5.9).
Temos que vencer o mundo e somente podemos fazê-lo pela fé em Cristo, que venceu por nós.

d) Bênçãos

O que a fé pode proporcionar-nos, além de tudo o que já foi observado, ainda podemos mencionar muitas outras bênçãos advindas da fé em Deus.
Vejamos alguns efeitos das bênçãos da fé que pode proporcionar-nos, a saber:
Fé é uma poderosa arma de defesa
“tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dados inflamados do maligno” (Ef 6.16).
O escudo era uma arma do exército antigo que servia de defesa contra os dados do inimigo. O escudo era levado no braço esquerdo para que protegesse especialmente o coração do soldado. A fé é comparada a um escudo.
Pela fé alcançamos vitórias (1 Jo 5.4, 5)
É pela fé no poder de Jesus Cristo que conseguimos derrotar esses três inimigos impertinentes: a carne (Gl 2.20); o mundo (1 Jo 5.4); e o Diabo (1 Pe 5.9).
Pela fé alcançamos paciência e perseverança
“sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência” (Tg 1.3 – ARC).
“sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança” (Tg 1.3 –ARA).
A palavra “perseverança” do original grego é “hupomonê”, que significa a paciência quando não há remédio, constância sob uma prova prolongada (Ver 2 Ts 3.5).
Pela fé alcançamos firmeza e sabedoria
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a Deus, que a todos dá liberalmente e não a lança em rosto, e ser-lhe-à dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando, porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte” (Tg 1.5, 6).

O apóstolo Tiago aqui convida aqueles que tem falta de sabedoria a buscar com fé e firmeza de coração. Aqui aprendemos duas coisas, primeira “não duvidando” fala de o apóstolo da fé, incredulidade, e duplicidade é o coração “dobre” (Tg 1.8). Segundo “sabedoria” não é buscar com fé a intelectualidade humana, mas a sabedoria do alto (Tg 3.17).
Pela fé alcançamos perdão e propiciação
“ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Rm 3.25).
Pela fé alcançamos alegria e paz
“Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim, jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo” (Hb 4.3).
A fé produz segurança
“Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa” (Hb 10.22). Ver ainda Rm 10.11; 2 Tm 1.12.
A fé produz justificação
“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). Ver ainda Gl 2.16.
A fé produz milagres
“e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5.15).
A fé opera salvação
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom Deus. Não vem de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9).
A fé faz nos alcançar testemunhos diante de Deus e dos homens
“Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a nossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma” (1 Ts 1.8). Ver ainda 1Ts 3.5,6; 2 Tm 1.5.
A fé torna o homem um exemplo para os outros homens
“Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (1 Tm 4.12). Ver ainda 1 Tm 2.7; Hb 13.7.
Pela fé alcançaremos o céu
“por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia” (2 Tm 1.12). Ver ainda 2 Tm 4.7.
A fé nos dá entendimento da verdade
“o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo 1.3). Ver ainda Rm 1.19, 21; 10.8-17.
A fé opera a santificação no crente
“e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé” (At 15.9). Ver ainda At 26.18; Gl 2.20; Tt 1.1.
A fé nos permite agradar a Deus
“E maravilhou-se Jesus, ouvindo isso, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé” (Mt 8.10). Ver ainda Mt 15.28; Lc 7.9; Gn 4.4; Hb 11.4. E sem a fé é impossível agradarmos a Deus (Hb 11.6).
Todas essas bênçãos e muitas outras nos são dispensadas por Deus se permanecermos na fé que uma vez nos foi dada (Jd v. 3).

10. Os Adversários da Fé

Quando estudamos a doutrina da fé, aprendemos a amar a Cristo melhor, porque Cristo é o autor e consumador da fé (Hb 12.2). Assim, ficamos espiritualmente capacitados a vencer os inimigos e os obstáculos que surgem em nosso caminho. A fé sempre nos torna vitoriosos. Cheios dela, não tememos o mar bravio. Cheios dela, vencemos o Adversário – Diabo, e os adversários – demônios, carne e o mundo (Mt 17.17-21; 1 Jo 5.4, 5). A fé é a vitória que vence o mundo (1 Jo 5.4).
Vejamos os principais adversários da fé cristã, a saber:

a) A incredulidade

A incredulidade é caracterizada por Jesus como pecado (Jo 16.9). Ela se aloja no coração perverso (Jo 10.26). Impede a plena operação de Deus (Mt 17.20; Mc 6.5), e será castigado por Deus (Mc 16.16; Jo 3.18).

b) A dúvida

O Senhor Jesus Cristo sempre condenou a dúvida (Mt 14.31), porque ela é um terrível impedimento que nos afasta da operação de Deus (Mt 21.21). Abraão não duvidou (Rm 4.20).

c) A desconfiança

Tomé será sempre lembrado como o discípulo que desconfiou da ressurreição de Jesus Cristo (Jo 20.25). Ele tem muitos filhos espirituais na Igreja hoje. A desconfiança de Tomé foi: “Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei” (Jo 20.25).


d) O medo

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim (Jesus Cristo)” (Jo 14.1).
O medo é um véu que impede a pessoa de exercer a fé. Devemos evitá-lo de todas as maneiras (Jo 14.27), para que sejamos instrumentos de Deus em qualquer circunstâncias.

11. A Recompensa da Fé

Na justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo (Rm 3.22), vemos o plano de Deus para libertar o homem das conseqüências do pecado. Neste sentido vemos também a fé incluída no trinômio: fé esperança e amor (1 Co 13.13). Que a fé opera pelo amor está claro na Palavra de Deus (Gl 5.6). E a esperançam unida à fé, nos faz penetrar onde jamais penetrou o mortal, “onde Jesus, nosso precursor entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 6.20).
Vejamos algumas recompensas da fé:

a) O fruto da fé ultrapassa o tempo

É verdade que por meio da fé obtemos bênçãos perecíveis, como emprego, dinheiro, bens materiais. Mas essas bênçãos são pequenas e insignificantes. As grandes bênçãos produzem efeitos para a eternidade, pelo seu testemunho para a salvação de almas que vão habitar no céu (1 Co 3.14), e depois reinar com Cristo mil anos na terra (Ap 20. 4,6). A obra que permanece é a conquista de almas e a edificação da vida dos filhos de Deus. Que a obra de cada um de nós dê frutos para a eternidade.

b) O valor da recompensa da fé é incalculável

Paulo considerava as bênçãos que iria receber das mãos do Senhor Jesus como coisa tão certa, que as chamava de “meu depósito” (2 Tm 1.12). É com algo depositado num banco seguro, que dá a certeza de que o valor será pago no tempo determinado. É o exemplo do “depósito a prazo fixo”. Jesus é mais fiel do que qualquer banco, e nos dará o seu galardão naquele dia (1 Co. 3.8).

c) A fé não conhece fronteiras

Existem duas coisas que disputam a primazia na vida do ser humano como base de conduta: a fé e a razão. Os que agem pela razão analisam pela lógica todas as atitudes a tomar, vendo tudo pelos olhos carnais, nas suas limitações. Mas os que agem com base na fé não conhecem fronteiras, mas ultrapassam os limites da lógica, da ciência, chegando a alcançar o impossível, como os heróis da fé, segundo o autor da carta aos Hebreus, que “venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, das fraquezas tiraram forças, puseram em fugida os exércitos dos estranhos” (Hb 11. 33, 34).

d) Alguns fiéis que receberam a recompensa da fé

Abraão foi chamado pai da fé, ou “pai de todos os que crêem” (Rm 4.11); Enoque foi trasladado (Gn 5.24); Noé foi salvo do dilúvio e salvou com ele sua família (Gn 7. 1-16); Ló escapou da destruição de Sodoma e Gomorra (2 Pe 2.7, 8); Samuel pôde apresentar sua vida de homem íntegro diante de Deus e dos homens (1 Sm 12.3-5); Elias foi tomado pelo Senhor sem experimentar a morte (2 Rs 2.11); Ezequias ganhou mais quinze anos de vida (Is 38.5); os três companheiros de Daniel, Sadraque, Mesque e Abdenego escaparam do poder do fogo (Dn 3.20-25); o próprio Daniel escapou da boca dos leões (Dn 6.22); e mais uma infinidade de servos do Senhor (HB 11.4-32).
Se quisermos de fato agradar a Deus, não há outro meio senão através de uma fé pura e firme, pois que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6).
Quanta falta faz à nossa vida uma fé robusta! Que esta lição rica tenha servido para rogarmos mais e mais ao Senhor Jesus que nos permita ter aumentada a nossa fé, a ponto de sermos gigantes espirituais e realizarmos tudo que lhe apraz. Amém.

XI. ARREPENDIMENTO PARA A SALVAÇÃO

O arrependimento é o segundo passo para o pecador alcançar a salvação em Cristo. A doutrina do arrependimento é uma das mais empolgantes de toda a Bíblia, pois o arrependimento é o começo da conversão, é a primeira coisa que deve acontecer para o pecador obter a salvação, pela remissão dos pecados. O arrependimento constitui a mensagem básica do cristianismo bíblico. João Batista pregou o arrependimento, dizendo: “arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 3.2); Jesus pregou o arrependimento, dizendo: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 4.17). Pedro, no dia de Pentecoste, não fugiu à regra, e no primeiro sermão da Igreja de todos os dias e de todos os tempos, exortou: “Arrependei-vos” (At 2.38).
A mudança na vida do pecador é uma divina operação que inicia pelo arrependimento. O arrependimento é o segundo passo no longo caminho de volta para Deus, porque o primeiro passo é a fé.
Certamente a mais clara característica dos crentes em Cristo reside no fato de tratar-se de pessoas que experimentaram e experimentam, de todas as bênçãos do arrependimento.
Arrependimento e a fé são dois pilares fundamentais da conversão.
Arrependimento não é remorso. O arrependimento é bem diferente de remorso. Remorso é momentâneo enquanto arrependimento é mudança de pensamento e atitude. O remorso fala de caminho sem saída, enquanto arrependimento fala de caminho com saída. Remorso fala do pecador que só olha para os seus pecados, enquanto que o arrependimento fala de olhar além dos nossos pecados. Remorso olha somente para o mundo, enquanto o arrependimento olha para o Calvário. Remorso fala de volta somente para nós, enquanto que o arrependimento fala de voltarmos para Deus. Remorso fala do ódio, enquanto o arrependimento fala de ódio do pecado. Remorso fala de amar o pecado, enquanto o arrependimento fala de amar a Deus. Remorso fala a tristeza do mundo, enquanto o arrependimento fala de tristeza seguindo Deus. Remorso fala de morte, enquanto o arrependimento fala de salvação, a respeito disso o apóstolo Paulo disse: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Co 7.10). Aqui significa que o apóstolo Paulo fala de dois tipos de tristezas, a tristeza causada pelo pecado que gera o arrependimento, em mudança de pensamento e de atitude, levando o pecador a salvação em Cristo. A tristeza dos que não se arrependem de seus pecados, longe de ser algo opcional, o arrependimento é o primordial ponto de partida com o qual se inicia a magistral caminhada da vida cristã.

1. O Que é Arrependimento

A palavra arrependimento do hebraico no Velho Testamento é “shuv” que significa virar para trás, voltar e também “nicham”, que significa “arrepender-se, consolar” (Ef. 1 Sm 15.11; Is 59.20; Jr 3.7,19; Ez 3.19; 18.24, 26; Os 6.1).
No Novo Testamento o grego é “epistrephõ” que significa “voltar-se” para Deus, e “metanoeõ”, “metanoia” – “arrependimento” (At 2.38; 15.19; 17-30; 2 Co 3.16). Arrependimento significa mudar de pensamento e de atitude (Lc 19.8; Lc 15. 18, 20), é o pecador voltar-se espiritualmente para Deus de acordo a luz do Antigo Testamento (Jr. 3.7; Os 6.1).
Não se deve segurar o perigoso caminho de reduzir os maravilhosos fenômenos do mundo espiritual a definições teóricas, frias e incompletas. Mas, de igual modo, não se deve evitar a identificação racional e lógica dos referidos fenômenos, permitindo, destarte, que se possa traduzir em palavras inteligíveis aquilo que já se experimentou, na dimensão da vida espiritual.
O arrependimento é o ato pessoal do pecador consciente de contrição (culpa) que permite o pecador da meia-volta em relação aos seus atos pecaminosos e reprováveis, através de uma orientação direta e interior do Espírito Santo.
Arrependimento é a condição para o perdido pecador alcançar o perdão de Deus para os seus pecados (Lc 13.3; At 2.38, 3.19; 17.30; 2 Pe 3.9), e também para aquele que, mesmo conhecendo a Deus, pecou contra o Senhor (Ap 2.5, 15, 21; 3.3,19). Essa tristeza gera a morte e a condenação eterna do pecador sem Cristo (cf Mt 3.2; 13.42, 50; 25.30; Rm 6.23).

2. Porque Precisamos de Arrependimento

a) Porque todos pecaram

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).
Aqui o apóstolo Paulo mostra a universalidade do pecado, e toda raça humana precisa indubitavelmente de arrepender-se de seus pecados para obter o perdão divino (At 2.38).

b) Por causa do pecado por ignorância

Ignorância é desconhecer. Pecar por ignorância é fazer algo pecaminoso, crendo fazer o bem. Vemos o exemplo disso no caso dos ouvintes do apóstolo Pedro no templo, por ocasião da cura de um coxo (At 3.17). Tais pessoas haviam matado o Senhor Jesus (At 3.15), por ignorar que era Ele o Cristo, o Príncipe da vida. Deus não leva em conta disso, anuncia agora, hoje que os pecadores se arrependem de seus pecados (At 17.30; Rm 3.25).

c) Porque todos necessitam arrepender-se de seus pecados

A Bíblia ensina com bastante nitidez e clareza que todos pecaram e têm necessidade do perdão divino (At 2.38; Rm 3.23).

d) Porque a nova vida é pelo arrependimento

O objetivo do arrependimento é o livramento da culpa. Após a remissão da culpa, o pecador passa por uma operação espiritual (a regeneração) que o transforma numa nova criatura: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). É o que disse Jesus a Nicodemas: “Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). Só pode haver nova vida se houver arrependimento. A nova vida (regeneração) é a nova criação e transformação do pecador efetuado por Deus através do Espírito Santo (Jo 3.6; Rm 12.2; Ef 4.23, 24; Cl 3.10; Tt 3.5; 1 Pe 1.23).

3. Como Ocorre o Arrependimento

Vejamos com ocorre o verdadeiro arrependimento na vida do pecador:

a) Por meio da pregação do evangelho

“Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos? E disse-lhes Pedro: arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.37,38).
Os sermões da era apostólica era a principal arma poderosa para o apelo ao arrependimento dos pecadores para receber o perdão dos pecados (At 3.19, 26; 5.31; 10.43; 17.30; 26.20).

b) Por meio da advertência de Deus

“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe 3.9).
O Dr. Russell P. Shedd diz: “Se os hipócritas incrédulos esquecem o julgamento do passado, os crentes não devem desanimar-se acerca da promessa do futuro. Deus não marca o tempo segundo a medida dos homens (Sl 90.4). A demora do cumprimento da promessa tem o objetivo de afastar o julgamento e estender a graça (cf Rm 2.4)”.
Deus não deseja que o pecador pereça, mas isto, não significa que todos os homens serão salvos, por que podem abandonar a salvação.

c) Por meio do testemunho verdadeiro do crente

“E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura. Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade” (2 Tm 2.24, 25).
Aqui significa que o apóstolo Paulo adverte seu filho no ministério pastoral Timóteo a não envolver-se com tais discussões, provavelmente eram os falsos mestres da cidade de Éfeso que saíam para debaterem. Paulo não queria que o evangelho devesse ser comprometido com os heréticos. Ele queria que o evangelho fosse pregado através do verdadeiro testemunho, com atitude, procedimento, amor e respeito com os crentes e descrentes. Os pecadores ouvem melhor o evangelho quando vir o nosso verdadeiro testemunho cristão. É como disse certo pastor: “O testemunho fala mais do que mil palavras”.
O apóstolo Paulo diz que somos carta escrita e lida por todos os homens (2 Co 3.2).

d) Se o pecador abrir o seu coração para o Espírito Santo

“Eis que estou (Jesus) á porta (coração) e bato; se alguém ouvir (pecador) a minha voz (Jesus) e abrir a porta (coração), entrarei em sua casa (coração) e com ele cearei, e ele, comigo” (Ap. 3.20).
Aqui Jesus Cristo está convidando amorosamente o pecador, estando fora do seu coração, é o apelo de Cristo para perdoar os pecados de qualquer pecador que se arrepende.
O Espírito Santo é quem convence o pecador do pecado (Jo 16.8 – 11), e mostrará a verdadeira necessidade do arrependimento.

4. Arrependimento em Toda a Bíblia

A palavra arrependimento ocorre no Antigo Testamento 120 vezes, com dois vocábulos do hebraico “chuv” e “nicham” que transmitem a mesma idéia de arrependimento. Enquanto no Novo Testamento ocorre acerca de 60 vezes com o vocábulo grego “metanoia”.

a) Arrependimento no Antigo Testamento

O Antigo Testamento apresenta aos seus leitores inúmeras mensagens de exortação ao povo de Deus e aos homens em geral. A situação de degradação moral e espiritual a que chegou o ser humano tem provocado desde sempre um clamor diante da presença de Deus já que Ele é “tão puro de olhos que não pode ver o mal” (Hc 1.13a).
Deus em sua justiça absoluta e integridade infinita, Deus poderia simplesmente julgar, punir e destruir o homem pecador. Ao invés disto o Deus Pai Amoroso, Bondoso, Misericordioso e Paciente usa de toda a Sua misericórdia e Seu amor infinito, além de nossa imaginação, e exorta o homem a arrepender-se.




b) Arrependimento no Novo Testamento

A mensagem de arrependimento no Novo testamento foi o ponto culminante da pregação de:
João Batista
“Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2).
Jesus Cristo
“O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15). Ver ainda Lc 13.3,5.
Apóstolo Pedro
“E disse-lhes Pedro: arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados” (At 2.38).
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados” (At 3.19).
Apóstolo Paulo
“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” (At 17.30). Ver ainda At 26.20.

5. Elementos que Acompanham o Pecador Arrependido

O arrependimento nunca pode manifestar-se sozinho no pecador. Qualquer forma de arrependimento que não vem acompanhado de outros elementos espirituais como a confissão, lágrimas, oração, fé é incapaz de produzir conversão genuína na vida do pecador. Vejamos esses elementos espirituais:

a) Confissão

O arrependimento bíblico não é um arrependimento silencioso. É preciso confessar (Rm 10.9,10). O publicano que confessou seus pecados desceu justificado para a sua casa (Lc 18.13, 14). O rei Davi confessou seu trágico pecado e alcançou a misericórdia divina (2 Sm 12.13, Sl 51. 1-19). A confissão de Daniel, representando o seu povo, foi um fator fundamental para o referido povo judeu (Dn 9.3). A confissão de Esdras produziu efeito semelhante (Ed 9.10).

b) Lágrimas

Lágrimas não salvam, mas exercem uma grande influência no mundo espiritual. Talvez o mais significativo exemplo, seja o de Pedro em Mateus 26.75. As lágrimas de Pedro ficaram marcadas indelevelmente em sua vida e nas páginas das Sagradas Escrituras. Elas emprestaram um sentido perpétuo ao seu arrependimento.

c) Oração

O arrependimento é um sentimento que nasce no coração humano por inspiração de Deus. É natural que o arrependido ore e assim a inspiração volta para Deus. Veja-se o exemplo do ladrão arrependido: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino” (Lc 23.42).

d) Fé

O arrependimento de qualquer pecador é aceito por Deus a partir do momento em que pulsaram no coração os acordes da fé.

e) Conversão

A operação do Espírito Santo impulsionado o pecador a arrepende-se, levando-o à experiência plena da salvação, tem com ponto culminante o ato de conversão. O arrependimento e a conversão são atitudes a serem tomadas pela pessoa humana. Deus não pode fazê-lo, em lugar de quem quer que seja. A exortação para a conversão está ao longo de todas as Escrituras (Ver Pv 1.23; Is 55.7; Jr 18.11; Ez 14.6; Os 12.6; Zc 1.4; At 14.15).

6. Efeitos do Pecador Arrependido

A palavra de Deus adverte que aqueles que não se arrependerem, certamente perecerão, (Lc 13.3,5). Por isso, a doutrina do arrependimento deve ser ensinada insistentemente, enfocando os sublimes efeitos que tal atitude proporciona aos que a praticam.

a) Abandona o pecado

“...deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia...” (Hb 12.1).
Uma das primeiras conseqüências do arrependimento é a vontade que o pecador arrependido experimenta de afastar-se completamente das práticas que desagradam a Deus (Sl 51.9-12; Pv 28.13). O arrependimento verdadeiro é sempre acompanhado de uma profunda vontade de viver uma vida nova de pureza e santidade, dentro dos padrões e princípios ensinados pelo autor da carta aos Hebreus: “Seguia a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

b) Recebe o perdão de Deus

Deus sempre está pronto a perdoar o pecador arrependido e por isso os homens também devem perdoar-se mutuamente, sempre que haja arrependimento (Lc 17.3,4). Em Atos 5.31, o apóstolo Pedro declara que “Deus elevou Jesus a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados”.

c) Recebe a salvação

O caminho para plena salvação tem que passar inevitavelmente pelo arrependimento. Isto significa que os verdadeiramente arrependidos estarão isentos do julgamento final, sob a liderança de Cristo ressuscitado (Jo 5.24; At 17.30,31).

d) Recebe vida nova

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. (2 Co 5.17).
O pecador na vida velha de pecado significa sempre uma vida decadente, desprezível, miserável, nu, cego e pobre. Todavia, o arrependimento abre as portas para uma vida nova.

e) Recebe a alegria

Quando um pecador se arrepende, em vários lugares se manifesta a alegria. Há alegria no coração do pecador arrependido, alegria no seio da igreja que testemunha a decisão do arrependimento, especialmente no céu, diante dos anjos de Deus, (Lc 15.7, 10, 32). A Igreja de todas as maneiras deve proclamar a mensagem, a doutrina do arrependimento. O arrependimento é o método divino através do qual se operarão as grandes transformações morais e espirituais no seio da família humana.
Homens e mulheres arrependidos é a matéria prima de que se serve o Espírito Santo para transformá-los em instrumento de Deus a fim de poderem levar milhões de outros pecadores a um verdadeiro encontro com Jesus Cristo. Sempre através do arrependimento.



7. Três Passos Para o Pecador Alcançar Arrependimento

Para o pecador arrepender-se de seus pecados precisa reconhecer, sentir tristeza e abandonar o pecado. Vejamos os três passos para o arrependimento:

a) Reconhecer seu pecado

“Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal” (Sl 51.3,4).
Aqui o rei Davi, amargurado confessa e reconhece as suas transgressões, pois seu pecado está continuamente diante de si. Ele reconhece e confessa: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que os teus olhos é mau” (v. 4a). O que concluímos desta passagem? Quando alguém peca, peca contra Deus. E Deus jamais terá o culpado por inocente (Ne 1.3).
Davi também não podia negar que tinha pecado conta Urias e Bate-Seba (2 Sm 11). A uma observância aqui, que todo tipo de pecado é de fato em primeiro lugar contra o Deus Santo. Davi com humildade reconheceu o seu pecado diante de Deus, foi perdoado.
“E caindo em si, ... levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra céu e perante ti” (Lc 15.17, 18).
Antes de o pecador se chegar a Deus, ele precisa ter um verdadeiro reconhecimento pessoal pelo pecado. O reconhecimento do pecado é o primeiro passo para o pecador perdido alcançar o perdão de Deus. (Ver Lc 15.20, 22).

b) Sentir tristeza pelo pecado

“Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozassem os ossos que tu quebraste” (Sl 51.8).
Davi não sentiu a tristeza do mundo que gera a morte, mas a tristeza pelo pecado que segundo Deus gera arrependimento para a salvação da alma.
“Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Co 7.10).

c) Abandonar o pecado

“Esconde a tua face dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Tornar a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário” (Sl 51. 9-12).
O rei Davi anelava por uma purificação interior e por um espírito reto. Somente aquele que reconhece e abandona o seu pecado é que consegue sentir a mancha deste na alma. Por isso, o monarca Davi arrependeu-se de suas transgressões e a confessa e deixa. Sim, o verdadeiro arrependimento faz com que aborreçamos e abandonamos o pecado.
O salmista Davi sentia falta da presença do Senhor, e por isso clamava: “Não retires de mim o teu Espírito Santo” (V. 11). Sem a presença do Espírito Santo, deixamos de ser espirituais, e passamos à condição de meras criaturas, homem natural (1 Co 2.14).
Como Davi havia perdido a alegria da salvação, agora clama ao Senhor para que restitua a benção perdida (v. 12).
É importante ressaltar aqui nos versículos 11 e 12, que Davi ao entrar no seu aposento real, retirou a sua coroa e veste real, mas pediu a Deus para não retirar o Espírito Santo e a alegria da salvação de sua vida.
“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13).
Todavia, quando o pecador perdido arrepende-se sinceramente e abandona o pecado, o Senhor Deus estende sobre ele o manto do perdão e perdoa de todo o pecado. Há alegria no céu e também prosperidade e alegria em sua vida.

8. A Completa Convicção do Pecador Arrependido (Rm 10.6-13)

Arrepender-se é mudar a maneira de pensar e agir. Podemos dizer que arrependimento é fazer meia-volta e passar a marchar em sentido oposto.
Judas Iscariotes teve remorso e suicidou-se (Mt 27.5). O arrependimento têlo-ia levado aos pés de Jesus Cristo em busca do perdão.

a) Arrependimento de obras mortas

Arrepender das obras mortas estava em primeiro lugar, quando um judeu abraçava o cristianismo. Mas também era necessário adotar e cumprir com perfeição a doutrina cristã.

b) Arrependimento para conversão

O arrependimento para conversão tem que ser um arrependimento sincero, baseado numa profunda convicção de pecado. É por isso que Pedro disse: “Arrependei-vos e convertei-vos para que sejam apagados os vossos pecados” (At 3.19). Arrepender-se é mudar de maneira de pensar, é mudar de mente: converter-se no grego “epistrefu” é voltar atrás, é inverter a direção. Quem andava longe de Deus passa, depois de convertido, a caminhar para mais perto de Deus.

c) A convicção do pecador arrependido é obra do Espírito Santo

A Bíblia diz que o Espírito Santo é quem convence o pecador do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). A participação do pecador na sua conversão é permitir que o Espírito Santo opere em seu interior. Resistir sempre ao Espírito Santo é atitude fatal que levará o pecador à perdição eterna.

9. Contrição e Confissão do Pecador Arrependido

Contrição é sentimento profundo de culpa. Confusão é dizer a Deus: “Eu sou culpado”. A tendência humana é para a auto-justificação, isto é, para se desculpar e lançar sobre pessoa a culpa. Veja-se o mau exemplo de Adão, que culpou a Eva, e Eva culpou a serpente. Nenhum deles disse: “Eu pequei”.

a) A contrição de Davi

Davi deixou exemplos de contrição. Ele pecou contra Deus, mas se humilhou até o pó. Ele mesmo escreveu: “Enquanto eu me calei envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia” (Sl 32.3). Contrição é reconhecimento profundo e sincero que traz sofrimento íntimo.

b) A confissão de Davi

O monarca Davi nos dá muitos exemplos (Sl 25.7; 32.5). Mas vamos observar a particularidade de sua confissão no Salmo 51.4, em que ele diz: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos parece mal”. Esse tipo de confissão é que livra o culpado, por alcançar o perdão de Deus.

c) Alguns são atingidos apenas no intelecto

Neste caso, a pessoa admite que errou e às vezes até dá cabo da própria vida, como Judas Iscariotes. Mas isso não passa de remorso (Mt 27.3-5). Outros são atingidos apenas nas emoções.
Neste caso temos o exemplo do publicano que orava ao lado do fariseu (Lc 18.9-14). Ele nem sequer ousava olhar para cima, mas dizia, batendo no peito: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”. Isto, sim. É arrependimento.
d) A presença de Deus traz refrigério

“... venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (At 3.19b).
Refrigério são as bênçãos espirituais da salvação o batismo no Espírito Santo.
A tristeza segundo Deus é que traz o verdadeiro arrependimento para a salvação, mas a tristeza do mundo opera a morte. É isto que disse o apóstolo dos gentios, Paulo sob a inspiração divina (2 Co 7.10). Parece que Paulo está chamando de tristeza do mundo, ao que definimos como remorso, e tristeza segundo Deus, como sinônimo do verdadeiro arrependimento. E ele diz: “Arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende”.

XII. CONVERSÃO PARA A SALVAÇÃO

“Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra” (Is 45.22).
Aqui Deus está convidando todos os pecadores para se converterem de seus pecados para serem salvos. Deus deseja a conversão de todos os pecadores (Ver 2 Pe 3.9).

1. O Que é Conversão

É “virar-se para o lado posto”, virar as costas para o mundo, virar a face para Deus. Em outras palavras é abandonar o pecado e se chegar para Deus (Is 45.22; At 3.19; Tg 4.8).
A conversão tem relacionamento com fé e arrependimento anda inseparadamente (At 3.19; 26.20). Convém notar que o arrependimento é mudança interna na vida do pecador, enquanto que a conversão é que ocorre mudança no exterior na vida do pecador, que por sua vez reflete nas atitudes, procedimento, aparências, andar, falar, vestir, etc., o mundo o ver diferente de outrora, em outras palavras houve uma mudança em toda a maneira de viver. A conversão, às vezes representa tanto a fé como o arrependimento, que faz de um relacionamento muito estreito, englobando desta maneira na vida do homem que leva a abandonar os seus pecados, para servir ao único e verdadeiro Deus vivo (At 3.19; 11.21; 1 Ts 1.9). Por esta razão, é que observamos algo diferente em nossas vidas (Mt 5.16).

2. A Conversão na Bíblia

A palavra conversão aparece no Antigo Testamento e no Novo Testamento, vejamos:

a) Conversão no Antigo Testamento

No quinto livro de Moisés, Deuteronômio (Dt 30.10); nos livros históricos (1Rs 8.35, 47; 2 Rs 17.13; 23.25; 2 Cr 30.9; Ne 1.9); nos livros poéticos (Jó 22, 23; Sl 51; 22.27; 114.8; 13; Pv 1.23); nos livros proféticos (Is 1.6, 16; 2.2, 4; 6.10; 11.10; 30.15; 31.6; 60.5; 66.12; Jr 8.6; 18, 8; 25.5; 35.15; Lm 5.21; Ez 14.6; 18.30; 33.11; Jl 2.12, 13, Am 4.8).

b) Conversão no Novo Testamento

Nos livros sinóticos (Mt 13.15; 18.3; Mc 4.12; Lc 1.16; 11.32; 22.32); no evangelho de João (Jo 12.40); no livro de Atos (At 3.19; 8.37; 14.15; 15.3; 20.21; 26.18, 20; 28.27); nas epístolas (Ef 2; 3; 1Ts 1.9; Tg 5.19, 20; 1Pe 2.25).
A Bíblia Sagrada ainda mostra a conversão dos judeus (At 2.41; 4.32: 6.7), dos gentios: profetizada (Is 2.2: 11.10; 60.5; 66.12), cumprida a profecia (At 8.37; 10; 15.3; Rm 10.11; Ef 2;3; 1 Ts 1).
Exemplos de conversão na Bíblia: no dia de pentecoste em Jerusalém (At 2); dos samaritanos em Samaria (At 8.4-8); do eunuco no caminho de Gaza (At 8.26-40); de Paulo no caminho de Damasco (At 9.1-22); de Cornélio em Cesaréia (At 10); de Lídia da cidade de Tiatira (At 16.13-15); do carcereiro de Filipos (At 16.27-34).

3. Abrangência da Conversão

Toda a personalidade do ser humano abrange: o intelecto (Mt 21.28-30), emoções (Lc 18.9-14) e vontade (Lc 15.11-22), que são as partes da alma. Vejamos a abrangência da conversão em cada parte do ser humano.

a) Intelecto (Mt 21.28-30)

O primeiro filho da parábola (v. 29) foi de uma grosseria incompreensível. Sem pensar melhor, respondeu ao pai secamente: “não quero”. A narrativa não diz qual a reação do personagem. Provavelmente, ficou triste, ao ouvir resposta tão intempestiva, sem que fosse dada qualquer explicação plausível para tal reação.
Mas ele se arrependeu: “... arrependendo-se foi” Aquele jovem devia ser de temperamento sanguíneo ou colérico, próprio de pessoas que não refletem muito aquilo que dizem, a não ser depois de algum tempo.
A conversão abrangendo o intelecto do pecador, ele faz da maior inteligência de sua vida, muda os seus pensamentos e divisões. Há pessoas que dizem: “Não queremos”. Mas, depois, acontecem coisas na vida do pecador, incompreensíveis a nós, mas dentro dos desígnios de Deus, que as fazem converter-se de seus pecados.
O segundo filho (v. 30), da parábola, o pai, ao ouvir a resposta negativa do primeiro, filho dirige-se ao segundo e lhe faz o mesmo pedido: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”(v. 28). Quanto a este, notamos, igualmente, duas atitudes diferentes: A primeira, de uma obediência aparente. Ele respondeu ao pai: “Eu vou Senhor”. Certamente, seu personagem ficou feliz, ao saber que podia contar com o trabalho do outro filho. A segunda atitude foi diferente, mas no sentido negativo. Quando o pai se retirou, ele não cumpriu sua palavra, pois o texto diz: “... e não foi”.
Afirmamos que a primeira atitude foi humana e carnal; e a segunda, espiritual, humilde, coerente com a condição de filho, que depende do pai.

b) Emoções (Lc 18.9-14)

Aqui se trata da parábola do fariseu e o publicamos, mas focalizaremos a conversão do publicano.
Os publicanos eram cobradores de impostos. Estes tendo-se vendido às autoridades romanas, eram odiados pelos judeus nacionalistas, que os viam como traidores do povo. Freqüentemente os cobradores de impostos se valiam de suas posições para enriquecimento ilícito, com fraudes e abusos de poder e autoridade, o que lhes dava o nome de “ladrões”.
O publicano reconheceu o seu pecado, convertido suplica, sem justificar seu pedido: “Mas batia no peito dizendo: ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador” (Lc 18.13). Ele reconheceu seu estado de pecado diante de Deus, como o fez Zaque (Lc 19.8), que convertido suplicou por sua alma.
Foi à parte emotiva do pecador publicano que fez reconhecer seu pecado.

c) Vontade (Lc 15.11-22)

Aqui se trata da parábola do filho pródigo. Ao se dar conta de seu estado miserável, o moço lembrou-se da casa do seu pai: “E, tornando em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome” (Lc 15.17). Este deve ser o primeiro passo dos que se desviaram: lembrar-se de Deus, nosso Pai celestial. Basta ter vontade de levantar-se da lama (pecado) para o encontro de Deus Pai. Ele estará sempre pronto a nos receber: “E eu serei para vós Pai e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2Co 6.18).
O filho pródigo reconheceu sua situação. Todos os que querem voltar à casa do Pai, precisam reconhecer seu estado lastimável, doutra maneira nunca o farão. O pródigo, agora apascentando porcos e desejando comer do que eles comiam, lamentou sua triste sorte (Lc 15.14). Reconheceu sua situação e a fartura que havia na casa de seu pai (Lc 15.17). A Bíblia diz: “Lembra-te, pois donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras” (Ap 2.5).
O pródigo tomou uma resolução, pensar somente não é o bastante, é preciso ter vontade para levantar-se do estado de pecado, ele disse: “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti” (Lc 15.18). Não havia no coração do rapaz o desejo de ser igual ao herdeiro. Ele só queria estar perto do pai, com comida, mesmo sendo considerado um simples empregado (Lc 15.19). Entretanto, o Pai Celestial sempre tem o melhor para nos dar: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1.3).
O pródigo converteu-se e regressou para a casa do Pai. O reconhecimento acompanhado de conversão levou a decisão certa o retorno do filho pródigo. Esta foi à decisão do filho pródigo: “E, levantando-se foi para seu pai” (Lc 15.20). É possível ter convicção do pecado sem se converter. Para isto Deus nos acorda e convence, mas como o filho pródigo, temos de nos levantar e ir ao Pai, ou não poderemos gozar das bênçãos de um filho (Lc 15.22, 23).

4. Resultados da Conversão

Há uma grande mudança radical no pecador convertido, tanto interno, quanto externo. Tudo se torna novo (2 Co 5.17). Vejamos os resultados da conversão na vida do ser humano:

a) Novo nascimento (Jo 3.3, 5)

O que significa o novo nascimento? Significa a mudança de vida pela aceitação da fé em Jesus Cristo (2 Co 5.17); significa ter seus pecados perdoados após sua confissão a Deus (I Jo 1.9). Sem o perdão dos nossos pecados e a implantação da fé em nossos corações, não identificamos o gozo do novo nascimento (Gl 4.4, 6, 7; Ef 2. 8,9); significa aceitar sem reserva o plano de Deus para a salvação em Cristo como o único caminho (Jo 14.6; 17.3); significa plena convicção de que houve uma reconciliação do homem com Deus (Rm 5.10; 11; 2 Co 5.18, 19); significa mudança radical de vida e costumes e viver uma vida de santidade (Gl 2.20; 1 Ts 4.3; 1 Pe 1.15, 16).
Como nascer de novo? Buscar a salvação, e que venha ao pleno conhecimento da verdade (Jo 5, 24; Rm 10.13; 2 Tm 2.4).
O que fazer para nascer de novo? O pecador precisa crer em Cristo (Jo 3.16) e buscar (Jr 29.11 – 14; 33. 3); deve buscar a santificação (Lv 11.44; 19.2; 20.7; 1 Ts 4.3; Hb 12.14; 1 Pe 1.15). O novo nascimento é imediato, mas seu crescimento é progressivo (Os 6.3; Lc 24.43; Rm 12.1,2; 1 Pe 3.18).
Nicodemos era um dos mestres em Israel, mas este assunto lhe parecia difícil de entender. Ele era um homem natural (1 Co 1.14), por isso não compreendeu quando Jesus lhe falou sobre o novo nascimento (Jo 3.3-10). Para se compreender as coisas de Deus, é preciso ser espiritual, é preciso nascer de novo! Pois só os filhos de Deus são guiados pelo seu Espírito (Rm 8. 14, 16, 26). O arrependimento e conversão são as condições básicas para o novo nascimento. O novo nascimento é a principal condição para o homem entrar na vida eterna.
O novo nascimento não é apenas uma experiência facultativa, mas sim essencial à salvação, por causa da natureza do reino de Deus. Convém lembrar que só pode ser filhos de Deus adotivos, pelo novo nascimento.

b) Nova vida (Rm 6.4)

Quando a Bíblia fala de uma nova vida em Cristo, fala de uma vida adaptada à família de Deus através da adoção de filhos. Quando a pessoa aceita sem reserva o plano de Deus, está credenciada como filho de Deus (Gl 4.6, 7). Não é mais escrava a pessoa que confessa que Cristo é o seu Salvador e Senhor, mas herdeira de Deus, co-herdeira com Cristo.

c) Novo alvo (Fp 3.14)

O nosso novo alvo é o nosso grande troféu, a salvação em toda a sua plenitude (Rm 13.11; Fp 1.28), prosseguimos para o alvo da vida na glória (Fp 8.13).

d) Novo testemunho (Gl 1.23, 24)

Deus deu ao mundo uma revelação escrita: a Bíblia usando para isto “homens santos de Deus que falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21). Todavia, Deus quer que sua revelação seja também divulgada através daqueles que experimenta em suas vidas o poder da Santa Palavra. Por isso, Ele disse já no tempo do Antigo Testamento: “Vós sois as minhas testemunhas” (Is 43.10). O nosso Senhor Jesus também fala disto: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está no céu”. (Mt 5.16).
Paulo já dizia: “Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens, ... vós sois a carta de Cristo” (2 Co 3. 2,3). Estamos realmente inseridos neste importante contexto sagrado. Deus tem muitas “cartas” pelas quais a sua mensagem, o seu testemunho, está sendo divulgado. Estas cartas somos nós, servos do Deus vivo.

e) Novo cântico (Sl 40.3)

Aqui não se refere apenas a uma nova canção composta pelo salmista Davi, mas a uma nova forma de louvar a Deus. No hebraico, temos literalmente, “um novo cântico de louvor a Deus”. De fato, na última parte do versículo, o escritor acrescenta: “um hino ao nosso Deus”. Para que isso aconteça, é necessário que atendamos ao que diz Paulo: “... mas enchei-vos do Espírito, falando entre nós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração...” (Ef 5.18b – 19).

f) Novo homem (Ef 2.15; 4.24)

Aqui “novo homem”, significa o novo modus vivendi do crente redimindo por Jesus Cristo. Esse novo homem agora se manifesta na vida e no caráter cristão. O novo homem é renovado pela ação poderosa do Espírito Santos do pecado e da condenação (Tt 3.5). Essa renovação espiritual implica viver uma nova vida em Cristo (2 Co 5.17, Gl 6.15; Ef 2.10, 15).
O novo homem é uma nova criação segundo Deus. Não se trata de criação material, mas espiritual (Jo 3.3-6). Todos os sinais da velha criatura, do velho homem, foram desfeitos na cruz de Cristo para que o novo homem viva uma nova vida em Cristo Jesus. O novo homem é regenerado pelo Espírito Santo (Jo 3.5; Tt 3.5), o novo homem é um novo crente.

g) Novas bênçãos (At 3.19)

A expressão “tempos do refrigério”, significa as bênçãos provenientes da salvação em Cristo, como o batismo no Espírito Santo, herança no céu, milagres em nossas vidas, a manifestação dos dons espirituais. Esses são os resultados da conversão em Cristo que recebem bênçãos materiais e espirituais em Cristo Jesus (Ver Ef 1.3).

h) Nova incumbência (Lc 22.32)

Jesus dá uma nova incumbência a Pedro, vejamos, aqui está o pronome singular “por ti”, que por sua vez significa que Jesus particulariza a Pedro, quando ele passar pela a prova, e depois deverá fortalecer os outros discípulos, e mais o pronome plural “tu”, significa que os outros discípulos também seriam provados. Jesus sabia de antemão sobre a negação de Pedro, e a conversão subseqüente, por essa razão estimula a encorajar os outros na prova.

i) Nova criatura (2 Co 5.17)

A expressão “nova criatura”, significa literalmente, uma nova criação. A expressão “as coisas velhas já passaram”, significa mudança na vida produzida pela salvação. A expressão “eis que fizeram novas”, significa o tempo perfeito que indica os resultados permanentes da nova vida em Cristo. “Nova criatura” resulta em novo estilo de vida transformado por Cristo (2 Co 5.15).

5. Três Passos Para o Pecador Alcançar a Conversão

Vejamos os três passos para o pecador converter-se:

a) Crer no perdão do Pai

“Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai...” (Lc 15.18).
O filho pródigo tinha experimentado que o caminho dos prevaricadores é áspero (Pv 13.15). Não há nada mais feliz em, nossa vida do que crer no perdão de Deus, e sendo recebido pelos seus braços misericordioso, bondoso e amoroso. Eis a mensagem divina para todo o pecador: “Torne para o nosso Deus, porque grandiosos é um perdoar” (Is 55.7).

b) Voltar para casa do Pai

“E levantando-se, foi para seu pai; e quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou (Lc 15.20).
A verdadeira conversão dos pecados significa virar-se para o lado oposto, em outras palavras é voltar-se para a casa de Deus.
Aqui vemos que para a volta à casa do pai o filho pródigo refletiu, recordando o tempo feliz no passado na casa de seu pai. Ele reconheceu suas culpas de sua indignidade, resolveu voltar para casa, para ser pelo menos um empregado (Lc 15.19), e agiu, indo sem demora ao encontro do pai.
Deus nos vê de longe e com o seu amoroso olhar, acompanha a nossa volta. Isto devia comover o mais rebelde pecador. Como o seu pai o viu? Pobre, sujo, magro, cambaleante da longa caminhada, esfarrapado, pés descalços, maltratado, faminto, cabeça baixa, e ainda reconheceu como sendo seu filho. É assim que se encontra o estado terrível do pecador.
A compaixão de Deus Pai vem do seu infinito amor por nós (Sl 103.13; Jo 3.16; Rm 5.8).
O filho pródigo não correu; apenas “levantou-se e foi”. A única vez na Bíblia em que Deus é representado correndo é para salvar o perdido pecador. O beijo do pai, no original aqui, é um ato repetido; Isto é, beijou-o repetidamente, lágrimas, alegria, afeto, reconciliação e perdão (Gn 33.4; 48.10; Rt 1.14; At 20.37).

c) Confessar o seu pecado

“... Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho” (Lc 15.21).
Aqui é uma figura de palavra, a expressão “pequei contra a céu”, significa pecar contra Deus. Uma evidência da verdadeira conversão e arrependimento é sentimos que pecamos primeiramente contra Deus e depois contra o próximo. O monarca Davi tinha pecado diretamente contra o próximo, mas arrependido e convertido, ora a Deus dizendo: “Contra ti, contra ti somente pequei” (Sl 51.4). Confessando o seu pecado, o filho pródigo continua dizendo: “Pequei perante ti” (seu pai). O nosso pecado é também contra o próximo, direto ou indiretamente. De uma maneira ou de outra o próximo é afetado. Aquele que confessa e deixa o pecado alcança o perdão e misericórdia divina (Pv 28.13).

6. O Espírito Santo na Conversão do Vil Pecador

É o Espírito Santo quem atua na conversão do pecador. “E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça, e do juízo” (Jo 16.8). Sem a assistência do Espírito Santo, nenhum pecador haveria de converter de seus pecados, pois o coração do homem é mau continuamente (Gn 6.5). Todavia, o espírito Santo é suficientemente persuasivo para levar o mais vil pecador e arrepender-se, e converter-se de seus pecados. Essa obra do Espírito de Deus, arrependimento e conversão na vida do pecador leva-o a experimentar o milagre da regeneração.
Portanto, não é possível ser salvo sem a verdadeira conversão (Mt 18.3).

XIII. ADOTADOS POR DEUS

O que é adoção? É o ato pelo qual uma pessoa recebe como filho próprio a um que não é conferindo-lhe todos os direitos e obrigações dessa posição. A palavra adoção no original grego é “huiothesia”, que significa literalmente “por como filho”. Adoção está muito relacionado à regeneração. A regeneração dá ao homem a natureza de filho de Deus, a adoção dá-lhe a posição de filho (Jo 1.12; Rm 8.14-17).
Adoção como a temos no Novo Testamento, não se limita ao ato de adotar, de admitir como filho. O termo grego “huiothesia”, expressa não se usa somente para parentesco, mas também para a posição na família e direitos cabíveis.
Por dentro deste assunto podemos ilustrar esta verdade com o testemunho pessoal de certo pastor: “Certa vez fui adotar uma filha. O juiz me chamou e me fez colocar a mão sobre o livro e jurar que seria o pai daquela menina, que cuidaria dela e a guardaria em todos os lances da vida. E eu disse: ‘Sim’, eu adotei como filha, e assinei os documentos legais. Pronto: tudo estava resolvido. Desde aquele momento, para todos os efeitos eu era o pai daquela menina. Assim também o Senhor Deus também faz com aquele que crê em Jesus” (Jo 1.12).

1. As Condições Para a Adoção Divina

Naturalmente, para cada benção de Deus, Ele estabeleceu condições. Para obtermos d’Ele benções, precisamos colocar-nos debaixo de suas mãos.
Por exemplo: Quando Deus quer colocar uma benção em nossas mãos, nós precisamos “abrir as nossas mãos” para recebê-la. Muitos de nós nunca abrimos a mão (para dar), por isso nunca recebem.

a) É somente os guiados pelo Espírito Santo são filhos de Deus

“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Rm 8.14).
Nem todos os homem são filhos de Deus, apesar de ser essa a opinião generalizada, sob a alegação de que “Deus é Pai”. Mas Jesus declarou aos judeus que não queriam crer n’Ele: “Vós tendes por pai o Diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai” (Jo 8.44). Ora, se os incrédulos foram chamados “filhos do Diabo”, então nem todos são filhos de Deus. É que realmente são filhos apenas aqueles que forem adotados por Ele. Convém lembrar que têm filhos por criação e filhos por adoção. Os filhos por criação são aqueles que não aceitaram a Cristo como Salvador. Os filhos por adoção são aqueles que crêem e aceitaram a Cristo como Senhor e Salvador e está bem privilegiado e acima dos filhos por criação.
A receita para ser filho de Deus está em João 1.12: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome”.



b) É pelo novo nascimento que tornamos filhos de Deus

Em Adão todos nasceram da carne. A verdade é que todos somos a multiplicação de um só homem, herdando uma natureza propensa para o pecado: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens” (Rm 5.12). Daí a razão de Jesus dizer: “Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3.7).

c) É crer em Jesus que tornamos filhos de Deus

“Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: ao que crêem no seu nome” (Jo 1.12).
Aqui está o direito de filiação na família de Deus, isto é, os que crêem em Cristo. Todos os que aceitam a Jesus como Salvador e Senhor, tornam-se filhos de Deus, não por serem descendentes de Abraão (“não nasceram do sangue”), nem por geração natural (“nem da vontade da carne”) e muito menos, pelos seus próprios méritos (“nem da vontade do homem”). Esta aceitação na família divina, como filhos adotivos, é um dom gracioso e sobrenatural de Deus, mediante a nova vida implantada pelo Espírito Santo no ato da conversão do pecador, contrito e arrependido.

d) É apartar-se do mundo que tornamos filhos de Deus

“Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo Poderoso” (2Co 6.17,18).

e) É vencer

“Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho” (Ap 22.7).
Aqueles que perseverarem fielmente firmes como vencedores na pessoa bendita de Jesus Cristo, herdarão as bênçãos do novo céu e da nova terra.
Crer em Jesus, apartar-se do mundo e vencer significa converter-se a Cristo, viver em santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14), e perseverar na fé para não perder a benção.




2. A Distinção dos Filhos de Deus Para os Filhos do Diabo

“Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: qualquer que não pratica a justiça e não ama a seu irmão não é de Deus” (1 Jo 3.10).
Por essas características são conhecidos os filhos de Deus e os filhos do diabo. Os filhos de Deus são os que praticam a justiça e amam os irmãos e os próximos. São essas coisas que diferenciam os filhos de Deus e os filhos do Diabo. Os do reino da luz e os do reino das trevas.

3. O Significado da Adoção (Rm 8.17,18)

A palavra adoção no original significa transferência de uma posição de filho numa condição inferior, para ser colocado numa posição espiritual de filhos emancipados, com todos os direitos (Rm 9.4; Gl 4.5-7; Ef 1.5).

a) É sublime

É tão sublime e importante que até os anjos no céu “desejam bem atentar” (1Pe 1.12). Jesus Cristo ensinou a sublimidade da adoção (Ver Lc 20.36; Jo 20.17).

b) É direitos adquiridos

O filho adotivo tem o pleno direito de adquirir a herança. A adoção entre os gregos e romanos dava ao adotivo uma espécie de emancipação pela qual o novo herdeiro era introduzido à posição de filho adulto, passando, a partir daquele momento, a ser o “sócio” da casa, e naquela ocasião era-lhe trocada à roupa infantil por roupa de adulto “togavirilis”.

c) É direitos assegurados

O filho adotivo tem os seus direitos assegurados. É o próprio Espírito Santo quem assegura os direitos dos filhos de Deus. Não existe nesta terra algo que se possa comparar ao estado de gozo que espera os filhos de Deus. O Espírito Santo nos foi dado como penhor disso (2 Co 1.22).
Desde os tempos antigos se conhece a prática da adoção. Os judeus não a praticavam diretamente, mas para outros povos era prática comum. “Do direito romano (Adaptio) a adoção era usada quando um homem tomava como seu ao filho de outro, em um ato que incluía uma venda simbólica diante de testemunha”.
A adoção de Israel tinha um sentido nacional e relativo (Êx 4.22), enquanto a nossa é pessoal e absoluta.
A adoção também significa que todo o nosso temor desaparece e é substituído por uma confiança plena na proteção paternal de Deus (Rm 8.15). Sem a adoção, nenhuma pessoa experimenta qualquer liberdade de relacionar-se com Deus.
Na vida secular os direitos do filho adotivo são garantidos em leis específicas do Código Civil. Todavia, os filhos de Deus por adoção têm os seus direitos garantidos pelo próprio Espírito Santo.

4. Porque Somos Privilegiados Pela Adoção Divina

Aqueles que aceitaram a Cristo como Salvador e Senhor são privilegiados, porque a partir do momento é adotado por Deus. São inúmeros privilégios e as bênçãos de ser filho de Deus. Vejamos os privilégios da adoção divina:

a) Porque estaremos para sempre com o Senhor

Só poderemos está sempre com Deus, se aceitarmos a Cristo para sermos adotivos de Deus, se aceitarmos a Cristo para sermos adotivos de Deus. Nenhum tem o poder de estar sempre com Deus senão os seus filhos. O apóstolo Paulo disse: “Seremos arrebatados ... a encontrar o Senhor nos ares e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.17). Será que o leitor tem a certeza de que irá encontrar o Senhor Jesus nos ares para estar sempre com Ele? Somente os filhos de Deus podem viver em Sua santa presença.

b) Porque herdamos todas as coisas com Jesus Cristo

“E, se somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8.17).
Ser herdeiro de Deus é a realidade que não se pode imaginar, porque ninguém tem aqui experiência idêntica ao que isso representa na eternidade.

c) Porque reinaremos com Jesus Cristo

“E vi tronos, e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar, e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela Palavra de Deus... e viveram e reinaram com Cristo (Ap 20.4).
Aqui o apóstolo João exilado na ilha de Pátmos, viu o reinado milenial de Jesus Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores e com os herdeiros (adotivos). Jesus disse: “Bem-Aventurados, porque eles herdarão a terra” (Mt 5.5). Cristo comprou com o seu sangue “homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra” (Ap 5.9,10). “E reunirão para todo o sempre” (Ap 22.5). Leia ainda a passagem de Ap 20.6.
5. Somos adotados por sete Instrumentos Divinos

Abordaremos sete fatos bíblicos dos quais Deus se vale para efetuar a adoção, a saber:

a) Pela soberania de Deus

“e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.5).
A adoção é um ato livre, soberano e gratuito de Deus em favor do homem. Assim como Deus em escolheu a Abraão por um ato de soberania (Gn 12.1-3), igualmente nos oferece soberanamente à adoção. Ainda hoje Deus está escolhendo e chamando homens e mulheres pelo seu ato soberano.

b) Pela redenção de Jesus Cristo

“para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4.5).
Não existe qualquer mérito ou influência humana no ato de nossa adoção. Ela é feita com base na redenção que Cristo consumou na cruz do Calvário (Jo 19.30). Os méritos de Jesus Cristo são repartidos conosco, enquanto nos é dada a condição de filhos (Gl 3.26).

c) Pela fé em Cristo

“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26).
A adoção requer unicamente de nossa parte o testemunho de fé, pois todos somos filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. A fé é a capacidade de crer que Deus fará tudo quanto tem prometido. E ele tem prometido nos aceitar e receber como filhos.

d) Pelo o Espírito Santo

“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).
A adoção é um ato poderoso, milagroso e cordial do Espírito Santo. É uma obra tão importante que a Bíblica a chama de Espírito de adoção (Rm 8.15).

e) Pela promessa de Deus

“... não ao os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa”... (Rm 9.8).
A benção da adoção nos abre a porta de uma maneira extraordinária, a ponto de sermos chamados de filhos da promessa (Gl 3.29). Cada crente deve ser infinitamente grato a Deus por tão grande privilégio.

f) Pela graça de Deus

“Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente a qual é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós” (Rm 4.16).
O que seria do homem sem a graça de Deus? Continuaria na miséria do pecado e da condenação eterna. É pela graça de Deus que Ele nos recebe como filhos. (Rm 4.17; Ef 1.7).

g) Pelo amor de Deus

“Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somo filhos de Deus...” (1 Jo 3.1).
Uma das maiores revelações do Novo Testamento é que Deus nos constitui como seus filhos. Um dos maiores privilégios da nossa salvação é de sermos adotados por Deus. (Ver Jo 1.12; Gl 4.7).
A causa de sermos adotados por Deus é pela causa de seu grande riquíssimo amor incomparável (Ver Jo 3.16; Rm 5.8).

6. Quais São os Deveres dos Adotados por Deus

Como filhos adotivos de Deus devemos cumprir o que agrada ao Pai Celestial, vejamos:

a) Prestar obediência ao Pai

“como filhos obedientes, não vos conformado com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância” (1 Pe 1.14).
Somos filhos de Deus, devemos prestar-lhe total obediência.

b) Parecer com o Pai

“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” (Ef 5.1).
Se somos filhos de Deus, devemos parecer com Ele. Jesus disse: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.48). O Dr. Russel P. Shedd, é bastante claro neste texto: “Perfeito. Jesus aponta para a absoluta perfeição do amor de Deus como alvo do crente (cf 1Pe 1.15,16). Não se debate a possibilidade filosófica do absoluto amor perfeito na terra: quem, pertence a Cristo, pratica a verdadeira piedade (1 Jo 1.6-10), e já tem sua absoluta garantia da transformação final (1 Jo 3.2)”.

c) Aceitar a disciplina do Pai

“... Filho meu, não desprezes a correção do Senhor... Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer quer recebe por filho”. (Hb 12.5,6).
Deus permite que seus filhos sofram para que tenham uma real experiência pessoal com Ele. É um sinal de que somos filhos de Deus, garantindo o amor e cuidado do Senhor para suprir toda a nossa vida (1 Pe 5.7). O propósito do Pai Celestial através da disciplina é para que seus filhos não sejam condenados com o mundo (1 Co 11.31-32), para que tenhamos comunhão com Ele, a santidade que processa em nossa vida, do contrário nunca veremos a Deus (Hb 12.14).
Somos filhos de Deus, devemos aceitar a sua disciplina para termos, uma vida cristã frutífera (Gl 5.22; Tg 3.17,18). É necessário que o leitor faça um estudo demorado dos versículos 5 a 11 do capitulo 12 da carta aos Hebreus.

d) Tornar irmão de Jesus

“... Por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos... Anunciarei o teu nome a meus irmãos, ...” (Hb 2.11, 12).
Quando somos adotados por Deus a partir do momento tornamos irmãos de Jesus (Mt 12.48,50; Jo 20.17).


e) Promover a glória do Pai

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16).
Quando o filho de Deus manifesta o seu verdadeiro testemunho neste mundo corrompido, e converte um perdido pecador através de seu exemplo, Deus é exaltado em sua glória.
O maior propósito do crente neste mundo é glorificar a Deus mediante “as vossas boas obras” (v.16), porque se trata do plano de Deus de resgatar a imagem do homem corrompida pelo pecado, e também está arrancando a alma do pecador do destino do inferno (Pv 24.11).
Devemos ter prazer em promover a gloria de Deus na terra!

7. As Bênçãos Daqueles Que São Adotados por Deus

Quando somos adotados por Deus somos ricamente abençoados pelo seu poder. Vejamos as bênçãos da adoção:

a) Tem um novo nome

Nosso nome sempre se relaciona com a nossa família. Biblicamente, o significado do nome vai mais além. A mudança de nome na Bíblia, sempre está relacionada à transformação de natureza, posição e experiência. Envolve a personalidade, a natureza e o caráter. Há algumas pessoas que tiveram seus nomes mudados por Deus tanto no Antigo testamento quanto no Novo Testamento: Abrão, que significa “pai elevado”, foi mudado para Abraão, que significa “pai de uma multidão” (Gn 17.5); Sarai que significa “princesa”, foi mudada para Sara, que significa “mãe de muitas nações” (Gn 17.15,16); Jacó, que significa “suplantador”, que dava a entender um defraudador astucioso, foi mudado para Israel, que significa “aquele que luta com Deus”, “Campeão com Deus” (Gn 32.28); Oséias, significa “Salvação”, Moisés muda para Josué, que significa “O Senhor é Salvação” (Nm 13.16); Gedeão significa “cortador” (Jz 6.11), foi mudado para Jerubaal que significa, “que Ball por si mesmo contenda” (Jz 6.32; 7.1). No Novo Testamento: Marcos no latim significa: “martelo grande”, foi mudado para João Marcos, é junção de dois nomes João – Jeová, que significa, tem sido agraciado (At 12.12); Levi no hebraico significa “associado, unido, adesão”, foi mudado para Mateus que no hebraico significa “dom de Deus, homem de Deus” (Mc 2.14; Lc 5.27, 29; Mt 9.9); Simão no hebraico significa “cana, audição”, foi mudado para Pedro no grego “petros” que significa “pedra, rocha” – fragmentos de pedras e pedregulhos (Jo 1.42) significado este diferente de Cristo, a rocha, grande rocha (petras) de Mateus 16.16; Saulo no hebraico significa “pedido”, o nome do primeiro rei de Israel, tirando a vogal “o” fica Saul, foi mudado para Paulo que no grego significa “pequeno, pouco” (At 7.60; 13.1).
Adoção nos propicia um novo nome. O novo nome escrito de cada um de nós consta de uma pedra que nos será entregue, na condição de vencedores (Ap 2.17). Damos graças ao nosso Deus, uma vez em Cristo, há um novo nome para todos nós, e se temos um novo, os nossos nomes estão escritos no livro da Vida nos céus (Lc 10.20; Ap 20.12,15).


b) Tem uma nova família

“Assim que já não sois estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus” (Ef 2.19).
Todo pecador, em seu estado natural, tem por pai o Diabo e pertence sua família (Jo 8.44). A adoção nos oferece o privilégio de sermos transferidos para outra família – a família de Deus. Através da adoção agora, somos “concidadãos dos Santos e da família de Deus”.

c) Tem uma nova herança

“E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo”... (Rm 8.17).
Todos os pecadores herdam de Adão a nociva e abominável mancha do pecado. Filhos, após, filhos, todos os pais têm inevitavelmente transferidos aos seus pôsteros essa maldita herança (Sl 51.5). Pela adoção, Deus nos concede o privilégio de sermos seus herdeiros através de Cristo Jesus, de quem nos tornamos co-herdeiros. Essa herança é incorruptível, incontaminável e imarcescível e está reservada nos céus para nós (1 Pe 1.4).

d) Tem uma nova mente

“Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16).
Ter a mente do Cristo significa conhecer os propósitos de Deus para as nossas vidas, ser santo como Deus é santo e aborrecer o pecado, avaliarmos as nossas vidas em toda área como Deus a vê. Ter a mente do Senhor faz do crente tornar diferente do modo de viver desta sociedade corrompida dos valores éticos, morais e espirituais, pela renovação do entendimento (Rm 12.2).
Ter a mente renovada por Cristo é o reflexo exemplificada pela a vida de Jesus (ver Fp 2.5-8).




e) Tem uma intimidade com o Pai

A realização plena de Deus com o Pai dos crentes pertence ao Novo Testamento. São raros os textos que mencionam a Deus em tal condição no Antigo Testamento. A razão é esta: o Espírito Santo não havia sido derramado, o que ocorreu no dia de Pentecoste (At 2.1-13). Desde então, um dos mistérios do Espírito é efetuar a adoção dos crentes como filhos de Deus (Rm 8.14-16):

XIV. JUSTIFICAÇÃO EM CRISTO

Justificação é o ato judicial através do qual Deus decreta a absolvição do pecador e o declara justo (At 13.39). Justificado! É o verídico divino para quem crê em Jesus e ninguém pode impugnar. “Quem intentara acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? (Rm 8.33,34). Cuidado, vós que acusais o justo!
“Justificação é o ato da graça de Deus, pelo qual Ele imputa a pessoa que crê em Jesus, a justiça de Cristo e a declara justa”.
A justificação é o ato de justificar o transgressor. É uma obra maravilhosa de Deus, que torna o homem pecador e impuro e declara-o santo justo e puro.
Nenhum juiz terreno poderá jamais fazer isso. Somente Deus, o supremo juiz. O grande fato revelado nas Escrituras é que Deus perdoa o pecador que crer e aceita o seu Filho Jesus Cristo como Salvador. A exposição deste fato é a doutrina da justificação pela fé.
O verdadeiro cristianismo é a demonstração da graça de Deus (Tf 2.11). Falamos do cristianismo praticado. Estudando a epístola de Paulo aos Romanos e Gálatas, podemos entender esse ponto doutrinário.
Antes da Reforma Protestante, essa doutrina tinha sido relegada a um esquecimento quase total, pois a Igreja Romana havia incluído o mundo com a doutrina das boas obras, para dotar o católico de merecimentos pessoais para a salvação. Ensinava ainda a penitência, a venda de indulgências, pelas quais substituíram a graça de Cristo.
Adão e Eva também tentaram cobrir a sua nudez com frágeis folhas da figueira, num esforço que simboliza a tentativa do homem de prover sua própria justificação perante Deus.
Todas as falsas religiões têm como base as boas obras para justificação do homem. Martinho Lutero descobriu a grande verdade: “O justo viverá da fé” (Rm 1.17). Lutero considerava a doutrina da Justificação um pilar fundamental no majestoso edifício da revelação bíblica da obra redentora.

1. O Estado da Humanidade Sem Deus

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).
A criatura humana acha-se totalmente incapacitada para resolver seus próprios problemas, para se tornar justa diante de Deus (Jó 9.2). Paulo escreveu que toda a humanidade foi achada culpada diante de Deus (Rm 3.19), sem possibilidade de salvação, estando sentenciada à morte eterna (Ef 2.1,2).

a) A impossibilidade do homem para reparar seu erro

Era um momento crítico, sem precedentes na história! O homem era culpado e nada podia fazer para se salvar. O carcereiro de Filipos formulou a pergunta chave: “Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?” (At 16.30). Foi à expressão de uma alma nas trevas procurando um meio de escapar, livrando-se da culpa que a atormentava.
O homem não pode salvar-se a si mesmo. O pecado nele é como uma camisa de forças: quanto mais ele se debate, mais ela aperta e aprisiona a pessoa, até deixá-la completamente imóvel. É também como a areia movediça: quem nela cai quanto mais se esforça para sair mais se afunda, e só pode ser salvo por alguém que esteja de fora (Cristo é este personagem que está de fora para salvar!).

b) A justiça própria é aparente

“Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” Esta foi à pergunta de um jovem rico, aparente justo, a Jesus (Mc 10.17). Os homens sempre procuram fazer algo para alcançar a própria salvação. Mal sabem eles que por meio de Cristo o caminho é tão fácil: “gratuitamente pela graça” – uma expressão que reforça a idéia de que a graça nada exige, senão somente a fé para receber o Filho de Deus (Jo 1.12;3.16).
Somente ao aceitar o plano gracioso estabelecido por Deus, o pecador será justificado em Jesus Cristo. Pois, foi Ele quem tomou sobre si a culpa, a pena, os efeitos do pecado para toda a eternidade, possibilitando, por esse meio, o pecador a encontrar relação de justificado perante Deus, Cristo se fez pecado em nosso lugar (2Co 5.21).
Quando o jovem rico ouviu a resposta de Jesus à sua pergunta, dizendo que ele vendesse tudo o quanto possuía e distribuísse aos pobres, ele preferiu ficar com os bens terrenos a trocá-los por um tesouro no céu. A justiça própria do homem é sempre assim: existe aparentemente, mas não resiste a uma prova diante dos olhares de Deus, que tudo vê e conhece. A justiça humana é, quase sempre, eivada de hipocrisia. Hipocrisia é pecado, logo, o hipócrita não é justo.

c) Todos são condenados diante da lei

É maravilhoso estudar a doutrina da justificação dentro do plano escriturístico revelado a Paulo, que é contrário aos ensinos do judaísmo, e dos cristãos judaizantes.
A palavra justificação do grego “dicaiutentes” é o ato de Deus declarar os homens isentos de pecado e de condenação, e aceitável a Ele. É um processo de absolvição pelo próprio “Juiz do Tribunal divino” (Rm 5.1,9).
A severidade da lei não dá possibilidade de escape a ninguém, pois todos são culpados diante de Deus: “Porque todos pecaram e destituídos estão da gloria de Deus” (Rm 3.23). “Toda boca esteja fechada e todo mundo seja condenável diante de Deus” (Rm 3.19). “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.4). E Paulo completa: “todos pecaram”. Logo, todos estão condenados à morte.

2. A Obra de Deus em Favor do Homem

A remissão dos pecados foi proposta por Deus (Rm 3.25). A obra da salvação está apoiada na obra mais poderosa que Deus realizou, e nós sabemos que a justificação só é possível devido à graça de Deus. Jesus falou da casa construída sobre a rocha (Mt 7.24), dizendo que o homem que construiu era prudente.

a) O testemunho da lei

“Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas” (Rm 3.21). Paulo explica no versículo 22: “Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo”.
O termo justificação, usado na Bíblia, significa “declarar” inocente alguém que é culpado; “contar” como justo e “não imputar” a iniqüidade (Sl 32.2; Rm 4.8).
Quase sempre falamos do testemunho da lei, no sentido da condição do culpado. O pecador sempre é condenado pela lei, toda a humanidade está indesculpável, na há um justo. Mas agora, neste tópico, focalizamos um novo aspecto do testemunho da lei. Em Romanos 3.21, encontramos a lei concordando com a graça, como que num reconhecimento de que não existe outra alternativa para a salvação do homem. Os profetas também concordam (At 3.24; 10.24).

b) A graça como fonte de vida

“Sendo justificado gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24).
As Escrituras são muita rica ao demonstrar a graça de Deus como fonte de vida eterna. A expressão “gratuitamente pela sua graça” é uma redundância proposital, que dá ênfase à idéia da gratuidade da salvação. O pecador justificado é como o preso perdoado, que, ao receber a notícia e ser-lhe aberta a porta da prisão, basta crer que agora está livre e sair para desfrutar da liberdade.

3. A Trindade Como Fonte de Justificação Pela Graça

Sem a expressa manifestação da maravilhosa graça de Deus será impossível a qualquer pecador alcançar os méritos de justificação da parte de Deus.
a) Deus

“Chegamos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4.16).
O Novo Testamento veio trazer a lume esta nova imagem da soberania de Deus. Não é Ele apenas um Deus que julga os homens maus com o Dilúvio, com enxofre e fogo, com saraiva e trovão.
Dele emana a misericórdia que alivia o sofrimento dos incrédulos contumazes e rebeldes, inimigos da própria Divindade. A graça é a mensagem de perdão, a mão reconciliadora, o rosto bondoso, a oferta de salvação, de graça sobre graça, tudo proveniente da parte de Deus.

b) Cristo

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua gloria, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).
A vinda de Jesus a este mundo revelou a dimensão total da vontade salvadora de Deus. A encarnação é a expressão da graça; o cântico de Belém é a canção da graça; o sacrifício do Calvário é a oferta da graça efetiva e misericordiosa do onipotente Criador e Redentor.

c) Espírito Santo (Hb 10.29)

Somos recomendados solenemente a não fazer agravo ao Espírito da Graça.
Um Deus que nos oferece salvação pela graça, não merece ser agravado em seu poderoso e sensível Espírito. Por Ele somos participantes de uma redenção que nos transforma de miseráveis pecadores e alienados de Deus em filhos da luz e herdeiros do seu trono.
Paulo declarou que pelas obras da lei ninguém, nenhuma carne, será justificada. Essa declaração não é uma crítica à lei que é santa. É sim o reconhecimento tácito de que a graça, e somente ela é capaz de prover recursos espirituais para o pecador chegar-se a Deus e ser salvo.

4. O Fundamento da Justificação

A justiça de Deus é o fundamento da nossa justificação. Nossa justificação é produto da manifestação tríplice da justiça de Deus.
Assim como o amor, a misericórdia, a bondade, a fidelidade e a santidade, a justiça é um atributo da natureza de Deus (Sl 97.2). Esse atributo vem até nós em forma de dádiva (Rm 5.8).

a) Deus exige justiça porque Ele é Santo

“Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e mães a beneficência, e andes humildemente com teu Deus?” (Mq 6.8).
Podemos considerar a justiça de Deus como sendo a sua santidade em ação. É o tratamento reto e honesto que Deus dá às causas que trata com o homem e especialmente quando se trata da salvação do pecador.
A justiça de Deus está intimamente ligada à sua honestidade e sua retidão de caráter. Esta justiça trabalha incansavelmente em favor do bem-estar da roça humana.
É por meio da justiça divina que alcançamos misericórdia e somos perdoados (Sl 51.14; Rm 4.5).
Um Deus santo como o nosso Deus não pode, em hipótese alguma, aceitar e compactuar com o pecado.

b) A justiça de Deus pelas riquezas de sua graça

“Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus” (Ef 2.7).
Seria impossível ao homem, mesmo o melhor, conseguir por si mesmo, uma imputação pessoal de justiça, que fosse aceita pela Divindade.

c) A justiça de Deus pela fé

“isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença” (Rm 3.22).
Através da fé, Deus nos reparte a sua própria justiça, tornando o sacrifício de Cristo como o julgamento dos nossos pecados. Nele somo aceitos.
A graça de Deus revela-se aos pecadores na obra expiatória de Jesus em quem precisamos ter fé para sermos redimidos dos nossos pecados e passamos a uma vida de paz com Deus (Rm 5.1).

5. O Instrumento Divino da Justificação

“sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24).

a) O sangue de Cristo

“ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Rm 3.25).
Ele foi proposto por Deus. A história de nossa redenção tem pormenores às difíceis de entender.
Quando o Pai propôs entregar por nós o seu próprio Filho, isto já era o principio de seu sacrifício. Deus é mencionado na Bíblia como “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou” (Rm 8.32).
Referindo-se ao seu sangue, Jesus disse: “É derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26.28).
Já o escritor da epístola aos Hebreus disse: “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servidos ao Deus vivo?” (Hb 9.14).
João confirmou esta verdade, dizendo: “o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 Jo 1.7). Assim vermos que o ensino claro das Escrituras é que a purificação dos pecados é efetuada pelo sangue de Cristo.
O sangue precioso de Cristo, nosso Salvador satisfaz por si mesmo todas as exigências da parte de Deus para a salvação do pecador.
A fé no sangue de Jesus conduz à justificação (Rm 5.9). Justificação é mais do que o perdão. Perdão significa cancelar os pecados. Justificar é declarar a pessoa justa como se nunca houvesse pecado antes. Nós, humanos, podemos perdoar relativamente, e só. Mas Deus pode e quer perdoar e justificar através do sangue expiador do sacrifício que Ele proveu – o Seu próprio Filho.
Toda justiça de Cristo fica creditada em nosso favor quando somos justificados pelo seu sangue.


6. O Instrumento Humano da Justificação

“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus cristo” (Rm 5.1).
É fácil entender que a fonte da justificação é a paz com Deus, e o meio da justificação é a fé na provisão de Deus.
Os méritos de Jesus Cristo tornam-se nosso por meio da fé.
Muitos são os benefícios que recebemos quando cremos nas promessas divinas: acesso a Deus, paz, alegria, esperança, confiança, libertação do jugo do pecado, estes são alguns entre tantos benefícios prometidos ao que crer.

a) Somos perdoados pela fé

“A este dão testemunho todos os profetas, deque todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” (At 10.43).
Nosso perdão só é possível por causa da justiça que brota de Deu através de Cristo, e isso nos é concedido pela fé (Fp 3.9).

b) Somos salvos por fé (Ef 2.8, 10)

Somos salvos por andar por fé (2 Co 5.7). Somos salvos por realizar a obra da fé (2 Ts 1.11). Somos salvos para ter gozo da fé (Fp 1.25). Somos salvos para vencer pela fé.

7. Os Efeitos da Justificação

Estudaremos os efeitos da justificação, a saber:


a) Paz

“Sendo, pois, justificados... temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1).
Toda pessoa realmente justificada experimento uma tríplice paz. Paz com Deus, com o próximo e consigo mesmo.
Essa paz nos adveio porque “Deus esta em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões” (2 Co 5.19). Esta é a obra da justificação.

b) Fruto

“cheios de frutos de justiças, que são por Jesus Cristo, para gloria e louvor de Deus” (Fp 1.11).
Antes da nossa justificação somente produzíamos o fruto do velho homem (Rm 7.4). Agora produzimos o fruto abundante (Jo 15.4,5); progressivo (Mc 4.28,29); de louvor (Hb 13.15); de justiça (Tg 3.18).
c) Prosperidade

“Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18).
A benção da justificação anula a sequidão espiritual da nossa vida e nos permite navegar pelos abençoados e bonançosos mares da prosperidade.
Vamos indo de força em força (Sl 84.7), até chegarmos a Jerusalém celestial, sempre guiados pelo Espírito do Senhor.

d) Reconciliação por meio de Cristo

“Vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto” (Ef 2.13): “O qual nos tirou da potestade das trevas, e no transportou para o reino do Filho do seu amou. E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão na terra como as que estão nos céus” (Cl 1.13,20). Ver também 2Co 5.18-20).

e) Acesso a Deus

Acesso a Deus é ser introduzido na presença divina, onde podemos permanecer de pé, por termos o Senhor Jesus como nosso amigo e advogado. “Pelo qual temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2). “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (1 Jo 2.1).

f) Alegria pela esperança em Deus

Essa alegria é pela esperança, uma certeza absoluta, e que nos está reservado um lugar nos céus (Rm 5.2;8.30). As palavras de Jesus aos seus discípulos acerca desse lugar no céu foi com o objetivo de tranqüilizá-los e tirar-lhes a tristeza pelas palavras de despedida que o Senhor freqüentemente lhes dirigia, já à vésperas de sua crucificação (Jo 14.2,3).

g) Libertação da condenação

O crente em Cristo está livre da ira de Deus, que se manifestará no futuro. Cristo sofreu na cruz tudo aquilo que estava destinado a nós que cremos nele (Gl 3.13). O seu sofrimento tamanho que Ele exclamou na cruz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46).
O ladrão que estava pregado ao seu lado foi o primeiro a provar essa libertação (Lc 23.40-43).
Graças a Deus pela justificação, que nos provém pelo sangue de Cristo!

XV. A REGENERAÇÃO EM CRISTO

“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo (Tt 3.5).
Indiscutivelmente sem a regeneração espiritual ninguém pode entrar no céu. Pela regeneração o pecador se torna filho de Deus e é incluído na família divina.
A regeneração é realmente uma obra extraordinária que o Espírito Santo opera no homem. Ninguém pode saber como se inicia essa obra no nosso ser espiritual. É como o vento: vai e vem e ninguém sabe sua origem e nem seu destino. Foi isto que o Senhor Jesus disse a Nicodemos (Jo 3.8).
Regeneração é o ato divino pelo qual a criatura humana experimenta uma radical mudança interior. Trata-se de uma experiência intima e profunda em conjunto com o arrependimento.
Regeneração quer dizer: tornar a ser gerado, ganhar nova vida, reconstrução, restauração, reorganização, revivido. Esta palavra é oriunda do grego palingenesia que literalmente significa o retorno das coisas ao seu primitivo, porém nas Escrituras refere-se à regeneração do homem pecador, isto é, o novo nascimento, nova criação.

1. A Necessidade da Regeneração

“... Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3.7).
Geralmente se diz que a regeneração é uma educação ética ou uma experiência na vida material ou moral da criatura humana. Mas o homem pode ter tudo isso e não ser regenerado.
O mundo está perdido e caminha para a condenação eterna. O homem necessita de um meio de salvação e tem urgência de obtê-la. Não é sem fundamento que os pregadores sempre chamam a atenção de seus ouvintes para o fato de que a oportunidade dada pode ser a última. Tal argumento serve para demonstrar a urgência do encontro da salvação. Muitos textos bíblicos apelam para a decisão: HOJE (Hb 3.7, 13, 15; 4.7).
Certamente encontramos nas Escrituras que a regeneração é uma necessidade urgente e universal. O homem tem a livre escolha, por ser dotado de livre arbítrio. Portanto, está com ele à escolha entre o bem e o mal (Gn 3.22; Hb 5.14). Deus pôs diante de Israel a escolha, e disse: “Escolhe pois o bem para que vivas” (Dt 30.19,20).
A regeneração é o novo nascimento operado por Deus, “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem, da regeneração e da renovação do Espírito Santo (Tt 3.5). Ao novo nascimento chamamos “conversão”. Tal experiência faz do indivíduo uma nova criatura em Cristo (2 Co 5.17), proporcionando-lhe uma mudança radical e completa: “Tudo se fez novo”.
Por que a criatura humana necessita de regeneração?

a) Por causa do pecado de todos

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).
A atração inata do pecado induz cada ser humano a infiltrar-se no caminho da desobediência. Porque todos somos pecadores, todos nos tornamos, inimigos de Deus. Porque todos estamos espiritualmente mortos pelo pecado, todos precisamos renascer.

b) Por causa da perdição espiritual de todos

“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1).
A não ser que nasçamos de novo, estaremos para sempre perdidos. Sem o novo nascimento ninguém pode sequer ver o reino de Deus (Jo 3.3).
A nossa velha natureza não pode herdar o reino de Deus. Então carecemos de uma nova natureza para tal, e isto somente é possível através da regeneração.

c) Por que todos estão debaixo da condenação

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hb 9.27).
A velha natureza está miseravelmente ordenada à morte e á destruição, passando por um terrível juízo. Somente os nascidos de novo poderão escapar a tal condenação (Jo 5.24; Rm 8.1).
Somente os filhos de Deus têm direito à sua herança (Rm 8.16, 17). O novo nascimento nos confere o privilégio de nos tornarmos filhos de Deus. E na condição de filhos temos direito À herança divina. Somos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Rm 8.17; Gl 4.7, Tg 2.5).

2. Designações Bíblicas de Regeneração

A regeneração operadora pelo Espírito Santo no pecador é um mistério. A mente natural inquieta-se e não entende facilmente. Mas as diferentes maneiras e expressões que a Bíblia usa para nos explicar este milagre, abrem caminho para um mais fácil entendimento.

a) Nascimento

“Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que dele é nascido” (1 Jo 5.1).
Assim como entramos para o mundo natural através da porta do nascimento, a porta da salvação é a experiência de regeneração. Temos que nascer de novo da parte de Deus para alcançar a certeza, o direito a posse da vida eterna.
Em Adão somos nada mais nada menos que uma raça de pecadores rebeldes à vontade de Deus.
Em Cristo nascemos de novo como participantes da natureza divina que anela as coisas lá de cima onde Cristo está sentado à direita de Deus, mas esta sintonia, este apelo pelo céu só é mantido quando o crente permite mais e mais o Espírito Santo controlar todas as áreas de sua vida, todas as fibras do seu ser (2 Pe 1.4).

b) Lavagem

“não pela obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tt 3.5).
A Bíblia descreve o pecador como sendo desobediente (Rm 2.8), extraviado (Tt 3.3; Rm 3.12), concupiscente (1 Pe 4.2), imundo (Is 64.6) e além de imundo, doente (Is 1.5,6).
Para ser curada e liberto de tantas impurezas, carece o pecador de uma profunda lavagem espiritual (Ef 5.26).

c) Nova criação

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).
No livro de Gêneses capítulos um e dois encontramos a história da criação. Ali Moisés, sob inspiração divina, descreve o sumário da primeira criação. No Novo Testamento encontramos a vinda pessoal de Jesus a este mundo a fim de morrer pelos pecadores e produzir a nova criação (Gl 6.15; Ef 2.10).
Quem está em Cristo é uma nova criatura (2 Co 5.17).

d) Ressurreição espiritual

“estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos unificou juntamente com Cristo... e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2.5,6).
A pessoa que aqui nasce uma só vez, teria que morrer duas vezes. Mas o que nasce aqui duas vezes, somente uma vez morrerá. Estamos aludindo ao nascimento físico e espiritual.

e) Renovação

“e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10).
Nenhuma reforma é suficiente e capaz de transformar interiormente a vida de uma pessoa. A regeneração do velho homem adâmico é descrita pelo apóstolo Paulo como sendo um ato duplo: despir-se do velho homem com os seus feitos, e vestir-se do novo, que se renova para o conhecimento. Essa renovação se opera “no espírito do nosso entendimento” (Ef 4.23).

f) Trasladação espiritual

“Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13).
O nascimento original de cada criatura humana introduziu-a no reino dos homens, pois é o nascimento segundo a natureza carnal.
A regeneração introduz o homem em uma nova dimensão de vida, no “Reino do Filho do seu amor”.

2. A Origem da Regeneração

A regeneração é obra do Espírito Santo e vem de cima; é dos céus (Jo 3.5). A regeneração é a única porta de entrada para a vida cristão; é pela porta da regeneração que a vida divina é implantada no pecador penitente que sinceramente aceita Cristo como Salvador e Senhor (2 Pe 1.4).

3. Os Meios da Regeneração

Não existem meio humanos de regeneração. Todos os meios apontados pela Escrituras são divinos. Alinhemos alguns deles.
Deus não quer que ninguém se perca (Ez 33.11), mas que todos cheguem ao pleno conhecimento da verdade e se arrependam para que o Espírito Santo possa operar a mudança radical necessária (At 17.30; 1 Tm 2.4).
A criatura, em si mesma, não deseja uma experiência espiritual com Deus, pois quer viver a seu belprazer, e depois pagar um preço para adquirir sua própria salvação (Mt 19.16).
Deus, na sua infinita misericórdia, preparou os meios para a regeneração do pecador como veremos a seguir.

a) A vontade de Deus

Deus não quer que ninguém pereça (Jo 6.39; 1 Tm 2.4; Tg 1.18), pois a regeneração tem origem no próprio Criador.
Nossa regeneração é um ato soberano da vontade de Deus. Em Jo 1.13 são excluídos a vontade da carne e a vontade do varão e apontada unicamente à vontade de Deus.
Somente em conseqüência dessa vontade maravilhosa e benigna, “os filhos dos homens se acolhem a sombra das tuas asas” (Sl 36.7).

b) A obra de Cristo

A obra expiatória de Jesus Cristo na cruz é à base da nossa salvação. Deus proveu os meios e a aplicação do remédio eficaz para desfazer todo o pecado, pelo poder da pessoa do seu amado Filho, Jesus (Ef 1.56,6).
Assim também a ressurreição de Cristo nos assegura que somos regenerados através da ressurreição de Jesus (1 Pe 1.3). Sua vitória que gera outra vitória.

c) A obra do Espírito Santo

O Espírito Santo é quem coopera com a Palavra de Deus na regeneração, na operação da vida eterna (Rm 8.9). É dele essa operação, a convicção do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11).
Assim como Jesus foi gerado pelo Espírito Santo, semelhantemente, todo homem para tornar-se filho de Deus, precisa ser gerado pelo Espírito Santo.
O novo nascimento é a concessão da natureza divina sobre o homem, através da operação sobrenatural do Espírito Santo (Jo 3.3,5; Tt 3.5).

d) A Palavra de Deus

O apóstolo Tiago apresenta a Palavra de Deus como elemento da regeneração (Tg 1.18). É como a semente que germina na alma humana, dando-lhe nova vida (1 Pe 1.23; Hb 4.12). A palavra de Deus é inerentemente poderosa. Ela tem o poder de curar, de exortar, de edificar, etc., mas principalmente de regenerar o pecador.

e) A fé

Não podia haver meio mais simples e de mais fácil alcance para o pecador. É de se admirar que ainda tanta gente ache dificuldade para receber a salvação em Cristo. A condição para o pecador obter a benção do novo nascimento é a fé em Jesus Cristo (Gl 3.24).

4. Os Efeitos da Regeneração

Os efeitos da regeneração podem ser visto na experiência do novo nascimento, a alegria que transmuda a criatura do interior para o exterior, tornando o ser humano participante da natureza divina, com um novo destino, porque a comunhão foi restabelecida entre o homem e Deus (Cl 3.10). Essa comunhão baseia-se no fato desse homem ter recebido nova natureza, em condição para o novo relacionamento com o Criador.
O efeito da regeneração evidencia o poder infinito de Deus, pois que, desde o momento em que o homem experimenta o novo nascimento acontece uma mudança radical em sua vida.

a) Torna nova criatura (Cl 3.10)

No novo relacionamento entre o homem e Deus, manifesta-se no homem uma mudança da direção, não só em relação ao tempo presente, mas também no destino eterno. Surgem novas perspectivas. São novas atitudes, porque o amor de Deus derramado em nossos corações nos atinge de forma ampla (Rm 5.5). Agora amamos os irmãos, o que outrora não era possível (1 Jo 3.10).

b) O amor do mundo desaparece

Antes de conhecer o evangelho, era natural que amássemos o mundo. Mas agora, o desprezamos (1 Jo 2.15).
Não podemos explicar a mudança ocorrida no crente em Jesus à luz da ciência, da filosofia, ou qualquer outro meio racional, mas graças a Deus podemos experimentar o poder e a graça de nosso Senhor Jesus Cristo efetuando a transformação maravilhosa em nosso ser.
Esse é o maior milagre operado por Jesus: a transformação da vida de um ímpio, a sua salvação, sua regeneração, sua reintegração no reino de Deus.

c) Acesso ao reino de Deus (Jo 3.5)

Nicodemos era uma pessoa de elevada estatura moral, social e política. Tendo ido a Jesus, o Mestre, este lhe apontou o novo nascimento como única porta de entrada no reino de Deus. Quase dois mil anos depois, o novo nascimento continua a ser o passaporte para uma vida de comunhão com Deus.

d) Filiação divina (Jo 1.12,13; Gl 3.26)

Uma das mais grosseiras heresias que circulam no mundo é o ensinamento de que “todo mundo é filho de Deus”. O ensinamento bíblico é distinto. Somente através do nascimento espiritual, de regeneração, a criatura humana vem a tornar-se um filho ou filha de Deus. Isso é obra de Deus e ninguém mais pode efetuá-la.

e) Vida vitoriosa (1 Jo 5.4a)

O homem sem Deus é denominado pelo pecado, e por isso mantido distanciado de Deus. Somente ao nascermos de novo encontramos em Cristo os meio eficazes de vencer o mal. É pelo seu poder em nós que somos “mais do que vencedores” (Rm 8.37).

XVI. SANTIFICAÇÃO

Um dos aspectos mais importantes da vida cristã é a santificação. Isso é da mais alta importância, porque o mundo não crerá num evangelho pregado por um povo igual a ele, em meio à impureza. Evangelho puro é o evangelho de poder para salvação do pecador. Mas mensagem poderosa não pode fluir de fontes impuras e nem passar por canais impuros. A filosofia que diz: “Faça o que eu mando e não olhe o que eu faço”, não tem lugar na obra de Deus.
Jesus disse: “Vós sois o sal da terra” (Mt 5.13), mas alertou para que o sal não perca o seu sabor, porque se tornar insípido, para nada presta, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens. Infelizmente, existem muitos que já foram sal bom, mas perderam o seu sabor, e hoje estão na lama, sendo pisados pelos homens.
A santificação não é apenas uma doutrina, mas uma necessidade espiritual, porque sem ela ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Não verá o Senhor porque não herdará o céu, onde o Senhor está para sempre com os seus santos anjos e para onde o senhor Jesus levará os seus remidos no dia do arrebatamento da Igreja.
Assim como o pecado nos tornou parecido com Satanás à santificação nos torna parecidos com Deus.
A santificação significa a necessidade e o dever de nos separarmos do mundo espiritual que nos rodeia para que melhor sirvamos a Deus e assim aguardamos a volta do Senhor Jesus.

1. O Que é a Santificação

A palavra santificação no grego é “hagyasmos”, que literalmente significa separado. Portanto santificação significa separação para uso e posse de Deus. Esta definição é expresso transparentemente em vários textos sagrados, como Jr 1.15; Êx 19.6,22; Rm 1.1.
Considerando o lado prático da vida espiritual, a vida de santificação é aquela que em tudo procura agradar a Deus: “Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus, que, assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que abundeis cada vez mais” (1 Ts 4.1).
Santificação começa por uma mudança de caráter, para nos alinharmos com a vontade geral de Deus: “Como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe 1.15).
Deus é absolutamente santo. Tudo e todos quantos com Ele se relacionam devem ser igualmente santos. O ato de santificação deve ser espontâneo, fervoroso, perseverante e permanente. Em consonância com as Escrituras podemos dizer que: a santificação é um processo espiritual que deve ocorrer na vida de cada filho Deus (At 20.32; 26.18; 1 Co 6.11).
A santificação é a expressa vontade pessoal de Deus para cada crente (1 Ts 4.3; 1 Pe 1.3-10).
Certo teólogo assim a define: “na palavra santificação temos, mui claramente, a expressão destas duas idéias: a idéia de uma relação especial com Deus e de caráter santo. Santificação quer dizer, então, uma relação especial com Deus e a realização de um caráter de acordo com essa relação. Santificação significa ficar santo”.

a) É a “via expressa” entre o crente e Deus

Isto, é, possibilita comunicação rápida, sem obstruções. O crente sem santificação precisa primeiro buscar a Deus em humilhação, para obter um reatamento de relações com Deus, e então os canais estarão abertos para comunicação com o Criador. O crente santificado, não. A qualquer hora tem os canais desimpedidos. Assim vivendo, estaremos em contato com a sabedoria divina e recebendo instruções para o nosso viver (Tg 3.13).
É maravilhoso quando podemos viver diante de Deus sendo em tudo aprovados como cidadãos dos céus (Sl 15).

b) A rejeição da imoralidade

A vontade de Deus sempre foi que o seu povo vivesse afastado das práticas e dos costumes pecaminosos, especialmente quanto a imoralidade, tão comum nos tempos bíblicos. O povo fazia preparativos trabalhosos para praticar abominações (Ez 13.18,19).
Construíam altares a “Astorete” para se prostituírem após esse ídolo (2 Rs 23.13). “Astarote é plural em hebraico. O certo é “Astarote”, o singular. Quando no texto do AT aparece a forma astarote, trata-se de produções conjuntas desse ídolo, nos altares pagãos. Trata-se de uma Deusa pagã aparecendo ora como irmã, ora como mulher de Baal. Em babilônia era chamada Istar. Era Deusa da fertilidade e da imoralidade.
Os filhos de Israel não cessavam de ofender a Deus com suas práticas abomináveis. Mas, se não vigiarmos, em nada seremos melhores do que eles. O povo de Deus é um povo especial: “O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt 2.14). Pertencer a esse povo é um privilegio, mas é também uma responsabilidade. “Podes tu também dizer: Sou um dos tais?”(hino 340 da Harpa Cristã).

c) O apego à pureza pessoal

Encontramos na Bíblia palavras que não fazem referência a santificação propriamente, mas referem-se a uma vida de elevado padrão moral, que, via de regra, leva o homem à busca da vontade de Deus. É o caso do centurião Cornélio: “Piedoso, temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus” (At 10.2).

d) É a vontade de Deus

O apóstolo Paulo disse uma coisa muito sublime: “Porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus. Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (1Ts 4.2,3). Não há necessidade de mais argumentos para provar que a nossa santificação é a vontade de Deus.

2. Como Obter a santificação

No tópico anterior nós vimos o que é santificação. Mas, se não soubemos como obtê-la, de nada adiantará. A santificação não é apenas um tema para ser estudado, antes é um padrão para se viver. Dois temas muito estudados, mas pouco praticado são: amor e santificação.
Vejamos como obter a santificação e busquemos colocar esses princípios em prática.

a) Fugindo da tentação

O pecado mais grosseiro é a imoralidade (1 Co 6.18-20). O crente deve estar sempre vigilante para não ceder às tentações para esse tipo de pecado, especialmente neste século, quando a mesma de provação que se abateu sobre Sodoma e Gomorra permeiam os arraiais em que estão invadindo os lares cristãos por meio da televisão, com seus programas inspirados por Satanás, glorificando o homossexualismo, o nudismo, o famigerado “amor livre” e muitas outras aberrações contrárias aos princípios estabelecidos por Deus, que criou homem e mulher (Rm 1.26-32). Estes, “são dignos de morte” (Rm 1.32). O namoro e noivados imorais repletos de carnalidade, hoje generalizados nos lares cristãos, sob os olhares complacentes dos responsáveis pela família, é o caminho largo para uma igreja morna, uma família problemática e uma sociedade decaída.

b) Apresentar a nossa vida a Deus

“Apresentai agora os vossos membros para servirem a justiça para santificação” “... que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus que é vosso culto racional” (Rm 6.19; 12.1).
No capitulo 6 de Romanos existem três palavras chaves, que devemos examinar neste contexto: a) sabendo (v.6); b) considerai-os (v.11); c) apresentai (v.19). Sabendo que Cristo foi crucificado e que com ele foi desfeito o homem velho, considerai-vos mortos para o pecado, mas vivo para Deus. E por fim apresentai agora a Ele os vossos membros como servos de justiça para santificação.
No capitulo 12 de Romanos, é que devemos agradar a Deus, no amor, devoção, louvor, santidade e servir. É desejo ardente de santidade, viver para o Criador, adorá-lo e obedecer-lo, ser contra o pecado e apegar-se a justiça. O crente deve apresentar a Deus, ao seu corpo como morto ao pecado e vivo para Deus como templo do Espírito Santo (1 Co 6.15,19).

c) Ocupando a mente com as coisas de Deus

Um provérbio popular diz que “mente desocupada é oficina do Diabo”. Mas isto não é totalmente verdade, pois não basta ocupar a mente. É preciso ocupá-la nas coisas de Deus. A Bíblia adverte: “Pensai nas coisas que são de cima, e não nos que são da terra; porque já está escondida com Cristo em Deus (Cl 3.2,3). Lemos mais ainda: “Quanto ao mais, irmãos tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8). Outra tradução diz: “Seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (ARA). O grande reformador Martinho Lutero dizia: “Você não pode proibir o pássaro pousar na sua cabeça, mas pode proibir que ele faça um ninho”.
Paulo diz: “... Mas nós temos a mente de Cristo” (1 Co 2.16). Portanto, a mente cristã, deve estar ocupada sempre com coisas santas.

d) Cuidando do coração

A palavra coração, nesta ocupação, é o centro, o âmago, a essência do ser humano. É a pessoa propriamente dita. É a nossa alma e espírito com suas faculdades, e não o órgão que comanda a circulação do sangue no corpo humano. O sábio Salomão alertou: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida” (Pv 4.23). Logo, a origem das saídas da vida, ou seja, as nossas iniciativas, decisões, escolhas, a nossa vontade, tudo deve ser controlado pelo Espírito Santo.
“O coração humano pecador, é poluído de egoísmo e de pecado”.
Santo Agostinho dizia: “O coração do homem foi feito para Deus, e só Ele pode encher”.




e) Santificação total

Tornou-se muito popular a mensagem satânica de que Jesus quer só o coração do homem. Pensando assim, muitos dão o coração par Jesus (pelo menos dizem que o fizeram), mas o corpo todo está a serviço do Diabo. Entretanto, a Palavra de Deus determina santidade total: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23). O que Deus pede de nós é tudo o que somos e temos.

3. Os objetivos da santificação

Vejamos os objetivos da santificação:

a) Não é para o mundo

Uma vez que incrédulo não pode receber, não vê e nem conhece o Espírito santificador (Jo 14.16,17), de igual modo não pode experimentar a santificação. De acordo com o ensino de Paulo na carta aos Efésios 4.17-19, os “gentios” (tipificando o pecador não-convertido), se acham presos “... na vaidade de seu sentido, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; os quais, havendo perdido o sentido, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza.

b) É para a Igreja de Cristo e seus membros

A noiva de Cristo é que é a recipiente dessa obra do Espírito: “... Cristo amou a igreja, a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.25-27). É, pois, apropriado e necessário que a esposa de Cristo, o Cordeiro, seja santa em toda a sua maneira de viver: pois, “a si mesma já se ataviou” (Ap. 19.7).
Um membro enfermo pode afetar todo o corpo. E o corpo só goza de saúde quando todos os seus membros são sadios. Cristo orou para que, como indivíduos, nós os seus discípulos fôssemos santificados: “Santifica-os na verdade” (Jo 17.7). De igual modo o apóstolo Paulo orou no sentido de que o crente fosse santificado na totalidade do seu ser (1 Ts 5.23).
Paulo aborda a santificação individual do cristão como: despojar do velho homem, renovar no espírito do entendimento, revestir do novo homem, deixar a mentira, falar a verdade, irar-se, mas não pecar, não dar lugar ao Diabo, trabalhar e viver honestamente, só falar o que edifica, e não entristecer o Espírito Santo (Ef 4.22-30).

c) É para agradar a Deus

As Escrituras ensinam que é impossível agradar a Deus se vivermos segundo a carne (Rm 8.8). Um dos objetivos da santificação é pois, disciplinar as ações próprias da carne no coração e na vida do novo homem.
Assim como as coisas profanas são do agrado de Satanás, Deus se compraz nas coisas santas.

d) É tornar-nos participantes de Deus

Deus somente consente de ser chamado de nosso Deus a partir do momento em que nos santificamos (Lv 11.45). Pela santificação nos tornamos participantes de Cristo (Hb 3.14).

e) É tornar-nos aptos para servirmos a Deus

Servir a Deus é um dos mais elementares deveres daquele a quem Jesus salvou (1 Ts 19.9). Mas temos de servir corretamente para que nosso serviço se torne aceitável diante dele e por Ele.

f) É entrarmos na presença de Deus

A santificação nos proporciona um livre acesso a Deus, já nesta vida e nos administra a esperança santificadora do arrebatamento (1 Jo 3.3). Somente através da santificação obteremos o alto privilegio de sermos apresentados a Cristo, pelo Espírito Santo, por ocasião de sua vinda (Ef 5.25).

4. Propósito da Santificação

Vejamos os propósitos da santificação:

a) Tem por finalidade acudir à necessidade mais profunda do pecador

Essa necessidade está registrada por Paulo na carta aos Romanos capítulo 7. Existe um inimigo interior chamado “lei do pecado” (v.23). Há necessidade da obra regenerador do Espírito para que o pecador “tenha prazer na lei de Deus” (v.22). Também é preciso que o Espírito revele ao pecador que “em mim... não habita bem nenhum” (v. 18).

b) É uma provisão feita por Deus

Mas, como podemos experimentar a apropriação dessa provisão divina? Pela identificação com Cristo em sua morte. Devemos consentir em morrer com Cristo em sua morte. Precisamos subir à cruz com Ele, e de toda a nossa vontade renunciar o ego, que nos tem causado os maiores distúrbios. A nossa crucificação com Cristo é o único meio de libertação. Digamos, pois, como disse Paulo: “já estou crucificado com Cristo” (Gl 2.20).

c) Capacita e aparelha o cristão para a obra de Deus

Nesse particular a santificação se identifica com a obra do Espírito Santo capacitando o crente para testemunhar do Evangelho. Todavia Jesus soubesse muito bem que a seara era grande, e chegasse a seus ouvidos e clamor da necessidade de mais obreiros, ordenou a seus discípulos que permanecem em Jerusalém, até que fossem revestidos do poder do Espírito Santo para testemunhar (Lc 24.49: At 18).

5. Aspectos da Santificação

Vejamos os aspectos da santificação:

a) Ritualísticos e morais

O lugar em que Moisés esteve junto à sarça era ritualisticamente santo porque Deus estava lá. Da mesma forma, o tabernáculo e os artigos e objetos que o ornamentavam, e posteriormente o templo, eram santos. Também certos dias eram santos, por terem sido separados para ritos e cerimônias especiais.

b) Negativos e positivos

Negativamente, santificação é separação de, colocando o recipiente à parte. Isto se relaciona intimamente com o lado positivo da santificação, que é dedicação, a, ou para algo. O propósito da separação é de fazer com que a dedicação a tenha lugar. Na santificação de pessoas, essa separação é do pecado e do ego, para a dedicação ou consagração de Deus.

c) Objetivos e subjetivos

O não perceber essa distinção de aspectos, muitas vezes confunde certas pessoas que deixam de compreender a obra da santificação. Objetivamente, toda essa obra é em Cristo. É uma obra completa. “Cristo foi feito santificação para nós” (1 Co 1.30). Mas subjetivamente essa obra completa se torna real para nós mediante nossa apropriação pessoal. Objetivamente, vemos o que Cristo fez por nós (Hb 10.10). Mas, subjetivamente isso deve tornar-se experiência em nós, daí a necessidade constante de nós rendermos a Ele.

6. Os Instrumentos Divinos da Santificação

Vejamos os instrumentos divinos da santificação:

a) A Santíssima Trindade

Somos santificados por Deus: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo...” (1 Ts 5.23). Somos santificados por Jesus cristo: “Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um” (Hb 2.11). Aqui o contexto sagrado refere-se a Jesus. Somos santificados pelo Espírito Santo: “Deus vos escolheu desse o principio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2 Ts 2.13).
O Espírito Santo opera como uma luz que alumia, como um fogo que queima impureza (Is 6.44-7). O Espírito Santo opera também ajudando o crente a subjugar a sua carne (Gl 5.16-18, 24,25), dando assim lugar ao fruto do Espírito Santo pelo qual as características de Cristo se manifestam na nossa nova natureza (Gl 5.22,23).

b) O sangue de Cristo

“E por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta” (Hb 13.12).
O sangue de Jesus é à base de toda a nossa pureza e vitória. Sempre que o Espírito Santo lida conosco, seja por causa de nossos atos pecaminosos ou por causa da nossa natureza pecaminosa ele nos faz voltar à cruz donde o sangue purificador jorra para todos quantos buscam a purificação.
As duas mais fortes ações do sangue de Cristo são: purificação e santificação. Pela purificação todos os pecados são completamente desfeitos. Pela santificação a vida do crente se torna absolutamente bela sem manchas (Leia Ef 1.6,7; Hb 10.10; 13.12; 1 Jo 1.7).

c) A Palavra de Deus

“Santifica-os na verdade; a tua palavra é verdade “(Jo 17.17). A palavra de Deus tem efeito purificador, e lava (Ef 5.26). A palavra tem efeito penetrador: ela é penetrante (Hb 4.12). Desse modo nenhuma parte do homem (espírito, alma e corpo) escapa ao seu alcance e ação.
O poder santificador da Palavra de Deus é inquestionável. Quando escondemos a Palavra em nosso coração, somos impedidos de pecar contra Deus (Sl 119.11).
Indiscutivelmente Deus nos santifica pela sua Palavra (1 Tm 4.5). A Palavra é um poder que purifica (Jo 15-3; Ef 5.26), e que guarda (Sl 119.17). A Palavra de Deus opera aperfeiçoando o crente para que se torne perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra (2 Tm 3.16,17).

7. Áreas da Santificação

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).
O homem é um ser triúno. Ele é constituído de espírito, alma e corpo. Essas três áreas do ser humano são visadas por Deus para serem submetidas ao maravilhoso de santificação.
A santificação começa pelo interno e não externo Paulo não disse: “corpo, alma e espírito”, e sim “espírito, alma e corpo”. Portanto o processo de santificação começa pelo interior do ser humano.

a) O espírito

Santifica o espírito significa manter com regularidade o nosso relacionamento com Deus (Rm 5.5; 8.16). Significa evitar qualquer bloqueio em nossa vida de oração (Jo 4.23,24).

b) A alma

A palavra alma é muito abrangente ao longo de toda a Bíblia. Por isso, examinaremos os mais diferentes aspectos da vida humana que podem vir a ter algum tipo de conotação com a alma.
Nossos pensamentos precisam ser santificados (Mt 5.27, 28; Fp 4.8); nossos sentimentos (Fp 4.76); nosso entendimento (Ef 1.17,1’8; Fp 4.7 a; Pe 1.13); nossa vontade (Rm 12.2; 2 Tm 2.25, 26)
c) O corpo

Muitas igrejas pregam e ensinam que a Deus somente interessa o coração, não fazendo diferença a maneira como conservamos ou utilizamos o nosso corpo. Não passa de uma teologia herética, e tão menos falsa. Contudo, o ensino bíblico é diferente. Devemos glorificar a Deus com o nosso corpo (1 C 6.20). Cada órgão de nosso corpo precisa ser santificado, necessita ser dedicado a Deus e usado ao seu serviço. O corpo do crente tem sido destinado a ser templo do Espírito Santo (1 Co 6.19). Qualquer submissão do crente à influência do pecado em seu corpo, é um ato de profanação desse santuário.
Existe um grande desafio para cada membro da Igreja: santificar o seu corpo.
Como pode o crente santificar o seu corpo?
Glorificando a Deus (1 Co 6.20);
Utilizando-o sabiamente (1 Ts 4.4);
Controlando-o (Tg 3.2);
Mortificando-o (2 Co 4.10);
Abstendo-se da aparência do mal (1Ts 5.22);
O vigiando (Lc 21.36).

8. Resultados Espirituais da Santificação

A santificação tem dois aspectos: santificação instantânea é a que o pecador recebe pela purificação do sangue de Cristo, pela obra de Cristo no Calvário, que age nele, “pois sois dele”, disse Paulo. Cristo se tornou, da parte de Deus, “sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1 Co 1.30). Mas a santificação é também progressiva, na vida cristã subseqüente à conversão. Podemos crescer em santificação buscando o poder de Deus em oração e deixando o Espírito Santo operar em nós, aplicando o seu poder santificador em nosso ser.

a) Segurança de vida eterna

Paulo esclarece em Rm 6.16, que somos escravos daquele a quem servimos: “Sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da desobediência para a justiça”. O termo obediência está empregado aqui como oposto de pecado, logo é sinônimo de santificação.
O crente volúvel, que um dia está na Igreja: é externamente santificado demais, exigente demais, espiritual demais, tem sabedoria demais, exorta a todos, mas no dia seguinte está caído, não tem segurança de vida eterna (Ler 1Co 10.12). Um certo pastor já dizia: “Nem santão, e nem santinho, mas santo”.

b) Orações respondidas

Ninguém se engane. Para ter as orações respondidas é preciso manter comunhão com o Senhor, e só será possível fazer isso através de uma vida santificada. “As vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecador encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2). Não é que Deus não tome conhecimento. Ele é onisciente. Mas sua santidade absoluta não permite que dê atenção a quem ama o pecado. O sábio Salomão disse: “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável” (Pv. 28.9).

c) O privilégio de ver a glória de Deus

Se não são ouvidas as orações de quem permanece em pecado; que dizer de ver a face de Deus? Mas o texto sagrado é claro: “A santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Ninguém jamais viu a face do Senhor como Ele é, isto é, Deus na sua essência, na sua Trindade. Deus disse a Moisés: “Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá” (Êx 33.20). Quando a Bíblia diz que Moisés falava com Deus face a face (Êx 33.11) não quer dizer que Moisés viu a face de Deus, é claro.
Os salvos, já na glória verão o Senhor como Ele é (1Jp 3.2; Ap 21.3).
Permita o Senhor nosso Deus que cada um de seus servos encontre a graça necessária para submeter-se a plena vontade de Deus, vivendo em completo estado de santificação, até a vinda do Senhor (1 Ts 5.23). “Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (1 Ts 4.3).
O crente diminui em si para que Jesus nele cresça (Jo 3.30), e seja formado nele (Gl 4.19).

d) O Espírito Santo tem mais liberdade de operar

“Ora, o Senhor é espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Co 3.17).
Quando as vestes são alvas, o óleo não falta sobre a cabeça (Ec 8.9). Deus faz maravilhas sobre a base da santificação (Js 3.5).



e) Se torna preparado para toda boa obra

“De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para o uso do Senhor e preparado para toda boa obra” (2 Tm 2.21).
A mão de Deus opera todas as coisas (Is 26.12), mas Ele se serve de instrumentos santificados (2 Tm 2.21).

f) Se torna apto para o arrebatamento

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
O crente deve dar prioridade à santificação, pois ela é indispensável para o arrebatamento. Santificação é indispensável para quem deseja ser arrebatado (1 Ts 5.23; Hb 12.14). Santificação representa as vestes da noiva “o linho fino são as justiças dos santos” (Ap 19.7,8) “E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1 Jo 3.3).

9. Os Três Tempos da Santificação

Vejamos os três tempos da santificação:

a) Santificação no passado

“Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez. Porque, com uma só oblação, aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hb 10.10,14).

b) Santificação no presente

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23). Leia ainda o texto de Fp 3.12-14.

c) Santificação no futuro

“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1 Jo 3.2).


10. A Natureza da Santificação

Vejamos a natureza da santificação:

a) Separação

“De sorte que, se alguém se purificar, destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra” (2 tm 2.21).

b) Dedicação

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).

c) Purificação

“Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1 Jo 1.7,9; 3.3). Leia ainda o texto de Êx. 40.9-11.

d) Consagração

“mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe 1.15). Leia ainda o texto de 1 Jo 3.6-10.

e) Serviço

“Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15). “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pr 2.9). Ver também Rm 12.1.

11. Santificação na Vida Diária

“Fala a toda a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos series, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2). “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.16).
a) Santificação, uma exigência de Deus através de Moisés, seu profeta

“Falou mais o senhor a Moisés...” (Lv 19.1). Leia ainda os versículos 2 a 37 do capítulo 19 de Levítico.

b) Santificação, um objetivo divino

“E vós me series reino sacerdotal e povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êx 19.6). “Pelo que guardareis todos os meus estatutos e todos os meus juízos e os cumprireis. Eu sou o Senhor” (Lv 19.37). Confere com 1 Pe 2.9.

c) Santificação um atributo divino

“Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2). Leia ainda o texto de Hc 1.13. Convém lembrar que a santificação é um atributo peculiar a Deus, não como a nossa santificação, Deus está acima e é soberano, mas podemos o imitá-lo (1 Pe 1.15,16).

12. Santificação no Tratamento Com o Próximo

A santificação na vida cristã conduz a um novo tratamento. Vejamos:

a) Honrando aos pais

“Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra” (Ef 6.2,3). Leia ainda os textos de Êx 20.12; Lv 19.3; Dt 5.3,16.

b) Vivendo justamente

“Não fareis injustiça no juízo; não aceitarás o pobre, nem respeitarás o grande; com justiça julgarás o teu próximo” (Lv 19.15). Leia ainda os textos de Lv 19.19; Sl 119.11; Jo 17.7.

c) O cuidado com o pobre e o estrangeiro

“Semelhantemente não rabiscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinda; deixá-lo-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 19.10). Leia ainda o texto de Sl 37.25.
d) O cuidado divino com os anciãos

“Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho, e terás temor do teu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 19.32). Leia ainda os textos de Gn 21.17; Dn 7.13.

13. Santificação Pessoal

A santificação pessoal abrange vários aspectos do corpo do crente, a saber:

a) A santificação dos lábios

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem” (Ef 4.29). Leia ainda os textos de Lv 19.16; Ec 5.26; Cl 4.6; Tg 3.6.

b) A santificação do corpo e da moral

“E, quando um homem se deitar com uma mulher que for serva desposada do homem e não for resgatada, nem se lhe houver dado liberdade, então, serão açoitados; não morrerão, pois não foi libertada” (Lv 19.20). Leia ainda os textos de 1 Co 7.2, 9.

c) A santificação das mãos

“Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Ef 4.28). Leia ainda os textos de Lv 19.11; Lc 8.46; 1 Jo 1.1.
Santidade e santificação são termos afins, mas distinto. Santidade é um estado; santificação é um processo. As duas coisas deve haver no crente (Hb 12.10,14). Santidade não é apenas parar de viver em pecado, mas prosseguir em santificação progressiva. O apóstolo Paulo em 1 Co 1.2 ensina que os crentes são santificados em Cristo, e chamados para serem santos no seu dever diário.

XVII. O MILAGRE DA GLORIFICAÇÃO FUTURA

“Amados, agora somos filhos e Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabermos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é” (1 Jo 3.2). Ver ainda Rm 8.18-23, 29 30; 2 C 5.1-4).
A salvação será consumada com a glorificação do crente na vinda de Jesus.
A palavra glorificação vem do latim glorificationem, que significa atribuir glória a alguém. A glorificação futura do crente está no plano da Salvação, é a etapa final que atingirá na vinda de Cristo (1Ts 4.13-18). Só atingirá este processo glorioso naquele que receber a Cristo como Salvador e Senhor de sua vida.
Glorificação é o objetivo final da vida do crente. A imagem da glória de Cristo estampar-se-á de forma final, plena e definitiva na vida do crente salvo (1Co 15.24-44).
Este estudo nos permitirá alcançar um vislumbre do que será a vida que nos aguarda, e que está em ligação muita estreita com a glória pessoal do Filho de Deus. Esta é a glória de Deus.
A glória do homem nada tem a ver com a glória de Deus. A glória humana pode ser encontrada nas riquezas (Sl 49.16), no poderio dos governantes (Is 8.7; 21.16), na reputação pessoal (Sl 4.2), através de títulos recebidos e menções honrosas.

1. O Que é a Glorificação?

É o objetivo final da nossa vida espiritual, quando teremos o nosso corpo transformado conforme a “imagem do celestial” “corruptível se revista da incorruptibilidade... mortal se revista da imortalidade” (1 Co 15.49, 53, 54), por ocasião do Arrebatamento da Igreja, na volta de Cristo (1 Ts 4.13-17).

2. A Glória Eterna

Esta glória é divina, permanente e imperecível.

a) A glória de Deus

É importante que saibamos fazer distinção no emprego do vocabulário glória.
A palavra poder ser traduzida como, honra, poder, majestade, valor, estima (Is Sl 29.1; Is 42.8, 12) e também como presença ligada com os verbos ver, aparecer e sentir (Êx 16.7, 10; 33.18, 19; Dt 5.24; Is 40.5; 60.1).
Aqui os versículos acima mencionados, fazendo uma leitura acurada, podemos compreender que a glória de Deus é eterna, sem fim, porque está vinculada à sua própria natureza.
A glória de Deus também pode ser observada em toda a Sua criação (Sl 8.1; 19.1; 1 Co 1137).
O homem ao pecar foi destituído (afastado) da glória de Deus (Rm 3.23).
Mas graças a Deus que planejou um meio para que o homem recuperasse a glória perdida, e isto começa com a redenção através do sangue purificador de Jesus (Ef 1.7; C1.14; 1 Pe 1.19; 1Jo 1.7).
d) A glória de Cristo

Jesus, o Filho de Deus que habitou entre os homens é possuidor da mesma glória do Pai.
Em sua magnífica oração sacerdotal, o Senhor Jesus fez menção daquela glória que tinha com o Pai antes que o mundo existisse: “E, agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17.5).
A glória de Cristo é por toda a eternidade. Por ser uma das três pessoas da Trindade augusta, o Filho de Deus sempre teve glória. A glória é inerente a Deus. Estevão referiu-se ao “Deus da Glória” (At 7.2). O salmista Daí aludiu ao Rei da Glória o Senhor dos Exércitos (Sl 24.10). Isaias disse que “Toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.3). O autor da carta aos Hebreus afirmou que Jesus é o resplendo da glória do Pai e a expressa imagem da Sua pessoa (Hb 1.3). João disse que Ele, Jesus, estava no princípio com Deus, participante ativo de toda a obra da criação (Jo 1.1,2).
A glória de Cristo na encarnação (Jo 1.14). A encarnação de Cristo é chamada pelo apóstolo Paulo de “grande mistério” (1 Tm 3.16).
A associação das duas naturezas, humana e divina de Jesus permanece sendo um segredo impenetrável. Apesar daquele corpo físico sujeito à morte e daquela aparência desprezível (Is 53.1,3), n’Ele reinava uma fonte inesgotável de glória.
João escreveu: “E vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai” (Jo 1.14).
E continuou escrevendo: “Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória” (Jo 2.11).
A glória de Cristo na transfiguração (Mt 17.1-5). Ao aproximar-se do momento mais decisivo de Sua vida, Jesus quis dar aos seus discípulos mais uma prova de que ele possuía poder e glória e que estava integralmente ligado ao Pai Celestial.
Convidando seus três discípulos mais chegados: Pedro, Tiago e João, escolheu um lugar reservado para onde os levou e ali mostrou, num vislumbre a glória de que era possuidor.
Ali diante deles Jesus transfigurou-se, isto é, sua aparência ficou resplandecente, o seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se brancas como luz (Mt 17.2,3).
Através daquele fulgor e mais a aparição de Moisés e Elias é fácil entender que naquele exato momento Jesus estava provando aos seus futuros representantes aqui na terra, a sua realidade gloriosa que vinha sendo apontada desde os tempos remotos através da Lei e dos profetas, esses tão bem representados naquele momento por Moisés e por Elias.
Para concluir o quadro que estava sendo apresentado, uma nuvem luminosa envolveu todo o cenário, e os discípulos, muitos atemorizados, ouviram a voz de Deus, como que consolando e animando a Jesus, reiterando-lhe todo o apoio (Mt 11.5), ao mesmo tempo consolidando e firmando a chamada dos apóstolos para continuarem corajosos e confiantes (1 Pe 1.16-18).
A glória de Cristo na sua ressurreição. A ressurreição de Jesus, entre as muitas provas de que Ele é Filho de Deus, foi uma das maiores (Sl 2.5; At 13.32-34).
A ressurreição de Jesus provou que o seu poder e a sua glória são ilimitados. Portanto, nem a morte, nem Satanás com todos os seus adeptos, nem o inferno puderam detê-lo na sepultura (Sl 24.7-10). Ele é o Rei da Glória. Ele ressuscitou glorioso, vitorioso, tornando desse modo em realidade inconfundível, a garantia de vida eterna para o crente (1 Co 15.20-23).
Na ressurreição de Cristo foi manifesta a glória de Deus, através de Sua obra (Rm 6.4; 10.9).
Jesus foi crucificado em fraqueza, mas ressuscitou em poder (2 Co 13.4).
Depois de ressuscitado, Jesus voltou à destra do Pai e readquiriu em sua forma plena aquela glória que sempre lhe pertenceu. Estevão foi testemunha dessa glória (At 7.55). A glória de Cristo é festejada permanentemente no Céu (Ap 5.8).

e) A glória na Igreja

A glória de Cristo se manifesta cada vez que um pecador recebe o perdão de seus pecados e é aceito como filho de Deus.
Ela também se manifesta quando um crente recebe o batismo no Espírito Santo e as subseqüentes manifestações dos dons espirituais.
Quando os crentes louvam, honram e glorificam o Santo nome de Jesus, sua glória também se faz presente.
Assim, Jesus torna a glória de seu povo (Lc 2.32). É uma resposta à decisão pessoal do Senhor: “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado” (Jo 17.22).
Jesus, pela sua morte trouxe muitos filhos a gloria: “Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse, pelas alterações, o Príncipe da salvação” (Hb 2.10).
Paulo escreveu a respeito da igreja gloriosa: “para apresentar a si mesmo igreja gloriosa, ...” (Ef 5.27).

3. A Condição da Glorificação

Vejamos a condição da glorificação:



a) A santificação

A condição de participarmos da glorificação é a santificação, ela é essencial. A santificação é a condição do crente participar da glorificação presente (1 Co 6.11; 1 Pe 4.14) e futura (Hb 12.14).

4. A Glorificação Presente do Crente

Nesta vida presente, estamos experimentando uma boa parcela da glória de Deus, que nos foi dada por Jesus (Jo 17.5, 22), pela presença do Espírito Santo em nós (1 Pe 4.14), e que nos transforma a cada dia (2 Co 3.18). Porém, a plenitude desta benção (Ef 3.19) será no futuro, e tudo que podemos agora imaginar não é para comparar com que há de se revelar (Rm 8.18).

5. A Glorificação Futura do Crente

Jesus, após ter ressuscitado e assunto ao Céu, foi coroado de glória (Hb 2.9), com a mesma que tinha com o Pai antes da existência do mundo (Jo 17.5). Ele virá buscar a sua Igreja majestosa (Mt 16.27). Quando isso ocorrer, receberemos da sua glória (Cl 3.4; 2 Ts 1.10), ou seja, o nosso “corpo glorioso” (Fp 3.20,21), “imagem do celestial”, revestido da imortalidade e da incorruptibilidade (1 Co 15.49, 5, 53), e subiremos a encontrá-lo nos ares para estarmos definitivamente com Ele (1 Ts 4.13-18).
Uma das maravilhosas esperanças que a Igreja de Cristo possui na Terra é a que diz respeito ao seu próprio futuro. Paulo diz: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Co 15.19).
Temos maravilhosas e ricas promessas para um futuro glorioso, para a eternidade.

a) Participaremos do arrebatamento glorioso

A Igreja do Senhor está devidamente avisada de que deixará este mundo de forma definida através do solene evento do arrebatamento.
Para que a Igreja penetre no reino eterno da imortalidade e da glória do Senhor, foi previamente determinado por Deu que ela um dia será tirada deste mundo da mesma maneira como Enoque e Elias foram levados a presença do Senhor, isto é, ela será transladada; ela será arrebatada (1 Co 15.51, 52). O arrebatamento é único, e é, somente para a Igreja.
No exato momento do arrebatamento um outro milagre acontecerá: os crentes serão transformados e receberão um corpo como o do Senhor Jesus Cristo (1 Co 15.52), revestido de imortalidade.
Através do arrebatamento, a Igreja glorificada será conduzida ao Tribunal de Cristo, em plena glória de Deus. No Tribunal de Cristo suas obras serão julgadas (1 Co 3.12-15). E seremos premiados. O Tribunal de Cristo não será de condenação, mas de premiação.

b) Teremos um corpo glorioso

Em vários textos da Bíblia lemos acerca da constituição tríplice do homem, como por exemplo: espírito, alma e corpo em 1 Ts 5.23.
O espírito é o centro e a fonte da vida humana. É por meio do espírito que o homem pode relacionar-se com Deus. O Espírito Santo atua junto ao nosso espírito (JO 4.23, 24; Rm 8-16).
É o espírito que nos dá condição de tomarmos consciência do bem e do mal.
Quanto à alma, esta é a sede da personalidade, da vontade, dos sentimentos. E o corpo é o tabernáculo da alma.
A natureza do corpo glorioso. O corpo é a matéria. Não é eterno. Por isso temos promessas de que o nosso corpo material seja transformado em um corpo espiritual, glorioso e eterno (Fp 3.21).
O corpo glorioso não será da mesma natureza do atual. A ressurreição não implicará meramente em fazer o morto voltar à vida, mas sim em algo muito mais precioso, verdadeiramente glorioso que será a doação de um novo corpo, um corpo transformado. O nosso corpo será diferente, da mesma maneira como a semente ou o caroço que se planta recebe uma nova forma quando brota o rebento que dele se origina, assim acontecerá com aqueles que ressurgirem para a vida eterna com Cristo (1 Co 15.35-38).

c) Teremos um lar glorioso

A Bíblia é extremamente clara quando afirma que “carne e sangue não herdarão o reino de Deus” (1 Co 15.520). Assim a transformação do nosso corpo mortal em um corpo glorioso é condição essencial para entramos no lar de glória onde viveremos com o Senhor, por toda a eternidade.
Antes de partir, Jesus prometeu um lar celestial aos seus servos, (Jo 14.2). Já existiam muitas moradas na casa do Pai, e Jesus, porém foi preparar tais moradas para receber os seus fiéis.
Existem nas escrituras Sagradas, inúmeras promessas bem claras para aqueles que permanecerem fiéis, perseverantes e obedientes ao Senhor Jesus Cristo. A fim de que a nossa fé e a nossa confiança sejam, encorajados e mesmo que soframos certos males aqui na terra, nada nos fará desistir do propósito que tomamos ao aceitar Jesus como nosso Salvador (Rm 8.37-39).

XVIII. O MAIOR MILAGRE DE DEUS

“Fiz uma obra, e todos vos maravilhais”.
(Jo 7.21 – ARC).
“... Um só feito realizei, e todos vos admirais” (Jo 7.21- ARA).
Maior que as dez pragas no Egito (Êx 7-12).
Maior que a divisão do Mar Vermelho (Êx 14.2).
Maior que a queda dos muros de Jericó (Js 6.6-21).
Maior que a multiplicação da farinha e azeite da viúva (1 Rs 17.10-16).
Maior que o redemoinho que levou Elias ao Céu (2 Rs 2.11).
Maior que o azeite da viúva multiplicado (2 Rs 4.1-7).
Maior que a ressurreição do filho da Sunamita (2 Rs 4.32-36).
Maior que a cura de Naamã (2 Rs 5.10-14).
Maior que o milagre do machado que flutuou (2 Rs 6.6).
Maior que o morto ressuscitado ao tocar os restos mortais de Eliseu (2 Rs 13.20-21).
Maior que a libertação dos três jovens hebreus dentro da fornalha de fogo ardente (Dn 3.19-27).
Maior que a libertação de Daniel na cova dos leões (Dn 6.16-23).
Maior que a libertação de Jonas no ventre do grande peixe (Jn 2).
Maior que a ressurreições naturais operada por Jesus (Mt 9.18-22; Mc 522-24; 35-43; Lc 7.11-16; 8.41-42, 49-56; Jo 11-32-44).
Maior que as expulsões demônios por Jesus (Mt 12.22-23; 8.28-34; 561-20; 7.24-30; 9.14-39; Lc 4.33-37; 11,14-23; 8.26-39; 9.37-43).
Maior que as curas operadas por Jesus (Jo 4.46-54; Mt 8.14-17; 8.2-4; 9.1-8; 12.9-13; 8.5-13; 9.20-22; 9.27-31; 20.29-34; Mc 1.29-31; 40-45; 2.3-12; 3.1-5; 5.25-34; 7.32-37; 8.22-26; 10.46-52; Lc 4.38-39; 5.12-16; 5.17-26; 6.6-10; 7.1-10; 8.43-48; 13.11-17; 14.1-6; 17.11-19; 18.35-43; 22.50-51; Jo 5.1-16; 9; 18.10).
Maior que a cura do coxo a porta do templo formosa (At 3.1-16).
Maior do que a libertação dos apóstolos do cárcere (At 5.17-24).
Maior que a cura de Enéias (At 9.37-35).
Maior que a ressurreição de Dorcas (At 9.36-42).
Maior que a libertação de Pedro cárcere (At 12.4-17).
Maior que a cura do coco de nascimento em Listra (At 14.8-11).
Maior que a libertação de Paulo e Silas do Carcere (At 16.22-34).
Maior que a ressurreição de Êutico (At 20.9-12).
Salvação, o maior milagre de Deus (Ef 2.8,9; Tt 2.11).
Já dizia o saudoso pastor Valdir Bícego: “A fé é o primeiro passo para alcançar a salvação (Ef 2.8), porque a fé vem pelo ouvir a Palavra (Rm 10.14; 17; Hb 4.12). A fé conduz arrependimento, que produz a salvação (2 Co 7.10; Hb 4.2). O arrependimento resulta na conversão (At 11.21). A conversão verdadeira conduz a santificação (At 26.118). A santificação conduz para a glorificação presente e futura (2 Co 5.1; Hb 12.14)”.
Salvação é palavra de profundo sentimento e de infinito alcance. Somente quando chegarmos à glória celestial é que compreenderemos melhor as infinitas riquezas dessa salvação outorgada por Deus e consumada por Nosso Senhor Jesus Cristo. Muitos crentes são hoje frios, descontentes, levianos e temporãos, porque não têm convicção dessa salvação em suas vidas. Não têm os sentidos espirituais da alma exercitados pelo Espírito, para devidamente valorizá-la.
Na eternidade feliz com Jesus, Nosso Salvador, à medida que prosseguirmos lá, mais e mais louvaremos a Deus pela salvação, à medida que suas riquezas nos forem sendo reveladas pelo Espírito Santo, nessa esfera espiritual apropriada para isso.
A doutrina da salvação é uma das mais profundas da Bíblia, Paulo foi o que mais escreveu acerca da salvação, só pra termos uma idéia só na carta de Romanos caps. 1-11, fala da salvação.
Louvaremos a Deus, ao mesmo tempo levemos aos outros o evangelho, que é poder de Deus e salvação para todo o que crê (Rm 1.16).

NOTAS

BÍCEGO, Valdir N. Lições Bíblicas – Calvário, o Lugar da Salvação. Rio de Janeiro: CPAD, 2.º Trimestre de 1995.
GOMES, Gesiel N. Lições Bíblicas – Maturidade Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 1.º Trimestre de 1985.
_______, Gesiel N. Lições Bíblicas – Maturidade Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2.º Trimestre de 1990.
OLIVEIRA, João de. Lições Bíblicas – Maturidade Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2.º Trimestre de 1983.


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O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO PARA A IGREJA

No cenáculo de Jerusalém no dia de pentecoste aconteceu um dos maiores movimento pentecostais no planeta terra, na vida da igreja de Cristo. Cerca de 120 cristãos estavam esperando a promessa de Deus, o batismo no Espírito Santo, que veio a ser resultado profundamente nas vidas dos discípulos de Cristo, que já não era mais aquela vida de pensamentos obscurecidos espiritualmente.
O batismo no Espírito Santo tem sido vivido uma experiência profundamente rica na vida de milhares de crentes diante de Deus destes últimos séculos do cristianismo. A Igreja primitiva foi uma grande arma poderosa nas mãos de Cristo, jamais a Igreja seria vitoriosa contra as duras perseguições romanas, se não houvesse recebido a promessa gloriosa do Pai, algo poderoso que se chama o batismo no Espírito Santo.
Os apóstolos foram batizados num dia de domingo, a onde o Espírito Santo clareou-os as realidades espirituais do reino de Deus, os seus pensamentos era um reino político aristocrático de Cristo e Messias prometido estabelecer um pleno palco da era do império romano, e os libertá-los das garras romanas, mais o Espírito Santo os esclareceu com uma nova dimensão atmosférica espiritual do grandioso reino de Deus.
O batismo no Espírito Santo é uma doutrina pentecostal, peculiar a ser unida na prática e experimental par a Igreja de Cristo, tem se estendia de uma forma estupenda, por cerca de vinte séculos de experiência pelo o pode do batismo no Espírito Santo.
O que é batismo no Espírito Santo? É uma gloriosa benção de Deus para os seus filhos nos dias atuais, ou algo que ficou um marco na vida dos discípulos, e sem revestimento de poder, jamais o cristianismo revolucionaria o mundo com o Evangelho de Poder (Rm 1.16). O batismo no Espírito Santo não é a conversão, não é salvação da alma, e nem também é a santificação do crente. O crente ter o Espírito Santo não é a conversão, não é salvação da alma, e nem também é a santificação do crente. O crente ter o Espírito Santo não é o mesmo que ser batizado com o Espírito Santo. Os discípulos já tinham o Espírito Santo antes mesmo do dia de Pentecostes (Ver Jo 20.22; At 2.1-4).
Deus vestiu e revestiu o homem. Quando o homem caiu no Éden, ele ficou n (Gn 3.10). Deus providenciou um plano salvifico para vestir o homem com veste de salvação (Is 61.10). Depois Deus providenciou a sua maravilhosa promessa, revestir o homem, isto é, o revestimento de poder, o batismo no Espírito Santo (Ver Lc 24.49). Portanto Deus vestiu o homem com vestes de salvação, e revestiu de poder – batismo no Espírito Santo.
A palavra batismo vem da palavra grega batizein que significa emergir, mergulhar. Em maior esclarecimento são crentes imersos, e mergulhados no imenso poder do Espírito Santo.
“Mas recebereis o poder do Espírito Santo” (At 1.8). Mas na tradução da ARC é “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo”. Poder ou virtude vem do original grego dunamis que deriva dínamo e dinamite, que significa a poderosa manifestação do Espírito Santo, concedendo poder, autoridade no momento do batismo no Espírito Santo, esta foi à grande transformação dos apóstolos no dia de pentecoste e fez deles uma dinamite nas mãos de Deus, para revolucionar o mundo de sua época.
A Bíblia de Estudo Pentecostal esclarece: “Batiza com o Espírito Santo” (Jo 1.33). A palavra “com” é uma tradução da preposição grega en e pode ser traduzida “por”, “com” ou “em”. Por isso, uma tradução alternativa seria “o que batiza no Espírito Santo”, assim como “batizar com água” pode ser melhor traduzido “batizar em água”.

I. A PROMESSA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO

O sinal do batismo no Espírito Santo foi predito pelo o rei Salomão e os profetas do Antigo Testamento, uma verdadeira promessa para os judeus e gentios com relação ao dia do derramamento do Espírito Santo. O batismo no Espírito Santo é uma benção de Deus prometida, relacionada com o plano da salvação em Cristo Jesus, a promessa foi predita pelos seguintes homens de Deus no Antigo Testamento; a saber:

1. Pelo Sábio Salomão

A promessa do batismo no Espírito Santo foi anunciada pelo sábio e rei de Israel Salomão cerca de 1000 anos A.C. dizendo: “Convertei-vos pela minha repreensão: eis que abundantemente derramarei sobre vós meu espírito e vos fareis saber as minhas palavras”. (Pv 1.23).

2. Pelo Profeta Isaías

Cerca de mais de 700 a.C. o profeta messiânico Isaias profetizou o derramamento do Espírito Santo, cerca de cem anos depois do profeta Joel. Deus falou pelo profeta dizendo: “Porque derramarei água sobre o sedento e rios, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha benção, sobre os teus descendentes” (Is 44.3). E Deus continuou falando pelo profeta Isaias, dizendo: “até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então, o deserto se tornará em campo fértil, e o campo fértil será reputado por um bosque” (Is 32.15).

3. Pelo Profeta Ezequiel

Cerca do século VI a. C. Deus fala pela a boca do profeta Ezequiel da grande benção do derramamento do Espírito Santo, dizendo: “Nem esconderei mais a minha face deles, quando eu houver derramado o meu Espírito sobre a casa de Israel diz o Senhor JEOVÁ” (Ez 39.29).

4. Pelo Profeta Joel

O profeta Joel é chamado de “profeta do pentecoste” por causa do derramamento do Espírito Santo nos últimos dias, quando o apóstolo Pedro falou no dia de Pentecoste (At 2.16-18). Joel significa: “Jeová é Deus”. Porque o profeta Joel é um dos mais interessantes profetas hebreus?
A resposta é porque Joel profetizou o derramamento do Espírito Santo sob todos os povos (Jl 2.28,29), e essa profecia teve o seu parcial cumprimento no Dia de Pentecoste (Ver At 2.1-18).
Todos os profetas do Antigo Testamento foram inspirados por Deus para profetizarem o nascimento virginal, da vida, ministério terreno, sofrimento, morte, ressurreição de Jesus Cristo, e de seu retorno e futuro glorioso reino. Mas o profeta Joel foi revelado por Deus a cerca do derramamento do Espírito Santo sobre toda carne, dizendo: “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito” (Jl 2.28,29).

5. Pelo Profeta Zacarias

O profeta Zacarias profetizou o derramamento do Espírito Santo, por volta do século V a. C. Este derramamento do Espírito Santo será por completa fusão do Espírito quando Israel estiver cercados por seus inimigos, clamarão ao senhor para que os socorra, nesta ocasião acontecerá algo estupendo com o povo de Israel: “E sobre a cada de Davi, e sobre os habitantes e Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e o prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito. Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pronto de Hadade-Rimom no vale de Megido. E a terra pranteará, cada linhagem à parte; a linhagem da casa de Davi, à parte, e suas mulheres, à parte; a linhagem da casa de Levi, à parte, e suas mulheres, à parte; a linhagem de Simei, à parte, e suas mulheres, à parte” (Zc 12.10-13).
Sob o acontecimento do derramamento do Espírito Santo, o povo de Israel reconhecerá o verdadeiro Messias, o Senhor Jesus Cristo. Naquele dia o povo judeu viverá em um grande pentecostes. Em atos dos apóstolos, tivemos apenas o começo do derramamento do Espírito Santo (At 2.1-4) agora a profecia do profeta Joel 2.28,29 tornar-se-á plena, as Escrituras se combinam entre si em cada detalhes.

II. A PROMESSA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO

Depois de 400 anos em silêncio, Deus providência um profeta para uma missão, chamado João Batista, o precursor de Jesus Cristo, anunciou o arrependimento, mas falou do batismo nas águas, e anunciou sobre outro batismo, o batismo no Espírito Santo, o qual quem batiza é o Senhor Jesus Cristo (Mt 3.11).

1. Pelo Profeta João Batista

Mais de cinco séculos já se havia passado desde que as profecias do batismo no Espírito Santo fora anunciado, quando aparece João Batista no deserto da Judéia nas margens do rio Jordão, o percursos do Senhor Jesus Cristo, dizendo: “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11).
A palavra “batizar” no grego é baptizein, que significa “emergir”, “mergulhar”. Significa que os crentes foram imersos, mergulhados e poderosamente envolvido, no Espírito Santo.
Não só como o apóstolo Mateus testemunhou do batismo no Espírito Santo, como também os apóstolos Marcos, Lucas e João testemunharam o batismo no Espírito Santo.

2. Pelo Senhor Jesus Cristo

O Senhor prometeu que enviaria o Espírito Santo, Ele começou o seu ministério no poder do Espírito Santo (Lc 4.16-19). Jesus pregou no dia da festa dos judeus em Jerusalém, dizendo: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem: Porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado” (Jo 7.38,39).
Jesus ensinou aos seus discípulos que enviaria o Espírito Santo, e não os deixaria órfãos, ensinou-os dizendo: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, para que fique convosco para sempre, ... Mas aquele consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e nos fará lembrar de tudo quanto nos tenho dito... Mas quando vier o Consolar, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim... Mas, quando vier aqueles Espírito da verdade, ele nos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvidos e vos anunciará o que há de ver” (Jo 14.16,26; 15; 16-13).
A palavra “outro” no grego é allos que significa o mesmo tipo. Isto significa o Espírito Santo do mesmo tipo de Jesus Cristo.
Após Jesus Cristo ressuscitar dentre os mortos, e antes de subir para o Pai, disse aos seus discípulos: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder... Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizado com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (Lc 24.49; At 1.5).

3. Jesus Cumpre a Promessa do Pai

Após Jesus ter ensinado aos seus discípulos acerca do derramamento do Espírito, foi levado ao Céu, assentar-se à direita do Pai, e cumpre a grande promessa num belo dia de manhã de domingo, no cenáculo, em Jerusalém, o centro de toda adoração: “cumprindo-se o dia de pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por ele línguas repartidas, como que de fogo, os quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram falar em outras línguas, conforme o espírito santo lhes concedia que falassem” (At 2.1-4).
No dia de Pentecoste começou o ministério do Espírito Santo (2 Co 3.8), já são mais de vinte séculos da Igreja de Cristo aqui na terra, e milhões de pentecostais no mundo experimentam a promessa do batismo no Espírito Santo.

III. A EXTENSÃO DA PROMESSA DO BATISMO
NO ESPÍRITO SANTO

O apóstolo Pedro disse a promessa do Pai não era só dada para os apóstolos, mas para todos os cristãos, em todos os tempos, todas as épocas e em todos os lugares da terra a onde o Evangelho fosse pregado com poder (At 3.39).



1. “Porque a promessa vos diz respeito a vós...”

O apóstolo Pedro dizia para os judeus de sua época, seus contemporâneos, isto é, Israel com o Senhor fizera a aliança. Ora os primórdios dia da Igreja enfrentava o terror do Império Romano de sua época e os judeus convertidos precisavam do poder do Espírito Santo em suas vidas, pois Pedro, disse: ... a promessa vos diz respeito a vós”... (At 3.39).

2. “... a vossos filhos...”

Pedro falara das gerações sucessivas da nação judaica, pode ser a geração presente, e as gerações no futuro (Ver Ez 3.39; Zc 12.10.10-14).

3. “... e a todos os que estão longe...”

Refere à extensão da promessa do Pai além dos judeus, a todos os que estavam longe, isto é, os gentios em todos os lugares do mundo (Ef 2.13.17).
Os judeus eram orgulhosos, uma visão pequena com relação de Deus com as nações gentias, os judeus só pensavam neles com respeito às bênçãos de Deus. Porém Deus revela a Abraão, que às bênçãos é para todos; “em ti serão benditos todas as famílias da terra” (Gn 12.3). E essa promessa começou no Dia de Pentecoste, e se estende até o presente.

4. “... a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar”

Os judeus como gentios, indistintamente pode receber o batismo no Espírito Santo, independente de conversão ao Senhor. Isto significa que Deus revela a sua maravilhosa promessa tanto para os judeus, quanto para os gentios.
“a tantos quantos Deus, nosso Senhor chamar” para o arrependimento a salvação pela fé e se tornarem filhos de Deus (Jo 1.12,13; Gl 4.4,5) e herdeiros da grande promessa – o batismo no Espírito Santo.

IV. QUAL A FINALIDADE DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO NO CRENTE

O propósito do batismo no Espírito Santo é uma verdadeira e profunda experiência na vida do crente, esses propósitos do batismo no Espírito Santo são profundas riquezas espirituais para o amadurecimento e crescimento espiritual do crente.

1. Para Capacitar o Crente

Sem o revestimento de poder do Espírito Santo o crente está incapaz de fazer a obra de Deus, pode até fazer a obra, mas ineficaz, sem resultados. O verdadeiro propósito do batismo no Espírito Santo é que os crentes executem a grande obra de Deus para o crescimento do reino de Deus. O Espírito Santo capacita o crente para testemunhar de Jesus o Salvador (At 1.8; Jo 15,26,27; At 2.41.4.4; 7-57; 8.1-5, 12).

2. Para dá Autoridade ao Crente

Deus dá autoridade para os seus filhos no nome de Jesus através do Espírito Santo para testemunhar Jesus Cristo o Salvador do mundo com intrepidez, prodígios e sinais (Mc 16.17-19). O Espírito Santo dá autoridade para vencermos as circunstâncias mais difíceis da vida. O Espírito Santo dá autoridade para proclamar o Evangelho de Cristo (At 1.8; 4.33).

3. Para Viver Para Deus

No momento quando o crente nasce espiritualmente, a sua vida deve está inteiramente em comunhão com Deus, submeter a sua Palavra e a prática, as verdadeiras marcas para o progresso e crescimento da vida do crente. O batismo no Espírito Santo é para vivermos uma vida com abundância (Jo 10.10;). Ver ainda Jo 7.38.

4. Para Compreender o Plano de Deus

O Espírito Santo revela os segredos do plano de Deus (1 Co 2-10). Os discípulos compreenderam a verdadeira realidade do Reino de Deus após a decida do Espírito Santo no Dia de Pentecoste (At 2.1-39). O Senhor Jesus ensinou aos seus discípulos quando enviaria o Espírito Santo para ter um melhor entendimento das coisas espirituais, dizendo: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.26).

5. Para Assimilar Melhor a Verdade da Escritura

Somente os que recebem um melhor entendimento das verdades das Escrituras são aqueles que são filhos de Deus (Rm 8.14), somente o Espírito Santo revela as riquezas das santa Escrituras (Ver 1 P 1.21), o homem natural não compreende as coisas do Espírito (1 Co 2.14), Jesus disse acerca de melhor entender a verdade da Bíblia, dizendo: “Mas quando vier aqueles Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16.13).

V. COMO RECEBER O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

A Igreja primitiva, todos os seus membros eram batizados com o Espírito Santo. O crente atual deve buscar o glorioso batismo no Espírito Santo:

1. Deve Crer

O crente para receber o batismo no Espírito Santo deve crer em Jesus o batizador. Jesus afirmou: “Quem crê em mim, com diz a Escritura, rios de águas viva (o dom do Espírito Santo) correrão do seu ventre. E isso disse ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem...” (Jo 7.38,39);
Quando o crente crer ele ver a glória de Deus (Jo 11.40).

2. Deve obedecer

O Senhor Jesus concede o batismo no Espírito Santo ao crente que lhe obedece. Jesus disse para os seus discípulos para ficarem em Jerusalém: “E eis que sobre nós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Jesus disse para os seus discípulos não ausentassem da cidade de Jerusalém: “E estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes” (At 1.4).
O cristão atual que busca o batismo no Espírito Santo deve acima de tudo obedecer à Palavra de Deus, “E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nos e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem” (At 5.32).

3. Deve Pedir, Buscar e Bater

Quando o crente pede significa uma consciência inteiramente necessitado, é a confiança em Deus Pai. Quando busca significa submissão a Palavra de Deus. Quando bate significa perseverança em buscar a Jesus para batizar com o Espírito Santo quando Ele não responde imediatamente, para ter uma profunda experiência com Deus, e provar-nos a nossa sinceridade cristã, Jesus disse: “Pedi, e dar-se-vos-à: buscai e encontrarei: batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe, e o que busca encontra; e ao que bate, se abre”. (Mt 7.7,8). “Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lc 11.13). Muitos crentes estão esperando Deus, enquanto Deus Pai está esperando seu pedido sincero e perseverante na fé cristã (Jo 14.13,14; At 1.14).

4. Deve Orar Com Perseverança

O crente deve buscar o batismo no Espírito através de uma profunda oração a Deus. Jesus afirmou: “... o dever de orar sempre e nunca desfalecer” (Lc 18.1).
Quase 120 discípulos de Jesus permaneceram por cerca de 10 dias em oração aguardando a promessa do batismo no Espírito Santo, “todos estes perseveravam unanimente em oração e súplicas...” (At 1.14).
O crente deve sentir algo real do Espírito Santo que precisa e necessita ardentemente do batismo no Espírito Santo. Jesus exclamou: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo 7.37). Jesus disse para a mulher samaritana: “Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (Jo 4.10).
O Espírito Santo é a água viva para os sedentos, é Ele quem sacia as almas sedentas (Sl 143.6; Is 41.17, 18; 44.3; 55.1; Ap 21.6). Deus pretende atender o crente com amor, aqueles que têm sede pelo Espírito Santo.

5. Deve Arrepender-se

No dia de Pentecoste, o apóstolo Pedro disse para a multidão: ... “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38).
O arrependimento é o primeiro passo para a salvação, e subseqüente o batismo no Espírito Santo.

7. Deve Converter-se (At 3.19)

O crente deve voltar-se inteiramente para Deus buscando a sua gloriosa e bendita promessa – O batismo no Espírito Santo.

VI. CONCEITOS ERRADOS SOBRE O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

O batismo no Espírito Santo é uma doutrina bíblica que cada crente deve buscar e também deve ser compreendida e examinar cuidadosamente à luz das Escrituras Sagradas.

1. Batismo no Espírito Santo Não é Regeneração

Regeneração do grego palinginesia que significa ato de nascer de novo, gerar de novo, é quando uma pessoa aceita Jesus e recebe o Espírito Santo regenerando seu interior a alma e espírito, é o novo nascimento, o nascimento espiritual. Enquanto o batismo no Espírito Santo pode acontecer no momento da conversão do pecador (At 10.44-446) ou subseqüente. Os discípulos receberam o Espírito Santo, não como batismo, mas como regeneração (Jo 20.22). Só depois eles receberam o batismo no Espírito Santo (At 2.1-4). A regeneração é o aspecto da salvação, enquanto o batismo no Espírito Santo é revestimento sobrenatural do Espírito na vida do crente.
Jesus pela a obra e graça do Espírito Santo, e depois com 30 anos de idade foi ungido pelo Espírito Santo para realizar o seu ministério (Mt 1.18-23; Lc 4.16-19).

2. Batismo no Espírito Santo Não é Conversão

Os anti-pentecostais confundem este conceito, a não distinguir. Batismo no Espírito Santo é distinto da conversão. Conversão é exterior, é mudar de rota, caminho. Enquanto o batismo é o revestimento pentecostal na vida do cristão. Paulo no momento de seu encontro com Jesus, ele mudou de caminho, o seu caminho era Damasco, mas encontrou com o Salvador e mudou seu caminho, só depois de três dias ele foi batizado com o Espírito Santo (At 9.3-6, 17, 18).

3. Batismo no Espírito Santo Não é Batismo nas Águas

O batismo nas águas simboliza o começo da vida espiritual, é uma declaração pública que confessa a Cristo através do arrependimento, que identifica a morte e ressurreição de Cristo (Rm 6.1-4). Enquanto o batismo no Espírito Santo é mergulhar, emergir abundantemente no poder do Espírito (Ver Mt 3.11; Mc 1.7,8; Lc 3.16; Jo.33; At 1.4,5,8; 2.1-4).

4. Batismo no Espírito Santo Não é Salvação (Mt 7.22).

A salvação vem em primeiro plano, na vida do homem e subseqüente vem o batismo no Espírito Santo. A salvação é vestir com vestes de salvação e justiça (Is 61.10). Enquanto o batismo no Espírito Santo é revestir, ou seja, é o revestimento de poder (Lc 24.49). Ser batizado com o Espírito Santo não significa que está salvo. Batismo no Espírito Santo é revestimento de poder, enquanto a salvação é a libertação do pecado e da condenação da morte eterna.

VII. A NATUREZA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

Destacaremos as naturezas pertencentes ao batismo no Espírito Santo na vida dos crentes.

1. Derramamento do Espírito Santo

Por intermédio do profeta Isaías, Deus prometeu derramar o seu Espírito, dizendo: “até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto: então, o deserto se tornará em campo fértil, e o campo fértil será reputado por um bosque” (Is 32.15).
“Porque derramarei água sobre o sedento e rios, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha benção, sobre os teus descendentes” (Is 44.3).
Por intermédio do profeta Ezequiel, Deus promete derramar de seu Espírito, quando diz: “Nem esconderei mais a minha face deles, quando eu houver derramado o meu Espírito...” (Ez 39.39).
Por intermédio do profeta Joel, Deus promete também derramar o seu Espírito, quando disse: “E há de ser, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne e vossos filhos... E também sobre os servos e sobre a servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito” (Jl 2.28,29).
Deus promete derramar o seu Espírito sobre a nação de Israel, após arrependerem-se de seus pecados, ao dizer: “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o Espírito de graça e de súplicas...” (Zc 12.10).
Esta palavra “derramarei” é usada várias vezes na Bíblia, significando o batismo no Espírito Santo nas vidas dos crentes. Significa que o crente é um campo fértil que espera as copiosas bênçãos do Espírito como chuva a ser derramado na vida dos crentes.

2. Revestimento do Espírito Santo

Revestimento significa poder e autoridade do Espírito Santo na vida do crente, e este é o desejo de Deus que seus filhos busquem o revestimento do Espírito Santo, para propagar o Evangelho de Cristo. Não precisa ter o título de “apóstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre”, mas ser revestido do poder do Espírito Santo. Jesus disse: “... ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestido de poder (do Espírito Santo)” (Lc 24.49).





3. Recebimento do Espírito Santo

Isto significa receber algo extraordinário da parte do Deus, que é o Espírito Santo, “virtude” e “poder”, ambas as palavras significam poder real, poder em ação, força, capacidade, esta é a bênção que o crente recebe de Deus.
Jesus disse: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há di vir sobre vós; ...” (At 1.8).

4. Enchimento do Espírito Santo

Nas Escrituras a palavra, “encheu”, “cheias” e “enchei-vos”, significa vida transbordante do Espírito Santo. No Dia de Pentecoste as naturezas do enchimento do Espírito Santo na vida dos apóstolos encheram-nos do Espírito “e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados... E todos foram cheios do Espírito Santo...” (At 2.2,4). Isto significa cheios da plenitude do Espírito Santo.
O apóstolo Paulo escreveu aos Efésios, dizendo “E mão vos embriagueis com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”, (Ef 5.18).
“Enchei-vos” está no imperativo passivo do presente, que significa no original grego, o crente enchido do Espírito, repetidas vezes. A vida espiritual do crente deve profundamente experimentar a renovação constante, mediante o enchimento repetidas vezes da plenitude do Espírito Santo (Rm 12.2).

5. Batismo

Quando o crente recebe a plenitude do Espírito Santo é simbolizado como batismo, um mergulho, imersão no Espírito Santo, revelando a gloriosa bênção de Deus enchendo o crente do Espírito Santo, sendo dirigido e dominado pelo Espírito de Deus (At 16: 6.,7; Rm 8.14).

VIII. EVIDÊNCIAS FÍSICAS DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

O cristão recebe o poder sobrenatural do Espírito Santo, através do batismo de poder do céu, a prova autêntica do cristão ser batizado com o Espírito Santo é falar em línguas estranhas, pelo poder sobrenatural de Deus.




1. No Dia de Pentecoste em Jerusalém

A primeira evidência inicial do batismo no Espírito Santo no falar em línguas desconhecida, foi no dia de Pentecoste, foi uma profunda experiência na vida dos discípulos. Esta evidência física do batismo no Espírito Santo é que todos foram cheios do Espírito Santo, foi que todos os discípulos falaram em outras línguas desconhecidas, línguas que nunca haviam aprendido falar (1 Co 14.14; 15), cada um falou em outras línguas pela operação sobrenatural do Espírito Santo (At 2.1-4).
“E começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). A Palavra”línguas”, aqui no original, é glossa. Mas na frente encontramos a palavra línguas:...”Não são galileus todos esses homens que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (At 2.7,8). A palavra “línguas”, aqui, no original é dialetos. Portanto, os apóstolos falaram línguas estranhas “glossa”, enquanto as dezessetes nações presentes no dia de Pentecoste ouvia, cada um, a sua própria língua “dialetos”. Cada pessoa entende a sua própria língua natural, mas a língua que os apóstolos falavam no dia de Pentecoste era a língua dos anjos (1 Co 13.1), só Deus as entendem, línguas desconhecidas não é língua estrangeira, a língua estrangeira há quem interpreta, entenda, mas a língua desconhecida somente o Espírito Santo tem o poder de revelar (1 Co 14.2).

2. Sobre os Cristãos em Samaria

Não há menção de línguas estranhas entre os cristãos samaritanos quando receberam o batismo no Espírito Santo. Dois fatos evidenciam que os samaritanos falaram em línguas; primeiro foi quando os apóstolos notaram a diferença entre os samaritanos antes e depois da oração com imposição de mãos (At 5.1-17); segundo foi quando Simão, o mago ofereceu dinheiro aos apóstolos em troca do poder do Espírito Santo (At 8.18-22).

3. Sobre Saulo em Damasco

A Bíblia não menciona que Saulo falou em línguas, mas que foi cheio do Espírito Santo, três dias após de sua conversão Saulo foi cheio da plenitude do Espírito, Saulo passou pela mesma experiência dos discípulo no dia de Pentecostes. Paulo evidencia o falar em línguas, quando ele disse: “Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos” (1 Co 14.18).
A Bíblia diz que Paulo, depois de três dias de sua conversão foi batizado com o Espírito Santo (At 9.17,18).

4. Sobre o Centurião, Cornélio em Cesaréia

Depois da evidência no falar em línguas ocorridos em Jerusalém, Samaria, Damasco, agora foi à vez em Cesaréia num centurião romano, e numa família gentia (At 10.44-47).
A Bíblia diz que na casa de Cornélio, receberam o batismo no Espírito Santo, e falaram em línguas estranhas: “Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus” (At 10.46).
O apóstolo Pedro reivindicava esse acontecimento na casa de Cornélio para os apóstolos no Concílio de Jerusalém, que os gentios receberam a salvação e o batismo no Espírito Santo, como aconteceram com eles no dia de Pentecoste (Ver At 10.15-17).

5. Sobre os Doze Discípulos em Éfeso

Cerca de vinte e cincos anos depois do dia de Pentecoste, os doze discípulos de Éfeso ainda não haviam sido batizados com o Espírito Santo, só sabiam do batizo do batismo de João, o batismo em águas.
O apóstolo Paulo orou pelos doze discípulos, e eles foram batizados com o Espírito Santo: “E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam” (At 19.6).
Portanto fica bem claro que a evidência física do batismo com o Espírito Santo, no livro de Atos, é o falar em línguas estranhas, evidência externa e visível do Espírito Santo na vida do cristão!

IX. A REAL COMPREENSÃO DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

Destacaremos duas realidades inconfundíveis acerca do Batismo no Espírito Santo, na vida do crente hoje.

1. A Distinção Entre Ser Cheio do Espírito Santo e Ser Batizado no Espírito Santo

Duas palavras para explicar esta distinção, são: efusão e imersão. A palavra efusão é “ser cheio do Espírito”, que significa “derramar dentro”, enquanto que a palavra imersão é “emergir” que significa “mergulhar, afundar, submergir, batizar”. O glorioso batismo no Espírito Santo implica o ato do crente mergulhar na fonte do Espírito Santo.
No dia de pentecoste aconteceu uma efusão quando os 120 discípulos, “todos foram cheios do Espírito”. Em seguida todos foram batizados no Espírito Santo, quando “começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4).
2. As Línguas Estranhas não Cessaram

“... mas, havendo profecias serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência desaparecerá; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos, mas quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado” (1 Co 13.8-10). Os que são contrários no dom de falar em línguas interpretam o texto de 1 Coríntios 13.8, isolado, para afirmar que as outras coisas desaparecerão: “... havendo línguas cessarão”. O texto em apreço está dizendo que todas as coisas como ciência, profecia, e outros dons, um dia se acabarão não serão mais necessários. Enquanto a Igreja de Cristo estiver na terra, até o seu arrebatamento aos céus, todos os dons espirituais serão necessários para a Igreja aqui na terra. Em 1 Coríntios 13.10 diz que: “quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado”.
A Igreja precisa dos dons espirituais, principalmente, de línguas, porque são parte da dotação de Deus para a Igreja cumprir a sua missão no Reino de Deus aqui na terra. O Pr. Elienai Cabral disse como muita precisão: “No céu com Cristo não precisaremos mais dos dons nem das línguas, porque teremos uma só língua espiritual”.

X. JESUS CRISTO, O BATIZADOR COM O ESPÍRITO SANTO

“E eu, em verdade, vos batizo com água para o arrependimento; mas aquele que após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo” (Mt 3.11).
Os quatro apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João escreveram o verdadeiro testemunho de João Batista a respeito do Senhor Jesus Cristo, como o batizador com o Espírito Santo (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33).

1. Os Apóstolos Testemunharam de Jesus, o Batizador, Com o Espírito Santo

Os apóstolos testemunharam com coerência de Jesus, o que batiza com o Espírito Santo. Os três apóstolos Mateus, Marcos e Lucas, testemunharam solenemente da seguinte forma: “Ele vos batizará com o Espírito Santo” (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16). João, o apóstolo, não somente escreveu, testemunhou as meãs palavras, mas também que João Batista afirmou categoricamente ter sido elas ditados por “...aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo” (Jo 1.33).

2. Jesus Cristo Teve a Experiência da Plenitude do Espírito Santo

Foi o que aconteceu com Jesus, sem a designação de batismo, naquela hora em palco solene espiritual. Quando Jesus Cristo orava, o Céu se abriu e a terceira pessoa da Trindade o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea de pomba (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22). Aqui nestes textos sagrados o Espírito Santo veio sobre Jesus Cristo para dotá-lo de poder para proclamar a obra salvifica e redentora (Ver Lc 4.16-19; At 10.38).

3. Jesus Cristo, o Mediador no Batismo Com o Espírito Santo

O apóstolo Paulo escreveu da “benção espiritual” mediante a Cristo: “Bendito a Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1.3). “Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim” (2 Co 1.20).
Por sermos salvos pela mediação de Cristo Jesus, nosso Salvador e Redentor, somos abençoados com as riquezas do Céu, também pelos seus méritos. Foi isto que o apóstolo Pedro explicou no seu sermão, no dia de Pentecoste: “A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis” (At 2.32, 33).

4. Jesus Cristo Batiza Com o Espírito Santo Hoje

O dia de Pentecoste serviu de modelo para a Igreja, não só para a Igreja primitiva, mas para a Igreja de todos os tempos.
Aqueles que aceitavam e seguiam os princípios e normas da fé cristão, reconheciam, por experiência própria o poder desta verdade pentecostal.
A promessa do batismo no Espírito Santo não só era para os que estavam reunidos no dia de Pentecoste, mas para todos os homens em todos os tempos “Porque a promessa voz diz respeito a vós (os judeus ali presente), a vossos filhos (os que existiam e a gerações futuras) e a todos os que estão longe: (universalmente, os gentios) a tantos quanto Deus, nosso Senhor chamar” (a todos os crentes, desde o dia de Pentecoste até o fim da presente dispensação) (At 2.39).
O revestimento de poder no dia de pentecoste, testemunhado e evidenciado pelo falar em línguas estranhas, serviu de padrão para esta experiência pentecostal, para todos os tempos, todos os dias da Igreja de Jesus Cristo aqui na Terra (Mc 16.17).
O batismo no Espírito Santo é uma necessidade individual de cada cristão que almeja servir a Deus. É uma forma de aperfeiçoar sua comunhão com Deus, e as línguas representam aquela linguagem do seu espírito interior, conforme o Espírito Santo concede que o cristão fale.
“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4).

3
AS OPERAÇÕES DIVINA NA IGREJA

Este estudo da Palavra de Deus é um desafio. Convida-nos à meditação para praticá-lo corretamente. Muita confusão e dúvida têm feito o povo do Deus vivo cometer erros, misturando as atividades de Deus nesse particular. Todas as atividades divinas e dádivas concedidas ao seu povo estão inclusos em Tiago 1.17. É o resumo de tudo, em termos de origem. Operações, Ministério e Dons têm detalhes particulares que os distinguem. O que significa cada uma dessas atividades divinas? Inicialmente, as Operações, os Ministérios e os Dons têm atuações distintas. Cada qual atua em tempo próprio, de modo diferente, com fim específico, respeitando-se mutuamente. Não deve haver confusão em suas práticas, porque são diferentes uma das outras.

1. O Que São Operações Divina?

Operações são obras específicas de Deus (Is 64.4; Jo 5.17, 19, 21, 36; 14.10-12), correspondendo a sua obra criadora (Gn 2.3). Deus criou o Universo e tem o mundo em suas mãos para preservá-lo, realizando operações em favor da sua criação (Sl 104). Tudo que o homem faz para sua subsistência é operação de Deus (Ec 2.29; Mt 66.32). Pela intervenção divina, homens foram usados em operações criadoras, como Moisés (Êx 4.2,3), Elias (Tg 5.17,18) e, podemos encontrar vários casos descritos na Bíblia, nas quais Jesus operou criativamente (Mc 6.38, 43.44; 8.5, 8,9; Lc 5.5,7; Jo 11.43).
As operações de Deus são realizadas das seguintes formas: Quando os sinais já não dizem nada para um povo muito incrédulo que precisa de algo da parte de Deus para despertá-los (Mt 12.38-40); Quando Deus precisa destruir um povo ou mesmo alguém que não deu crédito aos sinais, com o propósito de avisar e despertar outras (Êx 14.30,31); Quando um ministro de Deus e a Igreja de Jesus são desafiados publicamente, necessitando da ação de Deus com severidade, para que nem o ministro, nem a Igreja, fiquem envergonhados (Nm 12.6-15; 16.28-35); Quando num poderoso avivamento, alguém pratica ofensa pública contra Deus (At 5.1-6).
Quando Deus opera, ninguém deve intervir (Jó 11.10; Is 43.13). As operações existem e continuarão existindo. Ninguém deve pronunciar-se sobre o caso, para julgá-lo ou intervir de outra forma, pois Deus sabe o que faz.

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OS DONS ASSISTENCIAIS OU VOCACIONAIS PARA A IGREJA

“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (Pe 4.10).
Os dons assistenciais são as potencialidades do cristão revestido pelo poder do Espírito Santo. É Deus quem concede não para fins proveitosos pessoais e posição, mas para todo o corpo de Cristo.
O perigo é muito grande se negligenciarmos o dom que Deus nos entregou e confiou para desenvolvermos para o crescimento do Reino de Deus (Mt 25.14-30). Somos convidados pela Bíblia de despertar o dom de Deus em nossa vida (2 Tm 1.6-14). Todos têm a potencialidade para trabalhar na obra de Deus (1 Ts 5.12-24).
Em Romanos 12.6-8, encontramos os dons assistenciais ou habilidades vocacionais ou habilidades pessoais. Certo é que essas habilidades assistenciais, vocacionais e pessoais são revestidas pelo poder de Deus. Existem, portanto, os dons recebidos de Deus sem nenhuma aptidão daqueles que os recebem, e a economia divina, que aproveita a potencialidades e habilidades pessoais, revestindo-as com poder do Espírito Santo. O propósito divino é capacitar o crente a realizar melhor a obra do Senhor (At 1.8). Em qualquer um destes casos, existe a atuação de Deus, em outorgar e conceder o revestimento de poder divino. A glória é sempre de Deus e nunca méritos pessoais do ser humano (Is 42.8).

I. CONHECENDO OS DONS VOCACIONAIS

1. Profecia

Como a profecia pode ser um dom natural? A profecia deve ser analisada sob três aspectos: Como dom espiritual? (1 Co 12.10), concedida a qualquer crente que buscá-lo; Como ministério (Ef 4.11), concedido por Jesus para a pregação das Escrituras Sagradas ao povo; Como habilidade natural ou vocação do profeta, ou seja, antes mesmo de ser chamado e receber o Dom ou Ministério de profeta, a pessoa já tinha, inato ou de berço, a tendência profética; como alguém consagrado ao Senhor desde o ventre materno (1 Sm 1.11) ou como a possibilidade de alguém ser filho de profeta, aprendendo o ofício do pai (1 Sm 2.12-17,22; Am 7.14), ou como Moisés, nascido em circunstâncias dificílimas e ensinado por sua mãe (Êx 2.1-10).



2. Ministério

Esse não é o Ministério conhecido como dom, ou de homens chamados por Jesus Cristo como Ministros, conforme os dons ministeriais. Este é um tipo de Ministério material, que exige trabalho e esforço pessoal. É a disposição física de quem assume a responsabilidade de uma tarefa a fazer. É a ministração física como no caso de Marta que servia ao Senhor (Lc 10.40); no caso dos diáconos da Igreja Primitiva (At 6.1-3); no caso de Estéfanas e sua família (1 Co 16.15,16; 2 Co 8.4).
Não podemos ignorar a grande importância desse tipo de Ministério na Igreja (Tg 2.14-20). A tendência natural e espontânea dos que exercem esse Ministério é de serem bem criativos e aptos para boas intenções; Prestativos e serviços; Humildes e pacientes; Exigentes no sentido de que outros façam o que eles dizem.

3. Ensino

Existem pessoas, que desde a sua infância, possuem a habilidade natural para o magistério cristão. Sem nenhuma pretensão, ensinam com prazer (1 Sm 12.23; Pv 22.6; Lc 2.39-52; Gl 1.14; 2 Tm 3.14,15). Se é ensinar, haja com muita dedicação ao ministério do ensino (Rm 12.7).

4. Exortação

Exortar significa animar, encorajar, aconselhar, estimular, persuadir. Conforme 1 Coríntios 14.3, a palavra “exortando” na tradução ARA, no grego é paraklésin, que significa, animando e aconselhando como um advogado de defesa num processo (Ver 1 Jo 2.2).
Esse trabalho deve ser realizado de maneira toda especial, pois a falta de habilidade no exercício deste dom tem causado sérios prejuízos e transtornos na obra de Deus. É um dom assistencial ou vocacional e espontâneo. É acompanhar a pessoa no processo apropriado de correção. É importante, ter, de fato, o amor de Deus (At 2.40; 11.23.4-7; 1 Tm 4.3; Hb 3.13).

5. Contribuição

Contribuir é cooperar, colaborar, repartir, fornecer e dar. É uma benção que todos deveriam conhecer. A força motora de contribuir como liberalidade vem de Deus. Ele move o coração e desperta na pessoa o sentimento de repartir. Muitos egoístas e avarentos tornam-se altruístas e voluntariosos pelo poder transformador do Espírito Santo. Desfrutar do amor de Deus é resultado do ato de contribuir (2 Co 9.6,7). Aquele que dá é mais abençoado do que o que recebe (At 20.35). Deus deseja que haja sinceridade e generosidade em todos que contribuem.

6. Presidir

Presidir é dirigir, guiar, orientar, nortear. Presidir está conectado ao ministério pastoral e administrativo da Igreja (Rm 12.8; Ef 4.11; 1 Tm 5.17). Pessoas nascem com tendência para a liderança. Essa capacitação vocacional é carente de um revestimento divino. Estudando a Bíblia sob esse aspecto, encontramos vários líderes – chamados por Deus para liderança do seu povo – que já exerciam liderança natural em seu próprio ambiente (Gn caps. 37-47).
Pode acontecer de Deus chamar alguém para sua obra, e usá-lo poderosamente em algo que nunca teve habilidade natural. Mas geralmente, Deus aproveita a potencialidade vocacional da pessoa para o exercício de certo tipo de trabalho, capacitando-o para tal função na obra de Deus (2 Co 3.5).

7. Misericórdia

Significa compadecer, perdoar, favorecer. É ter um coração sensível ao sofrimento e necessidades do próximo. É ter piedade. É socorrer os aflitos. Deus quer que exercitemos a misericórdia (Zc 7.9; Pe 3.8).
Para usufruirmos da misericórdia do nosso próximo, é necessário que exercitamos o juízo como misericórdia (Ec 7.16; Mt 5.7; 9.13 2 Co 1.3; Tg 2.13).

II. COMO SE MANIFESTAM OS DONS ASSISTENCIAIS OU VOCACIONAIS?

De acordo com Romanos 12.1-8, os dons assistenciais ou vocacionais se manifestam quando o amor de Deus é manifestado no cristão, levando-o a apresentar seu corpo físico como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (v.1); Quando essas potencialidades inatas são apresentadas a Deus como culto racional e consciente (v. 1); Quando há uma renovação de nosso entendimento no que tange às verdades no mundo espiritual (v. 2); Quando os dispomos a pagar o preço, para experimentarmos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (v. 2); Quando nos despojamos de toda jactância, orgulho e soberba, e nos revestimos da graça de Deus (v.3); Quando buscamos crescimento espiritual, tomando pose de uma vida vitoriosa e cheia de fé (v. 3).




III. OS DONS ASSISTENCIAIS E O CORPO DE CRISTO

“Porque assim como em um corpo temos muitos membro, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somo um só corpo. Em Cristo, mas individualmente somo membro uns dos outros. De modo que, todo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada” (Rm 12.4-6).
O Corpo de Cristo é formado de muitos membros, e o conjunto desta multiplicidade e variedade forma a unidade; tendo como centro, a cabeça que é Cristo (Ef 5.23). A Igreja é, portanto, um organismo vivo, muito mais que uma organização formal e denominacional. Cada crente é vinculado e dependente ao seu irmão. Nem todos os membros do Corpo têm a mesma função, e ninguém pode obrigar a todos o mesmo desempenho. Todos são importantes, uns para com os outros e, para todo o Corpo. Nenhum membro vive sozinho, nem o Corpo funciona sem os membros (1 Co 12.12-31).
Para o sucesso no exercício dos Dons Assistenciais, exigem-se qualidades indispensáveis como temperança e moderação, cautela e prudência, cuidado e dedicação, trabalho e liberalidade, humildade e generosidade, sinceridade e simplicidade.
Ma, acima de tudo, alegria e o gozo em saber que somos usados para exaltar e glorificar o nome de Jesus Cristo (Ne 8.10; Sl 100.2).

5
OS DONS ESPIRITUAIS PARA A IGREJA

“Ora há diversidade de dons, mas o Espírito Santo é o mesmo” (1 Co 12.4)
Os dons espirituais são os meios pelos quais os crentes são habilitados e equipados pela a concessão do Espírito Santo, para difundir o reino de Deus aqui na terra. Sem os dons espirituais, a Igreja meramente não passa de uma organização humana e religiosa.
O Pastor Antônio Gilberto define os dons do Espírito Santo como sendo “uma dotação ou concessão especial e sobrenatural de capacidade divina para o serviço especial da execução do propósito divino para a Igreja e através dela”. O Rev. Stanley M. Horton define os dons do Espírito Santo como sendo “faculdades da pessoa divina operando no homem”.
Estudaremos um dos assuntos teológicos mais importantes na Bíblia, escrito em 1 Coríntios 12.1-11.
São nove dons do Espírito Santo, e estão classificados em três diferentes grupos, a saber:

I. DONS DE REVELAÇÃO

São chamados de “dons de saber” – sabedoria de Deus.
1. Palavra de sabedoria.
2. Palavra de conhecimento.
3. Discernimento de espíritos.

II. DONS DE PODER

São chamados de “dons de operação sobrenatural” - poder de Deus.
1. Dom da fé.
2. Dons de curar.
3. Operação de milagres.

III. DONS DE ELOCUÇÃO

São chamados de “dons de expressão ou orais” - mensagem de Deus.
1. Profecia.
2. Variedades de línguas.
3. Interpretação de línguas.
I. O QUE SÃO DONS ESPIRITUAIS?

Dons são dádivas de Deus concedidas à Igreja de Jesus Cristo, como resultado do batismo no Espírito Santo. Com a conversão e arrependimento a Jesus Cristo, o cristão passa a ter direito a todos os dons espirituais, de maneira latente e para serem usados (Ef 1.3). Esses dons só entram realmente em exercício com o batismo no Espírito Santo, onde o cristão adquire poder de Deus para usá-los, obtendo vitória total sobre Satanás. Os dons espirituais são subordinados aos ministérios ordenados por Jesus. Isso é importantíssimo observar. Por falta desse cuidado, existe muita confusão no seio da Igreja.
A evidência das operações é o temor de Deus despertado em corações, antes endurecido pelo pecado; a evidência dos ministérios é a edificação da Igreja através do obreiro; a evidência dos dons espirituais são os sinais (Mc 16.20). As operações edificam corações endurecidos, os ministérios edificam a Igreja; mas, os dons espirituais edificam pessoalmente a cada crente e, por extensão, equipa com instrumentos espirituais a Igreja. Existe um erro teológico aberrativo, dizendo que os dons espirituais adornam a Igreja, isso não pode ser verdade à luz da Bíblia. Paulo o apóstolo da defesa do evangelho, diz: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil” (1 Co 12.7). Os dons espirituais não são para adornar a Igreja, porém é para equipar no cumprimento da sua missão no mundo.

II. AS FINALIDADES DOS DONS ESPIRITUAIS

As finalidades dos dons espirituais são:

1. Cooperar Com os Ministérios na Igreja (1 Co 12.8-10,28)

Cooperar com os ministérios na Igreja dotando o crente das condições úteis para o trabalho (At 1.8; 1 Co 12.3).

2. Proporciona a Manifestação do Espírito Santo

Os dons espirituais proporcionam a manifestação do Espírito Santo preenchendo as limitações do fraquíssimo e insuficiente poder humano (1 Co 2; 12.7).





3. Possibilita a Todos os Crentes, Indistintamente, o Seu Uso

Os dons espirituais possibilitam a todos, indistintamente, o seu uso na edificação da Igreja e não para o detrimento de muitos que se julgam “importantes” na Igreja (Mt 11.25; 1 Co 1.25-31; Cl 12.18; Tg 4.6).

4. Promover a Edificação Pessoal de Cada Crente

Os dons espirituais promovem a edificação pessoal de cada crente, provando a realidade da presença de Deus no meio da Sua Igreja (Rm 8.26; 1 Co 12.7,11,18,27; 14.2,4,14,15,17,18,25).

III. PORQUE OS DONS ESPIRITUAIS NÃO SE MANIFESTAM DE FORMA FREQÜENTE NA IGREJA DE HOJE?

Os dons espirituais abrangem qualquer cristão em toda a Igreja, desde que esteja dentro da vontade divina.
Há uma pergunta teológica que repercute a classe cristã nestes últimos dias, que tem se questionado, “Porque os dons espirituais não são mais manifestados na Igreja de hoje, como nos dias Apostólicos?”
Responderemos com a direção divina com toda segurança e precisão ao nosso amado leitor. Os obstáculos que tem impedido a operação divina são:

1. Por Causa da Incredulidade

Só receberemos algo de Deus pela fé, a salvação (Ef 2.8), o batismo no Espírito Santo e os dons espirituais (Gl 3.5). A fé foi substituída pela incredulidade. Deus tem misericórdia da Igreja!

2. Por Causa do Desinteresse Pelas Coisas Espirituais

Nunca estivemos tão preocupados com as coisas terrenas como hoje. Jesus nos admoesta a termos cuidados com estes negócios, a solicitude pela a vida (Mt 6.17-21, 24-34). Paulo nos admoesta com suas palavras, como advertiu Timóteo: “por esta razão, pois te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti...” (2 Tm 1.6)




3. Por Causa do Abandono da Oração

A perda de tempo em programações da Igreja, nós estamos perdendo tempo com calendários recheados de programas. Não há tempo preciosismo para a oração, são poucos crentes que buscam a Deus. Jesus disse: “E contou-lhes também ... sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer” (Lc 18.1). Paulo também disse com precisão: “Orai sem cessar” (1 Ts 5-17). “Orai em todo tempo” (Ef 6.18).

4. Por Causa do Abandono da Santidade

Nos dias atuais o cristianismo está enfrentando a maior crise espiritual de todos os tempos, a crise de santidade na Igreja.
Moisés exigia a santificação no meio da congregação de Israel: “Santo sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus sou santo” (Lv 19.2). Josué não fugiu deste padrão: “Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós” (Js 3.5). O apóstolo Pedro exige e convida para esse fim glorioso, “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.15,16).

5. Por Causa da Falta de Adoração a Deus

O rei Davi nunca faltava em adorar a Deus, mesmo no momento de agruras de seu pecado (Sl 51). Deveremos expressamos e adorar como Davi: “... adorai o SENHOR na beleza da sua santidade” (Sl 29.2).

6. Por Causa da Falta de Reverência a Deus nos Cultos

A ausência de curas, batismo no Espírito Santo e manifestação dos dons espirituais, é a falta de reverencia ao eterno e soberano Deus. O doutor Lucas escreveu acerca da reverência nos cultos a Deus na Igreja primitiva: “Em cada alma havia termo; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos” (At 2.43).

7. Por Causa da Exaltação na Falta da Humildade

Hoje ninguém quer ser menor, sempre quer ser maior. Todos querem ser grandes no esporte, na saúde, na educação, na cultura, na política, na música, e porque não dizer na ordem eclesiástica. Ninguém quer ficar para trás, querem sempre ficar na frente, é o mundo da concorrência da auto-exaltação. Nos tempos de Cristo, levantou-se uma discussão sobre quem seria o maior (Lc 9.46-48). Jesus ensinou a filosofia da humildade: “... aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.28). Tiago escreve: “Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Tg 4.6). Diz certo pensador cristão: “A humildade é a virtude pela qual se conseguem e se conservam as demais virtudes”.
É o alto índice de exaltação na Igreja e a falta de humildade que fazem desaparecer os dons espirituais. Deus tem compaixão de nós!

8. Por Causa do Egoísmo, Orgulho, Soberba e Presunção

O egoísmo tem sido um sentimento avassalador no meio da Igreja, crentes que seguem, ouve os ensinos de Cristo, mas nunca aprenderam, como aconteceram com os discípulos do Senhor: “Mesmo, vimos um homem que um ter nome explica demônios, e lho proibimos, porque não segue conosco. Mas Jesus lhe disse: Não proibais, pois quem não é contra nós, é por nós (Lc 9.49,50).
Os dons espirituais não são somente para quem possuem posições na Igreja, porém é o corpo de Cristo em geral, visando o fim proveitoso para a Igreja. Os dons espirituais estão dentro dos propósitos divinos. Por causa do orgulho, soberba e presunção tornam-se obstáculos na manifestação dos dons espirituais na igreja. A Bíblia condena à soberba (Pv 11.2; 16.18).

9. Por Causa do Esfriamento do Amor

Umas das maiores crises que a Igreja confronta hoje é a falta de amor. O amor a Deus e ao próximo depende toda a lei e os profetas (Mt 22.37-40). A nossas mensagens não possam de discursos demagógicos, amamos mais de teorias do que na prática. João o apóstolo do amor admoesta: “Meu filhinhos, não amemos de palavras, nem de línguas, mas por obras e em verdade” (1 Jo 3.18). O crente tem o dever de amar a Deus e o próximo (1 Jo 4.7-21). O que dizer do pastor da Igreja que estava em Éfeso, se o pastor passava por esta crise com certeza a Igreja não ficou ausente (Ver Ap 2.4,5).

10. Por Causa do Ódio

Os samaritanos tinham o ódio dos judeus, por esse motivo não hospedara a Jesus, o Rei dos reis. Os discípulos presenciaram essa terrível cena, e odiaram os samaritanos, e pediram a Jesus que mandassem fogo cair do céu para consumir os samaritanos, irreverentes, maus educados. Jesus reprovou seus discípulos da seguinte forma: “Vós não sabeis de que espírito sóis. Pois o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, e sim para salvá-las” (Lc 9.52-56).
Em nossos dias não é diferente, sentimentos violentos nos crentes são atitudes anticristão que podem impedir a manifestação sobrenatural dos dons do Espírito Santo na Igreja.

11. Por Causa da Desunião

A Bíblia diz quando os discípulos estavam no cenáculo para receber a promessa do Pai, estavam unidos e reunidos (At 2.1). Os cristãos primitivos estavam sempre juntos e tinham tudo em comum (At 2.44). O salmista Davi disse: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” (Sl 133.1).

12. Por Causa de Pecado Oculto

O proverbista Salomão disse: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13). Por causa do pecado de Acã, os filhos de Israel foram derrotados pelos homens de Ai (Leia Josué capítulo 7).

IV. DONS DE REVELAÇÃO – DONS DA SABEDORIA DE DEUS

Os dons de revelação estão classificados em:

1. Dom da Palavra da Sabedoria

“... a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria...” (1 Co 12.8).
O dom da palavra da sabedoria faz-nos compreender os desígnios de Deus e aplicá-los em nossa vida.
A palavra da sabedoria é um dos dons do Espírito Santo (1 Co 12.8). Sabedoria é a capacidade de raciocinar e planejar. A história da humanidade sobre a face da Terra é palco de várias demonstrações da sabedoria divina, recebendo-a como dádiva de Deus na conversão, enchendo-se de Sua plenitude no batismo no Espírito Santo. O dom da palavra da sabedoria deve ser conquistado pelo crente para seu êxito diante de Deus e dos homens, levando-o a eficácia na vida prática neste mundo cruel (Mc 10.30).

2. Três Tipos de Sabedoria

Na epístola de Tiago 3.13-18, temos o perfil da sabedoria humana, diabólica e sabedoria divina. Vejamos:

a) A sabedoria humana

A sabedoria humana é amarga e invejosa, facciosa e ufanável, mentirosa e perturbadora, perversa, terrena e animal.
A sabedoria humana é conquistada numa vida inteira de aprendizado. Uma bagagem hereditária é recebida dos ancestrais, desenvolvendo-se num conjunto de informações positivas e negativas. Propicia experiências de todos os tipos. O lar, a escola, a profissão, as comunidades e as experiências de toda uma vida, formam o caráter do homem.
Códigos de ética e legislações estabelecem parâmetros, filosofia e ciências se esmeram em fazer do homem, um ser mais bem sucedido neste mundo, com o único e primordial propósito de satisfazer suas necessidades diante do Universo.
Até que o ponto vai à sabedoria humana? Existem vários “mundos”, dentro do universo: mineral, vegetal, animal, racional e espiritual. Cada um tem suas limitações. Tudo o que o homem aprende em vida, atinge o limite do mundo “racional e humano”, jamais atravessa o estabelecido por Deus.
Quanto ao “mundo espiritual”, o homem só pergunta, mas não tem a resposta. Só os salvos em Jesus têm a resposta sobre os acontecimentos do “mundo espiritual”, como resultado do conhecimento de Deus. O crente cheio de Espírito Santo e que o dom da palavra da sabedoria manifesta em sua vida, pode desafiar todos os sábios deste mundo (Mt 11.25; At 4.13; 1 Co 1.20, 27-29). A sabedoria humana é limitada, porém a de Deus é ilimitada (Rm 11.33).

b) A sabedoria diabólica

A sabedoria diabólica, para uma melhor compreensão ver os textos de Gêneses 3; Jó 1 e 2; Ezequiel 28.12-17; Mateus 4.1-11.

c) A sabedoria divina

A sabedoria divina, de acordo com texto bíblico de Tg 3.17, é pura, pacifica, moderada, tratável, cheia de misericórdia, bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia e justa.

3. Áreas de Atuação do Dom da Palavra da Sabedoria

O dom da palavra da sabedoria faz-nos conhecer Jesus, Sua vida e Seus ensinamentos com mais profundidade (Jo 14.26; 16.13). Faz-nos compreender as coisas de Deus e aplicá-los na vida prática, em culto racional e inteligente (Rm 12.1; 1 Co 2.5; Ef 1.18; 1 Pe 3.15). Relaciona pensamentos corretos a caminhos corretos (Dt 10.12, 13; Sl 25.8-10; 32.8; Pv 3.5,6; 4.23; 16.23; Is 55.7-9; Mq 6.8; Mt 12.34,35; Lc 6.45; Ef 5.15; Cl 2.3; 4.5; Fm v.6). Faz-nos andar na verdade (1 T, 4.1; 2 Jo v.4; 3 Jo v. 6). Ajuda-nos a responder sabiamente (Mt 21.23-27; 22.15-21; Lc 12.12; 21.12-15; At 4.13; Cl 4.6; 1 Pe 3.15). Ajuda-nos a andar no meio dos incrédulos (Dt 4.6; Cl 4.5). Ensina a governar (Gn 1.26-28; 2.15; 41.38,39; Sl 2.8; Ec 10.10; 1 Tm 2.2). Edifica e firma a vida cristã (Pv 24.3; Mt 7.24, 25). Amadurece o crente no conhecimento de Deus e na vida cristã (1 Co 13.11; 14.20; Ef 4.14; Hb 5.12,13; 2 Pe 3.18).

4. Como Manifesta o Dom da Palavra da Sabedoria

O dom da palavra da sabedoria manifesta em voz audível e silenciosa. Manifesta a quem pede (1 Rs 3.5-14; Sl 27.4; Mt 7.7; Tg 1.5). A quem teme a Deus (Jó 28.28; Sl 11.10; Pv 9.10; 15.33; Ec 12.11-13). Pela vivência correta (Gn 41.38, 39). Através de encontros com Deus (Êx 33.2-4), e também através da unção (1 Jo 2.20, 27).
Nestes últimos dias a Igreja necessita deste dom para o êxito no governo da Igreja, na resolução de problemas que a igreja enfrenta. Os membros precisam indubitavelmente do dom da sabedoria, e principalmente os lideres para liderarem com eficiência (Ver Lc 12.11,12; At 6.3,10).
Convém lembrar, que os dons espirituais não são dados, mas são manifestados para o êxito da edificação do corpo de Cristo. Se fossem dados a Igreja funcionaria como hospital, faculdade, ciência, etc. Os hospitais estariam vazios. Os dons do Espírito Santo manifestam para o fim proveitoso da Igreja.
O dom da palavra da sabedoria guia-nos (Sl 143.10), fazendo-nos saber o caminho a seguir (Sl 143.8), aplainando o caminho que nos conduz a Deus (Sl 5.8).
O dom da sabedoria não se adquire em educação, faculdades, não é sabedoria natural. É concedida através do Espírito Santo.
O saudoso Reverendo Teólogo e Pastor Estevam Ângelo de Souza definiu o dom da palavra da sabedoria: “é a sabedoria de Deus, não é sabedoria humana ou natural, é o resultado da operação sobrenatural do Espírito Santo”.

5. Dom da Palavra do Conhecimento

“... e a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento” (1 Co 12.8).
A palavra do Conhecimento é a revelação sobrenatural das ações e pensamentos de Deus à mente humana.
A Palavra do Conhecimento é um dos dons do Espírito Santo. É ter a mente de Cristo, conhecendo os mistérios do reino de Deus (Mt 13.11; 1 Co 2.7-9, 12,16). Não é conhecimento adquirido pelo homem. É dádiva de Deus (Tg 1.17), adquirida em potencial pela conversão, sendo desenvolvida abundantemente após o batismo no Espírito Santo.
O cristão precisa buscar esta dádiva divina (1 Co 12.31). O que é conhecer? Conhecer é conviver, ser íntimo, penetrar nos segredos, no âmago de um problema, auscultar o coração e desvendar mistérios.
A palavra do conhecimento não é humana, é divina (Rm 11.33).
A palavra da sabedoria e do conhecimento estão conexados (Ver Êx 31.3; 1 Rs 7.14; Pv 1.7; 9.10; Dn 1.4; 1 Co 12.8). A palavra da sabedoria e do conhecimento manifestaram no mistério de Jesus (Ver Jo 4.7-30; Lc 12.13-15; Mt 21.25; 22.21, 32; Lc 5.8-10; Jo 1.42, 47; 2.25; 4.17,18;10.14 Mt 16.21; 21.2; Lc 22.8-13, 34; Jo 6.70; 11.4-11).

6. A Possibilidade do Homem Conhecer a Deus

A Bíblia mostra o interesse de Deus em revelar-se ao homem (Gn 3.8; Ef 1.6). Deus sempre desejou ser amigo do homem desde a criação. O profeta do Antigo Testamento convida-nos a conhecer a Deus (Os 6.3). O maior desejo de Deus é que o homem venha a conhecer a verdade (1 Tm 2.4). Ele o fez à sua imagem, conforme a sua semelhança (a cópia é autenticada pela original). O homem, sem a intimidade com Deus, perde a razão de sua existência (Gn 1.26; Sl 42). O termo grego “antropos”, que significa homem, quer dizer: “Aquele que olha para cima”. O homem foi criado para conhecer a Deus. Sem isto, a vida não tem sentido (Ef 1.6).
Deus deu ao homem os recursos para conhecê-lo, através da natureza (Sl 19.1-4), de Seu Filho Jesus Cristo (Rm 1.18-20; Hb 1.1), e da Sua Palavra (Jo 17.14; Hb 1.1).

7. A Dificuldade no Conhecimento de Deus

O pecado (Gn 3) embruteceu o homem quanto ao conhecimento de Deus (Mt 11.25; Rm 1.22; 3.23; 1 Co 2.11). O homem desligou-se da mente divina (Gn 3.23,24; Is 55.8,9; Rm 3.23), abandonando o raciocino divino para subordinar-se ao satânico, ou seja, a palavra e a argumentação satânica passaram a influir no homem (Ef 4.18, 19). Por isso, precisamos buscar o dom da palavra do conhecimento de Deus para destruir as fortalezas, todo o “conselho”, toda a “altivez” e “soberba” do raciocínio satânico impregnado no homem em confronto com o conhecimento de Deus (2 Co 10.4-6). Levar cativo todo o raciocínio maligno para que o homem liberto resolva obedecer a Deus (Lc 11.20-22). O pecado materializou o conhecimento de Deus deixando-o embrutecido e limitadíssimo. Com isso, o homem não consegue mais comunicar-se com Deus (Jo 4.24). A tendência natural do homem é materializar sua comunicação com Deus.
A Bíblia, em toda a sua história, está repleta de práticas errôneas, apesar das proibições de Deus (Ex 20.3-6). Quanto mais abunda o pecado, o homem tornar-se atrasado e primitivo quando ao conhecimento de Deus.
A preocupação de todo o conhecimento humano passou a ser o homem e a Terra, tornando-o cada vez mais materialista, humanista, etc. até as coisas espirituais o homem tenta explicar, segundo o conhecimento humano e terrestre.
O conhecimento de Deus está fora do alcance humano. Comendo o fruto proibido por Deus (Gn 2.17), o homem ficou sabedor do bem e do mal (Gn 3.22). Isto tornou impossível o acesso ao conhecimento de Deus. O homem tem imputado sobre si o pecado, respondendo pelos seus atos. Com isto, há uma grande dificuldade em conhecer a Deus e realizar Sua vontade (Is 55.8,9; Jo 14.17; 17.25; Rm 3.11; 1 Co 2.7,8, 11.14; 2 Co 4.4; Ef 4.18; Cl 1.21).

8. Áreas do Conhecimento de Deus

O dom da palavra do conhecimento é o recebimento da plenitude de Deus (Jo 1.16; Cl 1.19; 2.9; Hb 1.3). É a renovação do entendimento sobre Deus (Rm 12.2). É a iluminação de nosso entendimento (Sl 36.9; Ef 1.8; 5.8; Hb 6.4; 10.32). É o recebimento da mente de Cristo (1 Co 2.16; 2 Co 10.4,5), enfim, é a luz para caminhar nas trevas do entendimento humano (Jó 29.3; 2 Co 10.4,5; Ef 4.18; 5.8-15; Fp 3.15).
O dom da palavra do conhecimento desvenda os mistérios de Deus (Mt 13.11; 1 Co 2.7-10; Ef 3.3-11; Cl 1.25-28). Deus revela seus mistérios pelo Seu Espírito, fazendo-nos conhecer Suas riquezas incompreensíveis. Os principados e potestades nos céus só podem conhecer os mistérios da multiforme graça de Deus, através da palavra do conhecimento proferida pela Igreja – só a Igreja vive constantemente o Poder da Redenção, e por experiência própria, conhece o que as potestades nos céus não conhecem.
O dom da palavra do conhecimento para toda a Igreja é necessário para fazer os anjos conhecerem o que eles não experimentaram (1 Pe 1.12; Ap 1.5,66). O conhecimento profundo desses mistérios, a ousadia de proclamá-los e a capacidade de persuasão em linguagem acessível, pertencem somente aos batizados com o Espírito Santo e aos que têm o dom da palavra do conhecimento.
A vida cristã nos leva a novidades extraordinárias. É triste, que muitos estejam envolvidos com problemas desta vida e pecados que impedem a carreira cristã (2 Co 5.17; Hb 12.1,2).
Somos convidados a avançar no conhecimento de Deus (Jo 1.50; 17.26; At 26.16; Hb 6.9).
Não aceitemos o estado doentio encontrado em Hebreus 5.12-14. Devemos buscar ansiosamente o Dom da Palavra do Conhecimento de Deus, aprofundando-nos nas descobertas do Evangelho “de fé em fé” (Rm 1.17), e “de glória em glória” (2 Co 3.18) até penetrarmos nas profundezas dos mistérios de Deus e, cheios do dom da palavra do conhecimento falarmos com Ele em Sua linguagem própria “face a face” (Ex 33.1; 2 Co 12.4; 1 Co 13.12).

9. O Dom de Discernimento de Espíritos

“... a outra, discernimento de espíritos...” (1 Co 12.10).
Pelo dom de discernimento, o cristão se defende da presença de poderes estranhos contra a Igreja (1 Tm 4.1-5; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1; Jd v. 4).
O dom de discernimento manifestou no ministério de Jesus (Mt 22.16-18; Lc 5.21,22; Jo 2.23-25).
O dom de discernir os espíritos é um dos dons do Espírito Santo (1 Co 12.10; Tg 1.17). A palavra “discernir” é um termo que exige uma compreensão ampla em seu conceito. Discernir é ver claramente a origem e procedência dos espíritos, examinando minuciosamente as fontes dos comportamentos. É conhecer, é perscrutar o interior espiritual das pessoas, considerando prudentemente, para chegar ao cerne e ao íntimo. É compreender e separar os detalhes misteriosos das pessoas, distinguindo o verdadeiro do falso. É avaliar, apreciar, medir, provar, julgar de perto para selecionar e escolher o melhor. Deus manifesta a seu povo o dom de discernimento, como recurso para descobrir a verdade no meio do engano (1 Tm 4.1-5; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1; Jd v.4).
Para que o mesmo possa receber a revelação da fonte de qualquer manifestação de poder e sabedoria, conhecendo se provém de Deus ou não, provando o seu cuidado e providência junto a sua Igreja; protegendo e dando ao crente fiel, condições de avançar consciente, no caminho certo (Ec 8.5; 1 Co 2.15; 1 Jo 4.1).

10. Impedimento ao Exercício do Discernimento de Espíritos

É impossível, ao homem sem Deus, exercitar o discernimento da vontade de Deus, pelas seguintes razões, tomando por base Gêneses capítulo 3:
Com o pecado, o homem desligou-se da mente divina (Rm 3.23). Como pode então discernir as coisas de Deus? O homem sem Deus abandonou o raciocínio divino, subordinando-se ao satânico, discernido apenas coisas carnais e animais, vinculadas à serpente usada como intermediária do pecado.
O discernimento humano é terrestre e materializado, enxergando somente as coisas da terra (Cl 3.1,2). Dificilmente o homem desvencilha-se de suas amarras para dar asas ao discernimento da vontade de Deus (Jo 8.32).
11. Áreas de Atuação do Discernimento

Vejamos as áreas de atuação do discernimento:

a) O discernimento humano

O discernimento humano é inato, natural e aprendido. As pessoas nascem com tendência a serem observadores e perspicazes. Este discernimento é aperfeiçoado através da educação recebida no lar, na escola, na vida profissional, na Igreja etc.

b) O discernimento diabólico

O discernimento diabólico é a prática mais avançada que o homem. É a tentativa maligna de simular o discernimento divino (Gn 3.5), desvirtuando para o mal a tendência natural das pessoas. É o desvio do discernimento aprendido no lar, na escola, na Igreja etc., para finalidades negativas e destruidoras.

c) O discernimento divino

O discernimento divino é a prática do discernimento espiritual à luz da Bíblia (Hb 4.12).

12. Praticando o Dom de Discernimento

Com a salvação, o homem religa-se à mente divina. No batismo no Espírito Santo vem o “enchimento” da mente e do corpo (At 2.4; Rm 12.1,2; Ef 5.18). Buscando a manifestação do dom de discernimento espiritual, tudo torna-se claro e evidente.

a) Discernindo a Deus

Discernindo a Deus é um dos aspectos mais relevante do discernimento espiritual. É discernir as intenções, o raciocínio e o pensamento de Deus, penetrando no íntimo do Senhor (Is 1.18; Ml 3.10; Mt 11.25-27). Deus tem prazer em ser argüido e que as pessoas conheçam suas razões, discernindo sua vontade para da situação (Is 55.8,9; 1 Jo 5.14), e os destinos pretendidos por Deus para sua obra (Mt 21.42; At 5.38,39; 13.2; 16.6, 7, 10).



b) Discernindo o homem

O discernimento na vida de nossos semelhantes, ajuda-nos a conviver melhor, levando-nos a não cair em armadilhas de homens maus, possibilitando-nos servir melhor ao nosso semelhante em amor e prudência. Precisamos discernir o convertido entre os não-convertidos (Mt 3.7), os hipócritas (Mt 7.15-23; 2 Co 11.15; 1 Tm 4.2), os enganadores (At 5.3,9), os heréticos (1 Tm 4.1; Mt 24.4; 1 Jo 4.), as mudanças de comportamento (Mt 16.17,23), o que se passa no pensamento das pessoas (Sl 139; Jr 17.10; Mt 9.4; Lc 12.2; Jo 2.23-25), as pessoas que nos fazem tropeçar (Mt 9.3,4; 10.16; Jo 2.23-25; At 13.8-12), os acusadores (Lc 13.17; Jo 8.6), as insinuações (Jo 12.20-24; At 17.4), as barreiras (Lc 1.22; Jo 3.1-3; 4.16), os ciúmes (At 8.9-23), as artimanhas dos incrédulos (Mt 10.17).

c) Discernindo a Satanás

Muitos golpes satânicos são evitados quando o dom de discernimento se manifesta no crente e descobre as táticas do inimigo. Discernir a Satanás é detectar os seus enganos (2 Co 11.143,15; 1 Tm 4.1; Ap 1314-18), sua presença (Lc 13.16; 2 Co 2.11), quando ele está ou não autorizado por Deus a provar-nos (Jó 1.12; Lc 22.31). É discernir suas ações em nossa vida (At 16.18; 1 Ts 2.18), distinguindo a verdade da mentira (At 5.3). Enfim, é verificar o modo dele agir: suas astutas ciladas (Ef 6.11), seus ardis (2 Co 2.11), seus laços, espanto, seta, peste, mortandade, assolação, escuridão noturna, queda, praga e tropeço (Sl 91).
As táticas e estratégias satânicas, sempre são as mesmas utilizadas em todos os tempos da história da humanidade (Gn 3.1; 1 Pe 5.8). Ai do crente que não discerne o inimigo de Deus! Estará sempre embaraçado. Quem conhece melhor o “inimigo”, mas facilmente vence a batalha. A manifestação poderosa do dom de discernimento espiritual, no crente, é feliz e bem sucedido em suas realizações neste mundo.

V. DONS DE PODER – DONS DO PODER DE DEUS

A classificação chamada “dons de poder” compõe-se dos seguintes dons:

1. Dom da Fé

“a outro, no mesmo Espírito, a fé...” (1 Co 12.9).
Quando o dom da fé se manifesta, saímos da dimensão das limitações humanas e entramos na dimensão do Deus Todo-Poderoso, “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1).
Pelo dom da fé não vemos impossibilidades à frente (Mc 9.23). Pelo dom da fé realizamos obras extraordinárias (Mt 17.14-23), recebemos a cura divina (Mc 5.21-34), abre a porta para a manifestação dos milagres de Deus (Mt 16.21-28; Hb 2.4).
É impossível definir a fé. Uma definição exige a compreensão de detalhes envolventes e inerentes ao termo e a sua extensão, e ninguém consegue avaliar ou medir a extensão dos atributos e virtudes de Deus. O que podemos é verificar alguns aspectos de um atributo e virtude de Deus.
O que podemos é verificar alguns aspectos de um atributo e virtude de Deus.

2. Alguns Aspectos da Fé

No livro de Hebreus 11.1 entendemos a fé sob alguns aspectos. A fé proporciona firmeza, com estabilidade no meio dos vendavais da vida (Rm 5.2; Cl 2.5; Pe 5.9). A fé é baseada em fatos concretos reais, promessas infalíveis, verdades e princípios bem estabelecidos (Jo 20.30, 31; 1 Co 2.5). A fé focaliza a esperança, o futuro (Rm 8.24,25; 1 Co 13.13; 15.17,19). A fé é provada, suportando provas de todos os tipos (Rm 12.1; 1 Pe 3.15). A fé resiste às provas testemunhais (Hb 12.1,2). A fé é invisível a olhos nus, abstrata e espiritual (Jo 20.29; Rm 1.20; 8.24, 25; Cl 1.15-17; Hb 11.27). A fé depende da permissão da pessoa que crê. Sem essa permissão, nada feito (Sl 9.10; Is 6.9,10; Jo 3.31-33; 5.40; 20.31; At 11.13,14; Rm 1.16; 10.14-17).
Fé desperta a vontade que estava presa a Satanás (Gn 3.6), despertando para a fé em Deus (Lc 9.23; At 9.5,6; 26.14). A fé é humildade e interna, sempre escondida atrás das grandes realizações. Todas as obras dependem dela. Fora da fé tudo é pecado (Rm 14.23b). A fé e as obras andam juntas (Tg 2.22).

3. A Importância da Fé

Ninguém tem relação acertada com Deus sem fé (Hb 11.6), porque a vida cristã normal depende da fé (Rm 1.17). Em 1 Coríntios 13.13 vemos que, apesar da fé não ser a maior virtude, é a primeira delas. A fé é essencial para a salvação (Jo 3.16,18,36; 5.24; At 16.31; Ef 2.8).
Fé significa aceitar a provisão de Deus para todas as necessidades (Fp 419). Através de atitudes e ações, o crente demonstra que confia a Deus tudo o que tem, consciente que Ele cumpre suas infalíveis promessas (Mt 6.33; Ef 3.20,21).

4. Tipos de Fé

O dom da fé é diferente da fé salvifica (Ef 2.8), e da fé como um dos aspectos do fruto do Espírito (Gl 5.22). Vejamos os tipos de fé:
a) Fé natural

É a fé exercida por todos os homens, baseada em testemunho material, e em evidência aparentemente digna de credibilidade. É a fé instintiva, inata, espontânea, racional e fraca, baseada nos sentidos físicos (Jo 20.29; 1 Co 2.9; 1 Pe 1.7-9. A fé natural desenvolve o espírito religioso no homem. Infelizmente o homem atual caminha por filosofias e religiões místicas que a nada levam (2 Co 4.4).

b) Fé salvadora

A fé salvadora é maior do que a fé natural (1 Co 2.14), pois é despertada pela Palavra de Deus (Rm 10.17), vinda através do testemunho de um homem para outro homem (Lc 24.48; At 4.20; 1 Pe 1.12; 1 Jo 1.1-4). Vejamos alguns benefícios da fé salvadora: Pela fé recebemos perdão (At 10.43). Somos feitos filhos de Deus (Gl 3.26). Herdamos a vida eterna (Jo 20.31). Tornamo-nos participantes na natureza divina (2 Pe 1.4). Recebemos a presença de Jesus em nosso íntimo (Ef 3.17). Somos salvos (At 16.31; Ef 2.8).

c) Fé vivencial

É a fé na experiência cristã normal. É a vida da fé. É o salvo por Jesus vivendo pela fé (Hb 10.38).
É a fé santificadora (1 Pe 1.15), guardiã do salvo (At 26.18). Vitoriosa (1 Jo 5.4,5), que produz alegria e amor (1 Pe 1.8), o que produz alegria e amor (1 Pe 1.8), que torna o crente um instrumento de benção (Jo 7.38,39) e faz o crente descansar em Deus (Sl 37.3-7; Is 26.3; Jo 14.1; Fp 4.6,7).

d) Fé como dom espiritual

É aquele tipo de fé criativo baseada no poder de Deus. Do “nada” fez “tudo” (Jo 1.3; Hb 11.3). O dom da fé realiza várias “obras especiais” tais como em Hebreus 11.33-38. Pelo dom da fé temos a promessa de Jesus: Realizarmos obras maiores do que Ele (Jo 14.12). Pelo dom da fé recebemos cura divina (Mt 8.5-10; 9.22,29; 15.28; Mc 2.1-12; 10.46-52), respostas às orações difíceis de serem respondidas pelo envolvimento com problemas especiais (Dn 10.2,3, 12,13; Mt 17.19-21; 21.22; Tg 1.5-8), perseverança para alcançarmos experiências marcantes prometidas por Deus (Lc 1.45; 2.25, 26, 38; Hb 6.12), poder para operar maravilhas (Mt 17.19,20; 21.21; Jo 11.40), fazendo as coisas impossíveis tornarem-se possíveis (Mt 19.26; Mc 9.23; Fp 4.4), barreiras intransponíveis são afastadas para aquele que exercita este dom (Mt 17.20).
5. Como Manifesta o Dom da Fé

Deus é a fonte originadora do dom da fé (Rm 12.3; 1 Co 2.4,5; Fp 1.29). O dom da fé manifesta-se através de Jesus, que é o Autor e Consumidor da fé, para que todos os crentes que olham, perseveram, avançam, tendo na sua pessoa o ideal e ponto final da carreira cristã (Fp 3.7-14, 20; Hb 11.3; 12.2). O Espírito Santo é agente capacitador do dom da fé (1 Co 12.4, 8, 9; Jd 3), por isso temos que dar lugar ao Espírito Santo para manifestar o dom da fé. Mas como isso acontece? Quando a Palavra de Deus é ouvida, atendida e obedecida (At 4.4; Rm 4.19; 20; 10.17; Gl 3.2-5). Quando o dom da fé é manifestado com motivo certo. É exatamente por isto que muitos crentes não são o centro da manifestação sobrenatural do dom da fé, por terem motivos errados (Jo 2.23-25; 5.44; At 8.13; 18.24). O dom da fé vem como resposta à oração suplicante do crente. É preciso clamar pela manifestação do dom da fé (Mt 17.20,21; Mc 9.23,24; Lc 17.5).
Enfim, mesmo que o dom da fé seja, em sua origem, divino, é manifestado quando o homem faz a sua parte: Ouve a Palavra de Deus e submete-se a Ele. Tem motivo correto. E busca a manifestação desse dom com súplica a Deus.
O dom da fé é o recurso para extraordinárias realizações na obra de Deus que causam efeitos poderosos pelo povo de Deus em todas as épocas da história. Os heróis da Bíblia Sagrada, os apóstolos, os discípulos e os notáveis homens de Deus têm liderado a Igreja nestes vinte séculos através do dom da fé (Hb 11).
É um dom espiritual, disponível aos batizados com o Espírito Santo, que seguem o conselho de Paulo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1 Co 12.31).

6. Dons de Curar

“... a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar” (1 Co 12.9).
Os dons de curar os enfermos estão à disposição de todos os cristãos, desde que batizados no Espírito Santo.
Jesus comissiona seus discípulos a curar os enfermos (Mt 10.8; Mc 16.15-20). A fé é essencial para a manifestação dos dons de curar (Mt 13.56-58). Jesus é o exemplo perfeito no exercício dos dons de curar (Mt 4.23; 9.35; At 10.38).
Este é um dos dons do Espírito Santo mais desejado por todo o povo de Deus (1 Co 12.9,31). Isto porque as doenças e as enfermidades infestam a humanidade em todos os tempos, e a saúde é uma necessidade básica para se viver bem nesta vida.
A palavra “dons” em 1Co 12.9, no grego está no plural, sugere variedade de modo de operações para cada tipos de doenças (Mt 10.1; Tg 5.16; Mc 6.5; 16.18; Mt 8.13,16; 9.27-30; Mc 9.14-27; At 14.10; Mt 14.14; 20.30-34).
7. Enfermidades – Conseqüências do Pecado

Após criar o Universo e o homem, “viu Deus que era tudo muito bom”. Deixa-nos claro que não havia enfermidades (Gn 1.31). O homem foi criado à “imagem conforme a semelhança” de Deus. Poder-se-ia imaginar Deus doente? (Gn 1.26). nisto podemos entender que o Universo, as plantas e os animais eram sadios antes do pecado.
O homem foi criado para dominar. “Dominador doente dominaria dominados sadios? (Gn 1.26; Rm 8.20-22). O plano original de Deus era para que o homem vivesse eternamente sadio (Gn 3.22; Ap 22.2). Entendemos que as enfermidades originam-se na violação das leis físicas e morais. A observância dessas leis físicas é ato moral e a sua violação chama-se pecado. “Certamente morrerás” é resultante do pecado. (Gn 2.17; 3.22; Rm 6.23).
As enfermidades fazem parte da luta pela sobrevivência, vencendo a morte, iniciada já no ventre materno (Sl 51.5), e veio por escolha própria do ser humano, isto porque, o homem sempre preferiu fazer tudo por sua própria vontade em subordinação a Satanás e fora do plano de Deus (Gn 3.6). As enfermidades surgiram com a maldição da terra. O trabalho tornou-se penoso, causando enfermidade (Gn 3.17-19). Mas, antes do pecado o trabalho era bênção de Deus (Gn 2.15), e ainda o trabalho continua sendo bênção de Deus, mas é um pesar devido as conseqüências do pecado cometido pelos nossos primeiros pais – Adão e Eva (Gn 3.17-19).
As enfermidades acompanham e humilham o homem, até misturá-lo ao pó da terra (Gn 3.19).

8. A Conotação Espiritual das Enfermidades

Algumas vezes, as enfermidades são permitidas por Deus para punir e castigar o pecado cometido (Lv 26.14-16; Dt 18-1, 59-61; 32.39; 2 Sm 12.15; 2 Cr 21.12-15; Sl 107.17,18; Mq 6.13; Jo 5.14; At 12. 23). Outras vezes, são consideradas como visitação de Deus (J[o 2.7-10; Sl 38), juízos divinos contra a terra culpada (2 Cr 7.13; Ez 14.19-21), conseqüência dos abusos em realizar mal a obra temperança (Os 7.5), por contágio com ímpios (Dt 7.15), infringidas por Satanás (1 Sm 16.14-16; Jó 2.6,7; Lc 9.29; 13.16; 1 Co 5.5).

9. O Exercício dos Dons Espirituais da Cura Divina

Deus promete saúde aos obedientes (Ex 15.26; Dy 7.15; Pv 4.22; Jr 30.17), e imunidade especial contra as calamidades (Ex 8.22; 9.6,26; 11.7; 12.13; 15.26; Dt 7.15; Mc 16.18). Os dons são exercitados para várias enfermidades que desafiam a medicina (Jó 13.4; Mc 5.26). Deus promete curar as enfermidades (Ex 23.25; 2 Rs 20.25; Sl 103.3), isto porque a sua misericórdia é infinita (Lm 3.22; Fp 2.27), o seu amor é inesgotável e a sua compaixão nunca muda (Is 38.16,17). E por último, Deus preserva os santos das enfermidades (Sl 91.3-7).

10. Os Dons de Curar no Ministério de Jesus

Com a presença dos enfermos (Mt 4.23; Mc 1.31), com os enfermos ausentes (Mt 8.13), impondo as mãos sobre os enfermos (Mc 6.5; Lc 13.13), tocando nos enfermos (Mt 8.5; 14.35,36; Mc 5.27-34), ungindo os enfermos (Mc 6.13; Tg 5.14), com uma ó palavra Jesus curou o criado do capitão de cem soldados romanos (Mt 8.8,13), solicitando a fé do enfermo (Mt 9.28,29; Mc 5.34; 10.52).

11. Jesus Transmite o Poder dos Dons de Curar à Igreja

Jesus transmite o poder dos dons de curar aos seus discípulos (Mt 10.1; Mc 16.18-20). Os dons de curar não são virtudes humanas (At 3.12; 14.15), nem são poderes magníficos ou psíquicos (At 8.6-13; 19.19). São dons miraculosos do Espírito Santo que manifestam à Igreja (Mt 10.1; Mc 3.15; 16.18; At 3.7; 5.16; 9.34; 14.10; 16.18; 9.12; 28.8).
Os dons de curar são importantes e desejados por toda a Igreja. Com especial cuidado, devem ser exercidos.
Quanto mais necessário e desejado é um dom, mais melindrado e alvejado por Satanás, e aquele que o busca. Por isso, muitos daqueles que alcançaram a manifestação dos dons de curar têm perdido privilégios especiais devido à negligência as coisas espirituais.
Pelo relaxamento dos dons de curar, o portador destes dons e a obra de Deus ficam seriamente prejudicados e a mercê de escândalos (Jr 48.10).
Essa conclusão um tanto negativa, visa alertar àqueles que têm os dons de curar, usando-os convenientemente para a glória de Deus (Jo 5.41, 44).
É importantíssimo observar a advertência de 1 Coríntios 10.31; 12.31, na vida de cada servo de Deus.

12. O Dom de Milagres

“a outro, operações de milagres...” (1 Co 12.10).
A operação de milagres é a manifestação do poder divino, realizando grandes mudanças na ordem natural das coisas.
Ver as operações de milagres em Mt 9.33; Mc 4.41; Mt 14.19-21; 15.32-38; 17.27; At 19.11,12. Os milagres vêm acompanhados pela fé (Mt 13.58).
Os milagres demonstram o poder de Deus (Jo 10.22-38). Jesus provou sua divindade pela realização de milagres (Jo 2.11; 20.30-31). O dom de milagres manifesta-se num ambiente próprio à operação de Deus (Mc 6.55,56). Milagres são um dos sinais do derramamento do Espírito Santo (Jl 2.28-32; At 2.1-13). O dom de milagres evidencia a autoridade bíblica (At 14.1-3). O testemunho da Igreja primitiva foi por meio dos milagres (At 2.37-43), também Deus testificou com a Igreja primitiva (Hb 2.4).
Os milagres são realizados para que os homens conheçam o poder e a autoridade de Deus sobre a natureza e as suas leis, por Ele próprio criadas (Jo 3.2).

13. O Que é Milagre?

Milagre é um ato sobrenatural e sobre humano, que foge ao controle de quaisquer leis naturais. É uma interrupção ou suspensão propositada das leis naturais. É uma manifestação de poder superior. Atua sobre as forças ordinárias do que é normal na natureza. É a ocorrência espiritual produzida por poderes espirituais.
Na Bíblia, milagres são descritos como maravilhas (Sl 78.12), obras maravilhosas (Sl 105.5; Is 29.14), sinais e maravilhas (Jr 32.27; Jo 3.2; 4.48; 2 Co 12.12; Hb 2.4) e pródigos (Jl 2.30; At 2.19; L 5.26; Ap 16.14).

14. As Características dos Milagres

Os milagres não violam a lei natural, que está sob o controle de Deus, pelo contrário, são realizadas por outras leis superiores às materiais (as leis são cópias de outras leis superiores).
Os milagres interrompem ou suspendem as leis naturais, sob comando administrativo de Deus. Mesmo os milagres espúrios e satânicos, só ocorrem sob permissão e controle de Deus com limites, divisas, parâmetros, que não podem ser ultrapassados. Satanás nãos faz o que quer, Deus tem todo o poder em todos os lugares (Mt 28.18).
Os milagres são realizados dentro de propósitos específicos, com um disciplinamento especial. Alcançando resultados previamente estabelecidos por Deus.
Os milagres são realizados pelo poder de Deus (Ex 8.19; At 14.3; 15.12; 19.11), pelo poder e em nome de Jesus Cristo (Mt 10.1; Mc 16.17; At 3.16; 4.30) e pelo poder do Espírito Santo (Mt 12.28; Rm 15.19).
Os milagres manifestam a glória de Deus (Jo 11.4), as obras de Deus (Jo 9.3) e a glória de Jesus Cristo (Jo 2.11; 11.4).
Os milagres servem para produzir fé (Jo 2.23; 20.30; 31), produzir obediência (Dt 11.1-3; 20.2,3), serem relembrados sempre (1 Cr 16.12; Sl 105.5) e serem relatados às futuras gerações (Ex 10.2; Jz 6.13).
Os milagres sempre acompanham e confirmam a pregação do Evangelho (Mc 16.20; Hb 2.4), credenciando seus operadores, como sendo enviados por Deus (Mt 11.5; Mc 16.15-20; Jo 6.30; At 3; Hb 2.4).

15. Alguns Exemplos de Milagres Divinos

Ressurreição (1 Rs 17.22; 2 Rs 4.35; 13.21; Mt 9.18; Lc 7.11; Jo 11; At 9.40), transformações na água (Ex 4.9, 30; 7.20; 15.25; Nm 20.11; 2 Rs 2.21; Jo 2.9), multiplicação (Ex 16; Rs 17.14; 2 Rs 4.5,43; Mt 14.15; Lc 5.6; Jo 21.6), divisão de rios e mares(EX 14.21; Js 3.10-17; 4.18; 2 Rs 2.8, 14), fenômenos na natureza: chuva, trovão, fogo (Gn 19.24,25; Ex 19.18; 1 Sm 12.18; 1 Rs 18.1, 38; 2 Rs 1.10; Mt 8.26; Tg 5.17), detenção do sol e da lua (Js 10.12,11; 2 Re 20.11) e demolições sobrenaturais (Js 6; Jz 16.30; 1 Rs 13.5).

16. Critérios para a Manifestação de Milagres Divino

Os milagres divinos se manifestam quando revelam o caráter, a verdade e a pessoa de Deus (Lc 5.24), estão em harmonia com os preceitos bíblicos (Dt 13.1-3), sempre em beneficio de uma grande causa, com finalidades espirituais e resultados eminentemente positivos (Jo 10.10).
O maior e mais importante milagre realizado por Deus em todos os tempos e para toda a humanidade – é a transformação dos pecadores (Jo 3.3; Ef 2.1-10), a salvação (Tt 2.11).

VI. DONS DE ELOCUÇÃO (DONS DA MENSAGEM DE DEUS)

Os dons de elocução forma o último grupo dos dons espirituais em 1 Coríntios capítulo 12, a saber:

1. O Dom de Profecia

“... a outro, profecia ...” (1 Co 12.10).
Segundo Paulo, o dom da profecia tem tríplice função: edificar, exortar e consolar (1 Co 14. 3). O dom de profecia tem o propósito de edificar a Igreja (1 Co 14.4).
O dom da profecia, quando manifesta e usado sabiamente, é uma grande bênção para a Igreja, pois testifica de Jesus Cristo.
O dom de profecia tem a sua esfera de ação (1 Co 14.1-5). O dom de profecia desperta a Igreja quanto à preparação e aperfeiçoamento (1 Co 14.7,8). A profecia, como dom espiritual, está sujeita a julgamento (1 Co 14.26-29). O dom de profecia prediz acontecimento futuros (At 11.27-30). O dom de profecia manifestou no ministério de Jesus quando advertiu os discípulos dos falsos profetas (Mt 7.15-23). Paulo recomenda-nos a não desprezarmos as profecias (1 Ts 5.12-13).
Em todos os tempos e períodos da história da Igreja, a manifestação do dom da profecia tem sido a grande valia, pois Deus tem abençoado o seu povo ao permitir que o Espírito Santo use os seus escolhidos com este dom.

2. O Que é Profecia?

A profecia é uma mensagem de Deus transmitida pela atuação do Espírito Santo (2 Cr 18.16; Jr 23.18), com lucidez, plena consciência e compromisso de falar tão somente aquilo que se ouviu e se recebeu de Deus. A fidelidade é a garantia da verdadeira profecia. O cristão que deseja ser usado por Deus com o dom de profecia, deve se submeter incondicionalmente a Deus. A mensagem divina deve ser entregue sem alterar, diminuir ou aumentar o que Deus falou.
A profecia pode ser julgada (1 Co 14.29), para não receber mensagem profética errada. Para não receber mensagem profética de homens, como sendo de Deus (Dt 18.22). Para não receber mensagem diabólica, como sendo mensagem de Deus (2 Co 11.13-15). Para recebermos a infalível mensagem profética de Deus sem falsificação (2 Pe 1.19,21).

3. Diferença Entre Ministério Profético e Dom de Profecia

Em primeiro lugar devemos diferenciar a Palavra profética da mensagem profética. A Bíblia, como Palavra Profética, é a infalível e inerrante Palavra de Deus (Sl 119.140; Pv 30.5; 2 Pe 1.19,20). Nada pode ser tirada ou acrescentada (Ap 22.18,19). Ela é imutável e assim permanecerá (Mt 24.35). A profecia não pode ser superior às Escrituras Sagradas (Ver Dn 9.2; 2 Tm 3.16,17; Ap 22.18,19). Já a mensagem profética depende dos instrumentos usados como profetas, podendo, portanto, ter limitações. O fator humano pode influir na mensagem manifestada pelo dom de profecia, pois, onde atua o homem, aí está à limitação.



4. Ministério Profético no Antigo Testamento

No Antigo Testamento os profetas eram intermediários entre Deus e o povo. Recebiam mensagens de Deus e transmitiam ao povo (1 Sm 3.20; 8.22), levavam a Deus as necessidades do povo (1 Sm 8.21; 9.6,9,18-20), apoiando e assessorando os líderes (Ed 5.2; 6.14).

5. O Dom de Profecia no Novo Testamento

No Novo Testamento os profetas não são intermediários entre Deus e o povo. Só Jesus Cristo é nosso mediador e intermediário (1 Tm 2.5). Daí entende-se que, o mesmo e mais simples dos crentes tem acesso direto de Deus (Ef 2.13; Hb 10.19-22). Perigoso é aquele que na manifestação do dom da profecia usa com a presunção de pleitear autoridade sobre os obreiros do ministério da igreja pretendendo dominá-los (Jr 5.32). No Novo Testamento nunca se procurou um irmão com dom de profecia para resolver casos difíceis na Igreja, pois os casos eram resolvidos pelo próprio ministério da Igreja (At 13.22,32).
Em 1 Coríntios capítulo 14, demonstra que o dom de profecia deve ser usado no meio de toda Igreja, e não num pequeno “rancho de profetas”. O mau uso deste dom na sua manifestação tem trazido grande transtorno para a obra do Senhor e desviados muitos neófitos – neoconvertidos (Mt 24.4,5, 11, 23-26; 1 Co 14.40). Muitos têm se perdido pelo caminho da falsa profecia, enganando os mais simples e descuidados (Jo 10.1,2,4,5,8,12-14).

6. Obstáculos no Exercício do Dom de Profecia

A Igreja enfrenta alguns obstáculos no exercício deste dom. Muitos não crêem no dom de profecia, confundindo-o com o mistério profético do Antigo Testamento, o envaidecimento das pessoas usadas com este dom quando, pretensiosamente tentam atrair o povo a si, profecias divinas misturada com palavras humanas. Falsos profetas têm prejudicado a obra de Deus, profetas que se colocam como adivinhadores, futuristas, e necromantes (adivinhando e prevendo mortes), com interesses pessoais, envolvidos com falsos e negativos conceitos de “entregar nas mãos de Deus” sempre para acontecer o pior. Profecia misturada com falso juramento tais como: arranjar casamento, emprego fazer mudanças de residência, arranjar campo para obreiros, etc. Paulo foi claro a dizer que o dom da profecia tem sua tríplice função: “Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação” (1 Co 14.3).


7. Benefícios no Exercício do Dom de Profecia

O Espírito Santo tem direcionado a Igreja para “pastos verdejantes e águas tranqüilas” do Supremo Pastor através do dom de profecia. O dom de profecia tem finalidades específicas bem definidas. O dom de profecia edifica a Igreja (At 9.31; Rm 14.19; 15.2; 1 Co 12.26; 14.3), consola a Igreja (1 Co 14.3; 2 Co 1.4; 2.7), exorta a Igreja (At 11.23; 14.22; 15.32; 1Co 14.3) e prediz acontecimento futuros (At 11.27-30; 21.8-14).

8. A Importância do Exercício do Dom de Profecia

Quando usado corretamente, na manifestação, este dom se constitui em grande bênção para a Igreja. Por meio da profecia os salvos são alertados à preparação e aperfeiçoamento (Os 12.10; 13; 1 Co 14.8), despertando-os para o temor e reverência a Deus (1 Co 14.24,25). A Igreja testifica melhor de Jesus (Ap 19.10) e por fim, o dom de profecia impede a corrupção (Pv 29.18).
Somos incentivados e convidados pela Palavra de Deus a buscar ardorosamente o dom de profecia, pois isto não é privilégio de alguns, mas está à disposição de todos os crentes em Jesus batizados no Espírito Santo (1 Co 14.1,39).

9. Os Dons de Variedades de Línguas

“ ...a um, variedades de línguas... ” (1 Co 12.10).
O dom de variedade de línguas, em conjunto com o dom de interpretação das línguas, traz uma mensagem de exortação, consolação e edificação à Igreja, pois Paulo, ensina “E eu quero que todos vós falareis línguas estranhas, mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas estranhas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação” (Co 14.5).
A evidência inicial do batismo no Espírito Santo é o falar em línguas estranhas (At 2.4; 8.17; 9.17; 10.46; 19.6). É o resultado do amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5.5). Por trás das línguas estranhas está o amor de Deus. Elas não aparecem sozinhas (1Co 13.1).

10. O Que é o Dom de Variedades de Línguas?

Variedade de línguas é a expressão de falar línguas sobrenaturais nunca estudadas, nem compreendidas por quem as fala, manifestando-se sempre num transbordar profundo de gozo espiritual (At 13.15). É o resultado direto da operação do Espírito Santo de Deus na vida do crente, expressando a vontade de Deus referente a cada uma das nossas vidas (Mc 16.15-20). É a manifestação da mente de Deus através dos órgãos da fala humana (glossolália).
A variedade de línguas é uma palavra anunciada pelo poder do Espírito Santo, não compreendida por quem fala, e também incompreensível para a pessoa que a ouve. Nada tem a ver com a facilidade de aprender línguas estrangeiras (poliglotísmo), tampouco tem a ver com o intelecto humano. É a manifestação sobrenatural do Espírito Santo na vida do crente.

11. Aspectos na Compreensão das Línguas Estranhas

No batismo no Espírito Santo as línguas estranhas são dadas a cada crente como evidência (At 2.1-4). Por meio dela falamos com Deus e não com a Igreja (1 Co 14.2). Neste caso, as línguas estranhas são para a edificação pessoal, na vida espiritual do crente (1 Co 14.4). Logo, não há necessidade de serem interpretadas, se não houver interprete, fale consigo e com Deus (1 Co 14.2, 28).
Nem todos os batizados com o Espírito Santo são usados por Deus na manifestação do dom de variedade línguas (1 Co 12.29), porque este tipo de línguas estranhas é exercitado para edificação própria (1 Co 14.4), e uma busca ardente dos membros da Igreja deste dom com certeza à Igreja será edificada (1 Co 14.12,13-26). Não visa somente à edificação pessoal, mas principalmente, edificar a outros, por isto, este segundo aspecto das línguas estranhas só deve se pronunciar com o dom de interpretação, para que a Igreja entenda a mensagem divina para a sua edificação (1 Co 14.12,13,26).

12. Importância do Dom de Variedades de Línguas

O texto bíblico de 1 Coríntios capítulo 14, nos mostra alguns detalhes sobre a importância de falar em línguas estranhas:

a) Quem fala em línguas estranhas, fala a Deus

Aquele que fala em línguas estranhas, fala a Deus (1 Co14.2). Isto é o suficiente para que todos os crentes busquem o batismo no Espírito Santo e o dom de variedade de línguas.
Falar em línguas estranhas é “repouso e refrigério”, promovido pela presença extraordinária e sobrenatural do Espírito Santo (Is 28.11,12; At 3.19).
Falar em línguas estranhas é falar em Espírito. Quando um homem está falando em línguas estranhas, sua mente, seu intelecto e o seu poder de compreensão permanecem inativos. A vontade humana desempenha o seu papel num só aspecto: aceitar esta experiência como vinda da parte de Deus.

b) Quem fala em línguas estranhas, fala os mistérios de Deus

Ao falar em línguas estranhas falamos os mistérios de Deus (Rm 11.33-36).
O crente que fala em línguas estranhas edifica-se a si mesmo (1 Co 14.4). É uma experiência que jamais poderá ser esquecida. Por termos muitas fraquezas e não sabermos orar convincentemente, exercitando as línguas estranhas, a nossa oração se constitui num extraordinário trabalho do Espírito Santo.
É neste momento que o Espírito Santo nos ajuda a orar, pois Ele no assiste naquele momento mais difícil, intercedendo com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). O Espírito Santo fala com Jesus através dos nossos lábios (Jo 16.14), ou seja, no momento em que falamos em línguas estranhas, somos o canal e elo de comunicação entre o Espírito Santo e Jesus. As línguas estranhas são os gemidos inexprimíveis do Espírito (Rm 8.23), gemidos incompreensíveis pelo intelecto humano, uma linguagem inefável que ao homem natural não é possível falar (Rm 8.26,27; 2 Co 12.4), e nem tão pouca compreendê-la. Quando falamos em línguas estranhas, falamos melhor com Deus (1 Co 14.4).

13. Propósitos do Dom de Línguas

O propósito do dom de línguas é para engrandecer a Deus (At 10.46). A teologia de Paulo concorda com a teologia do doutor Lucas (1 Co 14.16,17).
As línguas estranhas são a real evidência do batismo no Espírito Santo (At 2.4; 10.45, 46; 19.1-6). É um meio divino sobrenatural para a proclamação das infinitas grandezas de Deus (At 2.11, 12). São sinal de sermos crente salvos em Cristo (Mc 16.17).
O propósito do dom de línguas estranhas na teologia de Paulo é que é um meio para a edificação do próprio crente (1 Co 14.4), e tem por fim edificar a Igreja (1 Co 14.12,13,26). É um recurso espiritual para o crente orar com eficiência (Rm 8.26; 1 Co 14.15,28). O apóstolo Paulo desejava esta rica bênção para os crentes de sua época (1 Co 14.5), e se Paulo estivesse literalmente presente em nossos dias, o seu discurso não mudaria, seria o mesmo, “E quero que todos vós faleis línguas estranhas” (1 Co 14.5). O dom de línguas serve de sinal para os incrédulos (1 Co 14.22). Paulo recomenda a não proibirmos falar em línguas estranhas (1 Co 14.39). Também Paulo agradecia a Deus por falar em línguas estranhas mais do que todos (1 Co 14.18).


14. O Dom de Interpretação de Línguas

“... e a outro, capacidade para interpretá-las” (1 Co 12.10).
O dom de interpretação de línguas é o único dos noves dons do Espírito Santo cuja função, depende de outro dom a variedade de línguas. Conseqüentemente, não havendo o dom de variedade de línguas, não pode haver a interpretação de línguas. O dom de interpretação de línguas revela o poder, a riqueza, a soberania e a sabedoria de Deus, por certo que este dom não implica em que haja algum tipo de conhecimento do idioma para outro, ou palavra por palavra, ou tão pouco por parte do intérprete.
Interpretar línguas estranhas é quase semelhante um interprete de uma língua estrangeira, mas o “dom de interpretação de línguas” é um poder sobrenatural do Espírito Santo (Ver 1 Co 14.13-28,30). O cristão que fala em línguas estranhas, procura crescer espiritualmente, para que também possa interpretá-las (1 Co 14.12,13). Interpretar línguas estranhas não é traduzir através do intelecto, mas é ação milagrosa do Espírito Santo, interpretando o que fala variedade de línguas.

15. O Que é o Dom da Interpretação de Línguas?

O dom de interpretação de línguas não provém de interpretação do espírito humano, mas pelo o poder sobrenatural do ministério do Espírito Santo.
O dom de interpretação de línguas é tão sobrenatural quanto o de variedade de línguas. Deve ser exercitado na sua manifestação com muita prudência e sabedoria. É o único dom que depende da existência de outro dom. É tão maravilhoso quanto o próprio dom de variedade de línguas.
A principal finalidade da interpretação de línguas é trazer à mente de que ora no poder do Espírito, o sentido daquilo que já edificou seu íntimo, sem ter havido compreensão humana e formal das palavras. É tornar inteligíveis a toda a congregação, as palavras proferidas em línguas estranhas, edificando a Igreja e confirmando a palavra ensinada. Este é o propósito deste dom glorioso. Realiza-se por meio do espírito humano, com atuação direta do Espírito Santo.

16. A Importância do Dom de Interpretação de Línguas

Destacamos a seguir alguns importantes ensinos sobre como exercitar este maravilhoso dom:
a) A interpretação das línguas é desconhecida do próprio interprete, pois ele recebe a interpretação dada pelo Espírito Santo, e não dele mesmo.
b) A interpretação recebida deve ser entregue à Igreja como é recebida. A mensagem é dirigida à Igreja para sua edificação, consolação e exortação (1 Co 14.3,5).
c) O dom de variedade de línguas só deve ser exercitado se acompanhado do dom de interpretação de línguas, caso contrário, o crente deve falar consigo mesmo e com Deus (1 Co 14.27,28).
d) O dom de interpretação de línguas deve ser usado coerentemente. O interprete deve falar apenas o que o Espírito Santo determinar e pronunciar as palavras que o Espírito Santo ditar a sua mente.
e) Aquele que interpreta a mensagem de Deus para a Igreja, deve ter domínio próprio, controlando-se para não falar nem mais, nem menos, sendo o próprio responsável por sua palavras e modo em que fala (1 Co 14.32).
f) Na manifestação do dom de interpretação de línguas na vida do crente, deve exercitá-lo com naturalidade, nitidez e calma, pois, a interpretação não depende em nenhum sentido, das palavras faladas em línguas estranhas. É algo que vem mesmo de Deus (Cl 3.1, 2).
A distinção entre o dom das línguas é feita sobrenaturalmente, por meio de concentração em espírito com o Senhor, que dá a interpretação. Quando usado na sua manifestação em consonância com o dom de variedade de línguas, torna-se equivalente ao caráter do dom de profecia, mas não é a mesma coisa. A principal distinção entre estes dois dons, é que precisa de mensagens de línguas estranhas, para que haja interpretação. Convém notar que não haverá interpretação, se não houver quem fale em línguas, em quanto que a profecia não depende de outro dom. Na interpretação de línguas e variedade de línguas, estão os ouvintes ouvindo dois crentes agindo mutuamente sob a poderosa influência do Espírito Santo. Todavia o dom da profecia, apenas um crente usado pela manifestação sobrenatural do Espírito Santo traz a mensagem divina para a Igreja.
Lembre-se, o dom de interpretação de línguas não é uma interpretação literal (palavra por palavra, idioma por idioma), porém é uma interpretação espiritual, por intermédio do poder sobrenatural do Espírito Santo. Expressa amplamente o âmago e os propósitos de Deus. Não o que uma simples tradução poderia fazer. Operando sempre para edificação da Igreja e para a glória de Deus (Ef 3.20, 21).
O apóstolo Paulo nos aconselhou que devemos buscarmos o dom de variedade de línguas e suas interpretação (1 Co 14.5). Todavia o falar em línguas é importante para a nossa edificação. Mas, para o nosso próximo, é fundamental a busca do dom de interpretação de línguas.
Os dons do Espírito Santo não são ornamentos para a Igreja, mas é equipamentos e ferramentas espirituais para a edificação do Corpo de Cristo para a realização da obra de Deus e crescimento do Reino de Deus aqui na terra.
Os dons espirituais não é uma roupa de enfeite, mas, são operações sobrenaturais do Espírito Santo na vida do cristão. A quem despreze os dons gloriosos do Espírito Santo, concedida pelo o Senhor para a edificação da Igreja.
Paulo ensinou a Igreja de Corinto a procurar os melhores dons com zelo (1 Co 12.31; 14.1), apesar dos crentes da Igreja de Corinto, não faltava nenhum dom (1 Co 1.7).
O Dr. Frank M. Boyd, declarou com precisão acerca dos dons espirituais: “a menos que os dons do Espírito Santo sejam claramente definidos e cuidadosamente classificados em primeiro lugar, seu propósito não será entendido e podem ser mal usados; a glória do Senhor pode ser roubada; e a Igreja pode deixar de receber grandes benefícios que esses dons devem trazer”.
Qual será a surpresa para os que dirão; “Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?” e muitos ouvirão naquele dia: “nunca vos conheci: Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” (Mt 7.22,23).

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OS DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA

“E Ele (Jesus Cristo) mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outro para pastores e doutores” ou “mestres” (Ef 4.11).
A principal meta dos dons ministeriais é promover aperfeiçoamento, edificação, unidade, conhecimento, varão perfeito, medida de estatura completa de Cristo e crescimento espiritual do Corpo de Cristo (Ef 4.11-15).
Os dons ministeriais são recebidos diretamente do Senhor Jesus Cristo, tendo prioridade sobre todos os dons espirituais, “E há diversidade de ministérios, mas o Senhor (Jesus Cristo) é o mesmo” (1 Co 12.5). Tem por objetivo glorificar a Jesus, conduzindo a Igreja a honrar e reverenciar a Deus Pai, por meio do Espírito Santo. Os dons ministeriais têm supremacia e honra, sendo esse o segredo do sucesso espiritual da Igreja ((Jo 16.14; Fp 2.9).
Portanto o doador dos dons ministeriais é Cristo Jesus, que deu os dons ministeriais para a Igreja.

I. O QUE SÃO DONS MINISTERIAIS?

Dons ministeriais são chamadas e vocações divinas, com a função específica de promover a edificação e aperfeiçoamento do Corpo de Cristo, na glorificação do nome de Jesus pelo Espírito Santo (Jo 16.14; Ef 4.11,12).
A evidência no exercício do ministério é a edificação da Igreja através do trabalho do obreiro. Duas atitudes negativas são tomadas por desconhecimento dessa supremacia do ministério:
Ministros de Jesus Cristo fazendo a obra relaxadamente, não conhecendo a autoridade que têm em suas mãos, perdendo muitas bênçãos e privilégios (Jr 48.10).
Pessoas que sofrem conseqüências desastrosas, porque desonram o próprio Cristo que os comissionou. Quanta tristeza isto acarreta!
Observamos detalhes na escolha ministerial de Jesus em Marcos 3.13-15: foram chamados e vocacionados para estarem junto com Jesus. Nomeados conforme a vontade de Jesus. Enviados a pregar, com poderes sobre toda a espécie de males e enfermidades. Com poder para expulsar todos os demônios.
De acordo com Efésios 4.12-16, Jesus chama e comissiona seus ministros, com as seguintes finalidades:
Edificação do Corpo de Cristo e a obra do ministério.
Chegarmos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus.
Sermos como varão perfeito (Jesus) e à medida da estatura completa de Cristo.
Não sermos mais meninos inconstantes, levados por todo o vento de doutrinas.
Não sermos levados pelo engano dos homens, mas, seguindo a verdade em amor, crescendo em tudo.
O aperfeiçoamento dos santos.

II. TÍTULOS DE DONS MINISTERIAIS

O apóstolo Paulo ao escrever à Igreja de Éfeso (Ef 4.11), apresentou os dons ministeriais concedidos e instituídos pelo Senhor Jesus Cristo. Vejamos:

1. Apóstolos

A palavra apóstolo vem do grego “apóstolos”, que significa, enviado, mensageiro, embaixador, missionário. A palavra apóstolo aparece acerca de 79 vezes no Novo Testamento.
Jesus Cristo foi o maior apóstolo de todos os tempos, enviado pelo Deus Pai, “Pelo que, irmãos santo, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo... da nossa confissão” (Hb 3.1). De fato, Cristo, foi o apóstolo por excelência. Jesus foi enviado pelo Pai ao mundo, “Porque enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3.17). Aqui apresenta a obra do apostolado de Cristo.
Jesus mesmo fala do seu apostolado como, “aquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo” (Jo 10.36). Jesus como apóstolo era habilidoso, “Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus” (Jo 3.34). Jesus, como apóstolo, tinha qualidades extraordinárias, Ele provou a ser enviado por Deus Pai: “A minha convida é fazer a vontade daquele que me enviou a realizar a sua obra” (Jo 4.34). “A obra de Deus é esta: que creais naquele que ele enviou” (Jo 6.29). “Porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6.38). “Quem fala de si mesmo busca a sua própria gloria, mas o que busca a sua daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça” (Jo 7.18). Jesus, como apóstolo, tinha suas credenciais, porque os seus contemporâneos duvidavam de seu apostolado, e Ele mesmo defendeu, respondendo: “Porque as obras o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu faço testificam de mim, de que o Pai me enviou” (Jo 5.36). Quem crê no apóstolo Jesus tem a vida eterna; Ele mesmo disse: “... quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna...” (Jo 5.24).
Assim como o Pai enviou a Jesus, Ele enviou os seus discípulos: “... Assim com o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (Jo 20.21). Ver ainda Mt 4.18-21; Mc 3.13,14.
Paulo e Barnabé foram chamados para o apostolado: “E servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13.2).
Paulo apresenta a Igreja de Corinto as suas credenciais: “Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas” (2 Co 12.12), e muitos outros apóstolos tiveram suas credenciais com autoridade e poder (Ver At 4.14,15; 9.33-35; 14.8,11; 17.18), suas qualidades apostólicas, apesar de suas fraquezas e imperfeições (Ver At 3.4-16; 14.14,15).
Paulo defendia se apostolado em suas palavras afirmando: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo” (1 Co 15.10).
Os apóstolos fizeram grandes obras extraordinárias, Jesus mesmo disse: “... aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as farás maiores do que estas, ...” (Jo 14.12). Ver ainda Mt 10.1, 8; 28.19, 20; Mc 16.17, 18, 20; 1 Co 9.1, 2.
O apóstolo Paulo, foi um grande fundador de igrejas de todos os tempos, constituiu a ordem doutrinária nas Igrejas de Corinto e Éfeso (1 Co 3.10; Ef 2.20), e entre outras. Os apóstolos Pedro e João, juntamente com o evangelista Felipe, fundador e pioneiro da Igreja em Samaria (At 8.4-13).
Paulo foi um dos apóstolos mais destacados nos dons ministeriais: “para que foi constituído pregador (evangelista), e apóstolo, e doutor dos gentios” (2 Tm 1.11). Sobre Paulo pesava a grande responsabilidade (1 Co 9.16; 2.11.28,29; Gl 4.19).
Paulo defendeu sua autoridade apostólica, diante dos gálatas (Gl 1.6-24). Em suas cartas, identifica seu apostolado, como: “Paulo, apóstolo de nosso Senhor Jesus Cristo”.
No sentido geral, apóstolos são crentes enviados na missão apostólica da Igreja enviada a este mundo carente da salvação em Deus (Jo 17.18; 20.21), irmãos enviados de uma Igreja para outra, com uma missão toda especial (2 Co 8.23; Fp 2.25), também se refere aquele grupo dos doze, escolhidos e nomeados por Jesus (Lc 6.12-16), isto porque foram testemunhas oculares da vida ministerial de Jesus (At 1.21,22,25; 25; 4.13). Paulo é chamado apóstolo (Gl 1.11) por três principais motivos: Viu a Jesus (1 Co 9.1), recebeu seu apostolado diretamente de Jesus, com missão específica (At 9.15-17; 22.14,15,18,21; 26.16; Gl 1.1) e recebeu ensinamento diretamente de Jesus (1 Co 11.23; Gl 1.11,12).
O Senhor Jesus tem levantado em cada geração, homens, como Paulo, reconhecidos como verdadeiros apóstolos de Jesus Cristo. William Carey, considerado apóstolo, também os pioneiros suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, fundadores do maior movimento pentecostal no Brasil (Assembléia de Deus), é considerados grandes apóstolos, a serem enviados por Deus para Belém, Pará-Brasil. O jornalista Emilio Conde, considerado o apóstolo da imprensa evangélica do Brasil. O Pastor Paulo Leivas Macalão é chamado, com muita razão, “O Apóstolo do Século XX”. Outros obreiros foram considerados apóstolos. Pessoalmente considero de saudosa memória o Pr. Estevam Ângelo de Souza, um grande apóstolo no Brasil. Disse certa autoridade eclesiástica: “O pastor Estevam Ângelo de Souza foi o maior líder espiritual no Maranhão no século XX”.

2. Profetas

Profeta no hebraico é “nabi”, no grego “prophetes”. Profeta significa “aquele que fala o outrem da parte de alguém” (Êx 7.1,2). Aquele que recebe revelação direta de Deus para comunicar verdades aos homens.
O dom ministerial de profeta visa às predições de eventos futuros, (At 21.10,11; 2 Ts 2.1-12), ou inspiração de doutrinas para o aperfeiçoamento, edificação, consolação, exortação e edificação do Corpo de Cristo (1 Co 14.3,4; Ef 4.11,12).
Jesus foi um grande profeta de Deus: “... homem que vos tem dito a verdade que de Deus, tem ouvido” (Jo 8.40). O profeta Moisés, profetizou acerca de Jesus como profeta (Dt 18.15,18), mas tarde Pedro confirma em seu sermão para os irmãos judeus no templo, ser Jesus o profeta prometido por intermédio da profecia de Moisés (At 2.22,23).
Jesus como profeta tinha um caráter extraordinário no seu ministério terreno (Jo 6.14; 9.17; Lc 7.16; 24.19). Jesus revelava as coisas de Deus para os homens (Jo 1.18; 3.31; Mt 11.27) profetizou as últimas coisas, e a eternidade (Mt 24.1-39; Lc 13.32-34; 19.41-44), a sua profecia acerca da cidade de Jerusalém, ficou evidenciado na história, quando o general romano Tito, filho do imperador Vespasiano, invadiu com o exército e destruiu Jerusalém no ano 70 d.C.
No Antigo Testamento, havia profetas, mas o Novo Testamento nos mostra homens chamados por Jesus para o desempenho do ministério profético, grandes intérpretes das Sagradas Escrituras (At 18.24-28; 20.17-27; 26-18). Homens comprometidos em entregar a mensagem de Deus ao povo, mensagens que nem sempre o povo queria ouvir, e por isso, muito desses vinte séculos da Igreja está escrita com rastros de sangue dos verdadeiros profetas do Senhor Jesus.
Os profetas têm por responsabilidade, apresentar e aplicar diligentemente a Palavra de Deus, admoestando, corrigindo e consolando a Igreja de Cristo. O ministro-profeta é um obreiro com chamada específica do Senhor Jesus, sendo superior ao que recebeu o dom de profetizar (1 Co 12.6). No culto, enquanto o ministro profetiza sobre as Sagradas Escrituras, não deve haver interrupção com o dom de profecia, a não ser que este venha corroborar e ampliar a Palavra pregada (1 Co 14.32, 33, 40).
Qual o campo de trabalho e atuação dos ministros-profetas? Interpretar as mensagens e advertências dos profetas do Antigo Testamento transmitido-as à Igreja. Interpretar os ensinos, a vida, o ministério, a morte, a ascensão, e a ressurreição, a glorificação e a vinda de Jesus Cristo, revelando o juízo de Deus sobre os incrédulos. Alertar a Igreja para que viva segundo as Escrituras Sagradas.

3. Evangelistas

Os evangelistas são os proclamadores de boas novas, o que prega o Evangelho da Salvação (1Co 1.17).
O Senhor Jesus, foi um evangelista por excelência, seu ministério de evangelista foi profetizado pelo o profeta Isaías cerca 750 antes do ministério de Jesus (Is 61.1-3), a profecia cumpriu na pessoa bendita de Jesus na cidade de Nazaré (Lc 4.16-21). O ministério de Jesus como evangelista, pregava e curava as vítimas acometidas por enfermidade, além disso, o ministério de Jesus era tríplice; pregava, ensinava e curava (Mt 4.23; 9.35; Mc 1.34-38).
O Senhor Jesus tinha o poder de atrair as multidões (Mt 15.30, 31; Mc 1.45; 6.56; Mt 4.24; Lc 21.38). Jesus não era somente o evangelista de massa, mas o evangelista de fazer o evangelismo pessoal, tipo eficaz de conquistar almas para Deus (Jo 3.1-15; 4.1-26). Evangelismo pessoal alcança grandes resultados extraordinário (Jo 4.28-30, 39-42; At 16.27-34).
Jesus tinha uma motivação no seu ministério evangelístico, o amor e compaixão pelos perdidos (Lc 8.1; Mc 5.19). Os atuais evangelistas precisam ter as mesmas qualidades do Senhor Jesus como evangelistas. Jesus é o maior modelo e exemplo para nós!
Convém notar que a palavra evangelista aparece na Bíblia três vezes (At 21.8; Ef 4.11; 2 Tm 4.5). Aqui o saudoso pastor Estevam Ângelo de Souza comenta: “Como vemos, a primeira referência é a um homem como evangelista, a segunda, o dom de evangelista e a terceira, ao trabalho de evangelista – um homem, o dom, o trabalho”.
O evangelista é o anunciador de boas-novas (Rm 10.15). Lucas chama de Filipe Evangelista (At 21.8), um modelo importante para o trabalho evangelístico (At 8.4-40). Aqui devemos ter uma leitura acurada. Notemos o que aconteceu durante o ministério evangelístico de Filipe em Samaria. Convém lembrar-vos que Filipe aqui é o grego, e não o apóstolo Filipe, o judeu.
O evangelista Filipe anunciava Cristo à cidade de Samaria (v. 5), as multidões eram atraídas por ele, e ouviam, viam os sinais (v. 6), os espíritos imundos eram expelidos, paralíticos e coxos eram curados (v. 7), houve alegria na cidade de Samaria (v. 8), a conversão de Simão (vv. 13, 24), os adeptos de Simão, o mágico, creram no evangelho, e foram batizados, homens e mulheres no nome de Jesus (v. 12), havia sinais e milagres (v. 13), Samaria recebeu a Palavra de Deus (v. 14). Pedro e João desceram de Jerusalém para Samaria e oraram e impuseram as mãos dos que ainda não haviam sido batizados no Espírito Santo (vv. 14.17), eles testificavam a palavra do Senhor voltando para a cidade de Jerusalém e evangelizavam muitas aldeias dos samaritanos (v. 25), um anjo apareceu a Filipe dando ordem para o deserto, ele se levantou e foi (v. 26). Levante-se amado leitor para fazer a obra de Deus! (Is 60.1; Ez 2.1; Ef 5.14).
Um etíope, eunuco, alto oficial de Candace da rainha dos etíopes, vinha lendo as Escrituras no livro de Isaias, capítulo 53, Filipe sendo dirigido pelo Espírito Santo ordenou-o aproximar do carro e acompanhá-lo, Felipe correu. Meu amado leitor está correndo para resgatar as almas perdidos? (Pv 24.11; Jd v.23), Filipe ouviu-o ler o livro do profeta Isaias. O verdadeiro evangelista ouve os gemidos das almas famintas e sedentas espirituais pela Palavra de Deus (v. 30). Filipe pergunta: “Compreendes o que vens lendo?” (v. 30), a resposta do eunuco, é desagradável: “Como poderei entender, se alguém não me explicar? (v. 31), as almas estão morrendo por falta do conhecimento (Os 4.6), Filipe foi convidado pelo eunuco (v. 31), Jesus foi convidado pelos publicanos e pecadores para ouvirem os seus ensinamentos (Mt 9.10-13).
O eunuco pede explicação a Filipe (v. 34), Filipe não respondeu como os contemporâneos de Jesus responderam a sua pergunta: “... Quem diz o povo ser o Filho do Homem?... uns dizem: João ou alguns dos profetas”. Mas respondeu como Pedro revelado por Deus: “... Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo ...” (Mt 16..13-17). A mensagem de Filipe foi cristocêntrica, respondendo ao eunuco de maneira singular e exegética, “anunciou-lhe a Jesus” (v. 34). Meu amado leitor de que maneira você prega a Palavra de Deus? (Ver 2 Tm 2.15). O eunuco crê em Jesus Cristo (v. 37), Filipe batizou o eunuco nas águas (v. 38), o eunuco seguiu o seu caminho para a Etiópia cheio de alegria (v. 39), Filipe foi arrebatado pelo Espírito Santo, e depois veio achar-se em Azoto, evangelizando todas as cidades até chegar a Cesaréia (vv. 39, 40).
A Bíblia não menciona maiores informações sobre o que aconteceu com Etíope, quando o eunuco chegou a mensagem do evangelho. Mas, provavelmente ouve muitas conversões para Cristo na Etíope, um país do continente africano, Paulo tinha razão em dizer do poder do evangelho de Cristo: “... pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê,...” (Rm 1.16). O evangelismo, pessoal resulta em grandes resultados! Cumpriu-se a profecia bíblica (Ver Sl 68.31), no tempo certo, no tempo de Deus (Kayrós), dentro do plano e propósito divino. A Bíblia cumpre em cada detalhe!
Todos os crentes são em potencial, evangelistas (Mc 16.15). Porém, sabemos que o próprio Jesus chamou alguns obreiros especificamente para o ministério de Evangelistas. Uma grande prova disto é Billy Granhm, o maior evangelista do século XX.
Recomendações bíblicas para os Evangelistas (1 Tm 4.17; 14,16; 2 Tm 1.6; 4.5).

4. Pastores

A palavra pastor vem do grego “poimem”, que significa alguém que toma conta, conduz guia, trata com carinho, alimenta e protege um rebanho e apascenta (Is 40.11). Esta palavra é aplicada a Jesus, o maior exemplo de pastor (Jo 10.11,16; Hb 13.20; 1 Pe 2.25; 5.4).
Jesus é o nosso Bom Pastor: “Eu sou o Bom Pastor” (Jo 10.11). Por esse motivo é que Ele dá a vida pelas as ovelhas “... o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11, 15, 17). O Bom Pastor conhece as suas ovelhas, “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas” (Jo 10.14). O Bom Pastor guia as suas ovelhas, “... as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e a trás para fora... vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (Jo 10.3,4). “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará... guia mansamente a águas tranqüilas... guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome (Sl 23.1-3). As ovelhas conhecem o Bom Pastor, “...Das minhas sou conhecido” (Jo 10.14). As ovelhas ouvem a voz do Bom Pastor, “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, ...” (Jo 10.27). Pelo conhecimento das ovelhas de seu Bom Pastor, elas o seguem, “... eu conheço-as, e elas me seguem” (Jo 10.27).
Jesus Cristo é o nosso Grande Pastor: “ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas” (Hb 13.20).
Jesus Cristo é o nosso Pastor e Bispo das nossas almas: “Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas, agora, tendes voltado ao Pastor e Bispo da vossa alma” (1 Pe 2.25).
Jesus Cristo é o nosso Sumo Pastor: “E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (1 Pe 5.4). Aqui significa que os demais pastores são sub-pastores, e Cristo é pastor-chefe, isto é, o pastor dos pastores. Também aqui fala do julgamento dos sub-pastores, e do rebanho. Os sub-pastores receberão a recompensa, se forem encontrados justos e fiéis no trabalho de Deus. Receberão de Cristo, o Sumo Pastor a incorruptível coroa de glória.
O dom ministerial do pastoreado têm as suas funções para governar a Igreja com habilitação divina para o aperfeiçoamento e crescimento espiritual da mesma.
A função do pastor é de apascentar o rebanho de Deus: “... Apascenta os meus cordeiros... Apascenta as minhas ovelhas...” (Jo 21.15, 17 - ARC).
Pastorear o rebanho de Deus: “... Pastoreia as minhas ovelhas” (Jo 21.16 - ARA).
Ensinar a Igreja com a boa doutrina: “... apto para ensinar” (1 Tm 3.2). E “Propondo estas coisas aos irmãos serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé da boa doutrina que tens seguido” (1 Tm 4.6).
Apascentar a Igreja de Cristo com amor e cuidado: “apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pe 5.2-3).
Aqui está o supremo dever do ministro de Deus, pastorear o rebanho de Deus não obrigado, mas de boa vontade, com motivação correta, não com lucro material, mas gozo de fazer o trabalho de Deus, não mandando, mas guiando, não como ditador, mas dando bom exemplo para o rebanho de Deus. Com os deveres cumpridos, o pastor receberá a recompensa pelo serviço bem prestado do Sumo Pastor Jesus Cristo, a incorruptível coroa de glória.
Exercer vigilância espiritual sobre a Igreja de Deus: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.28). Aqui aparece a palavra “bispos” que vem do grego “espiscopai”, que significa “supervisores”, “guardiões”. A função do pastor é supervisionar, coordenar, inspecionar e dirigir a Igreja, guardando o rebanho de ataques de lobos, isto é, de falsos mestres (At 20.29, 30).
Admoestar com longanimidade e amor a Igreja: “... lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós” (At 20.31). O pastor deve estar em íntima comunhão com o Espírito Santo, para cuidar com lágrimas e se preocupar com o rebanho dia e noite com admoestações para evitar o perigo de falsos mestres, admoestando sempre a Igreja para o único alicerce espiritual seguro, que é Jesus Cristo e as Escrituras Sagradas. A recomendação de Paulo para Timóteo foi: “que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda longanimidade e doutrina” (2 Tm 4.2).
Cuidar dos necessitados da Igreja e dos de fora: “recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência” (Gl 2.10). O pastor precisa mais do que nunca ajudar, os pobres, no lado material, como no lado espiritual, especialmente os domésticos da fé (Gl 6.10).
Visitar os enfermos da Igreja, e ajudá-los com a oração da fé: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbitérios da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará” (Tg 5.14, 15). É função de o pastor orar pelos enfermos e ungi-los com azeite. Azeite é símbolo do Espírito Santo, e fala do poder sarador, unção com azeite gera crescimento da fé (Mc 6.13).
Cumprir o papel de despenseiro dos mistérios de Deus: “Que os homens nos considerem como ministro de Cristo e despenseiros dos ministérios de Deus. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se acha fiel” (1 Co 4.1, 2). Aqui a palavra “ministro”, do grego é “huperetas”, um subordinado. E a palavra “despenseiros” é “oikonomos”, está relacionado aos escravos, um supervisor. O despenseiro é servo de Cristo. O mordomo é para administrar os bens que são os “mistérios” que significa por sua vez as Escrituras Sagradas.
Além de suas funções, o pastor deve ter as qualidades morais, pessoais, mentais e espirituais para ser o modelo do rebanho de Deus (1 Tm 3.1-7; Tt 1.6-9; Hb 13.7).
O pastor com suas qualidades morais, deve saber dominar a si mesmo. Disse certo pensador cristão: “o melhor governo, é o governo de si mesmo”. Vejamos as qualidades morais do pastor:
a) “Convém, pois, que... seja irrepreensível”; b) “marido de uma mulher”; c) “vigilante” ou “temperante”; d) “sóbrio” e) “Honesto”; f) “não dado ao vinho”; g) “não espancador”; h) “não cobiçosos de torpe ganância, mas moderado”; i) “não contencioso”; j) “não avarento”; k) “justo”; l) “piedoso”; m) “bom testemunho dos de fora” (1 Tm 3.2,3,7).
O pastor com suas qualidades pessoais deve saber governar a sua família. Para governar bem a Igreja do Senhor, comece pela família. As qualidades pessoais do pastor são:
a) “hospitaleiro”; b) “não seja neófito”; c) “amigo do bem”; d) “filhos crentes”; e) “que governe bem a sua a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia” (1 Tm 3.2, 4,6; Tt 1.6).
O pastor com sua qualidade mental deve ser apto para o ensino da doutrina cristã. Vejamos:
a) “... apto para ensinar” (1 Tm 3.2); b) “retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes” (Tt 1.9). Primeiramente o pastor deve ser irrepreensível para poder ensinar com autoridade para convencer os contradizentes.
O pastor com sua qualidade espiritual deve saber liderar bem a Igreja “(porque, se alguém sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?)” (1 Tm 3.5). O pastor deve ter habilidades e capacidades para administrar a Igreja de Deus. Capacidade de administrar as financias econômicas na igreja e tendo habilidade de cuidar do poder aquisitivo da igreja, visando o fim proveitoso para que os crentes considerem, honre e cofie com plena segurança em seu santo ministério pastoral para a glória de Deus!
Governar a Igreja é um dom concedido por Cristo a homem que tenham a alta responsabilidade com o trabalho de Deus.
Paulo apresentou as qualidades negativas e positivas em 1 Timóteo 3.2-7. Rogamos a Deus que os obreiros tenham qualidade positivas para o engrandecimento do Reino de Deus!
Todos que ocupavam posições de responsabilidade na obra de Deus, no Antigo Testamento, como os sacerdotes, reis e profetas, eram reconhecidos como pastores de Israel (Is 56.11). Todavia, na Era Cristã, os pastores foram alertados e exortados a cuidar do rebanho de Deus (At 20.28; 1 Pe 2.2-4). Antes de sua ascensão aos céus, Jesus o Bom Pastor, Grande Pastor, Bispo das nossas almas e Sumo Pastor, constituiu pastores para a Igreja (Jo 21.15-17; Ef 4.11).

5. Doutores ou Mestres

A palavra mestre ou doutor vem do grego “didáskalos”, que significa pessoa mestrado graduada e ensinador (Ef 4.11). Este dom ministerial implica em ensinar proporcionando iluminação sobrenatural na interpretação e aplicação da Bíblia à Igreja. O termo mestre também denota ensinar com precisão e autoridade segundo os processos e metodologia e didática, visando às faculdades lógicas da razão, e moldando as mentes dos cristãos pelo o ensino das Escrituras Sagradas.
O mestre que ocupa o ensino da doutrina bíblica necessita do dom da sabedoria, do conhecimento e discernimento de espíritos. Na ótica bíblica, o dom de mestre parece com o dom de evangelista.
A ferramenta do mestre é a Bíblia, que ele precisa estudá-la, compreendendo, expondo no poder do Espírito Santo, que inspirou as Sagradas Escrituras (2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.20,21). O mestre precisa aprofundar-se na Bíblia, e também as suas ciências como exegese, isto é, interpretação de textos sagrados, e hermenêutica – interpretação da Bíblia, respeitando a sua interpretação por si própria. O mestre deve saber que a Bíblia se interpreta por si própria. O mestre precisa estudar as doutrinas bíblicas, sistematicamente para uma alta compreensão na direção do Espírito Santo. O mestre jamais deixará de esquecer que sempre dependerá do Espírito Santo, é Ele quem o capacita e dirige para o bom preparo para ensinar com autoridade e segurança. O Espírito Santo é o intérprete da Bíblia (1 Co 2.10). O mestre deve orar constantemente, sabendo que é uma das ferramentas mais poderosa no sucesso espiritual de seu crescimento e da Igreja. O mestre fazendo isto, Deus será glorificado!
A igreja que não tem um mestre para aplicar o ministério da Palavra de Deus, certamente esta igreja é pobre, raquítica e problemática nos aspectos sociais, éticos, morais e espirituais.
Jesus é o Mestre dos mestres (Mt 23.8,10). Jesus é mestre por excelência porque Ele é a verdade, e conhecia bem os seus ouvintes (Jo 2.24,25; 8.32; 14.6). Nos quatros evangelhos, a palavra Mestre é um título para identifica o Senhor Jesus. A palavra Mestre ocorre quarenta e cinco vezes. É quatorze vezes chamado de Rabi. A palavra Rabi vem de rabino, que do hebraico significa meu mestre, literalmente minha grandeza. Fica claro que uma das proeminentes funções de nosso Senhor Jesus durante Seu ministério público foi o magistério espiritual.
Jesus, o Mestre é o modelo para os mestres e para nós, no seu estilo de ensino demonstrava o saber e fazer: “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavrar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.13-15). O Mestre Jesus relacionava como fazer a vontade de Deus Pai: “... A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerás se ela é de Deus ou se falo de mim mesmo” (Jo 7.16,17). Jesus sempre fazia o que agradava ao Pai: “... o Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada” (Jo 8.29). Certo escritor disse: “Saber e não fazer é não saber coisa alguma”.
A pedagogia do Mestre Jesus era e é, singular, era simples em suas palavras e causava admiração: “... Nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7.46). Aqui refere-se à autoridade do ensino de Cristo. Jesus era coerente em seus ensinos. Jesus como profeta era superior a Moisés – porta voz de Deus, quem conduzia Deus ao povo. Como sacerdote, foi maior que Arão, que conduzia o povo a Deus. Como Rei era mais excelente que Davi, Jesus é o Reis dos reis (Ap 19.16). Como sábio foi maior que Salomão. Como filósofo foi maior que Sócrates, Platão e Aristóteles (Ver Jo 12.20-24, 32). O estilo de ensino de Jesus é de vida real e sabia aplicar aos seus ouvintes (Mt 7.13, 24-27).
Jesus orienta a realidade, e todos os maravilhavam de seu ensino (Mc 12.13-17). Jesus era relacional em seus ensinos (Lc 11.1; Jo 4; 5.1-15). Sua mensagem foi reveladora (Mt 11.27; Jo 3.1-14, 27; 5.19; 8.28; 10.30; 12.44, 45; Mc 9.37; Lc 4.21; Jo 14.6-11). Pertinente (Hb 2.18; 4.15). O Mestre Jesus ensinava com autoridade: “E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou com autoridade e não como os escribas” (Mt 7.28, 29). O ensino de Jesus era com autoridade no poder do Espírito Santo aos seus ouvintes: “... as palavras que eu vos disse são espíritos e vida” (Jo 6.63 a). Jesus ensinava na autoridade e sabedoria do Espírito Santo (Mc 11.27-33; 12.13-17; 18-27; Lc 14.25-35), e as multidões que ouviam seus ensinos aclamavam: “... Nunca tal se viu em Israel” (Mt 9.33). O ensino do Mestre Jesus com autoridade causava efeitos extraordinários (Ver Lc 24.31-45). O médico Lucas relata sobre a autoridade de Jesus (At 1.1).
Jesus ensinava com eficiência (ver Mc 1.18; 2.14; Mt 28.19, 20). Seus ensinos são Universais e Absolutos, Jesus aplicou não somente a Israel, mas a todos os povos, línguas, tribos e nações (Mt 28.19, 20; Mc 16.15), e recomendou aos seus apóstolos (At 1.8).
O mestre Jesus motivava os seus alunos em todos os aspectos de suas vidas, emanava no interior. Jesus identificou o motivo do amor pelos seus discípulos até o fim (Jo 13.1). Ver ainda Mc 4.1-35, 38, 40; Lc 8.33; 9.54, 55. Jesus ensinava com o motivo da aceitação, o que dizer do convite que Ele aceitou dos publicanos e pecadores: “... Eis ai um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e pecadores” (Lc 7.34). Jesus se preocupava com almas doentes (Mc 2.16, 17). Ensinava com motivo da afirmação (Mt 4.19; Jo 14.12; 16.13; Mt 19.27-30; Mt 10; Mc 6.6-13; Lc 22.31,32; Jo 17.9; Mt 28.16). O Mestre Jesus usava os métodos didáticos nos seus ensinos, a criatividade era um dos seus aspectos do seu magistério (Ver Mc 8.27-32; Mt 21.31; Lc 10.36; Mc 12.13-34). Ele usou as parábolas, característica de envolver seus ouvintes com sua criatividade (Mc 4.2).
Nos ensinos de Jesus, revelava três razões: a) ocultar Seu ensino dos que estão de fora (Mt 11.25-27; Mc 4.10-12); b) ilustrar e revelar Sua mensagem aos que os seguem (Mc 4.34); c) e desanimar os ouvintes (Mc 12.1-11; Lc 15.1,2).
Jesus ensinava uma variedade de métodos criativos como exageração (Mc 5.29, 30); ironia (Mt 16.2,3); hipérbole (Mt 23.23, 24); enigma (Mt 11.12); símile (Lc 13.34); trocadilho (Mt 16.18); alusão (Jo 2.19); e metáfora (Lc 13.32).
O ensino de Jesus era singular (Jo 2.24, 25; Mc 4.33; Jo 14.6; 16.13; Jo 4.7-9; Mt 18.2; Mc 12.15; Lc 5.4). Seu ensino era cativador (Lc 10.25-37). Era revolucionário (Jo 4; Mt 9.13; 18.6).
As qualidades fundamentais para o magistério cristão são:
a) Que tenha uma visão espiritual do mundo perdido (Jo 4.31-42); b) Conhecer melhor a Igreja e os homens (Jo 2.24,25; Mt 22.18); c) Saber dominar o assunto que irá ensinar a Igreja (Mt 7.28,29); d) Ter aptidão para o ensino (Rm 12.6); e) viver uma vida de modelo e exemplo para a Igreja e os de fora (Jô 13.15; 1 Co 9.27; 10.1; 1 Tm 3.7; 4.12, 16).
Os que ensinam para a Igreja devem ser humildes, como foi Jesus (Mt 11.29; Jo 13.12-17). Apolo (At 18.24-28).
Mais rigoroso juiz será para os mestres, adverte o apóstolo Tiago dizendo: “Meus irmãos, muito de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1).
A Bíblia de Estudo Pentecostal explica que os mestres aqui são “os pastores, dirigentes de igreja, missionário, pregadores da Palavra ou qualquer pessoa que ensine a congregação. O professor precisa compreender que ninguém na igreja tem uma responsabilidade maior do que aqueles que ensinam as Sagradas Escrituras. No juízo, os mestres cristãos serão julgados com mais rigor e mais exigência do que os demais crentes”.
O Dr. Russell P. Shedd, em sua edição da Bíblia Shedd, no roda pé de Tiago 3.1, explica: “Mestres, assim como pastores, são dons de Deus para a edificação de Sua Igreja (Ef 4.11; cf. 1 Co 12.28). Tiago aponta o perigo de tomar esse cargo obre si mesmo (cf. 2.12). O mestre molda as mentes imaturas para o bem ou mal. Aqui o aviso é particularmente a respeito da censura (Mt 12.37) e da malícia. Maior juízo espera todos os que se exaltam como guias, mas não seguem o Caminho e obrigam outros a trilhá-lo (cf. Mt 23.8-31). Em humildade, Tiago inclui a si mesmo entre os mestres que falham”.
O objetivo do mestre na igreja é de precaver contra a tentação e o pecado, evitando grandes ruínas no Corpo de Cristo. Exemplo disto é à Igreja de Filadélfia, quando foi consolada pelo Mestre Jesus: “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo mundo, para tentar os que habitam na terra. Eis que venho sem demora.; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.10,11).
A Palavra de Deus é a arma poderosa contra o mal (Sl 119.11; Mt 4.1-11).
É de corrigir os erros dos crentes e levando-os a praticar os bons costumes da Palavra de Deus. “... vos despojeis do velho homem ... e vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade. Pelo que deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo; ... Irai-vos e não pequeis; ... não deis lugar ao diabo. Aquele que furtava não furta mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, ... E não entristeçais o Espírito Santo de Deus ... Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia, e toda malícia seja tirada de entre vós. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, ...” (Ef 4.22-32). “Pelo que, rejeitando toda imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma” (Tg 1.21). “Tu, porém, permanece naquilo que aprendestes e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. E que, desde a tua meninice, sabes as agradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus (2 Tm 3.14,15). A igreja primitiva seguiu os bons costumes da doutrina dos apóstolos (At 2.42).
É de produzir nos crentes fortes convicções no entendimento, para que compreendam o ministério de Deus: “para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em caridade e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus – Cristo” (Cl 2.2). Paulo exortou a Timóteo para que ensinasse a Palavra de Deus aos crentes de Éfeso, para terem a convicção absoluta da verdade das Sagradas Escrituras. A Palavra de Deus produz a convicção inabalável segurança e perseverança na certeza da salvação. Por esta razão, Paulo exortava a Timóteo: “que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas (2 Tm 4.2-4).
É preparar os crentes para o trabalho de Deus, através das Escrituras Sagradas, ferramenta esta indispensável para o mestre manuseá-la e aplicá-la aos crentes para o trabalho cristão: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instituir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instituído para toda boa obra” (2 Tm 3.16. 17). Não é para instruir o crente a metade da obra, porém “para toda boa obra”.
O apóstolo Paulo alerta a Igreja sobe a necessidade de mestres (2 Tm 2.2). Devemos espelharmos em Jesus, porque Ele é o Mestre dos mestres (Mt 11.28-30; 23.8,10; Jo 13.13).

III. O PROPÓSITO DOS DONS MINISTERIAIS NA IGREJA

De acordo com Efésios 4.12-16, o apóstolo Paulo mostra o propósito de Cristo em chamar obreiros-ministros para compor o seu Corpo:


1. O Aperfeiçoamento dos Santos

“Querendo o aperfeiçoamento dos santos”. Aqui o ministério serve especificamente aos santos, aperfeiçoando-os.

2. Para Obra do Ministério

“Para obra do ministério”. Aqui ministério cuida do próprio ministério. Quem pode cuidar, gerar, disciplinar, exortar os ministros, a não ser o próprio ministério? O ministério valoriza-se pelo trabalho e este, aperfeiçoa a Igreja.

3. Para a Edificação do Corpo de Cristo

“Para edificação do Corpo de Cristo”. Aqui o Ministério se dedica efetivamente ao Corpo, isto é, à Igreja (Mt 16.18).

4. Para Que Todos Cheguemos à Unidade da Fé

“Até que todos cheguemos à unidade da fé”. Aqui o objetivo do ministério é promover a unidade e a fé no Corpo de Cristo.



5. Para Que Todos Cheguemos ao Conhecimento do Filho de Deus

Para que todos cheguemos “ao conhecimento do Filho de Deus”. Aqui o assunto do ministério é com o Filho de Deus, conhecer a sua pessoa e obra.

6. Para Que Cheguemos a Ser a Varão Perfeito

Para que cheguemos a ser como “a varão perfeito”. Aqui o ministério existe para encaminhar a Igreja aos padrões de Jesus Cristo.

7. Para Chegarmos à Medida da Estatura Completa de Jesus

Para chegarmos “à medida da estatura completa de Jesus”. Aqui pela estatura de Cristo, o ministério vai medindo o progresso ou regresso da Igreja, alertando-a decisões necessárias.

8. Para Que Não Sejamos Mais Meninos Inconstantes

“Para que não sejamos mais meninos inconstantes”. Aqui o ministério existe para amadurecer a Igreja, tornando-a adulta espiritualmente.

9. Para Não Sermos Levados em Roda Por Todo Vento de Doutrina

Para não sermos “levados em roda por todo vento de doutrina”. Aqui a doutrina, o ministério fundamenta a Igreja para não ser levada pelos vendavais das heresias.

10. Para Não Sermos Levados Pelo Engano dos Homens

“Para não sermos levados pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente”. Aqui o ministério trabalha com doutrinas de Deus, não permitindo que a Igreja se contamine com as doutrinas dos homens.

11. Para Seguirmos a Verdade em Caridade

“Antes, seguindo a verdade em caridade”. Aqui eis o ponto de vista do ministério, a verdades bíblicas – as verdades fundamentais da fé cristã.

12. Para Crescermos em Tudo

Para que, “cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”. Aqui eis o ideal do ministério cristão. E Paulo continua dizendo: “do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo ajusta operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para a sua edificação em amor” (Ef 4.15, 16).
Advertência de Paulo em 2 Timóteo 4.5, é importante para todos os ministros de Deus, e, esta advertência é seguida de exemplo do próprio apóstolo, demonstrado em At 20.24: “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o Ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus”.
O Corpo de Cristo é alicerçado em sua unidade e crescimento espiritual pelo pleno desenvolvimento dos dons ministeriais. Busquemos de Cristo, a edificação, aperfeiçoamento e crescimento espiritual da Igreja.

7
A CURA DIVINA NA IGREJA

As enfermidades sugiram em conseqüências do pecado. A queda de nossos primeiros pais (Adão e Eva), levou o homem a ter o corpo sujeito às enfermidades e à morte física (Gn 3.14-19). O diabo é o grande responsável pelo pecado, enfermidade e morte física dos homens. A obra satânica é roubar, matar e destruir os homens, por isso, é que Cristo veio ao mundo para desfazer as obras do diabo e conceder vida abundante (Jo 10.10; 1 Jo 3.8).
O pecado afetou a constituição física e espiritual do homem. Se afeta a constituição física do homem (Jo 5.5-15), então causa-lhe bruscamente toda sorte de enfermidades, levando-o finalmente à morte física (Sl 90.10). O pecado tem o seu salário – à morte (Rm 6.23).
Um dos grandes bens que constitui numa pessoa é a saúde física. Se perguntássemos as pessoas da seguinte forma: Qual é o melhor, ser rico doente, ou pobre com saúde? É claro que certamente as pessoas de forma sábia responderiam que preferem ser pobre com saúde.
A obra de Cristo no Calvário constitui a provisão das nossas curas espirituais (salvação), e físicas (curas das enfermidades), e pleno perdão de nossos pecados (Sl 103.1-5; Lc 4.18; 5.17-26; Tg 5.14-15).

I. O QUE É A CURA DIVINA?

A cura divina tem a sua origem na obra expiatória de Cristo. A cura divina é ação sobrenatural de Deus sobre o debilitado corpo humano acometido de enfermidade, libertando-a a vítima de todas as doenças, e renovando energias do corpo, substituindo a fraqueza e o sofrimento pela força, saúde e vida.
Cura divina, do latim é “cura”, que significa “tratamento” e divina “divinus”, que por sua vez significa “pertencente à divindade”. É restabelecimento sobrenatural da pessoa enfermo através do poder do Supremo Eterno Deus.
A cura divina é a real promessa de Deus, pois o profeta Isaias profetizou acerca do Servo sofredor (Jesus Cristo), levando sobre si todas as nossas enfermidades: “Verdadeiramente, ele (Cristo) tomou sobre si as nossas enfermidade e as nossas dores levou sobre si” (Is 53.4). E muitos anos depois a promessa divina cumpriu-se em Jesus: “... e ele, com a sua palavra, ... curou todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaias, que diz: “Ele tomou sobre nossas doenças” (Mt 8.16,17).
II. A CURA DIVINA NO ANTIGO TESTAMENTO

Deus deseja que seu povo viva bem com saúde e prosperidade, ausente de doenças, se estes lhe obedecerem a sua Palavra: “... Se ouvirdes atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; Porque eu sou o SENHOR, que te sara” (Êx 15.26).
Aqui Deus, apresentou-se como o grande médico. A expressão, “eu sou o SENHOR, que te sara”, no hebraico é “Ani Yahweh roph’eka”, que trazido é: “Eu sou o Senhor, teu médico” (Ver Jr 8.22). Aqui de fato, demonstra a natureza de Deus, a natureza de curar, - “Yahweh rapha”, O Senhor que te sara. Deus é imutável, é Ele que cura de todas as enfermidades, o escritor sagrado diz: “É ele que... sara todas as tuas enfermidades” (Sl 103.3).
A cura divina se manifestou na cura física de Miriã, acometida de lepra, através da oração intercessória de Moisés. Todavia a cura de Miriã foi adiada por sete dias porque pecou em ter a ousadia de desafiar a liderança de Moisés, concedida por Deus (Nm 12.1-16). Aqui vai uma advertência para aqueles que se levantam contra a liderança espiritual da Igreja dada por Deus.
A cura divina manifestou-se em Israel através das promessas de Deus: “E o Senhor de ti desviará toda enfermidade; sobre ti não porá nenhuma das más doenças...” (Dt 7.15).
O Salmista Davi escreveu sobre a poderosa manifestação de Deus no seu cumprimento fiel e verdadeiro dos cuidados de preservar a saúde de seu povo: “Mas, a eles, os fez sair com prata e outro, e entre as suas tribos não houve um só enfermo” (Sl 105.37).
A cura divina manifesta-se através da Palavra de Deus libertando da destruição: “Enviou a sua palavra, e os sarou, e os livrou da sua destruição” (Sl 107.20).
Deus prometia a cura divina e a salvação das nossas almas através do Messias Redentor (Is 53.4; Mt 8.16,17).

III. A CURA DIVINA NO NOVO TESTAMENTO

As Sagradas Escrituras é o documento real das evidências da cura divina, principalmente no Novo Testamento que identifica o ministério público de Jesus, em se tratando o ministério de curar. Jesus curou abundantemente. Jesus curava “... todas as enfermidades e moléstias entre o povo... todos os que padeciam acometidos de várias enfermidades,... os lunáticos e os paralíticos, e ele os curava” (Mt 4.23,24).
Jesus foi ungido para libertar os enfermos: “... eu ungiu para ... a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a por em liberdade os oprimidos...” (Lc 4.18,19). “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10.38). “... o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1 Jo 3.8).
A cura divina fora um grande aspecto de Jesus em seu ministério público (Ver Mt 8.1-4; 5-13, 14, 15, 16, 17,; 9.1-8, 18-26; 27-34; 10.1,8; 12.9-13; 15.21-31; 20.29-34; Mc 1.32,33; 6.13; 7.31-37; 8.22-26; Lc 13.10-17; 14.1-6; 17.12-19; Jo 4.46-53; 5.5-15; 9.1-12).
A cura divina evidenciou na missão dos doze discípulos enviado por Jesus, “E chamando os seus discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, ... para curarem toda enfermidade e todo mal. Curai os enfermos, limpai os leprosos ...” (Mt 10.1,8), os setenta discípulos de dois em dois, “E, depois disso, designou o Senhor ainda outros setenta discípulos de dois em dois, “E, depois disso, designou o Senhor da sua face, de dois em dois, a todos as cidades e lugares ...E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de Deus” (Lc 10.1,9).
Jesus comissionou os seus discípulos com grandes sinais, “E disse-lhes: Ide por todo o mundo,... E estes sinais seguirão aos que crêem: em meu nome, ... imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão ... cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram” (Mc 16.15, 17, 18, 20).
A cura divina manifestou-se na Igreja primitiva, acompanhada pelo poder da pregação do Evangelho (Ver At 3.1-10, 16; 5.15, 16; 6.8; 8.6,7; 9.33, 34; 14.7-10; 15.12; 19.11, 12; 28.8,9).

IV. PROPÓSITOS DA CURA DIVINA

Há três propósitos para que as curas divinas sejam exercidas no seio da Igreja atual. Vejamos:

1. Manifestar o Poder Sobrenatural de Deus

Em primeiro lugar, as curas divinas manifestam o poder sobrenatural de Deus, “Qual é mais fácil? Dizer: Os teus pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que sabias que o Filho do Homem tem sobre a terra poder de perdoar pecados (disse ao paralítico), eu te digo: Levanta-se toma a tua cama e vai para tua casa” (Lc 5.23, 24). Aqui é a autoridade divina, mediante a cura do paralítico realizado por Cristo, atestando a presença do poder de Deus. No primeiro século da era cristã, Deus manifestou o seu poder da cura divina mediante os apóstolos, “testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e,... distribuídos por sua vontade?” (Hb 2.4). aqui as expressões, “sinais” e “maravilhas”, significa curas divinas, marcas autênticas do poder de Deus.

2. Confirmar o Amor e Compaixão de Deus Pelas Almas Perdidas

Em segundo lugar é para confirmar o amor e compaixão de Deus pelas as almas perdidas, “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias,... curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não em pastor. E Jesus, saindo, viu uma compaixão para com ela, curou os seus enfermos” (Mt 9.35, 36; 14.14). Aqui a expressão, “possuído de íntima compaixão”, do grego é “splanchnizomai”, que significa ser movido pro grande compaixão, solidariedade e piedade. Os gregos consideravam o intestino (splanchna) como o lugar em que se originavam as emoções mais fortes. Porém os hebreus consideravam o splanchna como o lugar em que se originavam as suaves misericórdias e os sentimentos de afeição, compaixão, solidariedade e piedade. Este sentimento amoroso e misericordioso foi à causa direta de Jesus realizar milagres e curas divinas nas almas perdidas (Mc 1.41; 8.2; Lc 7.13).
Um dos atributos incalculáveis de Deus é o amor. Faz parte de Sua natureza, amar as almas. Certo escritor cristão afirmou: “As curas divinas são um irrompimento do amor divino em um mundo preso pela maldição do pecado... O amor de Deus é exibido ao prover a Igreja o livramento dos males físicos”.

3. Manifestar a Glória de Deus

Em terceiro lugar, é primordialmente, para manifestar a glória de Deus, “E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este os seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9.1-3).
Os discípulos tinham uma falsa teologia religiosa, ensinada pelos os rabis, que ensinavam: “As pessoas más acontecem coisas ruins”. Acreditavam que devido o pecado o indivíduo dentro do ventre materno poderia está dentro da ira de Deus, e pagaria um alto preço pelo delito cometido. Às vezes as pessoas são acometidas de enfermidade devido o pecado (Ver Jo 5.14), enfermidades e sofrimentos é para à manifestação dos propósitos glorioso de Deus no enfermo.
Deus permite que o diabo atue com enfermidades e sofrimento, para manifestar a sua glória, como foi no caso do patriarca Jó, Deus permitiu que Satanás tirasse todos os seus bens materiais, seus filhos e ferisse-o de uma terrível chaga no corpo, a sua esposa chegou aconselhá-lo a maldiçoar o Todo-Poderoso, e a eutanásia. Depois de todo o seu sofrimento, Deus restaura-o para a sua glória (Jó 1.6-22; 2.1-13; 3.25, 26; 42.10-16). Deus utiliza duras experiências, para depois manifestar a sua glória (Jo 11.4), é só esperá-lo em seu tempo (kayrós) . O sofrimento resulta em aperfeiçoamento. Os propósitos divinos é para o nosso bem (Rm 8.189). Nem o cego de nascença e nem os seus pais nada tinham feito para merecer o mal da cegueira. A sua cegueira de nascença promissoramente não tinha perspectiva de futuro, vida saudável, porém visava a milagrosa manifestação da cura divina para a glória de Deus!

V. MINISTRANDO A CURA DIVINA

Aqui emerge a pergunta: como ministrar a cura divina? A Bíblia responde com muita precisão. Vejamos:

1. Em Nome de Jesus (Mc 16.17, 18)

Em primeiro lugar em nome de Jesus: “E disse Pedro: ... Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6).
O mesmo que declarou há muitos milênios atrás para Israel: “Eu sou o Senhor que te sara”, é o mesmo Senhor Jesus de ontem, hoje e sempre (Hb 13.8). Jesus comissiona os seus discípulos com poder para curar os enfermos em seu nome (Lc 10.9, 17; At 3.6, 16; 4.10; 9.34).
Grandes curas são realizadas no nome precioso e poderoso de Jesus (Jo 14.12,13; 16.22,23).

2. Impondo as Mãos Sobre os Enfermos

Em segundo lugar impondo as mãos sobre os enfermos: “... imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16.18). O Senhor Jesus realizou no seu ministério público, muitas curas extraordinárias impondo suas santas mãos sobre os enfermos (Mc 5.38; 8.23, 25), se Jesus teve autoridade em seu ministério de realizar curas divinas impondo as mãos, Ele concedeu poder para os discípulos a realizarem curas divinas impondo as mãos sobre os enfermos, e teve o seu fiel cumprimento (Ver Mc 16.18; At 19.11; 28.8).

3. Mediante a Palavra de Deus

Em terceiro lugar, mediante a Palavra de Deus: “Enviou a sua palavra, e os sarou” (Sl 107.20). A Palavra de Deus tem autoridade máxima, e poder para curar os enfermos. A Palavra de Deus produz vida (1 Pe 1.23), sustenta a vida (Mt 4.4; 1 Pe 2.2), protege a vida (Ef 6.17) e ela é a própria vida (Jo 6.63, 68).

4. Mediante a Fé

Em quarto lugar, mediante a fé: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1).
Aqui a expressão “fé é a certeza” (ARA) do grego e “hupostasis”, que significa “substância”, “confiança”. É a total garantia nas ricas promessas divinas. A fé é acreditar que o Senhor Jesus é o que diz ser, e fará o que promete fazer para nós. Disse um anonimato: “a fé é a mão da alma que se estende para Deus e nunca volta vazia”.
Jesus curou muitos enfermos, pronunciando as seguintes palavras: “... Levanta-te e vai; a tua fé te salvou...” “... grande é a tua fé...” “vendo-lhes a fé..” “...Tende fé em Deus ...” “... tenho achado tanta fé...” “vê; a tua fé te salvou” (Mt 15.28; Mc 2.5; 5.34; Lc 7.9; 18.42). A cura mediante a fé tem que partir do ministrante e também do enfermo, e sem nenhuma sombra de dúvida, haverá cura divina. Se sua fé é pequena, peça ao Senhor para acrescentá-la.

5. Mediante a Oração da Fé

Em quinto lugar, mediante a oração da fé: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele,... e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará ...” (Tg 5.14, 15).
Aqui a ministração da cura divina, mediante a oração da fé tem a participação dupla: a fé do doente que crê na cura divina, e a fé dos presbíteros (pastores) que ministra a oração da fé. Somando a oração da fé de ambos, Jesus curará (Mt 18.19; Mc 2.5; Tg 5.15).
Observe que a expressão “salvará o doente”, significa que a oração da fé curará o enfermo de enfermidade física.
De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal o crente doente, “deve pedir as orações dos presbíteros dos dirigentes da igreja. (1) É dever dos pastores e outros dirigentes da igreja orar pelos enfermos...”
O saudoso pastor Bernhard Jonhson em seu livro, Como Receber a Curar Divina, responde como ministrar a cura divina:
“Tocando ou Impondo as Mãos, Segundo Orientação Divina (Mc 16.18)...
“Uma Palavra Proferida com Autoridade Divina (At 3.6)... No Salmo 107.20, há uma relevante declaração: ‘Enviou-lhes a sua palavra e os sarou’.
“A presença Física de Um homem de Deus (At 5.15,16). É claro que o Senhor pode curar sem a presença de uma terceira pessoa. Temos numerosos testemunhos de indivíduos que foram curados num leito de hospital, no trabalho, ou sozinhos em casa”.
No entanto, muitas vezes Deus prefere a presença de outra pessoa de fé, através de quem a cura é concedida, após a oração e a declaração da autoridade do nome de Jesus.

6. À Distância (Jo 4.49-52)

Um dos mais significativos milagres de cura, no ministério de Cristo, foi efetuado sem a sua presença física. Ele simplesmente declarou que a cura fora efetuada. O pai acreditou, e o filho lhe foi completamente restaurado. Todos ficaram atônitos ao descobri que milagres ocorrera na honra exata em que Jesus declarara: “Vai, teu filho vive”.

7. Somente Uma Palavra

“E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entre debaixo de meu telhado, mas dize somente uma palavra, em meu criado sarará” (Mt 8.8). Mediante a fé do centurião, a palavra de Cristo foi poderosa, quando disse: “Vai, e como creste de seja feito. E, naquela mesma hora, o seu criado sarou” (Mt 8.13).

VI. FINALIDADE DA CURA DIVINA

O grande propósito da cura divina do enfermo é a glorificação de Deus (Lc 13.13; 18.43; Mc 2.12; Mt 15.30,31). Para o cumprimento das Escrituras, na pessoa de Jesus (Sl 107.20; Is 53.4; Mt 8.16,17). Esta rica promessa divina é para nós, isto é, para o fiel comprimento da Palavra, dos que crêem em nome de Jesus (Lc 1.45; Nm 23.19; Jr 1.12; Hb 10.23). A cura divina proporciona ao enfermo alivio das enfermidades físicas, restaurando a plena saúde (Pv 18.174; Mt 8.17; 11.28; At 9.34).
A cura divina desperta a vida do crente espiritualmente. Como individual ou coletivamente. Individualmente é para verificar e acrescentar a fé em Cristo. Os sofrimentos e enfermidades em nossas vidas são para termos uma experiência pessoal com Deus, e sabermos que Ele nos afetou não é para um final triste, porem para um final feliz, porque tudo com Deus será sempre um final feliz e contribui para seu próprio bem (Jó 42.10-16; Rm 8.18, 28). A cura divina coletivamente gera um despertamento dos que testemunham o episódio milagroso, e passam acreditar no Deus que opera milagres – Cristo. A mulher que gostara toda a sua fortuna, enganada pela medicina, restava à única esperança, ela ouviu falar desta única esperança – Jesus Cristo, o Deus que opera milagres que restaura vidas físicas e espirituais. Pessoas declaradas mortas sem solução de vida, porém o dono da vida, curava, restaurava a saúde, fazendo grandes milagres e com isto, trazia grande repercussão dos de perto e de longe, conduzindo para a salvação dos perdidos sem Deus (Mc 1.28, 32, 40-44; 2.2, 4; At 28.8,9). Foi por esta razão que o mestre Nicodemos veio dialogar à noite com o Mestre Jesus, pelas as curas realizadas (Jo 3.1,2). Jesus tem a razão em dizer: “... Se não virdes sinais e milagres, não crereis” (Jo 4.48). A operação de milagres divina no meio da Igreja são resultados surpreendentes, almas são resgatas para Deus.

VII. PORQUE NEM TODOS OS CRENTES SÃO CURADOS?

Atualmente vivemos uma das grandes crises espirituais, é o impedimento da cura divina. Traz grandes transtornos para a Igreja. Vejamos:

1. Pecados Ocultos

Crentes que não recebem a cura divina é porque escondem seu pecados dentro de baús selados com sete selos, atrofiam seus corações, com vergonha de confessá-los. O sábio Salomão dizia: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13). O apóstolo Tiago convida os que estão com pecados não confessados: “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis” (Tg 5.16).
Não existe Igreja mais rica e abençoada do que aquela que confessa suas culpas ao próximo e diante de Deus.

2. A Incredulidade

A incredulidade é outro fator negativo que impede de não haver a manifestação da cura divina. Em determinada ocasião o Senhor Jesus não operou maravilhas, por causa de incredulidade (Mt 113.58; Mc 6.6; Lc 4.28-30). E hoje não é diferente, a incredulidade substitui a fé genuína na Igreja, e eis o grande obstáculo que precisamos derrubar para que a poderosa manifestação da glória de Deus se manifeste em nós.

3. A Exaltação Pessoal

A outra doença epidêmica que impede a cura divina é a exaltação daqueles que ministram a cura, visando o seu próprio fim proveitoso, em promover a si mesmo. Jesus o nosso Médico por excelência passa-nos um grande exemplo a ser seguido: “Eu não recebo glória dos homens” (Jo 4.41). “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça” (Jo 7.18). “Eu não busco a minha glória ... Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada:. Quem me glorifica é meu Pai” (Jo 8.50,54). Paulo nos exorta em suas palavras: “... Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1 Co 1.31).

4. Egocentrismo

O egocentrismo dos que recebem a cura divina somente para o seu proveito pessoal (Tg 4.3). Esse tipo de pessoa só ama os prazeres, almejam riquezas, honras, poder e glórias. Jamais as suas orações serão respondidas em favor da cura divina, e nem tão pouca para outros propósitos em sua vida, a não ser que haja um genuíno arrependimento, humildade e conversão, para a manifestação divina em sua vida.

5. A Falta de Perdão Entre os Irmãos

Se não houver o verdadeiro perdão entre os irmãos, não haverá cura divina. (Sl 66.18; Mt 18.15-35). Porém havendo perdão entre os irmãos, com certeza houvera cura divina (Tg 5.16).

6. A Falta de Humildade

A falta de humildade impede a cura divina (Jó 22.29; Sl 138.6; Pv 3.34; Tg 4.6; 1 Pe 5.5). Quando não falta humildade na vida do cristão, o seu sentimento de humildade considera sempre os outros superiores. Paulo foi bem preciso acerca deste assunto: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Fp 2.3).
Deus se afastas dos soberbos, porém dá graça para os humildes (Pv 3.4; Tg 4.6).

7. A Não Perseverança na Busca da Cura Divina

Há muitos crentes que não perseveram na busca da cura divina (Is 38.21; Mc 8.23, 25; Jo 9.6,7), e acaba por fim perdendo a cura divina em suas vidas. O grande problema não está na falta de perseverança da cura. Já pensou se a mulher com hemorragia tivesse desistido de sua esperança em Cristo na busca insensível de sua cura na metade do caminho, a onde se encontrava um grande obstáculo em sua vida, a multidão que interrompia a sua passagem para chegar até a Jesus. A sua busca perseverante em sua cura, resume em suas palavras: “Se tão somente tocar nas suas vestes, sararei... aproximou-se, e prostrou-se diante dele...” (Mc 5.25-34).
A busca perseverante da mulher Cananéia para que Jesus libertasse a sua filha que estava endemoninhada (Mt 15.21-28; Mc 7.24-30).
A busca perseverante do cego Bartimeu, filho de Timen, que mendigava junto ao caminho da cidade de Jericó, que chamou em alta voz por misericórdia de sua cegueira, o seu clamor era messiânico, conhecendo verdadeiramente que Jesus de Nazaré é o Messias prometido da descendência de Davi, passando naquela cidade. Se Bartimeu não tivesse clamada por misericórdia naquele dia por Jesus, nunca mais teria outra oportunidade em sua vida. Muitos o repreendiam para que ele calasse, mas clamava intensamente em alta voz, Jesus o ouviu o seu clamor, ficou sã e salvo pela verdadeira persistência na cura divina (Mc 10.46-52).

VIII. JESUS, O MÉDICO POR EXCELÊNCIA

“E ele (Jesus) lhes disse: Sem dúvida, me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze também aqui a Tua pátria tudo o que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum” (Lc 4.23).
Jesus prevê o pedido dos nazarenos para realizar milagres como realizou em Cafarmaum, cidade da Galiléia (Lc 4.31). Cafarnaum foi o centro de seu ministério público, o palco dos grandes milagres, foi em Cafarnaum que Jesus realizou um dos maiores milagres em seu ministério – a cura do servo do centurião (Mt 8.5-13).
Jesus é o Jeová-Rafá do Antigo Testamento (Êx 15.26) “o Senhor, é meu médico”. Em Nazaré Jesus não realizou milagres porque seus compatriotas os expulsaram (Lc 4.24, 29,30).
Em certa ocasião Jesus disse: “Não necessitam de médico os são, mas sim, os doentes” (Mt 9.12). Aqui Jesus não está condenando a medicina. Deus pode usar a medicina (médico e remédios), para realizar a cura. Lembre-se, permaneça dentro do comando do Médico por excelência, porque certas vezes a cura não é realizada pela medicina, que algumas vezes nos apoiamos e resulta em grandes frustrações em nossa vida.
O profeta Isaias profetizou de Jesus, o médico por excelência (Is 61.1). Cumpriu mais tarde na pessoa de Jesus, o medico Lucas traz esta verdade: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para... curar os quebrantados do coração... liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos...” (Lc 4.18,19 – ARC).
De acordo com a Bíblia de Estudos Pentecostal, “Aqui, Jesus explica o propósito do seu ministério ungido pelo Espírito Santo. (1) É para pregar o evangelho aos pobres, aos necessitados, aos aflitos, aos humildes, aos abatidos de espírito, ao quebrantados de coração e aos que temem a sua Palavra (cf Is 61.1-3; 66.2). (2) É para curar os aflitos e oprimidos. Essa cura envolve a pessoa inteira, tanto física quanto espiritual. (3) É abrir os olhos espirituais dos que foram cegados pelo mundo e por Satanás, para agora verem a verdade das boas-novas de Deus (cf Jo 9.39).”
Jesus curou os enfermos não só como Deus, mas também como homem. Os problemas das pessoas não só eram físicas, mas também mentais e espirituais.
As enfermidades que Jesus curou foram: paralítico, coxo, cegueira, febre, hemorragia, mão ressequida, mudo, surdez, aleijões e etc.
A sua credencial fora confirmada, como o médico por excelência. O apóstolo Pedro foi bem enfático, credenciando o ministério de Cristo: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10.38). “Os oprimidos do diabo”, aqui são acometidos de enfermidades físicas, mentais e espirituais, o diabo é causador de tudo isto, por esta razão Jesus, o médico por excelência manifestou para destruir as obras satânicas (1 Jo 3.8), certa ocasião Jesus disse: “Vinde a mim, todos o que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).
O Senhor Jesus, o médico por excelência é maravilhoso (Jz 13.18; Is 9.6). Os termos descritivos dos milagres de Jesus, o médico por excelência, de acordo com o apóstolo Pedro: “... A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele faz no meio de vós, como vós mesmo bem sabeis” (At 2.22).
A palavra “maravilhas” do grego é “teras”, o que significa algo extraordinário, estranho, fora do comum. A maravilha, pois, apela para a imaginação do homem, falando do poder sobrenatural de Jesus, o médio por excelência.
A palavra “prodígios” do grego é “dunamis”, que significa poder, energia, poderio, grande força, grande habilidade. É o poder real e extraordinário, poder sobrenatural. O milagre tipo prodígio que demonstra o poder de Deus, e apela à nossa admiração, pasmo e reverência. É o exercício deste mundo humano e natural.
A palavra “sinais” do grego é “semeion”, que significa, marca, sinal, prova. O milagre com este nome é um meio autenticador divino e apela à nossa razão. Como sinal fala do reino espiritual superior de Deus, cujas verdades são simbolizadas por estes sinais reveladores. Portanto, este termo original destaca o aspecto teológico e doutrinário do milagre divino. O Evangelho de João – o Evangelho do Filho de Deus, sempre chama os milagres de Jesus de sinais, isto é, provas da sua divindade e da obra divina que Ele veio realizar.
O vocabulário original “obras” aparece no Evangelho de João (5.20; 7.3; 10.25; 15.24). Obras é “Erga”, que vem do grego “ergon” que significa obra, trabalho, produto e operação. Este termo aplicado por Jesus aos seus milagres, fala deles como parte da sua obra redentora em favor do homem, testemunhando ao mesmo tempo d’Ele como o enviado do Pai.
Jesus foi o médico por excelência no passado, e ainda é o mesmo no presente (Hb 13.8), continua curando nos dias atuais, como no passado em seu ministério público. Lembre-se, o Grande Médico é o Eterno, Salvador e Criador, Jesus Cristo, e seu consultório é a sua Igreja.

8
O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO NA IGREJA

Estudaremos neste capítulo, a partir de agora o mais palpitante tema da Bíblia, sobre o fruto do Espírito Santo, apesar de ser ignorado no século presente, pelos os cristãos. Encontramos num estado espiritual muito delicado com relação o fruto do Espírito. Conforme a carta de Paulo aos Gálatas 5.22,23, estaremos discorrendo sobre os seus nove aspectos do fruto do Espírito.
O fruto do Espírito aparece no Antigo Testamento e no Novo Testamento, são qualidades espirituais cultivadas pelo Espírito Santo na vida do crente.
Os verdadeiros furtos são aqueles que são ligados a videira verdadeira (Jo 15.1-5). Jesus disse: “... pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.20).
O fruto do Espírito conduz o cristão para uma nova dimensão espiritual, vida triunfante e uma benção nas mãos de Deus.
O fruto do Espírito Santo começa no amadurecimento na vida do crente no interior, produzindo e edificando para a glória de Deus.
O fruto do Espírito identifica o cristão em uma vida moldada, necessidade de ter mais de Cristo como o verdadeiro caráter irrepreensível para a sua Igreja, trazendo assim uma vida dedicada ao Reino de Deus, em comunhão com Cristo e com a Igreja.
O verdadeiro cristão, produzindo frutos espirituais, tem plena e íntima comunhão com Deus. Como salvos, devemos produzir frutos espirituais eternos (Jo 15.1-27). O fruto do Espírito é a prova maior de nossa espiritualidade (Mt 7.16-21), e caráter cristão, ou seja, o caráter de Cristo em nossas vidas.
O crente cheio do Espírito Santo é como uma árvore frutífera (Sl 1.3). Cada árvore se conhece pelos seus frutos (Lc 6.43-45). Uma árvore boa, não dá maus frutos (Mt 7.17,18; Jo 4.28-30). Uma arvore má, não produz bons frutos (Mt 7.17,18; At 5.1-5, 7-14). Da mesma forma, a crente precisa se definir sobre que tipo de árvore ele é – pela demonstração dos frutos que produz (Rm 8.5; Gl 5.16). O coração do crente é comprometido com Deus (Hb 3.6). Deus habilita e domina o seu coração (1 Co 3.6). O crente é um vencedor quando transformado em uma nova criatura (Mc 8.33; 2 Co 5.17; Gl 2.20; 1 Jo 5.4,5), e quem é salvo anda, fala, pensa e vive como salvo (Sl 1; Mt 5.16; Ef 4.25; 5.2; Cl 1.10). Pelas suas palavras e ações conhecemos o verdadeiro crente (Mt 7.21; 12.33,34). Todos vêem se produzimos ou não o fruto do Espírito (Jo 8.36-40,44). O verdadeiro crente é separado do mundo para a prática de boas obras (Ef 2.10; Fp 4.8), sendo a comunhão com Deus, a base necessária para torná-lo frutífero espiritualmente (Jo 15.1-6).
O fruto do Espírito é produzi-lo pela atuação e união íntima do Espírito Santo com o crente.
Todas as manifestações do fruto do Espírito são diferentes expressões do amor, sendo conseqüência natural, lógica e espontânea.
Pela fé temos comunhão com Deus, e pelo amor temos comunhão com nosso próximo. As virtudes divinas estão entesouradas dentro de nosso ser e produzem espiritualmente o que a Bíblia chama de fruto do Espírito.
Evidente que essa porção espiritual trará resultados eficazes para cada cristão. Buscamos com mais cuidado, zelo e equilíbrio o fruto do Espírito. Jesus disse: “Por seus frutos os conhecereis...” “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome perderdes ao Pai ele vos conceda” (Mt 7.16; Jo 15.16).

I. O QUE É O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO?

São as qualidades espirituais manifestada na vida do crente. É esta característica do caráter que havia no Senhor Jesus Cristo (Jo 15.1-5; 2 Co 4.10,11) e que precisa haver em nosso caráter cristão.
A palavra fruto vem do grego “Karpós”, que significa maturação. É o conjunto de qualidades espirituais amadurecidas como resultado da estreita comunhão do crente com Cristo.
A palavra “fruto”, em Gálatas 5.22, ocorre no singular, que por sua vez significa uma unidade de virtudes. O cristão que não tiver todas estas virtudes não será completo em seu Carter cristão. É preciso de todas as nove virtudes para ser completo em seu caráter (Tg 1.4; 2 Pe 1.4-8).
A palavra de Deus deixa bem clara, que sem o fruto do Espírito, a atuação dos dons espirituais perde a sua eficácia, seu valor, e a tendência é desaparecer do seio da Igreja (1 Co 13.1-9).

II. A NATUREZA DO FRUTO DO ESPÍRITO SANTO

O fruto do Espírito Santo é de natureza divina, sobrenatural e espiritual. A natureza divina reflete que há em nós, o apóstolo Pedro diz: “... pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por eles fiqueis participantes da natureza divina,...” (Pe 1.3-8). Portanto nenhum mortal tem poder para conduzir fruto de si próprio, Jesus disse: “... sem mim nada podereis fazer...” (Jo 15.4,5).
O fruto do Espírito opõe-se às obras da carne (prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices e glutonarias – Gl 5.17,19-21). O fruto do Espírito não pode ser produzido pela habilidade humana, porque o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus (1 Co 2.14). O fruto do Espírito só pode ser manifestado no homem espiritual, porque ele discerne bem tudo (1 Co 2.15).

III. COMO OBTER O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO?

Vejamos como o cristão pode obter o fruto do Espírito:

1. Compreendendo Sua Natureza

O fruto do Espírito Santo são qualidades espirituais implantadas pelo Espírito Santo na vida do cristão, que resulta em um forte caráter e verdadeira reputação dos de perto como os de longe. O seu objetivo resultará em sua transformação segundo a natureza divina (2 Co 3.18; Ef 3.19), e o crente passa a ter o sentimento e a natureza do Cristo (Fp 2.5; 2 Pe 1.3-8).

2. Total Dependência de Deus

O fruto do Espírito Santo é algo divino e não de capacidade humana. É algo sobrenatural operado pelo Espírito Santo no crente. O fruto do Espírito é um processo de transformação moral no crente que está muito longe da capacidade moral do homem decaído. A total dependência de Deus para gerar no crente, o fruto do Espírito é indispensável para o seu crescimento espiritual. O crente deve está mais do que nunca ligado a Deus como as varas na videira para receber sua seiva e dá fruto, dê mais fruto e dá muito fruto (Mc 4.8, 20; Jo 15.1-5, 15; Rm 1.16,17).

3. Dedicação na Causa de Cristo

Hoje para alguns crentes, o serviço cristão tornou secundário em suas vidas, é o contraste em que ensinou o Senhor Jesus em Mateus 6.33: “Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. O materialismo e secularismo se tornaram suas prioridades em suas vidas do que a obra de Deus. É através da dedicação do serviço cristão, é que o crente experimentará a cada dia uma preciosa manifestação crescente da presença divina em sua vida cristã (2 Co 3.18; 4.16), que resultará na posse das gloriosas virtudes divinas. Cabe o livre-arbítrio de cada cristão a dedicar nos propósitos de Deus, e é fundamental para alcançarmos o fruto do Espírito.



IV. CONTRASTE ENTRE OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO

O fruto do Espírito é imprescindível no uso correto dos dons espirituais (1 Co 13.1-3), através do amor. Os dons espirituais e o fruto do Espírito devem andar juntos na vida cristã para o seu completo êxito. Os dons e o fruto têm algumas diferenças entre eles nos seguintes aspectos:

1. No Recebimento

No recebimento os dons espirituais são repartidos, enquanto o fruto do Espírito é produzido (1 Co 12.11; Gl 5.22).

2. No Sentido

No sentido os dons espirituais vêm de fora para dentro do crente, enquanto o fruto do Espírito vem de dentro para fora do crente (At 2.2; Mt 12.35).

3. Na Manifestação

Na manifestação os dons espirituais são uma manifestação da obra de Deus sobre o crente, enquanto o fruto do Espírito é manifestação no crente (At 2.3; Gl 2.20).

4. Na Duração

Na duração os dons espirituais são um,a manifestação rápida, enquanto o fruto do Espírito cresce gradualmente (1 Co 14.27; Tg 5.7).

5. Na Quantidade

Na quantidade são nove os dons espirituais, enquanto o fruto do Espírito tem nove virtudes (1 Co 12.1-11; Gl 5.22).

6. No Tempo ou Época

Na época os dons espirituais são para após o batismo no Espírito Santo, enquanto o fruto do Espírito começa com a conversão (Fp 1.6).


7. Na Direção

Na direção os dons espirituais vêm do alto, enquanto o fruto do Espírito vem do interior, do coração do crente (At 2.2).

8. Na Qualidade

Na qualidade os dons espirituais vêm perfeitos, enquanto o fruto do Espírito precisa madurecer (Tg 1.17; Ef 4.11-16).

9. Na Finalidade

Na finalidade os dons espirituais falam de serviço, enquanto o fruto do Espírito fala do caráter cristão (1 Co 12.7).
O pastor Raimundo de Oliveira em seu livro As Grandes Doutrinas da Bíblia, escreve:
“Não obstante os dons e o fruto procederem do mesmo Espírito, dons e fruto são diferentes entre si: Por exemplo:
Os dons são dados, recebidos, (correto: manifestado), enquanto o fruto é gerado em nós.
Os dons vêm após o batismo com o Espírito Santo, enquanto o fruto começa com a obra do Espírito, a partir da regeneração.
Os dons vêm de fora, do Alto, enquanto o fruto vem do interior.
Os dons vêm completos, perfeitos, enquanto o fruto requer tempo para crescer e desenvolver-se.
Os dons são dotação do poder de Deus, enquanto que o fruto é uma expressão do caráter de Cristo.
Os dons revelam concessão de poder e graça especial, enquanto o fruto se relaciona com o caráter do portador.
– Os dons são operação soberana do Espírito Santo, enquanto o fruto (também do Espírito) nos vem mediante Jesus Cristo.
– Os dons são distintos, enquanto o fruto, sendo nômeplo, é indivisível.
– Os dons conferem poder, enquanto que o fruto confere autoridade.
– Os dons comunicam espiritualidade, enquanto o fruto comunica irrepreensão.
– Os dons identificam-se com o que fazemos, enquanto o fruto identifica-se com o que somos.
– Os dons podem ser imitados, enquanto que o fruto jamais o será”.


IV. A CLASSIFICAÇÃO DO FRUTO DO ESPÍRITO SANTO

O apóstolo Paulo classifica o fruto do Espírito em nove virtudes na carta aos Gálatas 5.22: “Ma o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” – ARC.

1. Caridade (ARC) ou Amor (ARA)

A palavra amor vem do hebraico “aheb”, que passou para o grego “ágape”, é o amor sacrificial, querer muito bem, ter afeição, dedicação e ternura. É um sentimento que predispõe alguém a desejar somente o bem ao seu próximo.
Em Jo 3.16, o coração da Bíblia, identifica o amor como o caráter de Deus. Jamais teólogos, poetas, dramaturgos, escritores e cientistas definirão o amor supremo de Deus (Jo 3.16; Rm 8.5.1 Jo 4.8).
Há uma íntima relação entre amar e obedecer (Jo 14.21-24). O amor é o relacionamento que possibilita a relação entre Deus e os homens, e Jesus é o exemplo máximo de amor (Lc 6.27, 28, 35; 23.34). Só quem é cheio do Espírito Santo consegue amar (At 7.60), sendo que, o amor, caracteriza o verdadeiro caráter de Cristo (Mt 5.44, 45). A prova do verdadeiro amor é a disposição de sacrificar-se pela pessoa amada (Ef 5.25-27). Sem amor, tudo o que é feito torna-se em vão (1 Co 13.1-3). O amor é superior a todos os aspectos do fruto do Espírito, sendo à base de todas as virtudes cristãs (Mt 5.44; Rm 5.5; 1 Co 13.13; Cl 3.14). O Reverendo Severino Pedro da Silva disse: “O amor é a base onde todos os dons espirituais são implantados”.
O amor verdadeiro é quem ama sem ser amado, e não visa nada em troca.
O apóstolo Paulo define o amor com precisão: “O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconscientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba...” ( Co 13.4-8-ARA).

2. Gozo (ARC) ou Alegria (ARA)

O termo vem do grego “chara”, que significa alegria espiritual, contentamento, satisfação, júbilo e exaltação. O gozo ou alegria espiritual se evidencia dentro e através de nós, pela presença do Espírito Santo (Rm 14.17). Para experimentarmos o gozo de Jesus, precisamos estar em íntima comunhão com Ele (1 Jo 1.1-4). Quando a Palavra de Deus está em nossas vidas, sentimos profundo gozo espiritual (Sl 1119.7-11), e esse gozo extravasa e torna-se visível as outras pessoas (Pv 15.13), demonstrando, na prática, o amor pelas coisas de Deus e em favor do próximo (Sl 46.4; Jo 7.38,39; Rm 5.5). Devemos sentir alegria até mesmo em meio às tribulações, perseguições e injúrias (Mt 5.10-12; 2 Co 7.4). O gozo como virtude do Espírito Santo ocorre quando o crente pratica as demais virtudes cristãs (Rm 15.13). O crente fiel e integro faz o trabalho de Deus sentindo alegria ao ser compensado e galardoado por Deus (Mt 25.21; 1 Co 15.28; 1 Pe 1.5,6,9; Ap 19.7).

3. Paz

A palavra vem do grego “eirênê”, que dá idéia de harmonia, repouso, tranqüilidade, calmaria, saúde e bem-estar. É a paz que Cristo fez com Deus e o homem (Ef 2.15). É a paz com todos os homens (Rm 12.18; Hb 12.14). A paz de Deus é resultante do restabelecimento da comunhão espiritual com o Criador por meio da reconciliação com Ele (Rm 5.1; 2 Co 5.18, 19; Ef 2.14). O mundo jaz no maligno, estando portanto, em guerra com Deus (Gl 5.17; Tg 4.4; 1 Jo 5.19). Crendo na pessoa de Jesus Cristo e em sua obra reconciliadora na cruz, o homem volta-se para Deus, restabelecendo o vínculo da paz, tornando-se amigo de Deus (Jo 1.12; Rm 5.1; 1 Jo 3.1,2). O salvo em Jesus está isento das preocupações terrenas e alucinadoras deste mundo, porque goza de perfeita paz (Fp 4.6,7; Cl 3.13), e isto porque, resolvem-se tudo pela oração conservando a paz (Is 26.3; Tg 5.13-18; 1 Pe 5.7). A paz de Deus expulsa o medo e as desconfianças (Jo 14.27; 20.26). Com o derramamento do amor de Deus no coração do crente, um clima de paz repousa sobre ele (Rm 5.5; Ef 3.17, 18; Fp 4.7). Ter paz significa ter a vida escondida em Cristo, habitando as regiões celestiais (Rm 8.31-39; Ef 1.3; Cl 3.1-3).

4. Longanimidade

O termo grego aqui é “makrothumia”, que significa firme de ânimo, generoso, de longo ânimo, paciência para com nosso próximo (Rm 12.12). Ser longânimo é ter um coração disposto a esperar (C1.11; 2 Pe 3.15).
A longanimidade é a base do perdão (Pv 19.11), da humildade (Ec 7.8; Ef 4.2), da comunhão (Pv 15.18) e de todos os relacionamentos pessoais (Pv 25.15).
O crente longânimo é sábio (Pv 14.29), e é mais forte do que o guerreiro (Pv 16.32). A Bíblia apresenta a Deus como sendo um ser longânimo (Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 86.15; 103.8; 145.8). A longanimidade é o emblema do relacionamento entre os irmãos em Cristo (1 Co 13.4; 2 Co 6.6; Ef 4.2; C 3.12; 1 Ts 5.14). O longânimo sobrepõe a qualquer circunstancia adversa, e é sempre vencedor (2 Co 6.6; Cl 1.11; Hb 6.12-15; Tg 5.7-10).
O apóstolo Paulo convida-nos a sermos longânimos em meio deste mundo pervertido e corrupto: “Rogo-vos, pois, eu, preso do Senhor (Paulo), que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade de, suportando-vos uns aos outros em amor” (Ef 4.1,2).

5. Benignidade

A palavra vem do grego “chrêstotês”, que significa ser bondoso, benévolo, complacente, brando, agradável, gentil e generoso. É estar disposto a sempre fazer o bem, agindo somente para o bem estar do próximo. O Senhor Jesus Cristo é o exemplo supremo de benignidade (Ver Mt 9.2; Lc 23.34).
O monarca Davi por muitas vezes exaltou a benignidade de Deus (Sl 69.16; 86.3; 100.5; 106.1; 136.1), e os acontecimentos da história mostram a benignidade de Deus para com homens (Sl 20.3; 52.9; 145.7). Sua justiça baseia-se em sua benignidade (Sl 25.8; 119.39, 65-68). Todo homem é convidado a ser benigno, gozando de seus benefícios (Sl 53.3; 68.10; 1112.5; Na 1.7).
O fato de Deus ser benigno torna-se estímulo e motivação para todo o cristão também exercitar a benignidade (2 Co 6.6; Eg 4.32; Cl 3.12). A benignidade de Deus visa à salvação do homem (Ef 2.7; Tt 3.4), conduzindo-o ao arrependimento (Rm 2.4; 11.22; 1 Pe 2.3).

6. Bondade

Do grego “agathõsumê”, que significa qualidade ou caráter do que é bom, boa ação, clemência, brandura e doçura. É um termo amplo e com vários significados. Na esfera espiritual é a qualidade, a conduta, a ação e o amor pelo bem (Sl 52.3). Nesse sentido, bondade é contrária à maldade.
A bondade é parte integrante no relacionamento e generosidade entre os irmãos (Rm 12.13; Ef 4.28). É uma experiência de sentir-se bem com o ambiente da vida (Rm 15.14). A prática da justiça cria um ambiente de bondade. Bondade é generosidade acompanhada de um comportamento justo (Mt 20.15). É a verdadeira prática do bem, avançando por todo o corpo e abençoando toda uma vida (Mt 6.22, 23). É a prontidão em servir bem (At 10.38; Ef 5.9).

7. Fé (ARC) ou Fidelidade (ARA)

A palavra grega é “pistis”, que significa ser leal, firme, constante, perseverante, confiante. Nesse sentido, a fé é relacionada à fidelidade. É confiar em alguém, aceitando plenamente a pessoa como ela é, e tendo certeza de suas intenções fidedignas. É a manifestação de uma confiança irredutível. Deus espera fidelidade de todos nós (1 Co 4.2). É bom e agradável conviver com companheiros fiéis (1 Co 4.17; Ef 6.21; Cl 1.7; 1 Tm 1.12). Jesus criticou a infidelidade (Lc 16.10-13), esclarecendo que ela existe, porque o homem quer servir a dois senhores ao mesmo tempo. O cristão deve ser fiel até a morte, comprometendo-se inteiramente com o Senhor. Nesse sentido, a fidelidade envolve a própria vida (Ap 2.10; 3.14). O Deus que nos chamou a comunhão é fiel (1 Co 1.9), não permitindo que sejamos tentados além de nossas forças (1 Co 10.13), cumprindo o que promete (1 Co 1.19; 1 Ts 5.24), protegendo-nos do maligno (1 Ts 3.3; 1 Jo 1.9), comprometendo-nos a sermos fiéis incondicionalmente a Ele. Essa fidelidade é fruto do Espírito que habita no verdadeiro crente em Cristo.
A fidelidade faz parte da natureza de Deus, porque Ele é fiel (Lm 3.23; 2 Tm 2.13).

8. Mansidão

A palavra grega é “prautês”, que significa ser pacífico, brando, pacato, sereno, que transmite ternura e humilde. É o crente sem alterações em sua vida no meio dos problemas e momentos desagradáveis.
Jesus Cristo disse: “bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mt 5.5). Ele é o supremo exemplo da mansidão: “... aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29).
Atualmente, diante dos problemas que assolam a humanidade, torna-se um desafio, ser manso e suave. Pessoas mansas com palavras brandas fazem muito bem e desmancham alvoroços diabólicos (Pv 15.1). Uma atitude correta, numa atmosfera pacífica, embeleza e admira as pessoas, perante perguntas capciosas e arrogantes. Vale a pena ser manso (1 Pe 3.15). A mansidão é praticada pelos crentes humildes, que aceitam a disciplina, controlando suas emoções em ocasiões críticas, quando são exortadas a se corrigirem e se arrependerem (Hb 12.3-11). A verdadeira felicidade do homem depende da mansidão (Sl 45.5; Mt 5.5). Moisés foi bem sucedido, porque era manso (Nm 12.3). Uma vida mansa e quieta é admirada por todos (Tg 3.13; 1 Pe 3.4). Os mansos têm as suas vidas repletas de felicidades (Mt 5.5). De acordo as Escrituras, a mansidão é relacionada à humildade (1 Co 4.21; 2 Co 10.1; Tg 1.21; 3.13), brandura (Gl 6.1), cortesia (Tt 3.2), bondade (1 Co 4.21) e paciência (Cl 3.12).
Ser manso é ser amável (Ef 4.2), atencioso (Tt 3.2); é não fazer alarde (Tg 3.13). A mansidão controla todo o ser e garante a nossa felicidade. O homem, conscientemente manso, é sempre bem sucedido. Logicamente que, como fruto do Espírito, a mansidão é consciente e inteligente.




9. Temperança (ARC) ou Domínio Próprio (ARA)

Do grego “egkrateia”, que significa moderado, sóbrio, domínio próprio, temperança, autocontrole, equilíbrio e harmonioso. É ter vitória sobre os instintos e desejos naturais e domínio próprio sobre as exageradas paixões sensuais. As Escrituras Sagradas nos recomenda a temperança e autocontrole (1 Co 9.25). A temperança resolve os maiores problemas (Pv 15.1). É a marca do amor cristão capacitando o crente a controlar-se perante as circunstâncias contrárias de desamor e ódio (Fp 4.2; 1 Pe 3.1). Deus, na Sua sabedoria, nos ensina a ser controlados (Rm 16.19; Ef 5.15; Tt 3.13; Tg 3.13-18), fornecendo-nos orientações necessárias para ocasiões difíceis (1 Rs 3.9-14; Dn 2.7-22). A temperança faz o crente gozar da liberdade sem escravizar-se debaixo dos desejos próprios (1 Co 8.8-9). O mundo espera do cristão, palavras corretas e um temperamento controlado (Pv 4.18; Is 6.5; Ef 4.29; Cl 4.6; 1 Pe 3.15). Devemos aplicar a temperança em toda nossa maneira de viver (Tt 2.7,8).
A temperança leva-nos a termos o domínio próprio nas palavras (Cl 4.6; Tg 3.2), nos atos (Dn 1.8; 1 Co 6.12), nos pensamentos (1 Ts 5.22) e de nosso espírito (Pv 16.32; 25.28).

V. A UTILIDADE DO FRUTO DO ESPÍRITO SANTO

Vejamos a utilidade do fruto do Espírito na vida do cristão:

1. É Útil na Vida do Crente Individualmente

São cinco virtudes do fruto do Espírito que fazem partes na vida do crente, que é: gozo ou alegria, paz, fé ou fidelidade, mansidão e temperança.
O gozo ou alegria conduz o crente a uma profunda alegria pelo perdão, a salvação da condenação eterna e pela presença de Deus (At 15.3; 16.34; Sl 16.11).
A paz ajuda o crente guardar e preservar os bons pensamentos, ter paz e comunhão com todos os homens (Rm 12.18; Hb 12.14), consigo e com Deus (Jo 14.17, 27; 16.33; Rm 5.1).
A fé ou fidelidade resulta em sermos fiéis com Deus, com sua Palavra, com a Igreja, termos um profundo relacionamento com nossos irmãos, e dedicarmos na obra de Deus (Ver 2 Co 11.2; 1 Tm 4.6; 2 Jo 5.6; 1 Co 4.2).
A mansidão concede ao crente condição de continuar com tranqüilidade e mansidão na carreira cristã proposta em meio às circunstâncias desagradáveis de sua vida. É ter um espírito manso e obras de mansidão para com os homens (1 Co 4.21; Tt 3.2; Tg 3.13; 1 Pe 3.4).
A temperança é para termos o domínio próprio do nosso corpo (1 Co 9.27; Tg 3.2), governar o nosso espírito (Pv 16.32; 25.28), em nossas palavras (Cl 4.6), em nossas ações (Dn 1.8; 1 Co 6.12) e em todos os nosso pensamentos (Cl 3.1,2; 1 Ts 5.22).

2. É Útil no Relacionamento Com Nosso Próximo

São quatro virtudes do fruto do Espírito que fazem do caráter do crente relacionar com seus semelhantes, que é: amor ou caridade, longanimidade, benignidade e bondade.
O objetivo destas quatro virtudes é beneficiar o próximo (Mt 21.34; Gl 15.15; 1 Jo 3.18). O amor ou caridade leva o crente a amar a Deus e o próximo (Mt 22.37-40).
A longanimidade junto com o amor e paciência gera a comunhão na Igreja. A benignidade junto com o amor e paciência gera comunhão na Igreja. A benignidade é ser gentil com o próximo e desejando-lhe o bem (Ef 4.32; Cl 3.12).
A bondade é a perfeita prática do bem com os de fora e principalmente os da família da fé (Gl 2.10; Ef 6.10; 1 Ts 5.15; 1 Tm 6.18).
Somos ricamente abençoados pela comunhão íntima com Cristo (Jo 15.4-8,16). Unidos em Cristo, produzimos bons frutos e participamos de Sua plenitude (Jo 1.16; Rm 6.22; Ef 1.6,7). Vivemos sempre a escolher um desses dois objetivos: Produzir maus frutos e sermos condenados por isso (Ec 12.4; Rm 2.2); Receber merecido elogio pelo testemunho dos bons frutos produzidos (1 Ts 1.3-5).
Fomos separados do mundo para alcançarmos uma vida positivamente frutífera (Jo 15.16; Rm 6.22; Ef 2.10). Vivíamos segundo a carne, praticando suas obras (Rm 8.7, 8; Gl 5.19-21), mas agora, como filhos de Deus, em Cristo, somos conduzidos pelo Espírito Santo, a uma vida de vitórias e bons frutos (Rm 8.9, 10; 2 Co 5.17). Só assim podemos afirmar coma Paulo escreveu: “Porque para mim o viver e Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).
O amor é à base de todas as virtudes cristãs (1 Co 13.1-13).
A alegria é o amor em êxtase (Rm 14.16-19).
A paz é o amor em descanso (Cl 3.12-17).
A longaminidade é o amor paciente (Ec 7.8,9).
A benginidade é o amor benevolente (Sl 136).
A bondade é o amor em ação (Mt 25.34-46).
A fidelidade é o amor no campo de provas (Mt 24.45-51).
A mansidão é o amor que se exprime em doçura (Mt 11.25-30).
A temperança é o amor sob disciplina (2 Pe 1.1-8).
O fruto do Espírito não é alcançado de qualquer maneira, requer uma vida de oração, meditação nas Escrituras, jejum e consagração, e uma total entrega ao Senhor, deixar o Senhor ser o senhorio de sua vida, está no controle de tudo. Ter um caráter cristão perfeito a Deus e aos homens, não se contaminar com as iguarias deste mundo, mas está cheio do Espírito Santo (Ef 5.18).

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OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO NA IGREJA

As palavras frutos e fruto do Espírito aparece na Bíblia cerca de 358 vezes. No Antigo Testamento a palavra no hebraico aparece 290 vezes (nos textos de Ct 6.11; Dn 4.12, 14, 21, a palavra hebraica e aramaica aparece quatro vezes). Enquanto no Novo Testamento a palavra grega aparece 68 vezes. A palavra grega “karpós”, 64 vezes (Leia Mt 3.8, 10; 7.16-20; 12.33; 13.8, 26; 21.19, 34, 41, 43; Mc 4.7, 8, 29; 11.14; 12.2; Lc 1.42; 3.8, 9; 6.3, 44; 8.8; 12.17; 13.6, 7, 9; 20.10; Jo 4.36; 12.24; 15.2, 4, 5, 16; At 2.30; Rm 1.13; 6.21, 22; 15.28; 1 Co 9.7; Gl 22; Ef 5.9; Fp 1.11, 22, 4.17; 2 Tm 2.6; Hb 12.11; 13.5; Tg 3.17, 18; 5.7, 8; Ap 22.2). A palavra grega “génnema”, significa produções, aparece 4 vezes (Leia Mt 3.7; 12.34; 23.33; Lc 3.7).
Algumas vezes a palavra frutos aparece dando a idéia de natureza física, e em outras vezes a palavra frutos é de natureza espiritual.
O Reverendo Severino Pedro da Silva faz um relevante argumento teológico em relação “os frutos do Espírito Santo”: “As nove bem-aventuranças, ensinadas por Jesus em Mateus 5.3-11, e os noves dons espirituais, mencionados em 1 Coríntios 12.8-10, podem ser considerados “frutos do Espírito Santo”.
Os “frutos do Espírito Santo”, na vida do crente é a operação divina frutificando na sua esfera espiritual, desde que permaneça ligado na videira verdadeira (Jesus Cristo), e será comparado a semente que caiu em boa terra e “produziu trinta”, “sessenta” e “cem” (Mc 4.8), e começa a dar “frutos”, “mais frutos” e “muito fruto” (Jo 15.2,5). O que produz “trinta” e dar “fruto” é o servo (Mc 4.8; Jo 15.2). O que produz “sessenta” e dar “mais fruto” é o amigo (Mc 4.8; Jo 15.2). O que produz “cem” e dar “muito fruto” é o irmão (Mc 4.8; Jo 15.5; 20.17). Abraão foi chamado amigo de Deus, e deu muitos frutos de bênçãos (Gn 12.1-3; 18.17,18; 2 Cr 20.7; Is 41.8; Tg 5.23). Deus tratou Moisés como amigo (Êx 33.11). Jesus identificou João Batista como seu amigo (Jo 3.29). O Reverendo pastor e teólogo Abraão de Almeida disse: “O servo apenas recebe ordens, por obrigação. O amigo serve por amor e sabe dos planos e razões do seu Senhor, mas o irmão goza de privilégios ainda maiores”. Os que produzem frutos são os amigos de Deus e irmãos de Jesus Cristo, e tem íntima comunhão amorosa com Ele mediante o Espírito Santo. Somos servos de Deus para servir-Lo no Seu Reino.


I. OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO

Vejamos os frutos do Espírito Santo, a saber:

1. Fruto do Arrependimento

“Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.8).
O arrependimento é o primeiro fruto produzido pelo Espírito Santo na vida do pecador arrependido. O fruto do arrependimento provavelmente é entre alguns produzidos apenas uma vez pelo Espírito Santo.
O fruto do arrependimento acompanha o fruto da justiça na vida cristã (Mt 3.8,10.12; 23.23; Lc 3.10-14; Jo 15.16; At 26.20).
O crente que conduz frutos dignos de arrependimento, com plena certeza ele produz fruto de justiça e a pratica.
Jesus dirige a mensagem, “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.8), para quatro classes de pessoas de sua época: A multidão (Mateus 3.7 fala dos fariseus e saduceus; Marcos 1.5, fala de “toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; Lucas 3.7, fala da “multidão”); Os religiosos judaicos (fariseus e saduceus, Mt 3.7); Os publicanos, cobradores romanos de rendas públicas (Lc 3.12), eram desprezados, fraudulentos e opressores dos pobres (Lc 19.2,8); Os soldados romanos, eram malfeitores, acusadores e roubadores (Lc 3.14).
O fruto do arrependimento deve acompanhar o crente por toda a sua vida. Não somente os incrédulos que precisam de arrependimento, os crentes também precisam de arrependimento.

2. Fruto das Boas Obras

“Por seus frutos os conhecereis... Assim, toda árvore boa produz bons frutos....” (Mt 7.16,17).
O Senhor Jesus nos conhece pelos os frutos de boas obras, ou seja, o que produzimos em Sua causa santa. Jesus ensina-nos a identificarmos os falsos profetas pelos os seus frutos (Mt 7.16-20).
Os que praticam más obras são os que professam o nome do Senhor indignamente (de seus lábios superficiais), porém os que praticam as boas obras são os que fazem a vontade de Deus (Mt 7.21; Tt 1.16). O juízo será severo para aqueles que praticam uma filosofia diabólica, disfarçada em boas obras, mas na verdade são frutos maus e não passam de teorias e práticas religiosas (Mt 7.17, 19, 22, 23).
Os que praticam boas obras são os que ouvem a Palavra de Deus e pratica, Jesus chama esta classe de prudente (Mt 7.24,25). Porém os que praticam obras más são os que ouvem a palavra de Deus, mas não a cumpre, Jesus chama esta classe de insensato (Mt 7.26, 27).


3. Fruto da Comunhão

“E perseveram... na comunhão, e no partir do pão,...” (At 2.42).
A palavra “comunhão” vem do grego “koinonia”, que dá idéia de cooperação, compartilhamento, uniformidade, associação próxima, parceria, participação, comunhão, companheirismo, ajuda contribuinte e fraternidade (At 2.42-47; 4.32-45).
Comunhão é o cristão que compartilha o vínculo comum e íntimo do amor e companheirismo uns com os outros, e também é a união e comunhão profunda com Cristo (Jo 13.1).
“No partir do pão”, significa a comunhão na Ceia do Senhor (Mt 26.17-30; At 2.42). Nos primeiros séculos da Igreja, havia o culto do amor. O cristianismo é a perfeita religião da comunhão (At 2.42-47; 4.32-35; 1 Co 1.9; 10.16; 2 Co 13.13; Gl 2.9; Fp 2.1,2; 1 Jo 1.3,7).

4. Fruto da Oração

“Porque, seu eu orar em línguas estranha, o meu espírito ora bem, ma o meu entendimento fica sem fruto. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento...” (1 Co 14.14,15).
O verbo aqui “orar” do grego é “proseuchomai”, significa que inclui o louvor, agradecimento em línguas estranhas que deixa de lado a razão humana.
O crente que fala em línguas, edifica-se a si mesmo, através do fruto da oração, procure a interpretação das línguas, para a edificação da Igreja (1 Co 14.5, 13). As palavras “... orarei com o entendimento...” (1 Co 14.15), significa que Paulo está identificando a oração com louvor e agradecendo a Deus mediante a sua mente, na direção do Espírito Santo. O fruto da oração é de renovação contínua na vida do crente mediante o Espírito Santo.

5. Fruto da Justiça

“Ora, aquele que dá a semente ao que semeai e pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça” (2 Co 9.10).
O fruto da justiça renova-se cada dia na vida do cristão, “... quem é justo faça justiça ainda...” (Ap 22.11). O crente deve mais do que nunca praticar o fruto da justiça até a volta iminente de Jesus Cristo.




6. Fruto da Luz

“Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; ainda como filhos da luz” (Ef 5.8).
O cristão deve abster dos sistemas deste mundo corrupto, e viver com filhos da luz (Cl 14.13). Cristo é a verdadeira luz (Jo 8.12; 9.5), por esta razão o crente deve unir a Cristo, para sermos feitos luz do mundo (Mt 5.14, 16). Em salmo 97.11 diz: “A luz semeia-se para o justo,...” Aqui o Dr. Russell P. Sheldd faz um pequeno comentário: “Deus está semeando raios de luz na frente dos passos dos fiéis. A sabedoria e a iluminação se derramam à medida que o justo prossegue no caminho de Deus (cf 1 Jo 1.7)”. O sábio Salomão disse: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18).
Aqui é constante entre os ímpios, o caminho do justo é a luz, enquanto o caminho do ímpio é as trevas. O vocábulo “dia perfeito”, segundo o Dr. Charles Caldwell Ryrie, significa literalmente: “o firme levantar do dia; isto é, o meio dia, quando o Sol a pino parece parado”. A luz dos justos brilha, porém a dos injustos se apagará (Pv 13.9). “A luz dos justos brilha intensamente”, significa prosperidade e alegria do justo.
Paulo admoesta-nos: “A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas e visitamo-nos das armas da luz” (Rm 13.12). Aqui o crente deve sempre produzir fruto da luz, para está sempre preparado a volta iminente de Cristo, e a recomendação do apóstolo Paulo é que “rejeitemo-nos das obras das trevas”, são as coisas corruptas e pervertidas deste mundo. Portanto, andamos na luz (1 Jo 1.7).

7. Fruto Pacífico

“E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela” (Hb 12.11).
Aqui é a correção de Deus para os crentes participarem de seu caráter de santidade (Hb 12.10, 14), e crescimento espiritual em sua vida.

8. Fruto dos Lábios ou Louvor

“Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15).
Aqui o vocábulo “sacrifício” do grego é “thusia”, que vem do radical “thuo”, está no verbo que significa “matar ou assassinar com um propósito”. Aqui significa literalmente que do louvor exige-se que “matemos”, “assassinemos a nossa soberba, orgulho, exibição e negligências ou qualquer instrumento que ameaça, diminui e impede o louvor de nossos lábios santos a Deus. Na tradução da ARA – Almeida Revista Atualizada diz: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15).
Aqui é à base do louvor cristão – o sacrifício de Cristo. É por meio de Jesus que ofereçamos o nosso sacrifício de louvor a Deus. Jamais haverá um louvor com eficiência se não estiver embasado em Cristo. Meu amado leitor como você está louvando a Deus? Mantemo-nos sempre o louvor como um sacrifício vivo!
A expressão “o fruto dos lábios”, segundo a nota de roda pé da Bíblia de Estudo Plenitude, “aponta para o fato de que, como o fruto de Deus traz a vida, o Espírito Santo criará uma nova e vida adoração a Deus, vinda de nossos lábios e de todo nosso ser”.
O fruto do louvor é renovado na vida do crente cada dia mediante a operação do Espírito Santo.

9. Fruto Precioso

“Sede, pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia (Tg 5.7).
Primeiro é que o crente seja paciente até a vinda do Senhor, e segundo é fortalecer o seu coração, porque a vinda do Senhor está próxima (Tg 5.7,8). Sejamos perseverantes na paciência, pois é uma virtude cristã. O patriarca Abraão foi perseverante na paciência (Hb 6.15), os profetas (Tg 5.10), o patriarca Jó (Jó 1.14-21; 2.7; 19.25; Tg 5.11), o rei Davi (1 Sm 17.28; 18.7-11; 2-24; Sl 40.1), o apóstolo Paulo (2 Co 1.6; 6.4; 11.24-27; 2 Tm 4.7) e Jesus, o maior exemplo da paciência (Mt 27.39, 40, 41-44; Hb 12.1-3; Ap 1.9).
A palavra paciência do latim é patientia, que significa qualidade de paciente, é suportar as dores, incômodos, infortúnio, sem queixas e resignação.
Terceiro, o lavrador prepara a terra, faz a escola da semente para plantar e preservar a lavoura e construir a ceifa: Ou seja, tudo quanto o lavrador pode realizar. Porém, o lavrador não tem poder de realizar com que a semente germine, e que ela produza. O lavrador não tem autoridade de apressar o ciclo de germinação da colheita, somente é Deus quem tem o poder no crescimento da germinação na produção da ceifa. A tarefa do lavrador é precisamente apenas aguardar com paciência o fruto da terra (Tg 5.7).
Aprendemos aqui que o crente deve esperar o “fruto precioso”, ele verá, ou seja, ter a plena certeza, a cima de tudo ter cuidado com desânimo, tentação de querermos produzir com nossa capacidade os resultados. Somente esta tarefa pertence ao Criador e não a capacidade humana.
Quarto, “a chuva temporã e serôdia”, é “as primeiras e as últimas chuvas”, na (ARA). Na Palestina existe duas estações anuais de chuva, a “chuva temporã”, “as primeiras chuvas” caía na Judéia nos meses entre outubro e novembro, depois de plantada a semente na terra, a “chuva serôdia”, “últimas chuvas”, caía entre os meses de abril e maio, eram nestes meses que as espigas estavam a encher e amadurecer para a ceifa. Sem a “chuva temporã”, “primeiras chuvas” e a “chuva serôdia”, “ultimas chuvas” não haveria colheita.
O lavrador precipitado está correndo um grande perigo de não colher uma seara bem madura e poderá acarretar grandes prejuízos na colheita. Significa que o crente que não espera “o precioso fruto da terra”, a tendência é ruína em seu labor espiritual. Paulo exorta-nos em suas palavras: “Portanto, meus amados filhos, sede firmes e constante, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Co 15.58). Tiago não deixa por menos, “Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações, porque já a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5.8).
Aqui a palavra “vinda” do grego é “parousia”, esta palavra era usada para identificar uma visita oficial do rei a uma cidade entro de seu domínio (Leia 1 Ts 4.15). Em 2 Tessalonicenses 2.1, a palavra “vinda”, no grego é “parousia”, que literalmente significa “presença”, é o arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.13-18), e “epiphanei” é “manifestação” (Leia 2 Ts 2.8; 1 Tm 6.14; 2 Tm 1.10; 4.1, 8; Tt 2.13), ou seja, a segunda vinda gloriosa de Cristo de forma triunfal (Ver Mt 24.30; 25.31; Ap 1.7; 19.11-16).

10. Fruto da Santificação

“Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna” (Rm 6.22).
O crente foi libertado das cadeias do pecado, daí foi transformado em um servo do Altíssimo. O servo de Deus devota o fruto contínuo da santificação, que é o melhor caminho para a vida eterna, “... e que é santo seja santificado ainda” (Ap 22.11).

11. Fruto da Vida Eterna

“No meio da sua praça e de uma da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês e mês, e as folhas da árvore são para a saúde das noções” (Ap 22.2).
Neste dia a Igreja desfrutará de vida eterna, abundante, não haverá fome, sofrimento, morte, etc. (Ap 22.3). A “árvore da vida” fornecerá vital saúde e força para sempre (Gn 2.9; 3.22; Ez 47.12; Ap 2.7).
Só participarão desta gloriosa vida os santificados (Leia Rm 6.22).
O salmista Davi comparou o justo com uma árvore plantada no devido lugar, “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará” (Sl 1.3).
José no Egito foi como uma árvore frutífera, o monarca Davi, Daniel na Babilônia, nem por isto eles não ficaram da ausência das adversidades, porém o Senhor estava no comando de tudo e concedeu vitória, foi por esta razão que o escritor sacro disse: “... e tudo quanto fizer prosperará”, não significa que ficaremos ausentes dos problemas desta vida, mas o Senhor garante bênçãos e vitórias. Não fomos nós que elegemos a Cristo, mas Cristo quem nos elegeu para darmos frutos (Jo 16.16).

10
O AVIVAMENTO PENTECOSTAL PARA A IGREJA

Precisamos mais do que nunca do despertamento espiritual. O apóstolo Paulo disse em Efésios 5.14: “Desperta ó tu que dormes, e levante-te dente os mortos, e Cristo te esclarecerá”.
A Igreja de Cristo precisa do avivamento pentecostal no século presente. O importante não é ter a chama do avivamento, mas é continuar a chama do fogo do Espírito Santo em nossos dias.
O pastor Valdir Nunes Bícego de saudosa memória disse: “Receber o avivamento é mais fácil que conservá-lo. Muitos buscaram o avivamento e receberam. Mas, hoje, seus altares são apenas cinzas, recordações e um passado de glórias”.
Paulo disse para o jovem evangelista Timóteo: “... despertes o dom de Deus, que existe em ti...” (2 Tm 1.6). Aqui no grego é dizer “aviva a chama do fogo do alto”. Timóteo precisava manter acesa a fogueira em sua vida através da oração, estudo sistemático e devocional das Sagradas Escrituras, jejum, obediência e equilíbrio espiritual, uma vida consagrada a Deus.
O profeta Habacuque disse em sua oração que o povo de Deus se arrependesse de seus pecados: “... aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica...” (Hc 3.2).
Em Salmo 85.6 diz: “Não tornarás a vivificar-nos, para que o teu povo se alegre em ti?”.
O Espírito Santo e a Palavra de Deus é quem promovem o genuíno avivamento na igreja. Vale ressaltar que é imprescindível conservar a chama do avivamento pentecostal na igreja.

I. O QUE É O AVIVAMENTO PENTECOSTAL

O pastor Valdir Nunes Bícego, definiu o avivamento pentecostal: “Avivamento é a aquisição, o retorno e a conservação da vida espiritual em toda a plenitude. Aquisição para que jamais experimentou o avivamento; retorne para o que havia perdido; e, conservação para o que já o possui”.
O verdadeiro avivamento é o alicerce da unidade da Igreja de Cristo.
O profeta Habacuque, nos dá um nítido conceito do avivamento pentecostal: “Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó senhor, a tua obra no meio dos anos, a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (Hc 3.2). A nota de estudo e rodapé da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoa diz: “Habacuque sabia que Deus disciplinaria o povo de Judá, e que esta não seria uma experiência agradável. Mas o profeta aceitou a vontade do Senhor e pediu sua ajuda e misericórdia. Habacuque não pediu para escapar da disciplina, mas aceitou a verdade de que Judá precisava aprender uma lição. Por seu amor, Deus ainda disciplina seus filhos a fim de trazê-los de volta a si (Hb 12.5,6). Aceite alegremente a disciplina do Senhor e peça que Ele o ajude a mudar”.
Charles G. Finney, definiu: “Um avivamento manifesta a nova disposição do crente em amar e obedecer a Deus”.
G. J. Morgam nos traz um conceito do avivamento: “Desperta na humanidade a consciência de Deus, mediante a presença interior do Espírito Santo. É Deus manifestando-se através da vida humana, fazendo jorrar o Seu poder redentor em frutos de justiça, na constituição da Sua Igreja, na reprodução da vida espiritual uma nova encarnação da alegria e o arroubo do Evangelho nos prados da Galiléia, um brado glorioso do Pentecostes subindo uma doxologia de amor redentor”.
Arthur Wallis definiu o avivamento pentecostal de forma contundente: “A intervenção divina no curso normal das coisas espirituais. É Deus revelando-se ao homem em solene santidade e irresistível poder. É a intervenção tão manifesta de Deus, que as personalidades humanas ficam na sombra e os programas humanos são abandonados. É o homem retirando-se para o fundo da cena por Deus ter entrado em campo. É o Senhor desnudando o Seu braço e operando com extraordinário poder sobre santos e pecados”.
J. Edwin Orr definiu o avivamento como: “Tempos de refrigério pela presença do Senhor”. Avivamento é o cristão contrito e arrependido (2 Cr 7.14). O Evangelista Billy Graham é claro em suas palavras: “Prostemo-nos perante Deus, humilhados, contritos, arrependidos e confessando nossos pecados, para que tenhamos um avivamento”.
O Pastor Antonio Gilberto vaticinou: “Contrição é quebrantamento de espírito em nosso interior, acompanhado de profundo arrependimento demonstrado em nosso exterior, tudo pela ação poderosa do Espírito Santo”.
Vejamos o que é o verdadeiro avivamento pentecostal:

1. Avivamento é Perdão e Reconciliação

Avivamento é perdão e reconciliação (Gn 33.4; 45. 14, 15). Paulo é claro no tocante a reconciliação: “... e nos deu o ministério da reconciliação, ... e nos confiou a palavra da reconciliação ... que vos reconcilieis com Deus”. (2 Co 18-20).
O Pastor Antonio Gilberto, foi abrangente em suas palavras e convida-nos a reconciliarmos: “O avivamento que precisamos também deve se caracterizar por um perdão total, de coração, com reconciliação entre os crentes inclusive obreiros”.



2. Avivamento é Contribuição

Avivamento é contribuirmos liberalmente na causa do Mestre, principalmente na obra missionária (2 Cr 31.5-10; 2 Co 8.1-9.1-14).

3. Avivamento é Vida Cristã Santificada

Avivamento é a vida cristã santificada (1 Pe 1.15; 1 Ts 5.23; Êx 19.6; Hb 12.14).

4. Avivamento é a Evangelização

Avivamento é a evangelização e contribuição com a obra missionária (At 4.36, 37; Mc 16.15; Mt 28.19).
Disse o evangelista do século XX Billy Graham: “Sem dúvida que a Igreja falhou na sua dedicação de anunciar o Evangelho”.
Também asseverou Robert E. Colleman: “O programa evangelístico da Igreja tem fracassado em quase todas as frentes. O que é pior é que o grande esforço missionário das igrejas evangélicas, em nossas fronteiras, tem perdido consideravelmente o seu ímpeto. Na maioria dos países a debilitada igreja nem ao mesmo está acompanhado o ritmo da explosão populacional. Em uma época em que a Igreja dispõe de facilidade para comunicação rápida, como nunca antes aconteceu, na realidade estamos realizando menos na conquista do mundo para Deus, do que ante da carroça puxada a cavalos”.
Charles Finney foi um grande evangelista do século XIX. Sua evangelização causou impacto em milhares de pessoas. O missionário Orlando Boyer diz: “Perto da aldeia de Nem York Mills, no século dezenove, havia uma fábrica de tecidos movida pela força das águas do Rio Oriskany. Certa manhã, os operários se achavam comovidos, conversando sobre o poderoso culto da noite.
“Não muito depois de começar o ruído das máquinas, pregador, um rapaz alto e atlético, entrou na fábrica. O poder do Espírito Santo ainda permanecia sobre ele; os operários, ao vê-lo, sentiram a culpa de seus pecados a ponto de terem de se esforçar para poderem continuar a trabalhar. Ao passar perto de duas moças que trabalhavam junto, uma delas, no alto de emendar um fio, foi tomada de tão forte convicção, que caiu em terra, chorando. Segundo depois, quase todos em redor tinham lágrimas nos olhos e em poucos minutos, o avivamento encheu todas as dependências da fábrica.
“O diretor, vendo que os operários não podiam trabalhar, achou que seria melhor se cuidassem da salvação da alma, e mandou que parassem as máquinas. A comporta das águas foi fechada e os operários se ajuntaram em um salão de edifício. O Espírito Santo operou com grande poder e dentro de poucos dias quase todos se converteram:
“Diz-se acerca deste pregador, que chamava Charles Finney, que, depois de ele pregar em Governeur, no Estado de New York, não houve baile nem representação de teatro na cidade durante seis anos. Calcula-se que, durante os anos de 1857 e 1858, mais de 100 mil pessoas foram ganhas para Cristo pela obra direta ou indireta de Finney”.

5. Avivamento é Louvor a Deus de Todo o Ser

Avivamento é louvor ao Senhor de todo o coração (Ef 5.19). O apóstolo Paulo aconselha a louvar ao Senhor no vosso coração. De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal, “Todos os nossos cânticos espirituais, tanto na igreja como em particular, devem ser inteiramente dirigidos a Deus, como orações de louvores ou petições (Sl 40.3; 77.6)”.
O propósito do louvor não é para passarmos um passatempo na igreja, e nem tão pouco para fazer-se exibição de talentos nos púlpitos das igrejas, como se fosse show. Porém o propósito do louvor é adorar e louvar a Deus (2 Cr 7.3; Sl 7.17; 34.1; 66.1; 71.22; 113.1; 147.12; 148. 2; 150.6; Rm 15.9-11; Ap 5.9,10).

6. Avivamento é Batismo no Espírito Santo (At 2.1-4; 10.44-47; 19.1-7)

Charles Finney fala desta experiência pentecostal, quando recebeu o batismo no Espírito Santo: “Ao entrar e fechar a porta atrás de mim parecia-me ter encontrado o Senhor Jesus Cristo face a face. Não me entrou na mente, na ocasião, nem por algum tempo depois, que era apenas uma concepção mental. Ao contrário, parecia-me que eu o encontrara como encontro qualquer pessoa. Ele não disse coisa alguma, mas olhou para mim de tal forma, que fiquei quebrantado e prostrado aos seus pés. Isso, para mim, foi uma experiência extraordinária, porque parecia-me uma realidade, como se Ele mesmo ficasse em pé perante mim, e eu me prostrasse aos seus pés e lhe derramasse a minha alma. Chorei alto e fiz tanta confissão quanto possível, entre soluços. Parecia-me que levava os seus pés com as minhas lágrimas; contudo, sem sentir ter tocado na sua pessoa.
“Ao virar-me para me sentar, recebi o poderoso batismo com o Espírito Santo. Sem o esperar, sem mesmo saber que havia tal para mim, o Espírito Santo desceu de tal maneira, que parecia encher-me o corpo e a alma. Senti-o como uma onda elétrica que me transpassava repetidamente. De fato, parecia-me como ondas do amor liquefeito; porque não sei outra maneira de descrever isso. Parecia o próprio fôlego de Deus.
“Não existem palavras para descrever o maravilhoso amor derramado no meu coração. Chorei de tanto gozo e amor que senti; acho melhor dizer que exprimi, chorando em alta voz, as inundações indizíveis do meu coração. As ondas passaram sobre mim, uma após outra, até eu chamar: ‘Morrerei, se estas ondas continuarem a passar sobre mim! Senhor, não suporto mais! ’ Contudo, não receava a morte.
“Quando acordei, de manhã, a luz do sol penetrava no quarto. Faltam-me palavras para exprimir os meus sentimentos ao ver a luz do sol. No mesmo instante, o batismo do dia anterior voltou sobre mim. Ajoelhei-me ao lado da cama e chorei pelo gozo que sentia. Passei muito tempo sem poder fazer coisa alguma se não derramar a alma perante Deus”.

7. Avivamento é a Manifestação dos Dons do Espírito Santo

Avivamento é a manifestação dos dons espirituais (1 Co 12.1-11; 14.1-25; Rm 12.6,8; 1 Pe 4.10).

8. Avivamento é Oração e Jejum

Avivamento é oração e jejum (2 Cr 14; At 1.14; 6.4; 12.5; 13.2; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18; Mt 17.21).
O pastor Raimundo F. Oliveira disse: “A colossal tragédia da Igreja do nosso século pode ser resumida em três palavras: Falta de fogo. Não pode haver fogo do Espírito onde falta a oração... A lenha sobre a qual arde o fogo do Espírito chama-se ORAÇÃO (Ver Pv. 26.20).
“Para conseguirmos um avivamento, precisamos influenciar tantos os homens quanto a Deus. Através da pregação influenciamos os homens, e através da oração influenciamos a Deus. A pregação afeta o tempo, a oração a eternidade. Todos os grandes avivamentos da história da Igreja começaram no quarto secreto da oração incessante. Nenhuma oração arde em fé sem muita conversação secreta com Deus, e nada poderá substituir a sua falta. Nenhum de nós podemos conhecer a Deus melhor do que O conhecermos pela oração. Não podemos ser maior que a nossa vida de oração, nem podemos fazer mais do que podemos em oração”.
Afirmou o pastor Genício Severo dos Santos: “Na balança humana quem come mais pesa mais, e na balança divina quem come menos pesa mais.
“O jejum opressa a resposta da oração”.
A oração e jejum são as verdadeiras âncoras espirituais do cristão para triunfar nesta vida.
Preparamos o nosso altar sobre o qual o fogo do Espírito Santo descerá e queimará o altar do holocausto; VOCÊ É O ALTAR DO ESPÍRITO SANTO! (Ver Lv 6.3). Recomece agora, volte ao ALTAR DA ORAÇÃO!


9. Avivamento é o Sã Ensino das Escrituras Sagradas

Avivamento é o ensino sadio das Escrituras Sagradas (At 2.42; 2 Tm 3.14-17; At 15.35; 18.25; 1 Tm 4.13). Saúde para o nosso corpo, alma e espírito.

10. Avivamento é Destruição dos Ídolos do Nosso Coração

Avivamento é quando destruímos os ídolos do nosso coração (Gn 35.1-4; 1 Sm 7.3-6). A exortação do apóstolo João é: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5.21).

II. AVIVAMENTO PENTECOSTAL NO ANTIGO TESTAMENTO

O ativamente no Antigo Testamento causou impactos nos profetas, reis, num sacerdote, num governador etc. mudando, assim, o curso da história e vida de homens.

1. Elias, de Volta ao Altar de Deus (1 Rs 18.1-39)

“Então, Elias disse a todo povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e reparou o altar do Senhor, que estava quebrado” (1 Rs 18.30).
A nação de Israel passava pela uma das piores crises; social, política, mora e espiritual. Acabe era o rei de Israel, naquele tempo. O rei mais ímpio na história de Israel (918-879 a. C.), sua esposa Jezabel era ímpia, mulher mais cruel na história de Israel. Ela era rainha do trono, tinha parta ao lado de seu esposo, levando-o aos maiores atrocidades.
Jezabel promovia o culto oficial idólatra em Israel. Os 400 profetas de Asera e 450 profetas de Baal eram bem servidos na mesa real de Acabe (1 Rs 18.19). O povo de Israel coxeava entre dois pensamentos (1 Rs 18.21), cegos espirituais à idolatria. Jazabel ordenava perseguir e matar os profetas de Deus (1 Rs 18.4). Obadias, um funcionário da casa real, que era homem justo a Deus, conseguiu esconder 100 profetas numa cova, sustentando-os com pão e água (1 Rs 18.4). Sem contar os que conseguiram escapar com vida, havia ainda 7.000 no meio do povo, que não tinham dobrados os seus joelhos perante Baal (1 Rs 19.18).
A seca em Israel foi à causa de não haver lavoura e o povo vivia em miséria e fome. A viúva de Sarepta, que sustentou o profeta Elias, estava para preparar o último pão para si e para o seu filho, para depois morrerem. Fato este que identifica a terrível gravidade social em Israel.
O profeta Elias preparou o verdadeiro caminho para o autêntico avivamento espiritual. O altar, que estava quebrado, foi preparado (1 Rs 18.30). O fogo do céu que Elias esperava como base do avivamento, só poderia cair se o altar estivesse concertado em perfeita condição.
A situação caótica de Israel era o altar que estava quebrado (1 Rs 19.14). Significa que a causa de muitos problemas frustrantes na vida do povo de Deus, está no fato de que o seu altar está quebrado, isto é, sua relação com Deus está quebrada.
Elias edificou o altar em nome do Senhor com 12 pedras, conforme o número das tribos de Israel (1 Rs 18.31), significa a necessidade de construção do altar e de nossa verdadeira atitude cristã para com Deus seja integral e definida.
A oração eficaz do profeta Elias foi à chave que abriu as comportas do céu, para o fogo descer e causou o impacto espiritual no povo de Israel (1 Rs 18.37). Elias nos ensina a buscar em oração com firmeza a Deus que mande o verdadeiro avivamento pentecostal para Sua Igreja (Ver At 2.1-4).
Quando o fogo desceu o povo de Israel foi ouvido! “Então caiu o fogo do Senhor” (1 Rs 18.38). Quando o fogo de Deus caiu, o povo de Israel mudou de pensamento (1 Rs 18.39). No dia de pentecostes não foi diferente, o povo ficou com os corações compungidos (At 2.37).
O avivamento no monte Carmelo deu ao povo de Israel poder para destruir definitivamente a idolatria em seus corações (1 Rs 18.39).

2. Josafá (2 Cr 20.1-30)

Josafá, rei de Judá, que foi confrontado pelos “filhos de Moabe, e os filhos de Amom, e com eles, alguns outros dos amonitas vieram a peleja” (2 Cr 20.1), e Josafá foi avisado (2 Cr 20.2). Portanto, Josafá para vencer os inimigos fez:
a) Jejum: “Então, Josafá temeu e pôs-se a buscar o Senhor; e apregoou jejum em todo o Judá” (2 Cr 20.3).
b) Oração: “E Judá se ajunto, para pedir socorro ao Senhor, também de todas as cidades de Judá vieram para buscarem o Senhor” (2 Cr 20.4).
c) Reverência e submissão à Palavra de Deus (2 Cr 20.14-17).
d) Reverência e adoração ao Senhor (2 Cr 20.18).

3. Josias, o Reformador (2 Rs 22.1-20)

Josias foi o último rei justo de Judá. Foi um grande reformador espiritual da nação judaica. Fez com que o povo voltasse a Palavra de Deus (2 Cr 22.8-13). Arrependessem de seus pecados, humilhassem e chorassem.
Atentamos para a nota de estudo de roda pé da Bíblia de Estudo Pentecostal: “As reformas religiosas de Josias observam o princípio bíblico de que o arrependimento de pecado é condição essencial para um real avivamento. Sempre que há arrependimento verdadeiro, pecados específicos são reconhecidos, falsos irmãos são disciplinados, práticas mundanas são abandonadas e os padrões de santidade são restaurados. Falar da necessidade de avivamento e arrependimento na igreja sem incluir mudanças de atitude, significa que não há propósito real de mudança no coração e na maneira de viver do povo”.

4. Ezequias, Lições Bíblicas do Avivamento (2 Cr caps. 29-32)

Para que aconteça o genuíno avivamento, precisa: confessar os pecados a Deus, santificação completa do ser, santificação do templo, renovação da aliança, fé em Cristo, converter ao Senhor, “dai a mão ao Senhor” (2 Cr 30.8), isto é, volta-se para Deus inteiramente, purificação e conservar a Palavra de Deus.

5. Manassés (2 Cr 33.11-20)

Manassés, foi um rei ímpio na história de Judá. Manassés em grande crise pede perdão a Deus, arrepende e se humilha perante Deus. Isto ilustra que até mesmo os maiores pecadores mais ímpios poderão receber o perdão divino, isto é, arrependerem-se e humilharem diante de Deus de toda sinceridade do coração.

6. Avivamento no Pós-Cativeiro

No ano 539 a. C., os judeus voltam a sua pátria, na primeira leva, sob a liderança de Zorababel, com aproximadamente 50 mil judeus (Ed 2.1,2; 3.8; Ag 1.14; Zc 4.9; Ed 2.64, 65). Reedificaram o templo, concluindo em 516 a. C. (Ed 6.15). Deus levanta dois profetas: Ageu e Zacarias para exortar o povo na continuidade da construção do templo (Ed 5.1,2).
Em 457 a. C., o sacerdote Esdras lidera a segunda leva (Leia Esdras caps. 7-10).
O rei da Pérsia, Artaxerxes, enviou Esdras a Jerusalém, para verificar como estava a vida espiritual dos judeus de acordo com a lei de Deus (Ed 7.10; 10.1-6).
O rei Artaxerxes, ficou maravilhado com a sabedoria e conhecimento de Esdras da Palavra de Deus (Ed 7.6, 10).
O rei Artaxerxes, enviou com Esdras uma carta escrita em aramaico (Ed 7.12-26). Na carta o rei fez o decreto, que os judeus poderiam acompanhar Esdras a terra natal (Ed 7.12). Que podiam levar ouro e prata, dados voluntariamente (Ed 7.15). Que os vasos sagrados, que estavam na Babilônia, seriam restaurados (Ed 7.19). Que qualquer despesa seria paga pelos tesoureiros do rei (Ed 7.21). Que não haveria impostos aos servidores do templo (Ed 7.24). Esdras poderia nomear regedores e juízes para que a vida do povo judeu viesse a funcionar de acordo com a Palavra de Deus (Ed 7.25).
Esdras louvou o Senhor pelas bênçãos recebidas perante o rei (Ed 7.27, 28). Esdras viaja com o povo de Deus para Jerusalém (Ed 8.1-20). Esdras recusou a oferta do rei, a escolta militar persa, para garantir segurança durante a viajem, porém Esdras preferiu confiar na segurança do Senhor (Sl 121.1-8). Assim, Esdras apregoou o jejum e oraram para que tivessem uma boa viajem (Ed 8.21). O Senhor guardou durante o caminho, e chegaram oferecendo holocausto ao Senhor (Ed 8.35).
Esdras encontrou com o governador Neemias, para unirem-se em cujo propósito havia sido enviado a ensinar o povo a Palavra de Deus.
O povo se ajuntou como um só homem diante da porta das águas (Ne 8.1). Esdras trouxe o livro da lei. A lei de Deus foi lida e explicada ao povo desde a alva até ao meio-dia. Construíram um púlpito para aquele fim – o maior culto de todos os tempos na história de Israel. Todos estavam em pé, ao lado de Esdras, havia um grupo de 13 auxiliares (Ne 8.4). Cooperava um grupo de levitas para instruir o povo a entender o que estava lendo no livro da lei de Deus (Ne 8.8). Pois, os judeus já não entediam o hebraico e somente compreendia a língua aramaica. Quando as Escrituras eram lida em público no hebraico, um grupo de auxiliares interpretava para o aramaico na mais clara concepção exegética e o povo compreendiam o que estava sendo lido para aplicação de suas vidas (Ne 8.12). Aqui aprendemos que o fator primordial para o autêntico avivamento espiritual é a exposição da Palavra de Deus por homens consagrados a Deus, cheio do Espírito Santo para interpretar corretamente (fazer o corte reto) as Escrituras Sagradas com nitidez, autoridade e segurança (2 Tm 2.15).
O ensino foi tão maravilhoso que o povo ao ouvir a leitura começou a chorar e a lamentar-se. Esdras e Neemias tiveram que intervir, exortando-os a que se alegrassem no Senhor, porque a alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10).
O povo de Deus então foi comer, beber e festejar, porque todos entenderam as palavras que lhes fizeram saber (Ne 8.12).
O principal agente do avivamento pentecostal é a Palavra de Deus (Ne 8.1-12).
Neemias lidera a terceira leva em 444 a. C., com o propósito de reedificar os muros da cidade de Jerusalém “... vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém... Levantemo-nos e edifiquemos...” (Ne 2.17, 18).
Deus chama o homem certo para executar a Sua obra. Deus envia o emissário Honami para avisar Neemias à situação de Jerusalém, que os judeus, que haviam voltado à pátria após o cativeiro, estavam em “grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e suas portas, queimadas a fogo” (Ne 1.3). Os moradores de Jerusalém tornaram-se presas fáceis de assaltantes.
Com a terrível notícia, Neemias se angustia, jejua e ora ao Deus eterno (Ne 1.5-11). Neemias iniciou sua oração no mês de quisleu do calendário judaico, que equivale o mês de dezembro do nosso calendário. O Senhor ouviu a oração de Neemias, e sua resposta foi no mês de nisã, que equivale o nosso calendário do mês de março (Ne 2.1).
Com a oração respondida de Neemias, Deus despertou o rei Artaxerxes para fazer o empreendimento na reedificação dos muros. Tudo estava no controle de Deus. Neemias era copeiro do rei. Neemias com a semblante triste apresentou-se na presença do rei. O rei Artaxerxes interrogou por causa de sua tristeza (Ne 2.2). Neemias falou da situação de Jerusalém e de seu povo (Ne 2.3). E o rei lhe pergunta: “Que me pedes agora?” (Ne 2.4). Neemias pede ao rei que lhe envie para Jerusalém a edificar os muros de Jerusalém (Ne 2.5).
Agora Deus despertou no rei a inclinar a solicitação de Neemias. O rei atende, e Neemias recebe a carta, que era dirigida aos governadores da região, a carta tinha a ordem para Neemias construísse os muros. Tudo isto, “... segundo a boa mão de Deus sobre mim” (Ne 2.8).
Neemias chegara a Jerusalém (Ne 2.7-11), e faz um levantamento da situação como se encontrava os muros de Jerusalém. Neemias levantou-se a noite na companhia de “poucos homens”, e colocou em seu coração o segredo entre Deus, a sua finalidade em reedificar os muros (Ne 2.12-16).
Neemias revela os planos da reedificação dos muros. Logo depois, convoca judeus, nobre e magistrados, e todos juntos reedificaram os muros, para que não mais fossem desprezados. A mão de Deus estava no comando (Ne 2.17, 18).
Neemias começou o levantamento dos muros (Neemias cap. 3). Ele teve o plano de dividir a tarefa na reedificação dos muros, ficando cada parte uma porta. Ao mesmo tempo, lado a lado, os judeus responsáveis de erguer o muro ao longo de toda a sua extensão, muitos edificaram o pedaço do muro que ficava em frente a sua própria casa. Tinha um grupo responsável por esta obra, de carregar entulho, trazer material. O coração do povo se inclinou a trabalhar: “Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar” (Ne 4.6). Os inimigos notaram que os muros cresciam e as roturas começavam a ser tapadas (Ne 4.7).
Depois, Neemias, teve sua tática de ajustar todos os judeus na reedificação dos muros. A tática de Neemias era de aproveitar todos os que desejassem trabalhar na obra de Deus (Ne 4.9-15).
A união do povo de Deus estava ameaçada. Tinham uma boa organização, união para realizar a grande obra, porém estava ameaçada devido a um problema entre os pobres e os ricos. Neemias com a sabedoria divina tomou conhecimento do problema e resolveu e a obra do muro continuou (Ver Neemias cap. 5).
Quando Neemias iniciou a reedificação dos muros com seus companheiros, os seus inimigos, Sambalate e Tobias indignaram-se grandemente, e usaram muitas artimanhas para que Neemias parasse a reedificar os muros. Todavia, o líder Neemias com seus liderados, e principalmente com o Senhor, conseguiram triunfar todos os obstáculos que se levantassem contra ele e trabalharam sem parar até o término do muro (Ver Neemias cap. 6). As palavras de Neemias na reedificação dos muros é a transparência na liderança do autêntico avivamento: “... Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer...” (Ne 6.3 – ARC).
O muro foi definitivamente concluído no mês de elul, que em nosso calendário é o mês de agosto, em 52 dias (Ne 6.15). E a vitória foi do povo de Deus, e este triunfo teve grande repercussão. Os inimigos envergonhados “reconheceram que o nosso Deus fizera esta obra” (Ne 6.16).
Na inauguração do muro, foram convocados os levitas com o propósito de dedicarem os muros “com alegria, louvores, canto, saltérios, alaúdes e harpas. E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e logo purificaram o povo, e as portas, e o muro” (Ne 12.27, 30).
Fizeram duas procissões ao longo dos muros, os quais pararam diante da casa de Deus, onde houve sacrifício (Ne 12.30, 38-40). A alegria de Jerusalém foi muito grande, que o som da festa podia ser ouvido de longe (Ne 12.43).

III. O AVIVAMENTO PENTECOSTAL NO NOVO TESTAMENTO

O avivamento pentecostal no Novo Testamento teve seu início no dia de Pentecostes em Jerusalém, com a descida do Espírito Santo sobre os discípulos (At 2.1-4). Com o efeito do avivamento, o apóstolo Pedro, prega o maior sermão de todos os tempos da história da Igreja Cristã, cheio do Espírito Santo, baseado no livro do profeta Joel 2.28-32, e cerca de três mil almas renderam-se aos pés de Cristo (At 2.14-41).
“Perseveravam na doutrina dos apóstolos”, isto é, nos ensino de Cristo. “Na comunhão, e no partir do pão”, refere-se aos cultos de Santa Ceia, lembrando a morte e ressurreição de Cristo e Sua segunda vinda (At 2.42; 1 Co 11.26). “Nas orações”, aqui está o verdadeiro segredo do avivamento pentecostal da Igreja primitiva, e também para os nossos dias.
Temor em cada alma, maravilhas e sinais eram operados pelos apóstolos em nome de Jesus. Verdadeira crença, família espiritual compartilhando tudo que tinha aos necessitados, união de todos os irmãos “com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentavam o Senhor à igreja aqueles que haviam de salvar” (At 2.42-47).
Curas divinas (At 3.1-9; 9.32-35). Todos eram batizados no Espírito Santo (At 2.4; 4.31; 8.17; 44, 47; 19.6, 7) e haviam a manifestação dos dons espirituais (At 2.22, 36; 5.4, 5, 11). A Igreja do Senhor continuava a crescer (At 4.4; 5.14). O evangelho se expandia a Judéia, Samaria e aos confins da terra (gentios), e o mundo conhecido naquela época foi evangelizado por aproximadamente 60 anos (Cl 1.6, 23).



IV. A HISTÓRIA DO AVIVAMENTO PENTECOSTAL NA IGREJA

Vejamos como a Igreja de Cristo cresceu ao longo dos seus dois milênios de anos de história, apesar das duras perseguições ferrenhas do Império Romano, heresias e as portas do inferno não impediram o avanço da Igreja, pois as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16.18).

1. Na Igreja da Era Apostólica

Na igreja da era apostólica (30-100 d.C.), o mundo de sua época foi poderosamente alcançado pelo Evangelho de Cristo, “que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade... o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro” (Cl 1.6, 23).

2. Na Igreja da Idade Antiga ou Era Pós-Apostólica

Na Igreja da Idade Antiga, ou era pós-apostólica (100-476 d.C.), o cristianismo cresceu, todo o Império Romano fora evangelizado.
A Igreja sobrevive aos ataques heréticos de sua época (ebionismo e gnoticismo), com isso, Deus levanta homens para escrever obras para preservar e edificar a Igreja no ensino das Sagradas Escrituras, conhecidos como “Pais da Igreja”, como: Inácio, Policarpo (discípulo de João), Clemente de Roma, Papias, etc. (100-150 d. C.). Apologistas: Aristides, Justino, Taciano, Atenágoras, Tertuliano e Teófilo (120-220 d.C.).
Para rebater as falsas doutrinas, os práticos polemistas: Irineu, Tertuliano, Cipriano. Os alegóricos de Alexandria, Egito: Panteno, Clemente de Alexandria e Orígenes (180-250 d.C.).
Os Expositores das Escrituras Sagradas: Jerônimo, Ambrósio, Santo Agostino, Atanásio, Basílio, Crisóstomo e Teodoro (325-460 d.C.).

3. Na Igreja da Idade Média

A Igreja na Idade Média (476-1453 d.C.) cai no erro no excesso de lucros financeiros, manipulação da consciência. Nessa época, houve o desejo de voltar a Bíblia, oração e a humildade dos cristãos. A Igreja tinha-se corrompida, abandonado a Palavra de Deus, humildade, a fé cristã, e foram feitas tentativas de reformas para acenderem os corações apagados, os escurecidos para raiar a luz espiritual. O avivamento começava a surgir das cinzas.
4. Na Reforma Protestante

Nesta época, houve algumas iniciativas de reformas religiosas, o avivamento pentecostal na pré-reforma protestante como: Jerônimo Savonarola na Itália, João Wycliff na Inglaterra, João Huss na Boêmia hoje Romênia. O caminho estava se abrindo as portas para a reforma espiritual no contexto mais amplo da história da Igreja cristã.
O avivamento pentecostal marcou a Igreja reformada (de 1453 a 1648), chamada a reforma protestante, iniciada por Matinho Lutero, no dia 31 de outubro de 1517, colocando as 95 teses na porta da Igreja de Wittemberg na Alemanha, contra as indulgências, que mais tarde contribuiu para a tradução da Bíblia em latim para o alemão e o resgate dos louvores na igreja. Começava a surgir uma nova era para a Igreja, o avivamento espiritual.
Com a reforma, o avivamento varreu países europeus como: França, Suíça, Itália, Inglaterra, Holanda e outros.
Surgiram reformadores como: João Calvino e Ulrico Zuínglio na Suíça. O rei Henrique VIII foi o responsável a dar os primeiros passos para a reforma espiritual na Inglaterra.

5. Na Igreja Moderna

A Igreja moderna (de 1648 até os nossos dias), isto é, a pós-reforma. A reforma foi marcada pela razão versus coração. Com a redescoberta das Escrituras gerou a reforma espiritual, culminando as missões na Europa, nos Estados Unidos, e na América. Fizeram a levantarem grandes evangelistas de renomes como: Whitefield, Edwards e John Wesley.
Com as expansões coloniais, também fizeram aparecer missões transculturais nos séculos XVIII e XIX. Missionários ingleses e americanos foram enviados para a Ásia, África e América Latina.
O Brasil foi ricamente abençoado através da obra missionária. Henry Martin viajava para a Ásia e parou na cidade de Salvador, Bahia.
Os huguenotes foram os primeiros a realizarem o trabalho de evangelização em 1555. Foram os primeiros mártires em terra brasileiras em 1558. Os holandeses iniciaram a tarefa de evangelização.

6. Na Igreja da Idade Contemporânea

O médico escocês Robert Reid Kalley (1809-1888), iniciou o trabalho de evangelização no dia 10 de maio de 1855, na cidade do Rio de Janeiro, o qual fundou a Igreja Evangélica Fluminense.
A. B. Simonton foi o primeiro missionário presbiteriano a iniciar a pregação em português na cidade do Rio de Janeiro em 1859.
Mais tarde o pastor presbiteriano A. O. Blackford em parceria contribuiu na evangelização no Brasil.
José Manoel da Conceição, sacerdote católico, que se converteu ao cristianismo ao descobrir as verdades inconfundíveis das Sagradas Escrituras em 1864. Logo após, foi consagrado ao ministério pela Igreja Presbiteriana. Milhões de vidas se converteram mediante as suas eloqüentes pregações.
O Reverendo Álvaro Reis, pregador presbiteriano na cidade do Rio de Janeiro, seus sermões eram eloqüentes, seus escritos apologéticos combatiam contra os dogmas da Igreja Católica Romana, em defesa da fé cristã.
Eduardo Pereira, escritor, pedagogo, eloqüente pregador do Evangelho, foi apóstolo das Igrejas no Brasil.
Os metodistas estabeleceram a obra de evangelização no Brasil em 1876. Fundaram uma escola na cidade do Rio de Janeiro. Estendeu a obra de Deus em Piracicaba, SP, e em Santa Barbara.
Os missionários J. S. Newman, de Alabama, e John J. Ranson, de Tennessee, foram de grande valia na obra de Deus.
Hoje o trabalho metodista é de grande repercussão no Brasil. Teve missões metodistas, do qual o ilustre sacerdote católico Hipólito de Campos converteu-se ao Senhor Jesus Cristo.
Em 1881, o missionário W. B. Bagby começou o trabalho batista no Brasil. E outros trabalhos de outras denominações cresceram estupendamente.
No estado do Rio Grande do Sul, a Igreja Episcopal, cresce de forma extraordinária.
Dar-se início o trabalho entre os índios com os missionários ingleses no rio Amazonas.

7. No Movimento Pentecostal no Século XX

O avivamento pentecostal no início do século XX teve o seu começo na cidade norte-americana de Los Angeles, na Rua Azusa, com o culto pentecostal, presidido pelo afro-americano Seymour. O Dr. Stanley M. Horton escreve a respeito desse episódio na história Pentecostal:
“O avivamento da Rua Azusa também atraiu gente de além-mar, e o avivamento alcançou a Índia; de Seattle, Washington, chegou ao Japão; da Escandinávia, à Inglaterra, Holanda e Alemanha; da Inglaterra à Estônia; da Índia ao Chile. Dois suecos que residiam nos Estados Unidos, Gunnar Vingren e Daniel Berg, sentiram-se chamados, em 1910, para divulgar a mensagem pentecostal no Brasil.
“Na maioria dos envolvidos no avivamento da Rua Azusa saíram a estabelecer igrejas. E, devido às pressões que sofreram de suas antigas denominações, muitos deles passaram a olhar com desconfiança as organizações religiosas, preferindo ser ‘livres’. Na missão cenáculo, meu avô não permitia nenhum registro de membros e evitava ao máximo os rituais. Não se recolhiam oferta. No entanto, uma caixa de correio pendurada próximo da porta estava à disposição de quem desejasse contribuir.
“Agências missionárias logo começaram aparecer, como em 1909 a União Missionária Pentecostal da Grã-Bretanha (que deu cobertura às Assembléias de Deus na Grã-Bretanha e na Irlanda em 1924-1925).
“Em 1914, era formada o Conselho Geral das Assembléias de Deus com o duplo propósito de promover missões e criar uma escola bíblica para treinamento de ministros e missionários. O resultado foi a Faculdade Bíblica Central e muitas outras escolas bíblicas estabelecidas no país, incluindo mais de duzentas espalhadas por todo o mundo. No mesmo ano foi criada a União Missionária Pentecostal Nacional e Internacional e, em 1919, fundou-se o Zaire a Missão Evangelística Congo”.

8. No Movimento Pentecostal no Brasil

No dia 18 de junho de 1911, é fundado o maior movimento pentecostal de todos os tempos no Brasil, em Belém, capital do Pará, pelos missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg. No entanto o movimento pentecostal era chamado Missão da Fé Apostólica, e mais tarde Assembléia de Deus, que atualmente é a maior denominação evangélica do Brasil, e o maior movimento pentecostal do mundo. São aproximadamente mais de 12 milhões de Assembleianos no Brasil.
É de surpreender que começasse com apenas dois crentes (Gunnar Vingren e Daniel Berg), e que em menos de um século, já somos cerca de 12 milhões em todo o território nacional, tudo isto é, milagre de Deus! Pois a pregação do genuíno evangelho do movimento pentecostal brasileiro das Assembléias de Deus é a sã doutrina pentecostal: Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e em breve voltará.

V. COMO RETORNAR PARA O GENUÍNO AVIVAMENTO PENTECOSTAL

Vejamos os princípios bíblicos para uma autêntica reforma espiritual:

1. Arrependimento e Conversão dos Pecados

Davi confessou seu pecado arrependido pelo mal que fez diante de Deus: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que teus olhos é mal, para que seja justificado quando falares e puro quando julgares” (Sl 51.1-4). Ver também Jr 3.13; 25.5; 35.15; Ez 14.6; 18.30; Ed 9.6; Ne 1.5, 6; Dn 9.4-19; Jl2.12-17; At 2.38; 3.19; Ap 2.4, 5; 1 Jo 1.9).

2. Obediência as Sagradas Escrituras

“E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).
“E, estando com eles, determinou lhes não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes” (At 1.4).

3. Retorno as Escrituras

“Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17.11). Ver também 2 Rs 22.8-13.

4. De Volta ao Altar da Oração

“E perseveraram... nas orações” (At 2.42). “E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus” (At 4.31). Ver também At 3.1; 12.5; 13.3; 16.25.

5. De Volta à Evangelização

“De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas” (At 2.41). “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil” (At 4.4).

6. De Volta à Contribuição na Obra do Senhor nos Dízimos e as Ofertas Alçadas

“Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai vós para mim, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos: mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma benção tal, que dela os advenha a maior abastança. E, por causa de vós, consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; noções vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 3.7-12).
“Então, falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada” (Êx 25.1, 2). Ver também At 4.34, 37.

VI. COMO MANTER A CHAMA VIVA DO GENUÍNO AVIVAMENTO PENTECOSTAL

Vejamos como mantermos acesa a chama viva do genuíno e autêntico avivamento pentecostal:

1. Mantendo Uma Vida Cristã de Temor ao Senhor

“Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos” (At 2.43). Ver também Jó 28.28; Sl 119.11, 38; Pv 1.7.

2. Perseverando no Ensino e Examinando Cuidadosamente as Sagradas Escrituras

“E perseveraram na doutrina dos apóstolos...” (At 2.42). Ver também Sl 119.17; At 17.11 Jó 5.39.

3. Mantendo Uma Vida de Oração

E perseveravam... nas orações” (At 2.42). “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas,...” (At 1.14). Ver também At 12.5.

4. Esperando a Volta de Cristo – o Arrebatamento da Igreja

“aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13). “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20).




5. Mantendo a Esperança Viva dos Céus

“Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20). Ver também Jo 14.1-3; 1 Co 15.19; Fp 3.19; Hb 11.10; 2 Pe 3.13.

6. Mantendo Uma Íntima Comunhão Com Deus, os Crentes e Não-Crentes

“E perseveravam... na comunhão, e no partir do pão,... Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum... E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (At 2.42, 44, 46). Ver também At. 4.32; Rm 12.18.

7. Mantendo Um Espírito de Solidariedade Cristã

“Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade” (At 2.45). “E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha” (At 4.35).

VII. CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO AVIVAMENTO PENTECOSTAL

Estudando o capítulo 2 do livro de Atos, encontraremos as verdadeiras características do verdadeiro avivamento pentecostal, que aconteceu no passado. Portanto, não deixa de ser modelo bíblico para o cristianismo atual.

1. Pentecostes

“Cumprindo-se o dia de Pentecostes,...” (At 2.1)
Pentecostes do grego “penteekostos” (πεντηκοστός) que significa qüinquagésimo. A segunda festa sagrada dos judeus. Cinqüenta dias após a Páscoa. Era chamada de Festa das Colheitas, ou seja, as primícias da sega de grãos que eram oferecidas ao Senhor (Lv 23.15-17). Assim simboliza o dia de Pentecostes, o começo da colheita de vidas para Cristo.

2. Todos

“... estavam todos reunidos no mesmo lugar (At 2.1).
O pentecostes é para todos – judeus e gentios (At 2.39).

3. Reunidos

“... Todos reunidos no mesmo lugar” (At 2.1).
“Aqui no grego a palavra reunidos é ‘homothumadon’ (’ομοτ’υμαν), que significa ser unânime, ter consentimento mútuo, estar de acordo, ter unidade em grupo, ter uma opinião e objetivo. Os discípulos tinham unanimidade intelectual, harmonia emocional, e consentimento valitivo na Igreja recém-fundada. Em cada uma de suas ocorrências, homothumadon mostra uma harmonia que leva à ação”.
A expressão “no mesmo lugar” significa “juntos”. O salmista Davi nos traz uma mensagem de união: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união” (Sl 133.1). Ver também Am 3.3; Jo 17.21, 22; At 4.31; 1 Jo 5.7; Ec 4.12. Reunidos é um verdadeiro contraste de Babel – confusão (Gn 11.7-9).

4. Céu

“... e, de repente, veio do céu...” (At 2.2)
A palavra céu do grego é “ouronos” (ούρανός), que significa “erguer, levantar”. Para os judeus existiam três céus: o primeiro céu é a região nublada do ar, onde voam as aves (Jó 35.11). Este céu refere-se o orvalho do céu, das nuvens do céu, e do vento do céu. O segundo céu era aquela parte do espaço, a onde se localiza o Sol, a Lua, e as estrelas, e que se chama o “firmamento” ou a expansão do céu (Gn 1.8). O terceiro céu é o Santo dos Santos, a Casa de Deus dos santos anjos, o Trono de Deus. Foi justamente deste céu que Jesus Cristo desceu para se tornar homem (Jo 3.13, 31; 6.38, 42), e subiu após a ressurreição (At 1.11), e subiu acima de todos os céus (Ef 4.10) e foi feito mais sublime do que os céus (Hb 7.26), Cristo está assentado nos céus à destra do trono da Majestade (Hb 8.1; 1 Pe 3.22). É dá onde Cristo virá a segunda vez (1 Ts 4.16), é este céu que Paulo foi arrebatado (2 Co 12.2). É este céu que os santos vão morar (Jo 14.222). É desse céu, que o Espírito Santo desceu no dia de Pentecostes (At 2.1-4; 1 Pe 1.12). Você meu querido leitor é um pedaço do céu neste mundo tenebroso, mundo de trevas e corrompido pelo pecado? Pense nisto.

5. Som

“... e, de repente veio do céu um som...” (At 2.2)
A palavra som do grego aqui é “echos” (ηΧος), que significa “ruído, som de qualquer tipo” (Ver Hb 12.19). O vocábulo grego “echos” deriva a palavra eco, som.
Os efeitos do som: som faz barulho, bramido, estrondo, fragor, ruído e sonido. Foi isto o que aconteceu no dia de pentecostes (At 2.6). A sua vida cristã está sendo movido por este som espiritual? Veja que o som veio do céu, veio de Deus, e não da terra e nem de homens. O barulho que vem do homem são técnicas humanas, porém o som que vem do céu é o poder de Deus, o som pentecostal do Espírito Santo.

6. Vento

“e, de repente veio... um vento veemente e impetuoso” (At 2.2)
Vento do grego aqui é “pnoe” (πνοή), significa “sopro, rajada, pé-de-vento” (Cognato de pneõ, “soprar”). Leia os textos de Gêneses 2.7; Ezequiel 37.9; Cantares 4.16; João 3.8; 20.22.
Os efeitos do vento: vento aquieta as águas (Gn 8.1), mas também movem as águas (Êx 15.10; Nm 11.31; Jn 1.4). Vento move as velas dos barcos; vento enxuga; vento refresca; vento move moinhos.
O oxigênio – o ar, que é o vento – alimenta o reino animal e vegetal. Sem o oxigênio não há vida. Sem o Espírito Santo não há vida. Sem o Espírito Santo não há vida espiritual no crente. Nós dependemos do Espírito. Vento transmite som pelas ondas do mar. Vento simboliza poder (At 2.2, 37-41), vento é invisível (Jó 4.15). Mas sentimos. O Espírito Santo é invisível, mas sentimos a sua presença real!

7. Casa

“... e encheu toda a casa em que estavam assentados” (At 2.2).
A igreja começa em casa. Paulo disse: “Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?... governem bem seu filhos e suas próprias casas” (1 Tm 3.5, 12).
A igreja primitiva nasceu em um lar (Ver At 1.13; 2.2; 5.42). Os cristãos primitivos congregavam-se em suas casas (Ver Rm 16.5; 1 Co 16.19;Cl 4.15; Fm v. 2). Nos primeiros séculos da era cristã não havia templos; os cristãos congregavam-se em suas próprias casas.
A Igreja começou em uma casa, que se culminou um dos maiores movimento de todos os tempos – o pentecostes. Faça uma igreja viva, visível e invisível em sua casa!


8. Línguas repartidas

“E foram vistas por eles línguas repartidas,... as quais pousaram sobre cada um deles (At 2.3).
O verdadeiro avivamento pentecostal caracteriza-se pela evidência do dom de línguas, que provém do Espírito Santo. Estamos numa geração moderna, que está repleta de imitações e enganos. Precisamos termos muito cuidado. Os modistas ensinam o batismo no Espírito Santo sem a evidência inicial física no falar em línguas. Porém, a Bíblia refuta em Atos 10.44, 46: “E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus.”
No dia de pentecostes o Espírito Santo veio com línguas repartidas, as quais pousaram sobre os 120 discípulos no cenáculo. Os discípulos falaram em línguas repartidas, uma das características do pentecostes.

9. Fogo

“E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles” (At 2.3).
O Senhor revelou a Sua gloriosa presença para Moisés na sarça ardente por meio do fogo (Êx 3.2), no monte Sinai o Senhor descera sobre ele em fogo (Êx 19.18). Aquele fogo que desceu do céu, primeiramente sobre o altar da tabernáculo (Lv 9.24), e mais tarde sobre o altar do templo de Salomão, quando da sua dedicação desceu fogo do céu (2 Cr 7.1-3). Quando o profeta Elias orou no monte Carmelo, o monte do pentecostes caiu fogo do Senhor (1 Rs 18.38). Deus é um fogo consumidor (Hb 12.29).
Fogo é símbolo do Espírito Santo (Mt 3.11; Lc 3.16; At 2.3).
Efeitos do fogo: o fogo queima (Êx 3.2; 19.18; Lv 9.24; 1 Rs 18.38; Hb 12.29); o fogo consome (1 Co 3.13-15); o fogo limpa (Is 4.4; 6.1-7); o fogo derrete (At 2.37); o fogo endurece (At 20.23, 24); o fogo atrai (At 2.5-12). Temos que mantermos o fogo aceso até o arrebatamento! Não deixe o fogo apagar (Ver Lc 6.19; Pv 26.20).

10. Cheios do Espírito Santo

“E todos foram cheio do Espírito Santo...” (At 2.4).
Cheios do Espírito Santo é o revestimento de poder na vida do cristão e capacitação para desempenhar um bom papel na santa causa do Senhor (Lc 24.49; At 1.8).
O apóstolo Paulo afirma. “E não vos embriagueis com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
“Encheio-vos” no original significa “ser enchido repetida vezes”. Quatro características do cristão cheio do Espírito. Primeiro: “falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais”. Segundo: “cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração”. Terceiro: “dando sempre graças de nosso Senhor Jesus Cristo”. Quarto: “sujeitando-vos aos outro no temor de Deus” (Ef 5.19-21).


11. Outras línguas

“... e começaram a falar em outras línguas conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4).
Aqui línguas do grego é “glossolália” (γλω ̅σσολαλια). É uma língua sobrenatural que os discípulos não tinham aprendido. No texto em apreço são línguas humanas, que eram desconhecidas dos discípulos, porém compreensíveis aos que ouviram (Ver At 2.8).
No original “outras línguas” do grego é “heterais glossais” (’ετηραις γλω ̅σσαις), que por sua vez significa “línguas diversas”. O Dr. Russel P. Shedd comenta-nos com muita precisão: “ajudou aos apóstolos a comunicarem mensagens ou aos ouvintes entenderam ouvindo seus próprios dialetos (cf. 1 Co 14.23). Estas línguas ‘estrangeiras’ antecipam a penetração do Evangelho em toda tribo, nação, povo e línguas; contraste o julgamento em Babel (Gn 11.7-9)”.
Portanto, Deus pode usar um cristão pelo dom do Espírito Santo a falar línguas estrangeiras para comunicar as boas novas de salvação (Ver At 2.6-12).
É bom lembrarmos, que pode haver imitações de línguas estranhas por pessoas usadas pelos demônios. Porém, as Sagradas Escrituras refutam para nós cristãos não acatarmos essa falsa experiência, precisamos examinarmos com o espírito de discernimento, se realmente procede do Espírito Santo (Ver 1 Jo 4.1).
Que o Senhor nos ajude a manter a chama do genuíno avivamento pentecostal mais do que nunca viva em nossas vidas.
Precisamos de um avivamento que desperta as famílias cristãs, os obreiros, os governantes, as igrejas, a obra missionária, os pregadores do santo evangelho, a nossa cidade, nas zonas rurais, no trabalho, nas escolas, etc.
Também precisamos do avivamento contínuo. Senhor der forças para os fracos, vigor para os cansados, levante os caídos, vidas para os mortos, acende os apagados, fogo para o que estão na frieza espiritual e anima os desanimados.
Que sejamos avivados até o arrebatamento. Espírito Santo na vida do crente até o arrebatamento! Que o Senhor nos abençoe e nos ajude. Amém.

NOTA
BÍCEGO, Valdir N. Lições Bíblicas – Verdades Pentecostais. Rio de Janeiro: CPAD, 1.º Trimestre de 1998.

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